Higure Kaminari escrita por Lailla


Capítulo 10
Capítulo especial: Como tudo começou! Parte III


Notas iniciais do capítulo

Meus lindos, chegamos ao final do capítulo especial. Com muita tristeza, tenho que avisar que ele é triste. Mas que vale a pena ler. (é o que eu acho 'kkkk mesmo sendo suspeita). Sério, chorei quando escrevi o final.
E tenho que avisar que o nome do Kyrira se fala "Kirira" mesmo. É que na hora de pensar num nome, pus o Y pra ficar mais bonitinho, só que com Y se lê "Kairira" em japonês. Só pra avisar :D

E, por favor, pensem positivamente quando pensarem em mim. Não me desejem mal 'rs A história é assim mesmo. Acontece coisas que a gente não quer, nem eu queria que isso acontecesse, mas se não acontecesse, não teria história 'rs

Boa leitura *-*

PS: Estarei voltando com Kaminari amanhã de manhã. Talvez à noite eu poste o próximo capítulo. Se não postar, ele estará aqui na segunda sem falta. Espero né, é uma coisa de faltar luz que Deus me livre 'kkkkk



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*Ler notas iniciais ;*

Kori chegava em casa, alguns dias depois. Manae estava na mesa pondo o jantar. Ele a pegou pela cintura e a beijou ao chegar, como sempre. Ela pôs o prato na frente dele, que já estava sentado. Escreveu “Otosan” com a comida.

– O que é isso? – Ele riu.

Manae sorriu, corada. Pôs a mão na barriga. Ele tirou o sorriso dos lábios, tentava acreditar.

– Você...

– Hai! – Ela sorriu.

Ele levantou, quase que desengonçado, e a abraçou.

– Eu... Vou ser pai. – Ele sorria sem parar, ainda tentando acreditar.

Meses se passaram e a barriga de Manae crescia. No dia do parto, Shyia a ajudou em casa. Manae gritava de dor, todos na aldeia sabiam que o bebê estava chegando. Kori sempre tentava entrar, mas Shyia o chamava de “Baka!” e o mandava sair. Quando o bebê nasceu e ele ouviu o choro, sorriu. Shyia deixou que ele entrasse.

Kori se aproximou de Manae, que estava deitada na cama. Ela estava cansada e suada, abraçava o bebê sorrindo. Ela sorriu para Kori e ele ajoelhou ao lado da cama.

– É tão pequeno. – Ele dizia admirado.

– É uma menina. – Shyia disse.

Ele deixou escapar o ar, sorrindo.

– É perfeita.

A menininha se espreguiçou, abrindo a boca. Tinha os cabelos brancos.

– Escolha o nome dela. – Manae disse, sorrindo.

Kori olhou para ela e para seus cabelos. Olhou para Manae.

– Kaminari. – Ele sorriu.

– “Kaminari”? – Shyia perguntou – O que tem a ver com a menina?

– O cabelo dela é branco.

– Por que não raio, em vez de trovão?

– Porque eu acho Kaminari mais bonito. – Ele fez cara de tédio para ela.

Manae riu.

– Nee, Kaminari. Otosan e Baa-chan estão brigando. – Ela fez carinho na bochecha de Kaminari com o dedo.

– “Baa-chan”? – Shyia exclamou indignada – Não sou velha!

Kori a olhou com cara de tédio. Ela tinha os cabelos bem acinzentados e o rosto com algumas rugas.

– Eu sou jovem!

– Só na alma. – Ele disse.

Ela deu um tapa na cabeça dele. Kaminari abriu um leve sorriso, ainda estava de olhos fechados. Os dois pararam de brigar e olharam para ela sorrindo.

Um ano depois Manae deu à luz a um menino. Kori pediu que ela desse o nome a ele. O chamou de Kyrira. Kori estava feliz por ter dois filhos saudáveis e lindos com a mulher que ele amava. Manae estava feliz por estar com Kori e dar a luz aos filhos deles.

