Por Trás da Seriedade escrita por Lilly Belmount


Capítulo 8
Capítulo 8




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Na manhã seguinte, Jared se levantou mais cedo do que de costume. Ligou para Roberta, pedindo para que ela fosse até a casa de Cindy e pegasse sua roupa do colégio e se por acaso seus pais perguntassem, dissesse que ela estava dormindo. Mentir não era seu forte, mas as vezes até que dava certo. Após a tarefa realizada, ele começou a preparar o café da manhã. Ela não havia sequer se mexido. Ele cobriu-a, pois a manhã estava gelada. A mão macia dele percorreu o rosto quente dela, com o seu toque a garota começou a despertar calmamente. Ao vê-lo ali ao seu lado,velando seu sono, ela esboçou um sorriso e ele retribuiu do mesmo modo. Acordar com um belo sorriso poderia transformar o seu dia por completo. Os pequenos feixes que invadiam iluminavam a sala tocando uma pequena parte do rosto de Jared.

— Bom dia dorminhoca! — Exclamou ele beijando-lhe a testa.

— Bom dia! — Ela respondeu, sentando-se enquanto ajeitava os seus cabelos desgrenhados.

— Pronta para ir pro colégio?

— Mais ou menos — Respondeu ela desanimada — Tenho que antes passar em casa e pegar minhas coisas.

— Não precisa!

— Preciso sim! — Ela respondeu contrariando-o. Era necessário que comparecesse a sua casa antes de qualquer coisa que fizesse naquele dia maluco.

— Pedi pra sua amiga trazer suas coisas.

Ele sorriu e ela não acreditou no que ouviu. Ele foi até o quarto e logo voltou trazendo os pertences da garota. Ela sorriu de leve e o abraçou-o deitando a cabeça no ombros dele.

— Você não existe, Jared! — Exclamou ela.

— Claro que eu existo! Eu estou aqui recebendo o melhor abraço que alguém já me deu.

Ela se afastou um pouco para contemplar o rosto dele. Continuava sério, mas as linhas de seu rostos já mostravam-se mais leves. Jared conseguia dominar os seus pensamentos. Aliviava as suas dores. Ao levantar-se a garota sentiu uma pequena dor na perna esquerda, sentou-se novamente, erguendo um pouco a calça para dar massagem. Parecia como se um nervo tivesse sido puxado. Como aquilo doía. A dor era tão insuportável que lágrimas começavam a rolar o rosto da garota, não era normal sentir esse tipo de dor, exceto quando particava exercicios ao extremo. Jared começou a ficar preocupado, nunca tinha visto uma coisa dessas antes, no entanto ele não sabia como ajudá-la.

— Acho melhor te levar a um hospital — Disse ele por fim.

Hospital... Estava aí um problema maior do que a sua dor. Seu maior medo era um hospital. Era algo tão sem lógica que causava intrigas quando era esse assunto. O medo se explica ao momento de quando ela era criança, assistia muitos filmes onde, pessoas morriam no mesmo, e em algumas vezes o erro era medico, dentre outras coisa há mais que pudessem lhe perturbar a mente. Ninguém nunca entendeu o seu medo.O jeito seria evitar que ele levasse-a a força. Haveria algo que ela pudesse fazer para que não fosse até aquele maldito hospital. Protestaria de todas as formas necessárias.

— Nem pensar! — Respondeu ela irônica — A dor já passou. Olha, até consigo ficar de pé. Não vai ser necessário ir para um hospital.

Ela se levantou e ficou em pé durante alguns segundos, mas logo perdeu o equilíbrio com tamanha dor e desabou no chão. Foi bonitinho o modo como ela caiu, parecia um bebê quando está aprendendo a andar. Desta vez ele não apenas sorriu, como caiu na gargalhada. À principio era estranho, mas no fim os doís acabaram rindo da situação. Não tinha como ficar levar a sério. Aquela manhã não poderia ter começado da melhor forrma possivel. Ele levantou para ajudá-la.

— Vem bebê! — Ele disse meigo — Eu te ajudo a levantar.

