A Rainha Vermelho Sangue escrita por LolitaScarlett


Capítulo 1
Capítulo Único




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Há muito tempo atrás, onde as nobres asas de um pássaro cansado não ousariam chegar, havia um reino chamado Marks ele era governado pelo rei. Um homem justo e nobre que tinha conquistado a paz em uma guerra existente a gerações contra o reino de Degrov. Seu primogênito e único filho Derik tinha dezesseis anos, idade o qual não aparentava, era alto e de porte atlético, tinha o rosto pontiagudo e raríssimos olhos cinzas, diziam ser muito galante e muito gentil. Sua mãe, a rainha Amanita morreu quando o pequeno príncipe tinha cinco anos, ninguém sabe muito bem o que aconteceu com ela. Marks era um reino feliz e prospero.

Do outro lado do reino morava em uma pequena vila a não tão conhecida família de padeiros. Pela sua província era até bem famosa e prestigiada, mas claro que os créditos não eram dos pães, longe disso, mas sim pela beleza ingênua da mais nova, entre as três filhas do casal. Aos poucos, essa historia se espalhava, tornando-se lendas, lendas que traziam uma bela moça de pele branca como a neve e cabelos pretos como o ébano ou como uma donzela presa em uma torre ou até mesmo uma menina de beleza tão angelical que seduzirá até o mau em forma de lobo.

Este dia em questão, tinha muito potencial para ser mais um daqueles chatos e monótonos. Não se fazia muito barulho apesar da agitação das pessoas, o céu nublado, parecia muito cansado para derrubar suas lagrimas pelo chão.

Na casa da família do padeiro havia uma garota de cabelos longos e ruivos de um tom quase vermelho fogo, uma pele branca, lábios rosados e olhos indecifráveis. Ela se encontrava sentada na janela, balançava suas pernas em um ritmo que tocava apenas em sua cabeça, enquanto acompanhava as letras do livro que dispunha em suas mãos. Os pensamentos da garota foram interrompidos pelo soar das trompas que anunciavam a chegada de uma visita especial, talvez a mais importante que qualquer pedra daquele lugar tenha presenciado.

O pai da garota se encontrava na cozinha ajeitando ligeiramente a ultima bandeja de petiscos e lanches a ser levada ao banquete, ao ouvir as trompas deu um pulo de susto, se aproximou da janela onde estava a filha e encarou a carruagem que se aproximava da vila.

- Vamos Melina minha filha! – Chamou o homem gorducho pela garota que ainda se encontrava na janela concentrada no livro, mesmo quando o homem já tinha saído de perto dela. – Leve essa ultima bandeja para sua mãe e depois chame suas irmãs, pois vocês ajudarão a servi a realeza.

- Certo papa. Estou indo. – Falou já pulando da janela e deixando o livro em cima de uma superfície qualquer.

Logo já era noite, Melina tinha feito uma trança em seus cabelos e agora ajudava seu pai a arrumar a cozinha da padaria. Quando deu a hora ela foi chamar as suas irmãs para irem trabalhar, não pouca foi a sua surpresa ao deparar com as duas com os rostos que de tão coloridos lembravam palhaços. Elas com certeza tinham exagerado, Melina sabia que reclamar seria em vão então deixou tudo como estava.

Logo elas chegaram a maior casa da vila, que pertencia ao cobrador de impostos. O jantar seria realizado lá, pois de todas as fajutas casas daquele local, aquela era a que mais se aproximava de uma que seria digna de hospedar a família real.

As três irmãs e seus pais entraram pela porta do fundo, Melina logo que entrou encontrou sua melhor amiga Sarah, elas sorriram uma para a outra e se abraçaram, Sarah entregou a ela um avental que logo foi colocado e depois uma bandeja que dispunha bebidas.

Quando olhou ao redor Melina viu que suas irmãs e sua mãe já saiam para servir a bebidas, e seu pai preparava as coisas de ultima hora. Logo ela se pós a trabalhar, ela tentava ficar perto da área das pessoas da vila. Deus livra-lhe de chegar perto da família real e fazer algo errado!

