Entrei e Elena começou a me contar algumas coisas.

–Quer a notícia boa ou a ruim primeiro? –Elena perguntou pra mim.

–Ruim. –respondi, já me sentando.

–Ok. –ela disse e deu sinal para Bonnie se intrometer.

–Sua mãe está matando todos pelo caminho e escondendo-os em uma casa, não me pergunte o porquê dessa ideia totalmente louca.

–E a boa –Elena sorriu –É que ela te deixou um bilhete, até porque sabia muito bem que iríamos encontrá-la de qualquer jeito. –peguei o papel de sua mão e comecei a lê-lo.

Venha comigo ou verá todos que ama morrer.

–Essa é a notícia boa? –falei ironicamente. –Ou vocês tem uma ideia errada do que é a palavra “boa” ou estão bêbados. –amassei o bilhete e o joguei no lixo mais próximo.

–Acho que as meninas não estão, mas, eu... posso estar um pouquinho, loira. –Damon disse, sentando-se entre mim e Elena. Ambos tentaram me tranquilizar rapidamente.

–Não há como ficar calma! Vocês e minha família estão em perigo por minha culpa. A única coisa que eu posso fazer é ir logo com a Liz e deixa-los em paz.

–Que família, Caroline? –Elena perguntou. –Não estou querendo ser rude ou antipática, mas, seu pai e sua mãe morreram, e, pelo que eu saiba, não há mais ninguém da sua família que você conheça tanto assim.

Suspirei e encarei os dois. Eu já estava perdendo a paciência com toda aquela confusão e agora ainda tinha que explicar a todos que minha família agora era a Hope e o Niklaus.

–Eu tenho sim uma família. –falei alto o suficiente para que todos ali ouvissem. –Meu namorado, Klaus, e nossa filha Hope formamos uma família, a não ser que vocês também tenham uma visão errada dessa palavra.

As pessoas ali ficaram em estado de choque e apenas Bonnie sorriu. Talvez ela soubesse o que é estar apaixonada por um homem que já fez tantas coisas ruins para as pessoas que ela ama. No fundo, no fundo, eu sabia que ela já havia sentido algo pelo Kai, mas, tudo realmente deve ter passado quando ela o abandonou num mundo prisão com um bando de vampiros bruxos. Porém, depois de algum tempo, Elena também deu um sorrisinho enquanto os outros continuavam calados, encarando para mim.

–Fico feliz em saber disso, sweet. Não deixarei ninguém destruir nossa família e nem machucar nenhum dos seus amigos. –Klaus entrou dizendo, sentando-se rapidamente ao meu lado. –Tenho um plano, mas, tenham em mente que pode dar certo ou não. Se Liz está realmente com uma bruxa, as coisas podem ficar um pouco difíceis.

–Ok. –Elena revirou os olhos. –Qual é seu plano?

Meu britânico sorriu e começou a explicá-lo para todos.

–A Caroline fica em uma praça de noite, fingindo estar procurando Hope e já que a mãe dela estará aqui, certamente vai querer pegá-la naquele horário, sem dar mais uns dias para nós. Quando ela for colocar as mãos na minha namorada, quebramos o pescoço dela e a prendemos. Depois veremos o que podemos fazer com ela.

–Pode ser um bom plano. –sorri, esperando o apoio de todos.

–E, como sempre, colocaremos a coitada presa aqui, certo? –Damon perguntou.

–Não sei, mas, eu prefiro a prisão da residência Mikaelson, se vocês me derem essa honra. –Klaus disse, sorrindo.

–Está tudo resolvido então. Podemos começar esse plano hoje à noite. –falei. –Mas, quem ficará com Hope?

–Eu e Bonnie ficamos. –Elena disse.

Sorri e dei um selinho em Klaus, que também estava feliz por finalmente acabarmos com aquilo e vivermos nossa vida em família.

–Vamos caminhar, love?

–Ok. –disse, me despedindo dos outros e saindo da casa dos Salvatore. –Aonde vamos? –perguntei para Klaus.

–Não sei. Tenho que te contar algumas coisas.

–Já pode começar.

Ele segurou minha mão mais forte e me olhou nos olhos.