Ele ainda não conseguia se recuperar da gargalhada. Cindy ficou totalmente perplexa. Como o ambiente havia mudado de uma hora para outra. Num instante tudo ficou mais leve. A risada contagiou o ambiente. Literalmente. Jared tinha mudado, mostrava-se mais participativo e amoroso.

— Melhor eu ir pro colégio.

— Vamos ao hospital. — Rebateu ele.

— Não mesmo.

Jared fez a vontade da garota. Cindy teve de ir para o colégio, mas porque ela queria, porque se fosse por ele, nessa altura do campeonato ela estaria em uma sala realizando vários exames. No caminho do apartamento para o colégio não houve conversas assim seria melhor para que eles mantivessem um pouco de controle sobre as suas emoções, principlamente pelo fato de poderem encontrarem com Mellody a qualquer momento.

Se tornava perceptivel que todas as preocupações ainda não haviam deixado Cindy, mas lutaria para que inguém conseguisse estragar a sua felicidade. Jared confiava nela e assim teria de retribuir e juntos poderiam dar um fim as atrocidades que Mellody poderia vir a cometer. Infelizmente um amor obsessivo estragava todo e qualquer tipo de relacionamento.

Assim que o carro de Jared estacionou na frente do colégio grande parte das pessoas pararam para observar com quem ele estaria. Ficaram surpresos ao ver que se tratava de Cindy. Nunca imaginaram que ela poderia estar ao lado dele, mas mesmo enquanto algumas pessoas se sentiam privilegiadas pelo que viam outras já faziam questão de dizerem coisas horriveis a respeito do que viam.

— Oi delicia! — Cumprimentou Cindy saindo do carro mancando.

— Oi gostos... — Roberta analisava o modo estranho de sua amiga andar.— O que fizeram com a minha amiga, meu Deus do céu? — Roberta exclamou espantada ao ver a situação da amiga.Muitas possibilidades passavam em sua cabeça maluca. Sutilmente Roberta afastou Jared para fazer um pequeno comentário — Eu disse pra você pagar leve com ela, cara. Minha amiga não aguenta com tudo isso.

— Eu ouvi isso, hein! — Disse Cindy se sentando.

— Mais o que aconteceu com você, Cindy? — Roberta voltou à expressão de preocupada.

— Nada! — Exclamou a garota — Você sabe o problema do meu nervo.

— Nada? Como assim nada?I sso é sério garota, o que você está fazendo aqui? Vai pro hospital agora — Quase berrava Roberta diante da teimosia de Cindy que rolava os olhos impaciente com a bronca.

— Não precisa — Disse Cindy tentando se equilibrar — Eu estou bem, até consigo ficar de pé.

Até que ela conseguiu ficar alguns segundos a mais do que a última vez, mas não foram suficientes para convencer Roberta. Logo começou a sentir a perna doer e o jeito era manter-se sentada. Por sorte ainda teriam um tempo livre antes da primeira aula ter inicio.

— Haha — Continuou Roberta irônica — Mas você precisa ir, ficar assim é que não pode,não é? — Ela deu uma cotovelada em Jared que apenas escutava — Jared?

— Verdade, eu disse que levaria ela pro hospital, mas ela faz cerimônia. Está tentando ser a Mulher Maravilha, mas ela sabe que não é bem assim que funciona.

— Chega de teimosia, você vai e pronto! Não quer que eu chame a sua mãe, não é?Assim vai ser bem dolorido, você sabe...

— Mas ela vai sim pro hospital. — Ele disse colocando uma das mãos no bolso — Antes de eu ir passar a semana fazendo shows, eu vou levá-la. Se algo de ruim acontecer com ela, me sentirei culpado.

Roberta o olhava estranhamente, não esperava presenciar uma declaração tão forte como aquela. Não imaginava sequer que Jared nutria algum sentimento por Cindy. Sempre era tão enigmático e sério que não dava para desconfiar. No fundo Jared sempre foi uma pessoa reservada e que guardava os melhores sentimentos do mundo.

— Own, que fofo! — Disse ela por fim — Mas não se preocupe, não. Eu estou muito bem. E é verdade, até me esqueci que você é um astro do Rock. Tem uma vida para cuidar, não posso ser mais um problema.

Cindy não esperava que Jared logo fosse cumprir a semana de shows. Estava aproveitando o momento ao lado dele, vivia a sua vida como nunca pensara.

