The Gray War escrita por Maxtrome


Capítulo 17
Capítulo 17 - Um Natal Esquecido


Notas iniciais do capítulo

Eu resolvi trazer um capítulo um pouco menor com a temática de natal. Eu quero agradecer ao meu irmão Samuel por dar a ideia ^^
Aproveitem a leitura!



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Seis anos atrás, a guerra entre anjos e demônios no Gray Garden ainda estava acontecendo. Era um dia de inverno e estava nevando, portanto os anjos e demônios deviam tomar ainda mais cuidado. Etihw e Kcalb usavam feitiços para que eles se protegessem do frio.

Como sempre, só existia o ódio. Naquela época não existia nenhum sinal de que a paz um dia chegaria. Os anjos e demônios apenas lutavam cada vez mais, até a morte.

Era um cenário horrível de morte e destruição. Muitos já não aguentavam mais aquilo.

Mas naquele dia aconteceu algo novo, algo diferente. Enquanto a neve caía e cobria as árvores, um portal se abria, em um lugar perto do campo de batalha. Pelo portal passava um homem bem velho, um pouco gordo. Usava um casaco vermelho e um gorro da mesma cor, com detalhes em branco.

Ele tinha o cabelo totalmente branco e uma grande barba. Andou um pouco pela neve e viu a enorme guerra dos anjos e demônios acontecendo. Era um cenário horrível.

O velho pensou e fez um plano. Ele não podia deixar aquela guerra continuar, então usou sua magia e fez dois presentes magníficos. Encantou os dois e os mandou magicamente para dentro de cada um dos castelos.

"Eu, Papai Noel, não vou deixar que essa guerra continue. A paz deve sempre existir" ele disse, enquanto usava sua magia. Agora, precisaria esperar um pouco.

Momentos depois, no castelo Blanc, Etihw notou o presente em cima da mesa de sua sala. Era um presente com um papel vermelho e vários desenhos de diamantes brancos. Ela se preparou para abri-lo, quando desconfiou.

O presente poderia ter sido mandado por Kcalb, como uma armadilha. E quando ela viu a etiqueta que dizia quem tinha mandado, viu o nome do diabo.

De: Kcalb

Para: Etihw

Um presente para que coloquemos essa guerra ao fim.

Etihw estava muito desconfiada daquilo. Chamou Grora e Wodahs.

"Então, eu recebi esse estranho presente... do seu irmão" Etihw contou, e quando disse sobre o irmão, virou-se para Wodahs.

"Um presente dele? Não acha que é uma armadilha?" Wodahs perguntou, desconfiado.

"Pensei a mesma coisa" Etihw disse, séria.

"Bom, se for alguma bomba, ou coisa do tipo, podemos ajudar a desativar, e se for alguma outra coisa podemos defender." Grora sugeriu. "Não é, Wodahs?"

Wodahs assentiu.

"Muito obrigada" disse Etihw, sorrindo. "Certo, todos prontos?"

Ela viu que os dois estavam preparados. Então, chegou perto da mesa e desembrulhou a caixa. Depois tirou a tampa, e dentro viu uma coroa de diamantes brancos mágicos. Eram diamantes criados por Etihw, e ela não tinha ideia de como Kcalb os conseguira.

E algum tipo de feitiço fez ela se sentir muito bem, em todos os sentidos, como se de fato a guerra tivesse acabado. Ela pegou a coroa e colocou em volta de sua cabeça. Os diamantes ficaram flutuando em sua volta.

"Nada de errado?" Grora perguntou.

Etihw virou-se para onde os dois anjos estavam, sorrindo.

"Um presente desses... Imagino que ele queira mesmo acabar com a guerra!" Ela disse, sorrindo muito. Aquele sorriso também fez Grora e Wodahs sorrirem. Eles saíram da pequena sala e foram até a entrada do castelo.

Os três foram andando, e os anjos lutando em volta pararam o que estavam fazendo para observar a deusa. E os demônios também paravam, pois do outro lado vinha Kcalb. Os dois andavam até o centro do campo de guerra.

