Um mês de desespero escrita por Leon Yorunaki


Capítulo 2
I: Disarming Voice


Notas iniciais do capítulo

Bom... aqui começa a história, de fato.
Como o prólogo foi, digamos, o prólogo, estou publicando o primeiro capítulo um pouco antes do previsto. A partir deste, as atualizações passam a ser, de fato, a cada duas semanas (a menos que alguma emergência me impeça)



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Himiko estava começando a entender como as coisas funcionavam na loja de souvenires de Mahogany, no continente de Johto. Não havia muito tempo que ela havia começado a trabalhar lá; talvez umas duas semanas. Não era por necessidade, tendo em vista que sua mãe, Natsumi, tinha uma renda razoável vendendo as ervas medicinais cultivadas no grande quintal de sua casa, mas a garota tinha o sonho de conseguir um pouco de liberdade. Não gostava de ter que dar satisfações a ela toda vez que precisasse comprar alguma coisa.

Porém, não demorou a perceber que poderia ter mais do que a independência financeira depois de acompanhar o que acontecia em seu ambiente de trabalho. Os frequentadores da loja eram turistas em sua maioria, o que seria previsível, caso não fossem sempre os mesmos. A garota sabia que algo mais acontecia debaixo de seu nariz, mas não havia tido nenhuma oportunidade de descobrir.

Triim!

A campainha indicava que um novo cliente acabava de entrar na loja. Himiko nem se deu ao trabalho de olhar imediatamente, sabendo que a maioria deles não tinha o menor interesse em fazer compras. Qual sua surpresa em perceber que era Kamon, o garoto de cabelos avermelhados que frequentemente passava pela loja. Era o único jovem dentre os visitantes, também o único que deixava a garota ansiosa toda vez que aparecia. Algo acontecia com ela quando que via o jovem, uma sensação estranha e sem muita justificativa. Talvez fosse o semblante sério, ou então os olhos negros que se desviavam dela quando os procurava. Não fazia diferença, afinal.

O rapaz passou diretamente por Himiko, ignorando outra vez a presença da garota e desaparecendo pela porta dos fundos que levava ao depósito.

Não dessa vez.

Ela decidiu segui-lo, sob o pretexto de conferir uma remessa de produtos que havia chegado minutos atrás. Sua esperança era chamar a atenção do garoto; algo dentro dela não sossegaria enquanto eles não tivessem uma oportunidade de conversar.

Himiko sorriu. Talvez até descobrisse o que todos esses visitantes costumavam fazer na loja, sua maior curiosidade desde que começou a trabalhar.

E seu interesse foi recompensado. Logo ao entrar, percebeu um movimento incomum no chão — descobrindo um alçapão praticamente invisível quando fechado, camuflando-se perfeitamente por entre as gôndolas. Himiko ficou analisando a cena por alguns instantes, pensando se iria ou não atrás dele. Estava certa de que o alçapão era oculto por algum motivo. Com certeza não queriam visitantes. A garota logo lembrou-se mais uma vez do olhar sério de Kamon, tomando precipitadamente a decisão de descer.

Ela sabia que não devia fazê-lo — talvez custasse até mesmo o seu emprego — mas não estava pensando nisso quando abriu novamente a passagem, encontrando escadas que levavam ao subsolo. Com o coração pulsando forte, desceu as escadas, logo enxergando um longo corredor a sua frente, fracamente iluminado, que ia bem além da extensão da loja através do subsolo.

A garota não pôde dar nem mesmo três passos no andar de baixo. Ao se deparar com o corredor soturno, acabou tropeçando em uma linha esticada, ligada ao sistema de segurança. Antes mesmo de ouvir a sirene disparar, ela percebeu um vulto — era alguém que se aproximava para prendê-la.

Sentiu seu braço ser agarrado antes mesmo de se levantar do chão. Tentou desvencilhar-se, mas acabou acertando seu cotovelo na parede, fazendo com que ela abrisse os olhos e acordasse de seu sonho.

Era final da manhã. Himiko sentia-se desconfortável em sua cama nova. O cotovelo ainda estava dolorido por conta do choque. Talvez demorasse a se acostumar com seu novo quarto, bem menos aconchegante comparado a seu antigo aposento em Mahogany.

