–A melhor coisa é ficar calma, Care –Stefan disse, tentando me tranquilizar.
Suspirei e o lancei um olhar desesperado.
Eu já havia organizado vários eventos –até casamentos –mas ser a noiva era algo que, apesar de assustador, nos deixava completamente feliz. Mesmo com esses sentimentos, eu ainda estava insegura, com medo de não conseguir dizer "aceito" por estar ansiosa demais, ou para piorar, estava com medo de cair e passar o resto da eternidade me culpando por não ter me esforçado mais para ficar em pé e ter o casamento perfeito.
Eu deveria estar mais confiante, deveria estar olhando para Klaus e sorrindo, mas tudo que eu era capaz de fazer era prestar atenção na decoração, na música e nas reações das pessoas. Aquele momento tinha que ser mais do que perfeito. Era meu casamento com Klaus, um dos dias mais felizes da minha vida e tudo tinha que dar certo.
Quando estávamos quase chegando no altar, meu olhar cruzou com o do híbrido.
Quase que automaticamente, nós dois sorrimos e Stefan me entregou à ele.
-Cuide bem da nossa menina! –o Salvatore disse com um tom brincalhão e sério ao mesmo tempo.
Klaus assentiu, incapaz de falar qualquer coisa enquanto me admirava.
Dei uma risadinha e agradeci por toda aquela atenção baixinho enquanto subia os três pequenos degraus que havia ali.
Tínhamos escolhido fazer o casamento ao ar livre no finalzinho da tarde, porque assim a festa duraria bastante tempo.
O celebrante deu início a cerimônia e eu tentei memorizar cada parte, esquecendo-me do início quando ainda estava no meio.
Elena, que era uma das minhas madrinhas, percebeu isso e segurou uma risada, abaixando sua cabeça para disfarçar.
Dei um sorriso para ela e voltei a prestar atenção, desistindo de tentar decorar o casamento. Aquilo nunca daria certo mesmo.
-Klaus Mikaelson, você aceita Caroline Forbes como sua esposa?
-Aceito –Klaus respondeu.
-Caroline Forbes, você aceita Klaus Mikaelson como seu esposo?
-Aceito –respondi.
-Então o noivo já pode beijar a noiva. Não demorou muito para Klaus fazê-lo. Logo eu já estava em seus braços, beijando-o de uma forma que me fazia nunca mais querer soltá-lo.
Mas haviam pessoas esperando por nós e a festa logo começaria. Sendo assim, não demorou muito para que nos separássemos.
Klaus e eu caminhamos até a limusine enquanto a multidão nos aplaudia e gritavam desejando nossa felicidade.
-Eu te amo, sweet –Klaus disse assim que entramos no carro –Te amarei por toda a eternidade.
Sorri e falei:
-E eu te amo, Klaus. Te amarei para sempre.
Ele me beijou e fez com que eu me deitasse no banco do carro. De certo modo eu estava com um pouquinho de vergonha do motorista, mas ele estava hipnotizado, o que significa que poderíamos nos beijar e ele nunca se lembraria disso.
-Chegamos –ele avisou, fazendo-me levantar rapidamente.
Klaus e eu apenas nos beijamos, mas meu cabelo estava um pouco bagunçado e meu batom completamente borrado.
Rapidamente procurei pelo meu estojo de maquiagem e pequei um batom rosa claro. Passei a mão no cabelo e ele, felizmente, voltou ao normal assim.
Klaus abriu a porta e estendeu sua mão. A peguei e ele me puxou para um último beijo antes de entrarmos naquela multidão.
-Uhuuu! –Tyler gritou primeiro, anunciando nossa chegada.
Ele não apoiara meu relacionamento com Klaus no início, mas depois de uma longa conversa, tudo acabou dando certo.
Acho que ele percebeu que sua opinião não mudaria simplesmente nada e que eu acabaria me casando com ou sem o apoio dele.
-Os noivos chegaram! –Damon gritou.
Eu e Klaus demos uma risada e subimos ao palco para agradecer a presença de todos.
-Já podemos começar a servir, Sra. Mikaelson? –um garçom perguntou.
Sorri e assenti, percebendo um segundo depois pelo jeito como ele me chamara.
Não seria mais Srta. Forbes. Agora eu era Sra. Mikaelson, esposa de Klaus, cunhada de Rebekah, Elijah e Freya. Eu era uma Mikaelson e apesar dos inimigos que isso me traria, eu estava contente por ser uma deles.
Eu perdera minha família e ganhara outra. As coisas não poderiam estar melhores.
Cumprimentei cada uma das pessoas presentes e agradeci novamente por sua presença. Peguei os presentes e tirei foto com as madrinhas e os padrinhos, o que, confesso, foi bem divertido.
Rebekah fez várias caretas, assim como Damon. Elena, Bonnie e eu acabamos fazendo o mesmo em algumas fotas e o fotógrafo elogiou a beleza de Bonnie, o que a deixou um pouco tímida.
-Relaxa, Bon. Foi só um elogio –Damon disse.
-E além disso, ele também é bruxo –dei uma piscadela.
-Sério? –ela perguntou, exibindo esperança –Acho que...
-Vai logo conversar com ele! –Elena exclamou, sorrindo.
Bonnie assentiu e foi atrás do fotógrafo enquanto meu esposo caminhava em minha direção com nossa filha nos braços.
-Certas pessoas queriam ver a mãe.
Sorri, maravilhada com a beleza de Hope.
Ela vestia um vestidinho branco que poderia ser igual ao meu de noiva, mas havia alguns detalhes diferentes.