Tudo ia-se bem ao decorrer do jantar, porem ela que agradeceu cedo de mais, pois logo depois desse seu pensamento, ela viu uma confusão perto do lugar que ela tanto evitara, tudo ainda estaria bem se não tivesse visto a sua irmã Stelle entre a confusão. Logo ela aproximou-se e tentou entender a confusão, abaixou-se pedindo desculpas enquanto pegava os utensílios depositados desordeiramente nos ladrilhos. Em questões de segundos ela topa sua cabeça com outra, o que a deixa desorientada, seus olhos se encontram com os olhos azuis mais profundos que já vira, se sente afundar na imensidão daquele mar, até que uma simples palavra à tira de seus devaneios.

- Majestade. – Repetiu a voz distante.

- Estou bem – Respondeu rápido. – Você está bem senhorita? – Caiu em mim e me recomponho.

- Sim. Obrigada majestade. – Falo fazendo uma vênia. – Desculpe-me.

- Não há com o que se desculpar. – Falou em um tom galante.

Naquele momento todos ao redor perceberam que aquele ato teria grandes consequências. Foi como se duas almas gêmeas tivesse se encontrado e realmente foi o que aconteceu, a junção de dois corações que nem sabiam que estavam incompletos.

O príncipe acabou prolongando sua estadia na pequena vila, e passando cada qual dos momentos possível com Melina, a donzela que ele já considerava sua. A mãe da garota ficou extremamente feliz, afinal sua garotinha casaria com o príncipe, o pai conformado e feliz pela filha mais nova, as irmãs no inicio ficaram com inveja, porem aos poucos viram como nasceram um para o outro.

Em três meses de cortejo, o príncipe pediu Melina em casamento e ela não tardou a aceitar, pois apesar do pouco tempo nenhum dos dois conseguia negar a paixão que os consumia, que os queimavam.

***

Depois daquele evento o tempo passou-se ao vento, não brisas leves que refrescam aos poucos, mas aquele vento que apesar de prazeroso no momento sempre vem para anunciar a tempestade.

Já se faziam meses que Melina e o príncipe Derik, tinham casado. Foi uma surpresa quando o nobre príncipe do reino de Marks anunciou que iria casar com uma simples plebeia. Mas foi algo que fez a felicidade dos súditos em geral.

O negro tornou-se a cor do reino assim que o rei morreu de pneumonia, quando mal havia o casal de recém-noivos voltado da lua de mel. Logo os dois tiveram que arca com o peso de uma coroa. Degrov que ficava as fronteiras do reino parecia descontente por um rei de dezesseis anos ter subido ao poder. Já que pelas antigas tradições um regente deveria ocupar tal cargo ate que o jovem príncipe completasse dezoito anos.

Ao longo dos meses a paixão de Derik pelo dinheiro e pelo poder que ele oferecia crescia mais, passou a viajar entre as fronteiras cobrando mais e mais impostos a cada vez. Apesar de toda sua mudança o amor entre ele e Melina crescia cada vez mais, e ela apesar de temer essa obsessão apoiava o marido e rei em suas decisões.

Foi em um dia que o céu apresentava uma tonalidade rosada em decorrência ao por do sol que as consequências – ou ate mesmo destino – resolveram bater na portar do temido rei de Marks. Ele junto com sua comissão andava em sua carruagem em direção à uma das suas província, perto da fronteira com Degrov quando um bando de assassinos enviado por Sebastian rei de Dregrov matou todos os quarenta homens da comissão.

A noticia não tardou mais de uma semana para chegar aos ouvidos da rainha, a doce, gentil e indefesa Melina. Ela encontrava-se sentada no escritório do marido, assinando alguns papeis de estados, quando um guarda entrou esbaforido.

- Minha senhora! – Falou ele fazendo uma nervosa reverencia.

- Diga. – Ela disse sem tirar os olhos do papel e acompanhada da fala um gesto com a mão que simbolizava para ele continuar.

- Trago noticias do meu rei. – Essa simples frase conquistou a atenção da jovem moça. – Temo que não ira agrada-lha. – Ele fez uma pausa esperando algo que não veio. – Sinto informa, que o nosso rei foi morto. Temos fontes que nos fazem acreditar que foi uma emboscada, tramada pelos Dregov’s...