Sua mãe decidira se mudar sem aviso para Littleroot, no continente de Hoenn. O timing não poderia ter sido pior para a garota, que estava finalmente começando a se adaptar ao seu trabalho. Não podia deixar de se chatear com a situação enquanto se levantava; decidindo por não abrir as cortinas e rumando diretamente para o banheiro, sem ver a linda paisagem que se formava naquele final de manhã.

Não tardou muito até a hora do almoço, quando a garota, que havia se dado ao luxo de um banho mais demorado, percebeu a irritação de Natsumi. Esta havia passado a manhã inteira limpando a casa, ato no qual a ajuda de Himiko cairia de muito bom grado. A jovem decidiu ficar calada para evitar uma briga, o almoço pontuado por frases como “não criei uma filha pra ser preguiçosa igual a você” e “no meu tempo, todo mundo ajudava no serviço de casa”.

Somente depois do almoço Himiko pôde finalmente descontar a chateação: lavando a louça, visto que sua mãe se levantou da mesa sem a menor cerimônia para assistir televisão. A garota nem se incomodou; o fato de poder ouvir as fofocas dos “famosos” ao invés das reclamações de sua mãe já era uma grande vantagem. E isso seria dizer alguma coisa, considerando que Himiko achava esse tipo de programa uma perda de tempo. Mas foi quando a garota estava terminando seus afazeres que ouviu a palavra de que menos gostava:

— Filha, acho que aquele lá no fundo é o seu pai!

Himiko quase deixou cair os pratos que segurava. Não tinha a menor intenção de verificar se o rapaz que aparecia no fundo na entrevista com a atriz que gravava um filme em Petalburg era ou não Norman. Aliás, só de pensar no nome dele lhe dava arrepios, mesmo após aqueles quase quatro anos sem vê-lo.

Mas agora estavam as duas ali, morando em uma pequena vila a pouco mais de duas horas de distância (sem auxílio de Pokémon) da cidade em que ele morava e trabalhava como líder de ginásio. Eu mereço, pensou a garota.

Olhou então para o esboço de sorriso que se formou no rosto de sua mãe. Não precisou nem mesmo pensar para tomar sua decisão.

— Vou dar uma volta, mãe!

Ela queria na verdade era se distanciar um pouco de casa. Talvez andar pelo vilarejo e conhecer o buraco em que havia se metido fosse fazê-la se sentir melhor. Pelo menos não corria o risco de se perder; Littleroot não tinha mais do que quinze casas, além de uma construção um pouco maior, a qual logo descobriu se tratar de um centro de pesquisa Pokémon.

A casa vizinha à sua estava com a porta aberta. Ela se aproximou para se apresentar aos seus vizinhos, mas acabou sendo atropelada por um jovem saindo pela porta com toda a velocidade; os dois acabaram caindo no chão com o choque.

— Ai, desculpa! Está tudo bem? — o jovem logo se pronunciou, preocupado após o impacto. — Aliás, nunca te vi por aqui, quem é você?

— Quem tem que pedir desculpas sou eu… — ela estava sem graça. Não devia estar metendo a cara na casa dos outros… — Meu nome é Himiko, acabei de me mudar para cá…

— Eu sou Brendan. — O garoto estendeu a mão, já de pé. Ela ainda não havia se levantado. — Prazer, eu acho.

A jovem não respondeu. Seu rosto ficou levemente avermelhado, em parte devido ao pequeno acidente, em parte por ter notado que os olhos esverdeados de Brendan estavam fixados em seu rosto.

— A propósito… — Brendan analisava a garota a sua frente — Você não é a filha do Norman?

O rosto de Himiko passou de vermelho pra verde mais rápido que um semáforo após o comentário. Mesmo que Brendan não houvesse percebido, o tom áspero da resposta dela evidenciou a frustração.

— Sim, sou eu, Por quê?

— Nada não, é que ouvi falar que a família dele estava vindo para cá. Apesar de que imaginei que fosse um garoto e não uma garota.

Se isso foi uma tentativa de Brendan de consertar a situação, falhou miseravelmente. A garota bufava de raiva, porém conseguiu se controlar a tempo para não dar uma resposta excessivamente grosseira ao novo vizinho.