— Não tente mudar de assunto mocinha. Aliás vamos entrar logo porque está na hora. — Disse Roberta autoritária.

— É...eu não vou conseguir me equilibrar por muito tempo aqui...ai.

Cindy se levantou e fechou a porta do carro, apoiando-se em Roberta. Ele se aproximou e deu um beijo no rosto de cada uma. Mais a frente Mellody se mordia de raiva, vendo a cena. Roberta olhava para as pessoas ao redor e quando percebeu que Mellody estava encarando-as, intimidou-a imediatamente que logo disfarçou procurando algo em sua bolsa. Mesmo eles terem se despedido ainda enrolaram um pouco para entrar. Afinal gostavamde conversar um com o outro.

Desde então Mellody não suportou aquela cena, seus olhos destilavam veneno, parecia uma cobra faminta em busca de sua presa. Jared terminava de se despedir das garotas. Entretanto ele esperou que elas entrassem dentro do colégio, momento perfeito para que Mellody pudesse falar com ele, já que estava dentro do carro.

— Oi, tudo bem? — Perguntou ela mexendo nos cabelos.

— Tudo sim e você? — Perguntou ele simplesmente.

— Não posso dizer o mesmo... desde que terminamos, estou muito mal.

— Olha — Disse ele friamente — Eu queria muito te ajudar, só que eu tenho coisas para resolver. Coisas que são muito importantes.

Ela se aproximou mais da janela, com uma cara de cachorro abandonado. Como se aquela expressão fosse comovê-lo. Cara de piedade ou de compaixão não era com ele. Por mais que quisesse Mellody sabia que Jared sempre se mostraria forte em sua frente. Sua primeira tentativa seria falar com ele, mas sua segunda vitima já estava escolhida. Todos aqueles que intrometessem em seu caminho iriam se arrepender, pois ela não estava de brincadeira. Não levaria desaforo para casa.

— Nossa! — Disse ela em espanto — Aquela garota te mudou mesmo, hein Jared? Quem diria que o bad boy virou um cachorrinho da senhorita me coma, porque sou virgem.

— Cala a boca, sua vadia! Eu não te dou o direito de falara assim dela. O problema aqui é entre eu e você, no entanto pode deixar a Cindy de fora. Ela nunca te fez nada.

— Ela nunca tinha feito, mas ela cruzou o meu caminho e vai se arrepender.

— Me dá licença, porque eu estou saindo.

— Pode parar de pressa,você não vai sair daqui assim não.Pelo menos não antes de resolvermos tudo.

— Se você quer dizer algo, fale agora!

— Vou ser breve! — Sua expressão ficou mais séria — Se eu fosse você, começaria a ter mais cuidado com as pessoas que você anda por ai. Um dia elas podem desaparecer misteriosamente.

Ele saiu da escola cantando pneus. Mlellody sorria vitoriosa,desta vez ela estava muito mais do que disposta para ter Jared de volta. Ficou ali durante alguns minutos e entrou para dentro do colégio, correndo o mais rápido que podia para não receber reclamação de sua professora. Aquele esforço estava começando a valer à pena. Mesmo que ela acabasse saindo ferida desta história, machucada, pelo menos queria sair com dignidade, já que a vitória não seria a certeza. Ela queria de todas as formas ter ele de volta. O amor obsessivo poderia acabar com outros relacionamentos sem que ninguém saissse ferido?

Na sala a professora já explicava a matéria e no entanto a sala se mantinha em perfeito silêncio, logo foi despertada por comentários ao ver Mellody parada na porta. A garota corou imediatamente, tinha de haver alguma saida para aquela situação constrangedora.

— Mellody, posso saber o motivo do seu atraso? — Perguntou a professora nervosa.

— E... e... eu estava na biblioteca,procurando por um livro! — Mentiu ela.

— E encontrou? — Continuou a professora.

— Não! — Respondeu ela indo para seu devido lugar.

Mesmo de longe encarava Cindy sem parar. Sua raiva apenas aumentava, olhar para Cindy fazia com que ela tivesse imaginações de que estava matando-a com as próprias mãos. Enquanto continuava a explicação da matéria, Mellody deixou sua mente percorrer o passado em que conhecera Cindy.

