–Caroline! –alguém gritou do outro lado do salão –A eterna Miss Mystic Falls!
Automaticamente me virei, dando de cara com uma mulher que deveria ter uns dez anos a mais do que eu.
Para ser sincera, eu não a conhecia. Procurei rapidamente lembrar de alguém como ela, mas houve apenas um enorme vazio. Como eu havia convidado pessoas que eu nem ao menos conhecia para meu baile?
-Olá –falei, forçando um sorriso –Como vai?
Ela suspirou e agarrou minhas mãos, fazendo com que eu me arrepiasse por algum motivo desconhecido. O que ela poderia fazer comigo? Era humana e, se tentasse me enfrentar, com certeza sairia perdendo.
Tentei ser simpática, mas ela não facilitava as coisas.
-Bem na medida do possível. E como vai sua mãe, amorzinho? –ela perguntou, soltando minhas mãos para poder pegar no meu cabelo.
Abaixei a cabeça, meio sem graça para anunciar uma morte enquanto estávamos num baile.
-Com licença –Elena apareceu, empurrando-me para um canto da festa. Ela parecia mais envergonhada do que eu –Desculpe, Care. Devia ter te avisado sobre esses amigos e familiares que aparecem do nada, sem nenhuma informação e já vão perguntando sobre assuntos delicados. Na verdade eu não os culpo. Sabemos que eles estiveram longe demais para procurar por qualquer notícia das pessoas que julgam como amigos.
-Wow! –exclamei, dando um sorrisinho –Não é pra tanto. Sabemos que eu sou forte o bastante pra superar isso.
Elena me lançou um sorriso e depois caminhou novamente até onde Damon estava conversando com um amigo.
De repente senti alguém me abraçando por trás enquanto distribuía beijos por todo o meu pescoço.
-Senti saudades, sweet –Klaus sussurrou no meu ouvido.
Me virei e o encarei, sorrindo após perceber que eu finalmente havia o encontrado naquele dia.
-Eu também –suspirei.
Por mais que eu quisesse gritar para todos naquele salão que Klaus estava mentindo e que estiverámos juntos o dia todo, eu sabia que seria mentira.
Desde a noite passada eu estava na casa de Elena e passei na mansão apenas para dar um beijinho de bom dia nele. Ele realmente deveria estar com saudade, assim como eu.
-Feliz um mês de casados! –eu brinquei, puxando-o para um beijo.
Assim que nos separamos, ele sorriu e disse:
-Digo o mesmo pra você, sweet.
Eu dei um sorriso e caminhei de mãos dadas com ele até a mesa de docinhos.
Depois de um mês totalmente sombrio em New Orleans, eu decidira fazer um baile em Mystic Falls para comemorar um mês desde que Klaus e eu havíamos nos casado. Após o primeiro ataque, eu fiquei totalmente aterrorizada. Tudo piorou ainda mais quando eu estava indo fazer minha higiene e deparei-me com um espelho sujo de sangue, escrito "você vai morrer, vadia!". Obviamente Klaus nem esperou que o próximo ataque acontecesse. Deu seu jeito e procurou pela pessoa que havia escrito aquilo. Acredito que ela não teve um fim muito bom.
Depois do quinto ataque, o Mikaelson decidira que seria melhor para mim e para Hope ficarmos longe daquele lugar até que ele tivesse certeza de que ninguém mais nos atacaria. Eu, obviamente, dispensei essa ideia e continuei em New Orleans com nossa filha, percebendo o quão grave a situação era depois que ele chamou Elijah e Rebekah para passarem um tempo conosco. A partir daí, várias pessoas morreram e depois disso nós nos dirigimos para Mystic Falls.
Peguei um brigadeiro e caminhei lentamente em direção aos meus amigos, que conversavam animadamente com o novo namorado de Bonnie. Ele era bruxo, tinha uns cinco anos a mais do que ela, tinha uma empresa e seu nome era Dylan.
Sorri e puxei uma cadeira pra me sentar. Klaus escolheu ficar do meu lado direito.
-Do que estão falando? –perguntei.
-Dylan está contando sobre os micos que ele já passou –Bonnie respondeu, tentando conter a risada enquanto falava.
-Ah! –exclamei, enquanto ele se virava para me contar um.
Quando ele terminou, percebi que quase havia chorado de tanto rir. Klaus se contentava em exibir apenas um sorrisinho quando Bonnie ou Dylan o olhava.
-Tem alguém sentindo falta da mamãe –ouvi Rebekah dizer atrás de mim.
Rapidamente me virei, sabendo que ela estava com Hope nos braços.
A peguei e ela automaticamente deu uma risada linda, o que fez com que todos ali se encantassem ainda mais com minha filhinha.
-Como está o bebê da mamãe? –perguntei, fazendo uma voz de criança.
Ela deu uma risada e falou meu nome, olhando para Klaus e dizendo a palavra "papai" logo depois. E de repente começou a chorar.
-Ela deve estar com fome –sussurrei para Klaus, me levantando e pedindo licença para meus amigos enquanto subia as escadas.
Meu esposo veio atrás de mim, avisando que pediria a empregada para fazer a mamadeira de Hope enquanto eu ficava com ela no quarto.
Assenti e entrei no cômodo, empurrando a porta do quarto com o pé.Me sentei na cama, coloquei Hope no berço com seus brinquedinhos e esperei que Klaus chegasse com a mamadeira enquanto a observava brincar.
Até que me lembrei que já havia uma mamadeira pronta na geladeira. Precisávamos apenas esquentá-la.
-Mamãe já volta –avisei para Hope enquanto abria a porta delicadamente e a fechava, descendo as escadas o mais rápido possível enquanto várias pessoas me olhavam, obviamente curiosas.
Cheguei na cozinha e empurrei a porta, sorrindo para Dora, nossa empregada.
-A senhora poderia por favor colocar essa mamadeira na geladeira para mais tarde e esquentar a outra para agora?
Ela me deu um sorrisinho e assentiu. Imaginei onde Klaus estava. Dora pareceu decifrar meus pensamentos.
-Seu esposo está com a Sra. Mikaelson. Não deve demorar muito para vir buscar a mamadeira.
Eu assenti e dei um sorrisinho antes de subir as escadas novamente, em direção ao quarto de Hope.
Porém, quando cheguei, o berço estava vazio. Minha filha não estava ali.
Olhei debaixo de cada móvel, até mesmo da cama. Nada. Hope havia desaparecido.
Desci as escadas, esperando que Klaus tivesse a pegado, mas deparando-me com ele subindo enquanto carregava a mamadeira em uma de suas mãos.
-A Hope já dormiu? –perguntou. –Ela geralmente não dorme sem tomar a mamadeira...
-Ela não está com você e nem com o Elijah ou a Rebekah? –perguntei, sentindo o desespero me invadir por completo.
Klaus disse que não e percebeu que algo não estava certo, correndo em direção ao quarto da nossa filha.
Quando chegou, pegou um bilhete que eu não havia percebido antes.
Hope havia sido sequestrada e, se quiséssemos resgatá-la, teríamos que fazer cada uma das coisas que aquela pessoa horrível havia escrito no papel.