— Pois é, você errou, infelizmente para você eu sou uma menina; algum problema?

— Não, não… — Brendan estava desconcertado — não foi o que eu quis dizer…

O jovem tentava encontrar palavras para consertar o erro que havia cometido, mas ela lhe poupou o trabalho.

— Deixa pra lá. Esquece. — Himiko olhou para Brendan, notando que ele havia se arranhado na queda. — Você estava correndo, deve estar com pressa. A gente vai ter oportunidades melhores pra conversar.

— Verdade. Deixa eu ir, a gente se fala depois… se você quiser. — Brendan tornou a correr, rumando em direção a mata que crescia em torno do vilarejo.

Babaca, pensou ela ao observar o garoto se afastar a passos largos. Não tinha a menor pressa de voltar para casa, então tomou o caminho oposto ao de Brendan, procurando algo que pudesse distraí-la. Acabou por sentar-se ao lado de uma árvore, já um pouco distante das casas, pensando em apreciar a paisagem bucólica e ouvindo os Pidgeys que voavam por ali.

O plano foi frustrado por um grito de socorro vindo da direção das árvores. Não havia ninguém por perto e, embora Himiko soubesse que era perigoso avançar sem ter um Pokémon com ela, acreditava que não havia tempo para chamar ajuda na cidade.

Nem precisou avançar muito para chegar a uma grande clareira. Uma mochila se encontrava a sua direita, pendurada em uma das árvores; mais à frente um rapaz corria de modo desengonçado, tentando fugir de um bando de Pidgeys furiosos. Entre a garota e o rapaz havia um largo tronco caído, com cerca de um metro e meio de largura, bloqueando a passagem.

Himiko sabia que não devia mexer nas coisas dos outros, mas a imagem do rapaz levando uma bicada violenta nas costas fez com que ela fosse até a mochila procurar algo que pudesse usar para ajudar. Com sorte encontraria alguma…

Pokébolas. Ela nem mesmo parou pra pensar. Sabia que havia Pokémon dentro delas e imediatamente atirou uma das esferas na direção dos Pidgeys, na esperança de libertar um adversário à altura deles.

Ela não estava com sorte. Não só nunca havia visto um Pokémon como aquele, como percebeu, talvez tarde demais, que era apenas um bebê; na melhor das hipóteses, parecia-se com um, apesar da pele acinzentada e dos cabelos verdes. Himiko jamais vira um pokémon como aquele; somente viria a descobrir que se tratava de um Ralts algumas horas depois.

Os pássaros que atacavam o rapaz voltaram sua atenção para o novo oponente, em pé sobre o tronco caído da árvore. A garota começou a tremer, percebendo o erro que cometera ao libertá-lo, a tragédia era iminente, só podia desejar com todas as suas forças que o Pokémon que libertara pudesse se defender.

E de alguma maneira, os Pidgeys sequer chegaram a encostar no Pokémon bebê. No momento em que os pássaros se aproximavam, o espécime acinzentado gritou, incomodando os adversários e forçando-os a se dispersarem em um primeiro momento. O rapaz, ferido, percebeu o que acontecia e gritou logo em seguida:

— Eles estão voltando, faça alguma coisa!

Himiko gritou também, desesperada. Não tinha a menor ideia dos poderes que o Pokémon que libertara possuía. Contudo, este percebeu o que poderia ser feito e tomou a iniciativa. Virando-se na direção dos pássaros, os quais já se agrupavam para atacar novamente, esperou eles começarem a se aproximar e gritou novamente. Só que desta vez os pássaros não se dispersaram.

Algo no ar impediu que os Pidgeys concluíssem o seu ataque. O poder do pequeno Pokémon supostamente fez com que o ar se distorcesse, um brilho lilás surgindo por um breve instante próximo à criatura, fazendo com que os pássaros fossem atingidos por sua própria velocidade. Estes, assustados, acabaram desistindo e voando na direção oposta, enquanto a jovem procurava alguma maneira de chegar até o rapaz, neste momento caído do outro lado do tronco.

— Está muito machucado? Consegue andar até a cidade? — Himiko acabou pulando por cima do grande caule ao chão. Não havia sangue nos ferimentos, porém era evidente o estrago causado pelos Pidgeys ao homem. Seu jaleco tinha um grande rasgo nas costas, por onde se via pelo menos três marcas roxas das bicadas.

