Esboço escrita por Yuna


Capítulo 1
Único




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Havia cerca de um ano que ela, Hyuga Hinata, tinha se mudado para a casa ao lado da minha. Havia também um ano que eu sempre a observava da janela de meu quarto.
Ela era uma artista desconhecida, gostava de pintar. Possuia muito talento com o pincel, pintava com grande delicadeza, fazia aquilo por prazer. Era delicioso passar horas e horas vendo os desenhos serem formados pela ponta do pincel.
Magnífica era sua beleza, possuidora de uma enorme delicadeza, traços firmes e profundos, ao mesmo tempo tímidos. Seus olhos pareciam penetrar o mais profundo da alma de cada ser, desvendando seus mais estranhos segredos. Hinata me cativava, como nenhuma outra jamais havia conseguido.
Meus amigos já percebiam, assim como também comentava. Eu estava tolamente apaixonado. Quando passava ao seu lado na rua, agia como um idiota, querendo a todo custo cumprimentá-la. Quando ouvia a voz dela, porém, não sabia bem o que responder. Sentia que só pagava mico a frente dela. A única coisa que me motivava a continuar a fazer tal idiotice, era o sorriso meigo que nascia em seus lábios.
Apesar de tudo estar tão evidente, eu negava todo e qualquer sentimento por ela, que não fosse apenas a adimiração. Para todos os meus amigos, eu apenas gostava de vê-la pintar, sorrir e sentir a felicidade que ela emanava ao olhar para seus quadros quando os terminava. Dentro de mim, já era tudo falsidade. Eu a amava, e isso era a certeza que me mantinha de pé, em frente aquela janela.
Estavámos perto da Páscoa, ela transmitia ainda mais felicidade. Muitos trocavam ovos de chocolate entre si. Eu também a presentearia, e aproveitaria para me declarar. Era uma boa chance de eu ser feliz também. Mas, mudei de rumo quando cheguei em frente a sua casa e bati em sua porta.
Seu pai estava lá. Os olhos inchados, os lábios trêmulos. Olhava-me cansado, como quem não aguentasse mais o dia que tinha. A curiosidade apossou-se de mim. Atrás deles, um médico. Estranhei. Olhei pelo ombro de ambos, vislumbrando o sofá.
Ela estava lá, parada, pálida... Morta. Me senti camabalear, não aguentando o peso de minha consciência. Passei o dia com eles, então. Dei meus pêsames, tentando não desmoronar. Mas, eu chorava por dentro.
Depois daquele dia, nunca mais se ouviu falar na familía Hyuga. Os boatos diziam que todos eles haviam se mudado para a Inglaterra. Os quadros de Hinata, todos postos em leilão. Por uma mera sorte, consegui comprar um deles, o meu preferido. Neste, uma garotinha e um garotinho corriam de mãos dadas pela relva. Era o fim de toda aquele idiotice. E o meu amor por ela, era só um esboço perdido no tempo.


    Owari

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