–Antes de nos encontrarmos em Roma, eu estava em New Orleans, lutando contra uma bruxa que queria pegar nossa filha. Enfiaram uma estaca no meu coração e ela entrou na minha cabeça, mostrando seu passado. Eu me juntei a ela, para ajudar meus irmãos, pois sabia que o plano deles não funcionaria. Eles ressuscitaram minha mãe para pegar seu sangue, pois, a bruxa com que estávamos lutando, era a minha tia Dahlia e a outra bruxa que partiu seu coração foi minha mãe, quando a deixou para se casar com o meu pai. E só com esse ingrediente, podíamos matar a minha querida titia. –ele fez uma pausa. –No final, eu não tinha ninguém, porque o preço para salvar Hope foi muito caro. Perdi aliados e ganhei novos inimigos. –Portanto, eu quero que saiba que eu deixei uma mulher lá. Nós dois pensávamos que nos amávamos, mas, era tudo ilusão. Na verdade eu só queria fazer um curativo no buraco que estava no lugar do meu coração, porque até então eu não sabia o motivo de eu não encontrar felicidade, mas, agora, mais do que nunca, eu sei. Você não estava por perto, você estava sofrendo aqui, nessa cidadezinha e esse é o motivo. Eu vivi séculos sem você, Caroline, e mesmo assim pensava que era feliz. Mas, no fundo, como eu disse, era tudo ilusão. Fomos feitos para nos encontrar e nosso amor nasceu para dar certo e durar por toda a eternidade. Eu jamais quero perdê-la e se isso acontecer algum dia, eu não sei o que faria com a minha vida. –ele limpou as lágrimas que rolavam pelo meu rosto e voltou a falar –Obrigado por não ver o monstro que existe em mim e sim o garoto humano que eu era, cavalheiro, cheio de sonhos e amor. Eu te amo mais do que tudo, Caroline Forbes. –ele me pegou no colo, me girando. Nesse momento eu não conseguia mais parar de chorar.

–Eu também te amo mais do que tudo, Niklaus Mikaelson. Você e a Hope são minha vida agora. –o beijei e não foi um beijo simples. Foi um beijo cheio de amor, tipo daqueles filmes de romance que amamos assistir.

Eu não queria perde-lo jamais, e eu me esforçaria mais do que nunca para que pudéssemos ficar juntos para sempre.

4 horas depois

Estavam todos preparados e eu já estava na tal praça, onde fingia procurar por Hope, que estava bem segura com Elena.

–Hope! –gritava enquanto andava por todo o lugar.

–Olá, Caroline. –minha mãe disse, fazendo-me tomar um susto, já que não tinha visto ela chegar. –É maravilhoso nos reencontrarmos.

–Sim, mas também seria maravilhoso se você me explicasse tudo melhor, Srta. Forbes. –falei, ironicamente, sentando-me no banquinho. –Mas, enquanto explica, pode me ajudar a encontrar Hope?

–Claro. –ela olhou em baixo dos bancos. –O que quer saber?

–Está sem humanidade ou não?

–perguntei rapidamente, encarando-a.

–Estou com a humanidade ligada, filha. –ela respondeu, sorrindo e arrancando de mim um “Ufa”. –Quero que conheça nossa nova família. –ela apontou para 3 mulheres que saiam da escuridão e que eu não conseguia reconhecer. Depois de algum tempo, todas chegaram mais perto, fazendo-me assustar. Entre elas, reconheci apenas uma. Hayley. –Essas são Davina, Camille e Hayley. Suponho que já conheça a terceira.

–Sim, mas, tenho que ir para casa. –falei, o que era o sinal para que Klaus quebrasse seu pescoço.

Ele apareceu e quebrou, mas, simplesmente congelou quando viu a loira.

–Camille. –ele disse. –Está nisso também? Pensei que o monstro aqui fosse eu.

Ambos começaram a conversar e eu apenas observava. Hayley e Davina tentaram pegar o corpo de Liz, mas, foram impedidas pelo meu grito.

–Klaus, pegue o corpo da minha mãe e leve para bem longe. Deixe o resto comigo. –ele me olhou com preocupação, mas, após ver meu rosto, percebeu que estava falando sério. As garotas riram, e assim que Klaus saiu, eu fui atingida por Davina, percebendo que ela era uma bruxa.

Caí no chão, logo após enfraquecendo e desmaiando.

Eu sabia que não era o meu fim, apenas que iria sofrer bastante nas mãos dessas garotas.