— Hurgh… Acho que sim… — ele respondeu, ainda gemendo de dor. Seu rosto arredondado expressava o desconforto que sentia. Talvez com uns dez quilos a menos ele teria conseguido se desvencilhar dos pássaros, ou pelo menos minimizado os danos.

— O que aconteceu? Você está sem seus Pokémon?

— Estava fazendo anotações sobre o ciclo de vida das Wurmples, achei que não seria problema deixar a mochila de lado para subir nas árvores…

Então o Pokémon que usei é dele… Mas porque ele não deu as ordens quando teve oportunidade?

— Entendo. Temos que ir até a cidade — disse ela. — Mas agora precisamos achar uma maneira de passar por esse tronco…

A preocupação de Himiko não se fez necessária. Havia um pequeno espaço por onde eles poderiam passar, algo que a garota se surpreendeu ao perceber. Não é possível que eu não tenha visto isso quando precisei antes.

— Qual o seu nome? — perguntou ela

— Marlon. Mas todo mundo me conhece como Professor Birch.

Foi uma caminhada silenciosa, apesar de que as dúvidas fervilhavam na cabeça da garota. O pequeno Pokémon ia na frente, abrindo caminho, enquanto a jovem apoiava o rapaz em seus ombros. Não demoraram muito a chegar ao centro de pesquisas, aonde foram recebidos pelo assistente no instante em que notou a chegada da pequena comitiva.

— Arceus! — disse ele, largando o que quer que estivesse fazendo em sua mesa. — Deixe que eu o ajudo…

Como não havia nenhum dano mais sério, os primeiros socorros do assistente e a ajuda ocasional de Himiko foram suficientes para fazer os curativos. A situação só se complicou minutos depois, quando Brendan apareceu, ofegante, perguntando assim que chegou:

— Meu pai já… — Brendan calou-se quando se deu conta do que via. Birch estava sentado, enquanto o assistente colocava o último emplasto em suas costas. Ao seu lado, Himiko sorriu para o garoto, deixando-o mais desconcertado do que era de se esperar. — O que aconteceu?

— Ele foi atacado por Pidgeys na floresta. — respondeu o ajudante.

Brendan olhava meio surpreso para seu pai, que sorria apesar dos ferimentos, em um claro sinal de que havia sido só um susto e não havia motivo para preocupação. Logo em seguida, o garoto fitou o olhar embaraçado de Himiko. Mas foi só quando notou o Ralts que se apoiava na perna dela que ele perdeu a compostura.

— Não me diga que esse é…

— É sim, filho, — Marlon respondeu, interrompendo o garoto. — e se não fosse por ele eu não estaria aqui nesse momento lhe contando isso.

— Mas pai, e a pesquisa? Você sabe mais do que ninguém o trabalho que tivemos pra conseguir esse filhote e…

— Menos, filho. A gente dá um jeito.

Himiko se encolhia ao ouvir a pequena discussão entre os dois. Será que fiz certo em mexer na mochila dele?

— Até porque — continuava Marlon — acho que o nosso pequeno vai estar muito melhor com essa treinadora do que estaria com a gente.

Pai e filho agora olhavam para Himiko. Ela não podia estar mais envergonhada.

— Desculpa, mas não posso aceitar. — disse ela. — Eu não sou uma treinadora ainda, não tenho licença…

Todos os presentes na sala se chocaram. Marlon até que tentou disfarçar, mas seu filho não conseguiu manter a compostura.

— Como você se atreveu a…

— Menos, filho. — Marlon o interrompeu, tentando evitar que a situação piorasse.

— Menos pra você, pai. Não foi você quem passou noites em claro esperando por uma reprodução interespécies em meio natural…

Himiko estava rubra, tamanho o constrangimento. Pai e filho brigando por minha culpa…

— Chega de chorar o Moomoo Milk derramado, ficar com raiva não vai mudar o que aconteceu! — Marlon subiu um pouco o tom de sua voz, fazendo o filho se calar. — E não providenciar uma licença pra essa garota depois do que eu vi seria um desperdício!

O pequeno Ralts estava agora abraçando a perna direita da garota, ela completamente absorta em seu constrangimento para compreender o que acabara de ouvir.