As crianças foram crescendo, e enquanto cresciam as confusões na aldeia também cresciam. Kaminari estava com 7 anos e Kyrira com 6. Eles corriam e pulavam entre os telhados, às vezes derrubando telhas. Se bem que quando corriam no chão, derrubavam pessoas!

– Oe, Kaminee-chan, matte!

– Iaaaá! Você é muito lento!

Eles pularam do telhado e começaram a correr nas ruas. As pessoas saíam da frente. Isso quando os irmãos andavam e Kaminari cumprimentava dando coque nos outros “apenas” por diversão! Quando se aproximavam, e quando dava tempo, alguns avisavam que o “O trovão e o raio” se aproximavam. As pessoas rapidamente saíam da rua.

– Sumimasen! – Ela gritava virando lobo e passando correndo.

– Kami-chan?! – Shyia a viu.

– Sumimasen, Baa-chan. – Kyrira passou por ela correndo, e também virando lobo.

– Kyri-chan!

Shyia correu atrás deles, ou tentou. Quando eles pararam no parque e começaram a brincar, ela os pegou e levou para casa carregando-os pelas roupas. Quando chegou, Manae preparava a comida.

– Manae-chan.

Ela se virou e exclamou espantada, vendo os filhos nas mãos de Shyia, completamente sujos e com os cabelos bagunçados. O cabelo de Kaminari não estava mais branco, mas sim cinza. O cabelo de Kyrira também estava cinza e até sua mexa rosa sumira no meio da sujeira.

– Eles estavam correndo pela cidade... De novo.

– AH, meu Deus. Gomen nasai.

– Ia, ia. Eles que tem que pedir desculpas.

– Por que a gente? – Kaminari disse – Estávamos brincando!

Shyia os largou no chão.

– Ai! – Eles gritaram em coro.

– Vocês quase derrubaram quatro senhoras, fora que quebraram a pilastra da loja que já haviam destruído semana passada.

– Foi tão ruim? – Manae perguntava ainda tendo esperanças.

– O telhado caiu... De novo.

Manae quase caiu no chão de espanto.

– Hihi. – Kaminari ria. Sabia que fizera besteira – Ojisan gritou bem alto dessa vez.

– Kaminari! Kyrira! Eu disse a vocês para não passarem do quintal.

– A gente deu a volta e saiu. – Kyrira disse, inocentemente.

Manae abaixou a cabeça.

– Gomen, Shyia-sama.

– Sem problema. Diga a Kori-chan que ele me deve um tapa.

Manae se espantou.

– Etto... Hai... – Ela disse.

Todos jantavam juntos. As crianças já haviam tomado banho e estavam limpas de novo. Manae olhava para Kaminari, que estava comendo.

– Nee, Kami. Kyri. Não quer contar sobre o dia hoje?

– Não, obrigada. – Ela comia – O dia foi normal.

Kyrira não disse nada, estava com medo de olhar para a mãe. Manae fez cara de tédio.

– Eles quase derrubaram quatro senhoras e quebraram a pilastra daquela loja de semana passada correndo pela cidade.

– De novo? – Ele disse, pasmo – Foi muito ruim?

– O telhado caiu de novo.

Kori abaixou a cabeça, pasmo.

– Otousan, vamos treinar de novo?

– Hai... – Ele disse ainda se recompondo – Ela deu choque em alguém?

– Não pelo que Shyia-sama disse.

– Ela disse que eu devia um tapa a ela né?

– É... – Manae sorriu, pasma – Gomen.

– Pelo o que?

– Acho que isso é culpa minha. – Ela sorriu, travessa. Lembrava o que aprontava em casa.

Ele sorriu.

Os dois treinavam constantemente com o pai. Kaminari iria ficar no lugar de Kori um dia. Ela não queria, mas também não queria decepcioná-lo. Às vezes quando Kyrira parava para descansar e assistia eles lutando, Izukare ficava o fitando das árvores. Ele não era muito próximo das crianças, além de se irritar fácil com elas.