Muitos ficaram com medo, pensando que eles tentariam se destruir lá, na frente de todo mundo. Mas logo se acalmaram, vendo que os dois traziam sorrisos sinceros.

"Etihw, encontrei esse casaco em uma caixa de presente em minha mesa... O presente estava com seu nome" Kcalb contou. Ele estava usando um casaco novo, com detalhes de diamantes pretos.

Etihw ficou surpresa.

"Mas... Eu não mandei nada... Você que me mandou essa coroa de diamantes brancos." A deusa apontou para a própria cabeça.

"Eu também não mandei isso..." Kcalb disse.

"Então quem foi?" Os dois disseram ao mesmo tempo, olhando para os lados. Todos os anjos e demônios estavam parados, olhando, curiosos.

Foi quando ouviram barulhos de sinos, e viram Papai Noel andando em direção a eles, no meio da neve.

"Olá a todos! Eu sou Papai Noel!"

Todos se viraram para aquele lado e ficaram surpresos. Agora estavam mais confusos ainda.

"Quem é você?" Perguntou Etihw.

"Você mandou os presentes?" Kcalb disse em seguida.

"Digamos que sim" Papai Noel disse, sorrindo.

Etihw e Kcalb olharam um para o outro, agora menos felizes, pois souberam que quem tinha mandado os presentes fora um velhinho que eles nem conheciam.

"Então... Se você não quer a paz, não vejo motivos de estarmos aqui" Kcalb disse, não sorrindo mais.

"Mas... Eu quero a paz..." Etihw começou a falar. "Papai... Noel, por que o senhor nos enviou os presentes?"

O velhinho explicou:

"Hoje é o Natal, uma data comemorada em alguns mundos. Em cada ano eu visito um mundo diferente e tento trazer paz a ele. O Natal é um dia de paz, de alegria, onde todos se encontram para uma ceia e praticam boas ações. É um dia onde você deixa todo o seu remorso para trás e perdoa seus inimigos. Você se une aos amigos e família e todos celebram apenas a alegria. Sabem a sensação que sentiram quando abriram os presentes? Foi a magia do Natal. É uma coisa inexplicável."

Aquelas palavras fizeram todos no campo de batalha se sentirem mais felizes. A ideia de pelo menos um dia de paz alegrava a todos. Agora, todos estavam sorrindo, esquecendo de tudo o que os outros já tinham feito e se cumprimentando, anjos e demônios.

"Devemos fazer isso?" Etihw perguntou a Kcalb, sorrindo um pouco.

"Por que não?" Kcalb disse em resposta, também sorrindo. Os dois deram um aperto de mão e agradeceram ao Papai Noel pela ideia da ceia.

Ninguém entendia exatamente o porquê de estarem fazendo aquilo. Não sabiam se aqueles sentimentos iriam desaparecer quando Noel saísse de lá, mas deram uma chance. Já que estavam lá, tão perto, não tinha por que não tentarem.

Etihw e Kcalb uniram sua magia e fizeram uma enorme mesa aparecer no meio do campo de batalha, com cadeiras em todos os lados. Depois, várias outras mesas apareceram em volta, e todos os anjos e demônios se sentaram, ocupando quase todos os lugares. Então, foi a vez de Papai Noel. Ele fez um enorme banquete aparecer, junto a pratos e talheres.

De um lado, apareceu uma árvore enorme, cheia de enfeites e brilhos, com uma enorme estrela no topo. Em volta estavam dezenas de presentes. Todas as pessoas iam lá e olhavam até ver um presente brilhar magicamente, indicando que era o seu. Então, eles pegavam a caixa, abriam e recebiam algo especial. Alguns receberam um suéter. Outros receberam brinquedos, que traziam de volta cenas da infância. Vários outros tipos de roupas também eram distribuídos.

