Um mês de desespero escrita por Leon Yorunaki


Capítulo 13
XII: Torment


Notas iniciais do capítulo

Quando você está com o desenvolvimento da sua fic na corda bamba, a ponto de atrasar capítulos, o que você faz?
( ) Escreve feito um condenado para compensar
( ) Mantém o pique de sempre para não decepcionar os leitores
(X) Começa a escrever outra fic e esquece da long

Pois é... Calma, não se preocupem, o capítulo de hoje está são e salvo, e em dia. Ainda tenho duas semanas pra terminar o próximo capítulo, o que acho que consigo fazer. Pelo menos novembro está aí; posso não participar do NaNo, mas posso me obrigar a escrever mais enquanto as provas não chegarem, no mínimo.

Mas chega de falar de mim, vamos ao que interessa.



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A viagem entre Rustboro e Dewford foi bastante turbulenta, apesar da balsa trafegar por águas bastante tranquilas. Havia diversos motivos para que Himiko se sentisse atormentada durante o percurso, previsto para terminar ao final daquela tarde; o primeiro deles estava estampado na capa do jornal. Himiko não conseguiu resistir à tentação e curiosidade de comprá-lo.

A chamada de capa era bem mais sensacionalista do que a realidade, contudo; Himiko talvez fosse a única pessoa que pudesse identificar algumas diferenças.

Bugynus K. R. Blast, representante em exercício da Liga Pokémon em Rustboro, foi encontrado morto no início da noite de ontem (17) em uma escola no centro da cidade. Dois de seus Pokémon foram encontrados também no local; Anorith e Butterfree, este último ainda com vida, encaminhado ao Centro Pokémon da cidade.

O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios de Hoenn (DHH). Segundo a polícia, ainda não há suspeitos. O corpo do treinador não apresentava sinais de ferimentos, porém ambos os Pokémon apresentavam diversas perfurações.

Segundo o delegado Anneto Carsam, as investigações estão tratando o caso como terrorismo. “Temos que apurar com extrema cautela esse crime, pois ele possivelmente visa a desestabilizar a Liga [Pokémon]. Ainda é cedo para dizer, mas há a possibilidade desse crime ter relação direta com o desaparecimento de Roxanne [Felsen].”

Em nota, o Coordenador Geral da Liga Pokémon em Hoenn, Drake Bertelli, lamenta o ocorrido, definindo-o como “um ataque covarde à integridade da instituição” e reivindica que seja feita justiça, ainda que Bugynus, enquanto representante substituto, não seja diretamente filiado à Liga Pokémon.

Roxanne: Chegam ao terceiro dia as buscas à Roxanne Felsen, representante oficial da Liga Pokémon em Rustboro. Ainda não há pistas sobre seu paradeiro. Segundo testemunhas, Roxanne foi vista por último saindo da escola aonde trabalha como professora, ao final da tarde da última segunda-feira (15).

Com o assassinato de Bugynus ocorrido na tarde de ontem, a polícia passa a trabalhar também com a hipótese de homicídio, estendendo as buscas para o entorno da cidade. Há suspeitas de ligação entre ambos os crimes.

Himiko encarava a foto que ilustrava a reportagem, praticamente idêntica ao que ela presenciara antes de sair do ginásio, ainda sem acreditar no que lera. Seu cenho franziu-se enquanto ela voltava a ler a reportagem, palavra por palavra. Morto.

Não havia como não se incomodar.

Eu fiz isso… Não…

A garota levantou-se, encarando o oceano, como quem procurava o ar para respirar. Não foi o que pensei, eu só queria me defender…

E no instante seguinte, ela entendeu o que estava acontecendo. A qualquer momento, fariam a ligação entre a presença dela no ginásio e a morte de Bugynus. Cedo ou tarde, o nome Himiko Senri seria a prioridade da polícia e, com toda a certeza, iriam encontrá-la rapidamente.

Ela olhou para baixo, ainda sem saber o que pensar. Por um momento, pensou em pular do navio, esperando ser encontrada por alguma espécie de Pokémon carnívora que pudesse acabar com o tormento. Acabou desistindo da ideia quando percebeu que uma de suas pokébolas se agitava. Aparentemente, a ligação de Futa com a garota era tão forte a ponto de eles se influenciarem mesmo enquanto ele se encontrava aprisionado.