Quando as crianças fizeram 11 e 10 anos, Kori começou a levá-las às reuniões do conselho. Cada uma ficava ao lado do pai, Kori se sentava entre elas. O conselho era um grupo de seis homens bem velhos que faziam duas filas de frente um para o outro, na frente de Kori. Um dia Izukare estava presente na reunião, isso era um pouco incomum. Ele fitava as crianças ao lado do pai, enquanto Kori conversava com o conselho.

– Kori-sama, - Um velho dizia, com a voz fraca rouca – Eu sei que há alguns anos você vem tentando convencer a todos sobre as coisas no mundo lá fora terem mudado, mas, por favor, entenda. Algumas pessoas tem medo de dizer o próprio nome do clã. Se os ningen descobrirem o nome e ligarem a lenda, saberão quem somos.

– Eu sei bem disso, Tori-sama, porém as coisas realmente mudaram. Vi no país vizinho que muitos são amigáveis e gentis.

– Mas Kori-sama se mostrou lobo? – Outro disse levantando o dedo.

– Não... Kaitsu-sama. – Ele disse com pesar – Mas... Manae é um exemplo. Ela me viu e não teve medo ou asco. Ela se aliou a nós.

– Manae-chan é uma menina bondosa, porém tememos de que nem todos sejam como ela. Kori-sama nasceu no meio da guerra, e sabe que não queremos que ela retorne.

– Eu também não quero. – Kori disse, com pesar.

– Então, por favor, passemos para o próximo assunto. – Outro disse.

– Por favor. – Izukare disse – Também tenho algo a dizer.

– Fale, Izukare-Taichow.

– Gostaria de optar por votação quando Kori-sama não puder mais liderar.

– Como assim? – Kori perguntou, desconfiado – Kaminari vai assumir depois de mim.

– Ela vai ser muito jovem e inexperiente. Precisamos de alguém forte e que conheça realmente o passado do clã.

– Sumimasen, Izakare-Taichow, mas eu conheço bem o passado do meu próprio clã. Meu pai nasceu na guerra e sempre me ensinou tudo. E, por favor, não confunda minha tenra idade com falta de força. Como já disse meu pai me ensinou tudo, e devo acentuar que todos o conhecem como o “Grande Lobo Branco”, o que salvou o clã. Eu sei que serei responsável e forte o suficiente para liderar o clã. – Kaminari disse o fitando pelo canto do olho – Se eu não for suficiente, tenho certeza de que Kyrira será. Certo? Izakare-Taichow.

– Não fale assim comigo, fedelha mestiça.

Kori rosnou se inclinando para frente deixando seus dentes de lobo à mostra. Seu irmão abaixou o olhar, submisso.

– Não fale você assim com minha filha. Pelo que sei você não faz parte do conselho. Se não quiserem que Kaminari lidere, eles dirão a mim. Você cuida da Guarda, e só. – Ele disse endireitando-se.

Izukare o fuzilou com o olhar, mas abaixou a cabeça. Tudo voltou ao normal depois. Os treinamentos, as saídas da aldeia para aprender a caçar e lutar num ambiente desconhecido, farejar rastros.

Uma noite, depois de meses, Kyrira saiu para brincar no quintal. Kaminari ficou com a mãe dentro de casa, preparavam o jantar. Ela queria mostrar ao pai que sabia cozinhar.

– Nee, Okaasan? Onde Otousan foi?

– Está verificando algo.

– Hum? Nande?

– Um grupo de patrulha que toma conta dos arredores desapareceu. Ele foi dar uma olhada.

– Ele vai voltar logo? – Ela disse entristecida. Queria que o pai comesse o que ela havia preparado.

– Acho que sim querida. – Manae beijou sua testa.

Enquanto elas preparavam o jantar, Kyrira brincava um pouco longe de seu quintal, entre as árvores.

– Yo.

Kyrira levantou a cabeça.

– Oji-san?

– Hu... – Ele bufou de braços cruzados, estava escorado em uma árvore – Brincando ne?

– Hai... – Kyrira disse desconfiado.

– Melhor não ficar aqui sozinho. Pode te acontecer algo.

– Não vai me acontecer nada, Oji-san. Meu pai já está voltando.