Anjos e demônios, lado a lado, conversaram pela primeira vez. Foram sinceros sobre os sentimentos sobre a guerra e cada um se desculpou por toda a dor que tinham causado.

E então Etihw se lembrou de que ela que tinha iniciado a guerra. Agora, todos mereciam saber a verdade, ela poderia pedir desculpas e tudo finalmente poderia ser resolvido.

Mas ela esperou. Várias horas se passaram, com apenas alegria, e primeiro, sozinha, pediu desculpa a Kcalb por ter iniciado tudo aquilo. Ela disse sobre a manipulação do homem encapuzado e Kcalb a perdoou. Era uma história e tanto, e eles decidiram contar os dois juntos.

Quando não tinha mais ninguém comendo, os pratos foram recolhidos. Eles subiram na mesa e ficaram no centro, todos em volta escutando. Juntos, contaram a história desde o começo. Eles admitiram seus erros e disseram que graças ao Papai Noel e ao Natal, uma grande era de paz reinaria.

Uma "grande" era de paz.

Nesse momento, tudo deu errado.

"Como se atreve?" Alguém gritou. Era Siralos. Ele vinha da floresta do norte, com Igls ao lado. "Você quer destruir minha única chance de me vingar de Ivlis e pegar de volta o que ele roubou de mim?"

Papai Noel viu que o deus se direcionava a ele, mas não fazia ideia de quem era aquele. O velhinho estava confuso.

"Quem é você?" Noel perguntou.

Siralos pensou.

"Bom, eu estive pensando nessa maldição há muito tempo. Parece que terei de usá-la, por mais que custe caro."

Papai Noel parecia assustado. Siralos começou a dizer algumas palavras, que pelo rosto do velhinho, dava para saber que ele as reconhecia.

"Não, não, não! Não se atreva a fazer isso!" Noel gritou. Ele usou sua magia para tentar impedir o deus do sol, mas foi tarde demais. Uma fumaça roxa se espalhava por todos os lados, vindo de uma explosão no céu, um pouco mais alto do que a mesa central onde estavam Etihw e Kcalb.

"Noel, o que isso quer dizer?" Kcalb perguntou, segundos antes de a fumaça chegar até ele.

"O feitiço da memória... Droga! Esse dia vai ser apagado da memória de todos aqui. Mas a condição é que qualquer portal para cá será selado por 5 anos. Ninguém entra, ninguém sai" Noel explicou. Ele estava muito preocupado. "Etihw, Kcalb... Foi bom conhecer vocês. Sinto muito, mas eu preciso ir."

Papai Noel deu um grande abraço nos dois, e com um sorriso, abriu um portal e entrou. A fumaça os alcançou e logo depois todos acordavam em suas camas. O dia de Natal não passava de um sonho que logo fora esquecido. Ninguém mais se lembrava de nada.

"Não!" Yosafire gritou, enquanto acordava em uma cela no castelo de Siralos. Olhou em volta e pensou que tudo tinha sido um sonho.

Ela se sentou e viu Froze, ainda adormecida, ao seu lado.

"Em uma prisão, de novo!" A demônio pensou, reclamando.

Então, pensou no sonho que tivera. E depois imaginou que aquilo era muito real para ter sido apenas um sonho. Então, lembrou-se de que a explosão que fizeram todos se esquecerem daquele dia acontecera em cima da mesa bem no centro do campo de batalha. E o castelo de Siralos também ficava bem no centro do campo de batalha.

"Não foi um sonho..." Yosafire pensou. "Foi uma lembrança! Os anjos e demônios já fizeram as pazes antes!"

Ela se alegrou com a descoberta e esperou Froze acordar para contar. Saber aquilo aumentou sua determinação para poder derrotar Siralos. Ele sempre tinha tirado o final feliz dos anjos e demônios do Gray Garden e precisava pagar por aquilo.

Mas por hora, o máximo que podia fazer era esperar... Enquanto montava um plano.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse especial, com esse flashback. No próximo capítulo a história continua normalmente



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