"Eu era uma adolescente muito feliz. Muito feliz mesmo. Tudo na minha vida era perfeito, só que melhorou ainda mais quando comecei a namorar com Jared Colleman. Era difícil de se acostumar, ter um namorado famoso não era fácil. Eu nunca liguei para o dinheiro dele, mas eu realmente gostava dele. Como sempre haviam aquelas garotas que sentiam inveja de mim. Minha raiva aumentava pelo fato de eu saber que uma antiga amiga minha gostava dele, mas nunca tivera coragem de lhe dirigir a palavra, isso até eu descobrir que eles eram vizinhos. Como aquilo me intrigava. Quando éramos amigas, poderia fazer com que ela fosse amiga dele, mas eu sabia que era totalmente impossível. Cindy sempre conseguia tudo o que era meu, desde as notas, como a atenção que as pessoas davam. A cada dia que se passava minha raiva aumentava mais. Mostrei que eu era capaz de ser muito mais do que ela, assim entrei para as lideres de torcida, onde sempre acompanhei o meu amor... "

— Mell? — Chamava a professora.

— O que é? — Perguntou ela irritada.

— Sabe me responder,qual é o resultado?

— Não!

A professora olhava de um lado para o outro, tentando escolher alguém que realmente soubesse responder aquela questão. Não era difícil. Apenas queria testar o conhecimento de cada um de seus alunos. Sempre pegava aqueles que pareciam estar "distraidos". Não gostava dos puxa-sacos.

— Cindy? — Arriscou ela mais uma vez.

Ao ouvir seu nome,a garota gelou. Ela tinha a resposta na ponta da língua e do nada esquecera. Aquilo não poderia estar acontecendo, sempre fora esperta para álgebra. No mesmo momento ela abaixou a cabeça olhando para Roberta.

— Roberta? — Insistiu a professora.

— 16 sobre Pi.

Toda a sala a olhou de boca aberta, principalmente Cindy. Como ela soube responder? Roberta detestava algebra. Logo a professora entregou o resultado das atividades que haviam feito na última sexta-feira. A maioria dos resultados eram bons, mas quando a atividade da garota foi entregue, nem ela mesma acreditou no que via, uma nota "F". Sentia vontade de chorar, pois não poderia mostrar a nota apara seus pais,seria provável que eles tivessem um enfarto. Nunca vacilara em matéria alguma e por algum motivo sem razão foi a pior nota de sua vida.

Roberta sussurrava com Cindy:

— O que aconteceu? Você estudou pra essa prova e saiu com uma nota horrível.

— Eu sei. Estou mais arrasada do que você. Pode acreditar.

— É,mas aquela lambisgóia deve estar achando uma maravilha por você ter tirado uma nota baixa.

— Problema é dela,eu consigo virar o jogo. — Disse Cindy confiante.

Bem como dito. Mellody estava se gabando pela nota que havia tirado, como se fosse surtir algum efeito na garota. Até poderia, mas havia muitas coisas em que pensar ao invés de dar ouvidos ou atenção a uma garota que não sabe onde é o seu lugar. Aquela garota sabia como ser irritante. Roberta pegou um livro de sua bolsa e deu para Cindy. Era um livro volumoso, mas o título despertou curiosidades na garota. Chamava-se "Mães Adolescentes".Com medo de que alguém lhe perguntasse algo, Cindy logo guardou em sua mochila e voltou-se para frente, tentando disfarçar. Todo o cuidado era necessário para que não sofresse bullying, as pessoas do colégio não aceitavam muito bem a ideia de garotas noivas serem mães.

Os minutos passavam ligeiramente. Parecia que tudo ia muito mais rápido, de uma maneira muito estranha. Não fazia tanto sentido a velocidade de como o dia passava. Logo já era hora do intervalo. Nunca desejara com tanta vontade que aquele horário chegasse. Roberta tinha coisas para resolver com alguns professores, na qual Cindy teve de ficar sozinha. Eram assuntos fora de questão em que Cindy não gostava de se intrometer. Ficou sentada durante um tempo na sala de aula, pensando nas coisas que havia lhe acontecido na noite de sexta até aquele momento. Seu interior parecia mais leve e ao mesmo tempo era pesado, como se respirar fosse a coisa mais complicada na vida.