– Está? – Ele cantarolou – Melhor ter se despedido de sua mãe e sua irmã mestiça. Fedelho mestiço.

Kyrira arregalou os olhos. Seu tio estava com um olhar assassino.

Em casa Manae e Kaminari colocavam a mesa de jantar.

– Kami, chame seu irmão.

– Hai. – Ela correu até o quintal – Otouto-kun!

Ela olhava pelo quintal. Ele não vinha.

– Kyrira!

Nada.

– KYRIRA!

Manae se aproximou.

– Ele não veio?

– Não... Acho que se afastou. Baka otouto. – Ela resmungou.

– Eu vou ver.

Manae desceu as pequenas escadas e andou pelo quintal chamando Kyrira, mas ele não voltava. Ela olhou pelo quintal, estava nervosa. Havia algo de errado. De repente sentiu um chakra maligno, assassino.

– O que... É esse chakra? – Ela cochichou para si.

– Okaasan?

– Volte para dentro! – Ela disse para Kaminari.

– O que?

– Vamos entrar, rápido! – Manae a pegou no colo e entrou.

Elas se esconderam. Manae não estava com nenhuma arma e se usasse algum jutsu poderia deixar sua filha desprotegida. Invadiram a casa e começaram a quebrar tudo. Procuravam por elas. Sua escolha foi sair pelos fundos, correndo com Kaminari floresta adentro.

Correram alguns quilômetros e Manae parou atrás de uma árvore oca. Pôs Kaminari dentro.

– Okaasan... – Kaminari chorava – O que está acontecendo?

– Não sei filha, mas fique abaixada – Ela cochichava – Não faça nenhum barulho. Lembra do treinamento?

– Hai...

– Então fique calma e faça tudo o que seu pai lhe ensinou.

– Onde ele está? Cadê o Kyrira?

– Não sei filha. – Manae começou a chorar.

Ela se abaixou, escutou um barulho.

– Nee... Eu vou deixar você aqui. Se eu não voltar... Vá para Konoha. Procure o Terceiro Hokage e diga meu nome. Diga que sou sua mãe. Ele vai te ajudar.

Kaminari balançou a cabeça.

– Vou acabar com eles e procurar seu irmão, tudo bem?

– Hai... – Ela enxugou as lágrimas.

Manae saiu da árvore. Esperou e logo correu, mas a pegaram numa emboscada. Três lobos a emboscaram, não teve como ela fazer nenhum jutsu. Um deles mordeu sua perna e a jogou longe. Outro foi para cima dela. Kaminari via tudo pela brecha da árvore. Ela estava estática vendo a mãe ser atacada daquele jeito. Ela não sabia o que fazer, se sentiu impotente. Ela não seria o suficiente contra três lobos.

O terceiro farejava o lugar, mas ela escondeu sua presença como o pai a ensinou. Kaminari olhava para cima o tempo todo, deixando as lágrimas caírem. O lobo que farejava indicou com a cabeça que os outros dois poderiam ir. Um deles pegou o braço de Manae e a arrastou com eles. Foram embora. Kaminari ficou na árvore.

Pararam há alguns quilômetros da casa que Manae.

– Vocês. – O lobo negro disse – Levem-na para minha casa. A cabeça dela vai ser um ótimo troféu.

– Hai, Izukare-Taichow. – Os dois disseram em coro.

– Vou ver se o bakayaro voltou.

– Hai.

Ele foi embora. Os dois lobos ficaram com Manae, ela gemia de dor. Sua barriga estava perfurada e seu braço sangrava sem parar.

– Acha isso certo? – Um dos lobos perguntou – Ela é a esposa do líder.

– Izukare-taichow disse que se não os matássemos, eles iriam embora e espalhariam sobre a existência da aldeia. – O lobo que estava arrastando Manae, disse – Você quer isso?

– Não.

– Então vamos.

– Hai.

De repente um grande lobo branco atacou o que arrastava Manae, jogando-o longe. Eles brevemente lutaram, mas o lobo branco o matou. Olhou para o outro lobo, furioso, e foi para cima dele.