Muito estúpido da minha parte, pensou ela, tentando imaginar o que Futa diria naquele momento. O bom-senso da treinadora impedia que ela o libertasse; sabia que ele não reagiria bem. Não vou me desesperar ainda. Não ainda.

Pensando bem… talvez não seja tão ruim assim ir pra cadeia. Talvez finalmente se importem comigo em vez de fugirem…

Os devaneios de Himiko foram interrompidos no meio da manhã, no momento em que o condutor da balsa anunciou que fariam a parada prevista no porto de Petalburg. Apesar de ligadas por terra, o tráfego entre as duas cidades era bastante limitado devido a existência da floresta, de modo que boa parte do trânsito de pessoas ocorria por via marítima. A garota não compreendia exatamente o porquê, porém não reclamou, mesmo sabendo que essa parada representava uma demora até a chegada em Dewford.

Isso é, se eu conseguir chegar.

Himiko sentia-se apreensiva; sua preocupação nada tinha a ver com o pacote azul que carregava. Ela sentia um gelo na espinha apenas em observar os outros passageiros. E se um deles for um policial? E se já estiverem atrás de mim?

A treinadora decidiu por se trancar no banheiro durante a parada. O medo de ser pega começava a assumir traços de paranoia. Espero que ninguém precise usar o banheiro…

Os quarenta minutos que se passaram foram os mais angustiantes que Himiko já vivera, incluindo nessa conta a ocasião na qual ela havia sido presa pelos Rockets no dia em que ela adentrara escondida em sua base de operações. Seu corpo tremia; o coração parecia querer abrir espaço por entre suas vértebras e escapar, tamanha a intensidade dos batimentos; sua respiração se tornava pesada, o que era agravado pelo suor que escorria por seu rosto a ponto de incomodá-la…

Foi quando o navio tornou a se movimentar que a garota tomou coragem de sair de seu confinamento. Ainda procurando por algum sinal de anormalidade, Himiko começava a respirar mais aliviada quando percebeu que nada havia mudado desde o início da manhã, com exceção do sol, que agora batia a pino.

Ela havia até então ignorado que Bugynus não era nem um pouco inocente. O agora falecido treinador havia claramente tentado atacá-la; era também o provável responsável pelo desaparecimento de Roxanne (por algum motivo, ela evitava de pensar na palavra “morte”, ainda que para ela estivesse claro pela foto que vira; estava abalada demais para digerir tal informação).

Nesse exato momento, enquanto caminhava por um dos estreitos corredores, Himiko foi surpreendida por alguém que cutucou seu ombro.

A garota não aguentou a tensão; desmaiou antes de conseguir olhar para trás.

— — —

— Ela vai ficar bem?

— A pressão dela parece ter diminuído, creio que vai melhorar logo.

Himiko abriu devagar seus olhos; um suave aroma floral parecia lhe despertar. Sentia a cama se movimentar, denunciando que ainda se encontrava no navio. Aparentemente, estava em uma das cabines, visto o tamanho reduzido do cômodo que ocupava. Tentou levantar a cabeça, com o intuito de ver a quem pertenciam as vozes que ouvira, mas sentia seu corpo pesado demais para fazê-lo.

— Himiko! — a voz de Brendan soou levemente desesperada. A garota demorou um instante a reconhecê-lo — O que houve com você?

A treinadora olhou para seu colega, ainda tentando entender como havia ido parar ali. Sua mente ainda funcionava devagar, ainda não recuperada perante aos acontecimentos da manhã, enquanto sentava-se na cama.

— Eu… não consigo me lembrar…

— Imagino que tenha sido estresse. — o outro ocupante da cabine se pronunciou. — Você sente alguma dor ou outro tipo de incômodo?

— Minha cabeça dói um pouco… — exclamou ela — mas não chega a in…

— Bello!

Um Bellossom pulou para a cama de forma súbita, surpreendendo a garota. Ele a analisou por um momento, decidindo por cutucar as costas dela.

— Ah, não ligue pra ele, está só tentando ajudar. — o rapaz riu. — Aliás, nem me apresentei; meu nome é Darlan; esse é meu Bellossom, Floriano.

— Bello!