- Basta. – Ela o interrompeu com os olhos lacrimejados. – Saia daqui. – Falou com a voz fraca, enquanto passava as mãos pelo vestido. O guarda não pensou duas vezes antes de bater em retirada.

Assim que o som da porta se fechando ecoa pelo local, ouve-se um ruído, não baixo, não doce, não angelical. Era um grito desesperado cheio de ódio e de amargura, cheio de desejo por vingança. Um grito que veio do interior da alma e do fundo da garganta. Acima de tudo... Um grito de agonia.

Algumas horas se tinham passado, já não escorriam mais lagrimas dos seus olhos, apesar deles ainda estarem avermelhados. Ela já tinha arquitetado mil planos para se vingar do rei Sebastian e de seu reino, mas ate agora ela não achara nenhum bom o suficiente. Foi como se tudo estivesse trabalhando ao seu favor, quando os quinze dias de luto para com o rei passou, e ela recebeu uma carta falando sobre a visita de condes de Dagrov. Era como se os pássaros tivessem entrando de bom grado na gaiola.

Durante as três próximas semanas, homens e mulheres trabalharam arduamente para receber os lordes.

O reino de Dagrov nada desconfiava sobre Melina saber de seu envolvimento na morte do rei Derik, e tendo em vista a fortuna e materiais naturais do reino como metais e tecidos, tinha decidido enviar o conde mais rico de Dagrov, Caim de Abadom, para tentar desposar da recém-rainha viúva.

Logo os visitantes - homens, mulheres, empregas, guardas e crianças - chegaram, e para recebê-los a rainha ofereceu que fossem em uma pequena embarcação ate o castelo, pois teriam mais conforto e eles de bom grado aceitaram honrados.

Quando a embarcação estava a alguns metros do palácio, Melina ordenou que o barco fosse jogado em uma enorme trincheira. No momento do comando seus olhos ferviam em brasas e seus lábios se contorciam em um sorriso satisfatório, ela fez questão de ouvir os gritos de ajuda que eram exclamados, e ouvir neles o desespero que sentiu ao ter o seu amado lhe tomado à força, fez ela se sentir melhor, e ela ficou muito feliz em saber que isso não lhe trazia uma má sensação. Ela ainda não satisfeita, proferiu que eles enterrassem o barco para que garantisse que não restaria um vivo, e que os sobreviventes se sufocassem com o próprio ego.

Melina ainda não se via vingada, para ela, aquelas mortes não tinham adiantado em nada para vingar Derik, eram vidas sem valor, então retornou a orquestrar mais uma etapa da sua vingança.

Pelas contas da garota, em um mês tinham aparecido mais de dez interesseiros no seu reino e na coroa de seu marido. Ela os recebeu e lhes deu abrigo, eles beberam do seu vinho, comeram da sua caça, aproveitaram tudo que não eras deles, ela decidiu da um basta nisso e então viu que já estava na hora de continuar com sua vingança.

- Meus bons homens. – Ela levantou-se de sua cadeira a ponta da mesa, e encarou os homens dispostos por ela, e a movimentação de seus criados ao redor deles. – Tenho que oferecer a vós, meus bons homens e convidados para irem à casa de banho. O curandeiro real criou novas especiarias que faço questão que vocês sejam os primeiros a experimentar.

- Minha nobre rainha. – Falou um representante dos homens. – Seria um enorme desprazer negar tal privilégio. Onde estariam nossas boas maneiras? – Sorriu sarcástico e vitorioso. Logo após a refeição, os homens se retiram para a casa de banho pedindo licença, restando apena Melina, alguns guardas, e alguns criados.

- Dulio. – Chamei o guarda a minha direita que logo se aproximou. Fez uma reverência e falou um baixo majestade. – Leve os criados deles para a casa de banho... E coloque fogo em tudo, não deixe escapar nenhum, se alguém tentar fugir. Mate.