– Não, Kori-sama. Por favor! Perdão. Perdão! Izukare-taichow que nos deu a ordem.

– O que... – Kori não acreditava.

Ele olhou para a esposa, ferida no chão.

– Cadê meus filhos?

O lobo estava nervoso demais, tremia de medo.

– ONDE ESTÃO! – Kori rosnou.

– Eu não sei! Eu não sei. Kami... Kaminari-chan desapareceu. Izukare-taichow pegou Kyrira-kun. Ele não disse o que faria com ele. Por favor... Por favor... Piedade.

– VOCÊ TEVE PIEDADE COM MINHA ESPOSA?!

Kori arrancou a jugular do lobo. Ele caiu morto. Enquanto ele fizera aquilo, Manae havia pegado seu colar e feito um jutsu pondo uma parte de sua energia vital nele, ela fechou os olhos pela fraqueza. O colar, principalmente o pingente esculpido, foi um presente do marido. Kori viu a esposa e o seu estado. Foi até ela e virou homem, sem se importar se estava nu. Ele a segurou nos braços.

– Manae... Manae.

Ela abria os olhos. Sorriu para ele.

– Kori... Eu sabia... Que ia me salvar.

– O que houve? Onde está Kaminari?

– Eles invadiram a casa... – Ela estava fraca – Quebraram tudo. Corremos... Para a floresta... Eu escondi... Kami em uma árvore oca... Estava voltando para procurar Kyrira...

– Eu vou te levar até Shyia-sama. – Ele disse tentando pegá-la no colo.

– Não...! Não adianta. Eu... Perdi muito sangue... – Ela chorava.

Ele começou a chorar.

– Por favor...

– Kori... Eu mandei Kaminari ir para Konoha.

– O que...

– Se eu não voltasse... Para Konoha... Ela...

– Manae! Eu vou te levar pra Shyia-sama.

– Kori... – Ela pôs a mão no rosto dele e o fez beijá-la. Ele segurou a mão dela, acariciando-a – Você... Me fez muito feliz.

Ele começou a chorar, estava com sua testa encostada na dela. Ela deu o colar a ele.

– Quando encontrá-los... Faça-os fluir chakra... No colar...

– Não... Não... Você vai mandar, você...

– Arigatou...

Ele apertou os olhos querendo que fosse mentira, mas quando ele levantou a cabeça, ela já havia partido. Estava com os olhos fechados e sorria. Ele desmoronou, abraçando-a.

– Manae...

Kori ficou abraçado com Manae, depois a levou para casa e a enterrou no quintal. Pegou várias pedras e pôs em cima do túmulo. Ele chorava com a cabeça encostada no túmulo. Aos poucos levantou a cabeça com fúria no olhar. Correu se transformando em lobo. Ele procuraria por Kaminari. “Àrvore oca”, ele repetia constantemente.

Kori farejou pelo cheiro da filha. Chegou a um lugar onde o chão estava coberto de sangue, era de Manae. Seu ódio aumentou, ele encontrou o cheiro de Kaminari, mas ela não estava na árvore oca. Ele farejou e descobriu cheiros a mais, misturados com os dela. Correu farejando. Achou o cheiro dela, enquanto corria via kunais e shurikens nas árvores. Estavam perseguindo ela. Começou a chover. Ele correu mais rápido e parou bruscamente quando avistou um penhasco.

– Não... Não!

Ele andou de um lado para o outro. Pulou o penhasco com as garras para fora na terra, diminuindo a velocidade. Quando ele chegou no chão, não havia nada e nem ninguém. Ele perdeu o rastro de Kaminari por causa da chuva.

– Kaminari... – Ele olhava para todos os lados – KAMINARI!

Nada. Ele ficou com corpo de homem, mas o resto como lobo, e socou uma árvore. Ela rachou ao meio. Ele se sentia perdido. Achara que perdera tudo!

“Eu mandei Kaminari ir para Konoha”, ele se lembrou.

– Konoha! – Ele correu e voltou para a aldeia.