Não dava para ficar parada em um único lugar. Ela precisava andar, tudo era desconfortante quando Roberta não estava por perto. Parecia que uma parte dela havia sumido, mas já que não podia fazer nada para tê-la ao seu lado, o jeito era tentar pensar em algo. Sua perna doia bem menos e conseguia se manter mais alerta a qualquer passo que fosse dar.

Mellody com seu olhar nada amigável encarava Cindy de longe. Sua mente trabalhava a mil por hora e se pensasse em parar de planejar seria a maior das desgraças. O que quer que ela fosse fazer não seria uma boa coisa. Aliás nunca era. Num canto mais longe das aglomerações de pessoas, estava Mellody, esperando o momento certo para que pudesse dizer para Cindy tudo aquilo que estava preso em sua garganta.

— Eii vadia!!! — Chamou Mellody de braços cruzados.

Cindy olhou seriamente para aquela figura irritada. Iria correr o risco de saber o que Mellody desejava com a sua pessoa.

— Vadia é as suas amigas! — Devolveu Cindy irritada.

— Não ofenda as minhas amigas não, tudo bem? O lance é entre você e eu!Sua vaca, ladra de namorados.

— Já vi que isso vai longe! — Sussurrou a garota — Se eu fosse vaca estaria no pasto.

— Realmente! — Exclamou Mellody sorrindo — Mas,sabe querida até um certo tempinho atrás eu acreditava nisso...

— Nisso o que? — Perguntou Cindy confusa.

— Que vaca só existia a de quatro patas, que vivem no pasto... mas depois que você apareceu na vida, eu descobri que também existem outras de duas e que falam,e que principalmente podem ser chamadas por "Cindy"! — Ela colocava a mão na boca como forma de pirraça e irônia.

— Sabe eu pensava que putas como você ficavam na esquina, esperando para serem usadas por mendigos. Aqueles que estão um tanto que desesperados por sexo.

As táticas que Mellody estava usando não estavam funcionando para com Cindy, à qualquer momento teria que usar a agressividade se não encontrasse o ponto fraco da garota. Cindy era mais forte do que aparentava, sabia como lidar com as provocações de Mellody.

— Serio? Mais aí você descobriu essa vida, e começou a ser uma vaca puta de duas patas que rouba namorados. Já parou para pensr no quanto você atrapalha a vida das pessoas? Ninguém nunca irá te dar o valor que merece.

— Eu não tenho culpa se ele terminou com você, ok? — Disse ela se afastando — Agora me á licença!!!

— Vai arregar agora? Eu ainda nem comecei! Volta aqui ou eu te pego agora por esses cabelos!

— Fala logo o que você quer — Disse ela simplesmente — Vira mulher!

— Está me desafiando garota? É só olhar pra mim e reparar que sou mil vezes mais bonita que você! — Ela se gabava — Sem contar nos homens gatos com quem eu saio. Sua invejosa!

Cindy dá uma risada leve, o que deixava Mellody mais enfurecida

— Isso é uma piada? Está na cara de que você precisa seriamente de cirurgia plástica ou quem sabe de um psiquatra. Precisa se tratar o quanto antes.

— E está na cara que você precisa ter mais qualidade e um pouco de auto estima na sua vida, pra não ficar destruindo vidas e lares por ai!Sua...-Pensava na palavra — Sua virgenzinha!

— Sinceramente...se liga garota, foi ele quem te deu o fora e não eu.

— Tudo por culpa sua! Se você não tivesse ido lá de enxerida no dia da festa, nada disso teria acontecido. Ainda estaria sendo feliz ao lado do Jared. Você que se fez de coitadinha! Típico de vadias mal-amadas.

Por mais que Mellody tentasse bancar a durona, não estava deixando Cindy com medo ou constrangida. Até aquele ponto suas palavras não estavam tendo efeito algum. Teria de investir um pouco mais, ser mais severa e ir direto ao ponto.

— Sua oferecida — Continuou Mellody — Quer saber,some da minha frente, antes que eu desça a porrada aqui!

— Que lindo! — Exclamou Cindy,irônica — Está ficando sem palavras pra me insultar?