— Agradeça a ele por estar melhor agora, — continuou Darlan — seus batimentos estavam muito acelerados, então pedi pro Floriano usar o ataque de aromaterapia em você.

Himiko sorriu. Não sabia bem o que dizer. Se por um lado os pensamentos paranoicos lhe davam uma trégua, a preocupação com o acontecido na véspera não a abandonara. E ela sabia que logo viriam as perguntas.

— Aconteceu alguma coisa? — Brendan perguntou. — Você ficou séria de repente…

— Se quiser, posso deixar vocês a sós por um tempo… — a pergunta foi inoportuna o suficiente para ser percebida também por Darlan, que também notara a expressão da garota.

— Deixa pra lá… — Himiko encerrava o assunto.

— Então… — Darlan tentava salvar o clima — o que vocês vão fazer em Dewford?

— Na verdade, estou indo pra Slateport, — respondeu Brendan — mas não tem viagens diretas até lá, então vou acabar passando a noite em Dewford.

— Eu estou indo encontrar um conhecido. — mentiu Himiko. Não queria falar sobre o pacote que levava, com medo de atrair atenções indesejadas. — E você, Darlan?

— Ah, eu fui contratado para trabalhar na cidade, se tudo der certo eu começo amanhã…

— Que legal! — exclamou Himiko, analisando o rapaz. Ele parecia ter algo entre vinte e trinta anos; seu rosto arredondado inspirava bastante seriedade. Os cabelos eram curtos e despenteados, tão escuros quanto seus olhos. — Você trab…

A pergunta de Himiko foi interrompida por uma sirene que começara a soar dentro do pequeno cômodo em que se encontravam. A garota, confusa, logo percebeu que o barulho vinha de dentro de sua mochila.

— Não sabia que você tinha um Pokénav, Himiko! — Brendan sorriu, enquanto a treinadora se preocupava em encontrar o objeto na mochila, ao mesmo tempo tentando não revelar a existência da encomenda para Steven. Sabia que apenas uma pessoa poderia entrar em contato com ela daquele modo.

— Com licença. — desculpou-se a garota, enquanto abria a porta para sair. Ela logo agradeceria a si mesma por ter conseguido aquele momento de privacidade.

— Espero que esteja tendo uma boa viagem, Himiko! — a voz do Sr. Stone ecoava pelo Pokénav. — Tudo bem até aqui?

Himiko sentiu vontade de dar uma resposta ácida ao senhor, tendo em vista o que passara, porém achou melhor se conter, enquanto ainda se afastava da cabine aonde Brendan e Darlan se encontravam.

— Suponho que poderia ser pior, — respondeu ela — ainda estou com o pacote…

— Você chegou a ver as notícias?

Himiko tinha alguma esperança de que ele não soubesse de nada a respeito do acontecido no ginásio de Rustboro na véspera. Talvez não fosse o objetivo dele ser sarcástico. Era possível que Rochard Stone não tivesse nenhuma segunda intenção com aquela pergunta. Havia a possibilidade de ele realmente estar preocupado com Himiko, sem tentar brincar com os sentimentos dela.

Para a garota, porém, a última pergunta dele indicava que nenhuma das afirmações era verdadeira.

— Você está tentando me matar?! — gritou ela. — O que você pensa que está tentando fazer?

— Tenha calma, Himiko! Eu…

— Tenha calma é uma pinóia! — ela se descontrolava. — Você acha que isso é um jogo? O que você quer, afinal, brincar comigo? Uma hora eu perco a cabeça e faço você perder a sua também!

Himiko respirou fundo. Não queria ter dito tudo aquilo, mas não conseguiu se conter. Por outro lado, o Sr. Stone continuava aparentemente tranquilo do outro lado da linha.

— Já terminou? — perguntou ele. — Posso contar a minha parte agora?

Himiko engoliu em seco, talvez arrependida.

— Primeiro de tudo, — continuou ele — não vou fingir que não sei o que houve ontem, mas também acho que ninguém mais precisa ficar sabendo. Mesmo que não fosse quem ele era e na situação que foi, eu ajudo quem me ajuda. E você merece bem mais do que isso.

Uma faísca de esperança brotou de Himiko naquele momento. Esperança de sair ilesa da encrenca em que havia se metido.