Ela havia ficado no primeiro banco com Matt e por incrível que pareça, não chorou em nenhuma parte. Prestou atenção em cada detalhe do casamento dos pais.
-Linda da mamãe! –falei, pegando-a.
-Ela é tão fofinha, Care... Posso pegá-la? –Elena perguntou.
Assenti, sorrindo e deixei que ela pegasse Hope de meus braços.
Como todos estavão distraídos, brincando com Hope, Stefan me puxou para um canto mais vazio da festa.
-Parabéns, Care! –ele exclamou, puxando-me para um abraço.
Sussurrei um "obrigada" e deixei que ele me envolvesse em seus braços.
Assim que nos separamos, ele beijou minha testa e passou a mão por meu cabelo, sem desarrumá-lo.
-Estou tão orgulhoso de você! É incrível como olhamos para trás e percebemos o quanto mudamos. Você mudou bastante, Caroline. Passou a ser mais confiante e se tornou a mulher maravilhosa que é hoje. Chame do que quiser, irmão mais velho, pai ou até mesmo um primo que se importa muito com você, porque é assim que eu me sinto. Eu te amo porque nossa amizade não é de hoje e quero protegê-la de todos que quiserem te fazer mal. Passamos por tudo juntos e quero que isso continue acontecendo. Não quero obstáculos nos impedindo de sermos como éramos antes só porque gostávamos um do outro de maneiras diferentes. Quero ser seu melhor amigo, quero poder te ajudar...
-Stefan, por que estamos tendo essa conversa?
-Eu não sei. Acho que você ainda está um pouco insegura e fica pensando se deve ou não se aproximar de mim. Somos amigos, Care, e eu não a quero distante de mim. Foi você quem me ajudou nos momentos que eu precisava e como eu disse, eu te amo por isso.
Dei um sorriso e olhei o chão durante alguns segundos.
-Stefan –falei, fitando-o novamente –Eu também te amo e saiba que é meu melhor amigo. Eu já esqueci tudo aquilo que aconteceu e creio que você também –um sorriso surgiu no rosto dele –Aliás, me conta, quando o seu casamento com a Rebekah sai do papel?
Uma expressão de surpresa passou pelo seu rosto, mas ele logo se recompôs.
-Como sabe sobre isso?
-Ah, fala sério, Stefan! Acha que eu não te conheço? Com certeza já escreveu algo no seu diário sobre isso e sobre como a Rebekah é encantadora –falei, rindo do meu próprio tom de voz.
Ele fingiu não saber nada disso mas desistiu após alguns segundos, pegando-me no colo.
-Ahhh! Socorro! –gritei, brincando.
Ele riu e me soltou depois de algum tempo.
-É melhor eu ir andando –falei.
Ele concordou e disse:
-Devem estar te procurando, apesar de eu achar que deu para ouvir seus gritos lá da pista de dança.
O lancei um olhar zangado, sabendo que ele entenderia como uma simples brincadeira.
Passei a mão no vestido para ajeitá-lo e caminhei com Stefan até onde nossos amigos estavam.
Assim que Rebekah e Klaus nos viram, correram em nossa direção, sorridentes.
-Resolveram aquele probleminha? –Rebekah perguntou, ansiosa por uma resposta.
-Já tínhamos resolvido antes, mas seu namorado insistiu em saber se tudo realmente estava bem –falei.
Eles deram uma risada e Klaus falou:
-Agora se nos permitem, eu e minha noiva dançaremos.
-Ahh –Rebekah olhou para Stefan –acabei de lembrar que o Salvatore mais novo ainda não dançou comigo essa noite.
Stefan tentou fugir, dando um passo para trás, mas Rebekah logo pegou sua mão e o puxou para a pista de dança enquanto Klaus e eu ríamos, indo logo atrás.
Elena e Damon resolveram fazer a mesma coisa e Hope ficou com Freya e Elijah.
-Onde está a Bonnie? –Elena perguntou, baixinho, enquanto andávamos em direção ao centro da pista.
-Não sei –sussurrei –Mas acho que ela está com aquele bruxo fotógrafo.
Automaticamente, Elena e eu demos uma piscadela e uma risadinha antes da dança começar.
Como a música era lenta, encostei minha cabeça no peito de Klaus e momentos da nossa história começaram a passar na minha mente.
-Você se arrepende? –perguntei. Levantei a cabeça rapidamente para ver sua expressão e ele parecia confuso. Resolvi esclarecer as coisas –Se arrepende de tudo que passamos juntos?
Ele de um sorrisinho e passou a mão no meu cabelo.
-Não. Por que me arrependeria? Sem tudo aquilo, jamais estaríamos aqui. E eu gosto do nosso presente. Você não?
-Está brincando? Estar com você é uma coisa maravilhosa! Só tenho que me acostumar com as pessoas me chamando de Sra. Mikaelson, o que, confesso, pode demorar um pouquinho.
-Você consegue.
Sorri e sussurrei um "arrã" antes de levantar minha cabeça para beijá-lo.
Agora, mais do que nunca, eu sei que o amor é um sentimento que pode nos machucar ou pode se tornar um dos principais motivos da nossa felicidade. Eu não me arrependo de o sentir a cada nova manhã, pois é uma das coisas mais incríveis que a vida pode nos dar. E Klaus só me prova que por ele vale a pena lutar. O amor que sentimos é verdadeiro e não há mais dúvidas de que ele durará por toda a eternidade. Nenhuma opinião ou pessoa poderia nos separar. Lutaríamos pelo nosso amor.