Uma semana se passou e eu e Brittany continuávamos a nos encarar com sorrisos, e nunca passava disso. Eu já havia admitido para mim mesma que queria ela. Queria muito. Queria conhecer, queria beijar, queria ir pro cinema junto, queria brincar, queria fazer tudo o que tivesse direito. Isso era novo pra mim. Nunca havia me sentido tão conectada com alguém que eu nem conhecia, que eu nunca havia trocado uma palavra sequer. Falando em querer, eu percebi que não queria o Joe. Nunca quis direito. Foi só uma amizade que tomou um lado errado. Eu gostava dele como amigo, apenas, e deixei isso bem claro pra ele. Ficamos bem e continuamos amigos depois de tudo.
Estava andando pelo corredor com meu amigo, Noah. Nos sentamos em um banco e começamos a conversar sobre relacionamentos e pessoas interessantes na escola. De repente, Noah apontou para uma menina que surgia ao longe. Logo reconheci Brittany, agora com o cabelo loiro por completo, ainda mais bonita que na semana anterior.
— Sabe o nome daquela menina ali? — Ele perguntou. Senti meu coração disparar.
— S-sei. Brittany. — Respondi encarando a garota.
— Gata. Vou pegar ela. — Ele falou convencido.
— Cara, não fala assim. É ridículo. "Pegar". — Falei sem paciência.
— Nossa, desculpa. Parece até que gosta da menina, eu hein.
Me desculpei com Puckerman por ter me exaltado. Pode parecer egoísta, mas eu realmente não queria que ele ficasse com ela, ele "pegava" umas quinze meninas por semana.
Em menos de dez minutos, todo o nosso grupo de amigos já conhecia Brittany como a próxima vítima de Noah.
Minhas amigas avaliavam a garota, meus amigos concordavam que ela era gata, e eu ficava entre eles, calada.
No intervalo de almoço, Noah chegou na nossa mesa claramente chateado. Ele ficava assim quando algo não dava certo. Logo imaginei que ele havia levado um fora.
— O que foi, Puckerman? — Quinn perguntou. Era sempre a mais curiosa.
— Aquela menina, a Brittany, uma amiga dela me disse que ela tem namorado. Já faz dois anos, ele tá na faculdade. Não vou nem tentar.
Suspirei levemente e falei:
— Poxa...
O poxa foi entendido pelos meus amigos como se eu quisesse consolar Puck, mas na verdade, eu estava tentando consolar a mim mesma.
Se ela estava namorando um homem há dois anos eu tinha duas vezes menos chances do que pensei que poderia ter. Primeiramente: ela é provavelmente muito hétero. Segundo: ela tem um namorado, já faz dois anos. Deve gostar mesmo dele. Logo pensei que o melhor seria desistir, mas quando me levantei e fui beber água, lá estava ela. Antes séria, mas quando encontrou meus olhos, sorriu. Eu não aguentei e sorri de volta. Desistir não seria tão fácil assim.