Brian Scott e Sam Winchester se beijavam. Na frente de toda a escola... Apenas se tocaram do que estavam fazendo quando ouviram os primeiros aplausos. Estes, vinham de Ruth e de sua amiga Joana, que, passado o susto, acharam a cena muito linda. Logo outras meninas e meninos fizeram o mesmo, e, em seguida, os professores mais liberais.

Brian então afrouxou o abraço e olhou assustado para o que acontecia a sua volta.

– Sam, amor, o que foi que eu fiz.... - gemeu o homem, nervosamente. Não conseguiria encarar seus alunos e colegas nunca mais depois daquilo.

Winchester passou a mão nos cabelos do menor, tentando tranquilizá-lo.

– Vai ficar tudo bem... Não se preocupe. - disse. Em seguida, abriu um enorme sorriso. - Benbow agora nos paga...

Brian Scott não pode deixar de sorrir também. Ele e Sam acabavam de passar o maior vexame de sua existência. Todos sabiam que estavam namorando... E tudo o que o outro pensava era em se vingar de Benbow? Bem... Talvez essa fosse uma das qualidades de seu amado. Winchester conseguia enxergar o lado bom de qualquer tragédia...

–-----------------------------------------------------------------------------

– Quem é que vai buscar um suco de uva pra mim? - pediu Winchester, com voz de gozo, olhando Benbow nos olhos. Desde que a escola inteira ficara sabendo da relação entre Sam e Brian, o sujeitinho parecia muito mal humorado.

Scott riu, e completou. - E eu quero uma água de coco.

– Pois que busquem vocês mesmos... - retrucou o inspetor - estamos quites.

Sam e Brian se entreolharam... Aquilo não era justo... Foram escravizados por aquele homem por tempo demais, e precisavam dar o troco...

– A gente devia era bater nele... - sugeriu Scott, baixinho, ao pé do ouvido de seu amado. Mas Sam não concordou. Bater em Benbow apenas colocaria o diretor contra eles...

O homenzinho já ia se retirando vitorioso quando Sam chamou seu nome, para surpresa de Brian. Pelo jeito o professor de teatro tivera outra de suas ideias brilhantes.

– Nós ainda temos o seu segredo guardado... A sete chaves...

– Quem se importa... - resmungou o sujeitinho. Aqueles dois não podiam mesmo achar que ele se preocupava em esconder que tivera dor de barriga um dia, podiam?

Nem mesmo Brian entendeu o comentário. Infelizmente eles não tinham nada... Nada contra Benbow... Talvez devessem mesmo se dar por satisfeitos por estarem livres da escravidão.

Mas Sam não se conformou. Se guardar aquele segredo não lhe servia de nada, então não o guardaria mais...

– Benbow!! Você está melhor da dor de barriga? - gritou para todo mundo ouvir - Fiquei com pena aquele dia, você gemendo tanto... Coitado! Ficou horas na privada...

Uns vinte ou trinta alunos estavam por perto, e, surpresos com o comentário inesperado de Winchester, bobos do jeito que eram, caíram na gargalhada.

– Qual é a graça? - perguntou o inspetor, mal humorado. - Quem aqui nunca teve uma dor de barriga?

Nenhum dos alunos respondeu. Nenhum, também, conseguiu para de rir.

– Eu comi um frango que não estava muito bom... Qual o problema? Pode acontecer com qualquer um... - justificou-se o homem, que agora já estava roxo de vergonha e indignação - isso não tem graça nenhuma...

E quanto mais ele falava, reclamando, ou tentando se explicar, mas a garotada ria. Sam e Brian, não puderam se conter. Riram com eles, e sem parar.

–--------------------------------------------------------------------------------

– Agora conta o que você estava fazendo quando me ouviu no banheiro...? - retrucou Benbow assim que se lembrou que o segredo dos namorados, propriamente dito, também não havia sido revelado.

Os alunos finalmente haviam parado de rir, e agora fitavam o inspetor. Sam titubou...

– Eu... eu...

– Fala logo - insistiu o homenzinho, já colorindo seu rosto acinzentado com um sorrisinho irritante, de vitória.

Brian engoliu em seco.

– Nós estávamos namorando... - confessou Winchester, corando envergonhado. Brian corou também.

– Ahhhhhh, kawaii! - berraram as meninas, principalmente depois que ambos deram as mãos.

Benbow não entendeu. Como assim "kawaii"?

Sam então, soltou uma rizadinha, lembrando-se da cena.

– Nós ouvimos alguém gemer... Achamos que tinha outro casal lá dentro, namorando também... Mas era só o Benbow... Com cor de barriga...

Os alunos ali presentes, para desespero do inspetor, riram sem parar, provavelmente até o dia seguinte. E a história foi passada para as próximas gerações, e as seguintes também.