— Devo dizer que a informação que você me forneceu foi bastante valiosa. Digamos que os jornais de amanhã vão ter notícias melhores que as de hoje. — ele conseguia sentir o gosto do alívio de Himiko enquanto falava. — Mas não foi pra te dizer essas coisas que eu te liguei.

— Entendo. — respondeu a garota. — Desculpe-me pela grosseria, não estou no meu melhor dia.

— Desculpas aceitas, vou fingir que você nunca me falou aqueles impropérios. Como eu ia dizendo, esse pacote que está com você é para um rapaz chamado Steven. Não tive tempo de lhe dizer mais cedo, mas ele está trabalhando com a restauração arqueológica em uma caverna próxima à cidade. Consegui falar com ele mais cedo e avisei que a encomenda estava a caminho. Seria interessante se você fosse até lá ainda hoje.

— Não é como se eu tivesse algo mais importante pra fazer…

— Me ligue caso aconteça qualquer coisa. Aliás, me ligue assim que entregar o pacote para ele.

— Está bem. — concluiu a garota. — Desculpa mais uma vez.

— Desculpar por que? Juro que eu não lembro… — ele riu. — Vou aguardar sua ligação. Abraços.

Himiko olhou para o mar, localizando uma grande ilha ao horizonte que talvez fosse Dewford. O sol já não brilhava mais tão forte, o que indicava que estavam no último trecho da viagem. Acho melhor voltar para a cabine, não quero criar mais problemas…

— — —

O desembarque dos passageiros, não muito depois, foi bastante tranquilo. Darlan e seu Bellossom logo se despediram devido a um compromisso. Himiko esperava que Brendan fizesse o mesmo; considerava que seria bastante desagradável ser ela a partir sem dar satisfações, além de estar decidida a manter segredo sobre a encomenda.

Como era de se esperar, ao considerar a sorte de Himiko, Brendan decidiu por segui-la. Apesar de perceber que a treinadora o evitava, ele não parecia desistir; ao mesmo tempo, contudo, não tinha coragem para perguntar o que havia de errado.

A garota logo notara que estava sendo seguida pelo colega. Ela estava decidida a não falar com ele; pelo menos não enquanto não encontrasse Steven para entregar aquele bendito pacote. Não era lá muito sensato, considerando que com Brendan lhe seguindo seria bem mais difícil de se concentrar na tarefa.

Cerca de vinte minutos haviam se passado nessa situação. Himiko seguia a frente, desejando mais do que nunca estar sozinha para variar, enquanto Brendan ia atrás, sem de fato desejar alcançá-la, o que poderia facilmente fazê-lo caso apertasse um pouco o passo. Os dois pareciam competir para ver quem aguentaria mais tempo naquelas condições.

E se o fosse, Himiko perderia.

— Quer parar de me seguir, caramba! — resmungou alto a garota, sem se virar.

— Eu não estou te seguindo. — retrucou Brendan, apertando o passo e se aproximando, mas sem alcançá-la. — Mas tenho a impressão que você está tentando fugir…

— Eu não estou fugindo de você, seu bobo! Estou indo para a Caverna Granitoide.

— Ora só, que coincidência. Estou indo pra lá também. — respondeu Brendan, em um tom levemente irônico.

— Achei que você estava a caminho de Slateport, não foi o que me disse?

— O navio pra lá só sai amanhã, tenho tempo o bastante. Dizem que a Caverna Granitoide é um dos únicos lugares aonde ainda há Mawile selvagens e eu quero ver isso de perto.

— Pois bem, então vá e não me encha mais o saco!

— Mas foi você quem começou, Himiko!

— Olha aqui, Brendan! — a garota parou, virando-se para seu perseguidor. — Eu não tou em um dia legal, então eu agradeceria muito se você me desse um pouco de tempo e espaço. Pode ser ou tá difícil?

Brendan chocou-se com a atitude da treinadora a sua frente, mas não perdeu a esportiva.

— Até parece que eu me importo com você a esse ponto… Pode ir, não tem problema, mas eu vou continuar indo atrás de você, queira ou não!

— O que você quer, afinal?

— Eu já te falei, Himiko. Eu vou pra Caverna Granitoide ver se encontro algum Mawile selvagem. E você, vai fazer o quê?

— Não é da sua conta!

— Ai, que medo, a Himiko tá sendo grosseira comigo… Ei, não me deixa falando sozinho aqui!