— Eu não vou perder meu tempo aqui — Disse ela por fim.

— Anda, pode dizer tudo o que está preso na sua garganta, eu sei que não é só isso! Palavras não vão faltar.

Não poderia perder essa chance.Tinha que aproveitar ao máximo.O seu ar de seriedade aumentou quando fora desafiada.

— Tá querendo mesmo? Vai dar uma de durona? Tudo bem, vou ser curta e grossa. Acho melhor você se afastar do Jared, para que ele possa voltar pra mim, porque ele me ama. Eu sei, ele quis uma aventura com você e já teve. Ou você vai se arrepender de ter nascido! Cindy, você é a única coisa que nos impede de voltar. Passamos ontem o dia juntos e confesso que foi tão bom! Não seja boba...lindinha,s ai dessa ou você nunca mais querer viver aqui. O Jared só te usou, só queria mais uma na lista dele e nada mais. Um homem sério não vai ficar te iludindo com falsas promessas. Você não merece alguém assim, sempre desejou se casar, construir uma bela familia. Está perdendo o seu tempo, queridinha.

— Como é? –Perguntou Cindy indignada.

— Como é? Então ele não te contou? Pois fique sabendo que ele só te usou e disse que me ama, mas... — Ela sorria vitoriosa — Infelizmente você não larga do pé dele. Foi tão ótimo. A forma como ele me tocava com desejo, os nossos corpos prontos para serem descobertos...

Estava tão claro que Mellody havia acabado de chegar ao ponto fraco da garota. Era muito pior do pensava. Seus olhos já estavam marejando e aquela garota estúpida não parava de falar. Como queria acreditar que tudo aquilo era uma mentira, mas havia consistência no que ela dizia. Não eram meras palavras ao vento. Mellody olhou sério para a garota e continuou a ofendendo, agora era mais fácil do que imaginava. Cindy estava quase se desesperando para sair dali, mas infelizmente Mellody a segurava pelo punho.

— Quer que eu te detalhe mais o nosso "tempo"junto? — Ela disse para provocá-la — Eu vou contar... nossa quando ele começou a me beijar, me arrepiava toda. Quando estamos sozinhos ele, me faz subir pelas paredes...

E tudo num instante pareceu ter perdido os mais belos sons, diante de tanta coisa chata e desnecessária que estava se ouvindo. Tudo naquele momento parecia girar num eixo sem sentido, de repente a orbita da Terra era a contrária do que se deveria ser. Lágrimas. Aquelas malditas lágrimas foram impossíveis de serem controladas, de modo que só vinham mais e mais, como uma cachoeira. Nada mais a fazia querer escutar, tinha que intervir. Ela levantou a cabeça, afim de evitar que mais lágrimas caíssem, não queria e não deveria mostrar toda a dor em seu coração. Com os olhos fechados, ela respirava fundo antes de concluir.

— Olha aqui garota. Chega está bem? Chega, não vou mais perder meu tempo aqui com você, ouvindo suas anedotas. Pra mim, chega! — Ela dá ênfase e continua — E quer saber, esqueça que eu existo, me deixa em paz. Valeu! — Disse ela se afastando.

Mellody ouviu calada sem pestanejar, mas a artilharia pesada ainda iria começar. Jamais que Mellody iria ficar quieta assim do nada.

— Acho melhor você já começar a se afastar ou senão sua vida vai ficar mais insignificante sem os seu paisinhos queridos.

— Não ouse mexer com a minha família! — Disse Cindy apontando o dedo na cara da garota.

Mellody estava morrendo de alegria por dentro, uma parte do seu plano para afastar Cindy de Jared estava realizado. Agora teria de pensar em uma outra parte para aniquilá-la definitivamente. Retirar uma garota de seu caminho, não era uma tarefa fácil, mas também dependia de quem era a garota. Desta vez foi muito mais fácil do que imaginaria. A vida de Mellody sempre foi um tanto que perturbadora pelo fato de sua mãe ser trocada por outra mulher. Sempre tivera de conviver com esse drama que lhe fazia chorar todas as noites. Aprendera a ser forte da pior maneira e o memso erro não seria cometido duas vezes na sua família.


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