- Majestade. Posso perguntar algo? – Ele fala. Dulio era o braço direito de Derik, tinha escapado de está na comissão do rei no ataque por pouco, Melina o tinha como um bom amigo. Ela assentiu para que ele continuasse. – Eu não entendo. Por que matar esses Lordes e plebeus? Eles não tiveram nada haver com o ataque a Derik, a culpa foi inteira do Rei Sebastian.

- Sebastian é um rei. – Falou ela calma sem olha para o guarda. – A força de um rei está em seu povo, dos Lordes ate os seus súditos mais pobres, a maneira mais fácil de chegar ao topo é escalando. Alem de tudo eu não quero apenas destruir um rei, eu quero destruiu uma linhagem. – Ela finalmente o olhou e ele assentiu.

- Majestade. – Falou fazendo outra referencia para se retirar, olhou para os outros guardas. – Ouviram o que a vossa rainha ordenou! – Os guardas saíram em macha, naquele dia ela se sentiu um pouco mais viva.

Para terceira parte da sua vingança ela viu que ela mesma teria que ir atrás de seu alvo. Então ela enviou uma carta a Degrov, falando que tinha interesse em fazer uma aliança significativa. Eles cegos pela fortuna que ela poderia oferecer, não viram o perigo que estava nas suas palavras.

Quando ela chegou ao palácio um baile foi oferecido, todos comemoravam quando Dulio se arrastava pelas paredes do castelo junto a outros empregados a mando de Melina colocando seu plano em ação. Melina dançava com um dos Lordes quando uma menina de aparentes nove anos veio ao seu encontro, à garota a olhava admirada e tentava chamar sua atenção, o que foi obtido com êxito.

- Olá. – Falou Melina, abaixando-se para ficar da altura da menina, que não era tanta diferença. A menina riu, mas continuou calada. – Qual o seu nome?

- Sarah. – Ela não pode evitar sorrir ao lembrar-se de sua melhor amiga.

- Quer uma dica Sarah. – Ela falou, e viu o rei chamando todos para o banquete, não esperou resposta para continuar. – Não beba do vinho hoje. – Melina se retirou para onde estava sendo chamada.

Todos estavam em seus lugares à mesa, o rei fez um breve discurso antes deles começaram a refeição, todos começaram a comer de maneira barulhenta entre os sons da conversa, Melina esticou a mão para o lado impedindo que o rei Sebastian bebesse do vinho, fazendo dos dois os únicos a mesa – com exceção da pequena Sarah – que não tenham ingerido o liquido, o rei a encara por cerda de dois minutos quando as pessoas sentadas a mesa começam a sangrar, pela boca, olhos, ouvidos, nariz... Ate caírem à morte, envenenados. Os criados começam a se movimentar para ajudar, quando percebem os guardas se aproximando, prontos para matar. Uma faca no coração, garganta cortada, vez ou outra um leve duelo, assim se seguiram as mortes. Enquanto o rei e a rainha ainda se encaram, esperando atentamente pela hora certa do xeque-mate. Melina tira das vestes uma pequena adaga quando o rei é segurado por dois guardas, ela se aproxima lenta e ferozmente.

- Isso é pelo meu marido! – Ela gritou e por um impulso rápido cortou a garganta de Sebastian, mas ele ainda continuou vivo ate se afogar no próprio sangue, quando seus olhos ficaram brancos e o chão pintado de vermelho

Naquele dia Melina de sentiu vingada, para isso foram necessárias mais de sete mil almas e sangue em suas mãos.

Os anos se passaram Melina se tornou rainha de Marks e de Degrov formando o grande reino de Kokrav. Ela se casou com Dulio seis anos após a morte de Derik – que sempre foi seu grande amor -, adotou a pequena Sarah e teve um filho, Jack. Ela organizou um novo sistema de tributos para o reino, e espalhou e disseminou sua fé católica por ele todo. Ela foi uma rainha muito amada pelo seu povo.

É bom saber que nem sempre os contos de fadas terminam com, e todos viveram felizes para sempre, muitas vezes basta que, alguns sejam felizes o suficiente. Pois para o todo sempre existe uma exceção.


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Notas finais do capítulo

Bom espero que tenham gostado, comentem dizendo o que acharam, por favor!!!