Himiko havia virado as costas e retomado seu caminho até a caverna.

— Eu pensei que você podia ser uma pessoa bacana, sabe? — gritou ele, ainda parado, enquanto ela se afastava. — Mas parece que você é só uma menina mimada que deu um pouco de sorte!

— Não enche, Brendan! — respondeu ela, sem se virar.

O garoto começou a correr atrás de sua colega, não demorando a alcançá-la.

— Vai, me conta, o que tá te deixando tão azeda assim?

— Já te falei, não enche!

— Quem foi que trocou aquela menina meiga que eu conheci sábado por essa chata?

Himiko parou novamente, encarando o semblante preocupado de Brendan.

— Você tá querendo se machucar, não é?

— Eu tou querendo ajudar, mas você não colabora…

— Ah, a culpa por você estar me seguindo faz meia hora agora é minha?

— Olha na minha cara, Himiko! — Brendan estava perdendo a paciência. Na verdade, já havia perdido, mas seu orgulho não deixava que ele a abandonasse dessa forma. — Você tenta parecer forte, mas eu sei que não tá aguentando o tranco. Vai, me conta, o que tem de errado?

— A única coisa que tem de errado é você torrando a minha paciência. Será que você não se tocou ainda?

Brendan pareceu finalmente se dar conta de que não conseguiria fazer Himiko falar. Pelo menos não com aquela abordagem.

— Tá bom, eu já entendi. Vai lá, não vou mais falar contigo.

Himiko tornou a caminhar até a caverna, que nesse momento já se encontrava visível. Deu mais uma olhada na mochila enquanto isso, como quem queria ter certeza de que o pacote azul ainda estava lá. Continuou a andar, encontrando finalmente a entrada da Caverna Granitoide, que fazia jus a seu nome. A construção rochosa, levemente avermelhada, continha um padrão variavelmente impregnado de minerais negros, dando uma aparência bastante peculiar à construção natural.

A garota percebeu que seria bastante difícil navegar por entre as rochas naturalmente esculpidas, visto que a formação rochosa se aprofundava abaixo da superfície e bastante distante da entrada. Estava prestes a desistir quando notou uma fonte de luz que aparecera às suas costas. Himiko olhou para trás, desejando com todas as suas forças que não fosse Brendan segurando uma lanterna. O que, obviamente, era.

— Eu já não falei pra parar de me seguir?

— Dá pra ficar quieta, Himiko? — Brendan sussurrou, em um volume suficiente para que a garota pudesse ouvi-lo. — Você vai espantar os Pokémon desse jeito.

— E daí? Seu problema, não meu.

— Olha aqui, Himiko. — Brendan parecia estar no seu limite. — Meu pai me fez prometer que eu seria um cara bacana com você depois do que aconteceu sábado, mas você consegue ser insuportável, sabia?

— Obrigada pela parte que me toca…

— Dá pra você pelo menos fingir que é uma pessoa bacana, — insistiu ele — pelo menos do jeito que você pareceu ser semana passada?

— Vamos parar com essa gritaria aí!

Os dois se viraram, tentando localizar de onde vinha a voz. Claramente havia mais alguém na caverna e, pela intensidade do som, ele estava bastante próximo.


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Notas finais do capítulo

Não sei vocês, mas eu achei que a história estava ficando dramática e cansativa demais. Acho que um pouco mais de interação humana faz bem, ao ponto de anuviar um pouco o angst.
No mais… Acho que todo mundo sabe como vai começar o próximo capítulo. Mas isso não significa que não haverá surpresas nem tensão.

Notas do in-game: Eu deveria ocultar essa seção por uns capítulos, visto que alguns acontecimentos estão em ordem trocada na fic em relação ao jogo. Para não fazer isso, vou repetir os dados desatualizados para evitar spoilers. Até porque, a essa altura, teríamos três alterações no time, que nessa altura do jogo continua com 5 membros.

Status do time:
Pokémon: 5
Ralts Lv. 17; Bold, Synchronize.
Bellsprout Lv. 18; Bold, Chlorophyll
Swellow, Lv.23; Mild, Guts
Hoppip, Lv.15, Lax, Chlorophyll
Igglybuff, Lv.16, Bashful, Cute Charm

Mortes: 3 +0 = 3



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