— Então… Seu nome é Himiko, não é? — Brendan se virou para ela, enquanto se aproximava. — Se você é tão boa quanto meu pai diz, me mostre! Te desafio para uma batalha! Agora!

— Calma, aqui não! — o assistente finalmente interviu. — Vão destruir tudo aqui dentro! Procurem outro lugar!

— Tá bom! Daqui a meia hora, na rota 103. — nesse momento, Brendan encarou Himiko de tal forma que ela deu um passo para trás. — E ai de você se não aparecer!

O garoto saiu do laboratório batendo a porta. Nem parecia que estava tão preocupado com seu pai minutos antes.

Marlon virou-se para a garota, sentindo que devia uma explicação.

— Eu peço desculpas pelo meu filho. Ele é meio estourado às vezes.

— Tudo bem. — respondeu ela, envergonhada. Porque será que eu me identifiquei com isso?

— Olha, pode parecer estranho o que eu vou te pedir agora, mas eu no seu lugar iria atrás dele. Acredito que vai ser uma boa experiência tanto para você quanto para o nosso pequenino aqui. — Birch sinalizou com o rosto para o Ralts.

Himiko olhou para o professor, concordando com o olhar. Não é como se eu não quisesse dar uma surra nesse moleque.

E acabou saindo do laboratório minutos depois, já com a informação de como chegar ao local marcado; o Ralts contido em sua pokébola. Ao virar-se em direção a Rota 103, porém, percebeu que as coisas iriam demorar a melhorar. Natsumi estava na porta de casa, do lado de fora, e não parecia estar nada alegre ao ver Himiko saindo do laboratório.

— Porque será que eu já imaginava que isso iria acontecer? — perguntou ela, sarcasticamente.

Himiko não respondeu. Conhecia bem demais a mãe que tinha, e sabia que tudo o que dissesse poderia se voltar contra ela.

— Você não aprende mesmo. Já foi encher o saco do professor para ele te dar um Pokémon, não foi?

— Foi por acaso, mãe, você não ia acreditar se eu te…

— Parece que você conseguiu agora, não é? Vai bancar a criança agora e sair pra disputar a liga? Faça-me o favor…

— Já devo ter te falado umas cinquenta vezes, mas você finge que não me escuta… — Himiko já estava perdendo a paciência. Devo ter acordado com o pé esquerdo, só pode.

— De novo com essa historinha, Himiko? Achei que você já tinha superado!

— Ótimo. — Himiko entrou em casa, rumando a seu quarto, enquanto sua mãe a seguia. — Ótimo. Se você é covarde a ponto de dar as costas para sua filha desse jeito, não tenho mais porque ficar dando satisfação do que eu faço.

Ela pegou sua mochila e foi colocando peças de roupa dentro aleatoriamente. Natsumi parou em frente à porta do quarto, convenientemente fechando a passagem.

— Aah, mas você não vai fazer isso.

— Agora não tem mais volta. Se você não estivesse cega por aquele cafajeste não teria deixado isso acontecer.

— Himiko…

— Você nunca acreditou em mim, mãe! — a garota colocou a mochila nas costas. Não conseguira colocar metade do que desejava levar, mas talvez fosse melhor assim. — Eu já tenho dezessete anos, não é você quem vai me impedir de fazer o que quero.

Ela passou pela porta, trombando de qualquer jeito com sua mãe ao sair do quarto. Mesmo com o susto, Natsumi ainda tentou segurar o braço da garota, mas ela conseguiu se desvencilhar.

— Se você não tem coragem de ir atrás, eu tenho. — disse Himiko, antes de sair pela porta.

Ela sentia como se tirasse um peso de cima de suas costas. Mas ela não fazia ideia dos problemas que isso iria lhe causar.


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Notas finais do capítulo

Gostou? Não gostou? Porque?
Por favor, deixe suas opiniões em um comentário. Faz bem para a história, pois pode se tornar melhor, e faz bem pro ego também, devo ser sincero.
Ah, no final de cada capítulo, vou deixar informações sobre a posicão de Himiko no jogo, para servir de comparação.

Status do time:

Pokémon: 1
Ralts Lv.5; Bold, Synchronize