Prólogo:

O garoto com sorriso de raposa

Brandon Carrow sempre foi um garoto estranho, até mesmo para os padrões bruxos.

Com um sorriso de raposa sempre presente no rosto, o garoto costumava passar a maioria dos seus dias em silêncio nos quartos mais altos da mansão lendo livros que certamente não eram apropriados para a sua idade. Magia negra, magia branca e até mesmo os costumes trouxas eram interessantes para ele e com uma curiosidade quase infinita, devorava página após página em segredo no último andar de sua casa, longe de todos os olhos de sua família.

É claro que seu gosto por conhecimento não passou despercebido por seus pais críticos. Para os mais velhos Carrow isso gerava quase um temor de que no dia que fosse chamado para Hogwarts o garoto acabasse sendo escolhido para a Corvinal, ao invés da Sonserina, a casa costume de seus antepassados.

Mas eles engoliam seus temores, confiantes de que o garoto tinha mais astúcia e ambição nele do que julgavam primeiramente.

O que certamente Brandon provou ter alguns anos antes de seu ingresso em Hogwarts.

Com a idade de nove anos a criança havia passado de "estranha" para "assustadora". Seus sorrisos se tornavam cada dia mais perigosos e secretos e o brilho em seus olhos possuía um ar quase maléfico de deus da brincadeira. Seria uma mentira dizer que seus pais não estavam orgulhosos.

A cada ano o pequeno Carrow se provava digno da família. Não com atos de violência tola como os de seus tios Alecto e Amycus, mas com planos bem planejados que traziam mais estragos do que a maioria das maldições que os bruxos poderiam lançar em suas vidas. Brandon era astuto, inteligente e paciente, uma mistura perigosa para alguém que acreditava que a melhor maneira de pagar ao que se recebesse era pagando na mesma moeda (ou pior, as vezes dizia o sorriso sanguinário do menino enquanto observava uma das vítimas choramingar.)

Então realmente, não foi uma surpresa quando assim que chegou em Hogwarts o chapéu seletor precisou de menos de cinco segundos para gritar o nome da casa das cobras. Tudo em Carrow apenas gritava que ele havia nascido para isso.

Ele pertencia a Sonserina. Seus pensamentos e ideais, costumes e vontades, tudo se encaixava na vida luxuosa de um sangue-puro padrão. Brandon havia subido facilmente na hierarquia das cobras mesmo sendo dois anos mais novo que o líder da Casa, Draco Malfoy. E ele sabia que aquele era o seu lugar, junto aos poderosos absorvendo cada vez mais poder para si.

... Pelo menos era antes da guerra contra Voldemort.

Antes da batalha sangrenta que resultou na morte do menino que sobreviveu e na esperança de todo o mundo bruxo.

Uma vida esquecida antes da chegada dos sorrisos maliciosos de uma lufa-lufa, os olhos confidentes de um sangue-ruim e todo o calvário que poderia resultar em sua morte.

Isso tudo foi antes que o mundo de Brandon ardeu em chamas escuras e um único pensamento dominou sua mente.

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EU QUERO JUSTIÇA!