Quando chegou, tudo estava destruído. Não havia ninguém. Ele olhava para todos os lados, mas nada. Nada de idosos, homens ou mulheres, e nem crianças. Ele rosnou de ódio.

Alguém se aproximou. Ele ficou em posição de ataque, rosnando.

– Kori-chan.

Era Shyia. Ela estava como lobo. Ele a reconheceu, seu pêlo era acinzentado pela idade.

– O que houve aqui? – Ele perguntou.

– Atacaram a aldeia.

– Quem?

Ela hesitou.

– A guarda.

Ele rosnou, enfurecido. Já suspeitava.

– A maioria fugiu e se salvou. Todo o conselho foi assassinado. – Ela disse com pesar – Mostro a você onde os outros estão.

– Hai... – Ele começou a andar.

– Kori... Onde está Manae? E as crianças?

– Izukare pegou Kyrira. Kaminari desapareceu.

Ele voltou a andar, mesmo que não soubesse o caminho.

– E Manae?

Ele não respondeu.

– Kori... – Ela perguntava apreensiva. Imaginava o pior.

– Morreu... Atacaram ela na floresta.

– Não... – Shyia começou a chorar. Se aproximou dele – Sinto muito...

– Me mostre o caminho! – Ele rosnou.

Ela ficou paralisada, com medo.

– Hai...

Aproximadamente 90 quilômetros ao noroeste, Shyia e Kori chegaram ao esconderijo. Era perto do mar, entre rochas. Eles entraram numa caverna. Quando Kori viu toda aquela gente, ficou aliviado. Um deles deu roupas para os dois e Kori foi para trás de uma rocha.

– Shyia-sama. Onde está a família do Kori-sama? – O homem que deu as roupas perguntou.

Shyia abaixou a cabeça. O homem abaixou a cabeça, com pesar. Quando Kori saiu de trás da rocha, estava vestido e era homem. Ele abaixou e se sentou no chão escorado na rocha. Pôs a mão na cabeça, estava furioso. O colar de Manae estava em seu pescoço. Shyia já havia virado mulher, e se aproximou dele.

– Kori...

Ele a olhou. Ela viu aqueles olhos amarelos cheios de fúria.

– O que houve?

– Eu fui com um pequeno grupo ver o que tinha acontecido com o grupo de patrulha, mas... Quando chegamos lá não havia ninguém. Nos pegaram numa emboscada. Lobos. – Ele disse sarcástico – Meu próprio clã. Eu fui o único que sobrou. Voltei para a aldeia correndo. Fui para casa, estava... Destruída. A porta dos fundos estava aberta. Pensei que tinham fugido, mas quando corria pela floresta... Encontrei Manae. Um lobo da guarda estava arrastando ela pelo braço, havia outro também... Eu matei os dois... – Ele rangia os dentes – Mas...

Shyia o olhava, ela também chorava. Ele a olhou, as lágrimas escorriam pelo seu rosto.

– Ela disse que eu a fiz feliz... – Ele desmoronou.

Shyia de ajoelhou no chão e o abraçou.

Quando Kori se recompôs, começou a pensar. Era exatamente aquilo que ele não queria. Uma guerra. E para piorar, entre seu próprio clã. Todos sabiam que Izukare estava por trás daquilo. Kori ficou com ódio, tanto por causa do irmão, como por não saber o que fazer.

– Konoha... – Ele murmurou esfregando seu dedo indicador com o dedão da mão.

Ele se levantou e foi para perto das pessoas.

– Levantem as mãos quem é habilitado como shinobi.

Eles o olharam, ficaram confusos. Aproximadamente deveria ter quase 400 Ookami ningen na caverna. Com o número de idosos e crianças, 195 levantaram a mão. Apesar de poucos, Kori achou bom.

– Quem tem habilidade em reconhecimento de terrenos e a segurança?

17 pessoas levantaram as mãos. Kori os mandou ir até sua frente. Ele estava de braços cruzados e a expressão séria.

– Entre vocês, quem seria qualificado para ser o capitão.

– Shikatore. – Disseram.

Kori o fitou e foi até ele.

– É verdade?

– Sim, senhor.

– Se é tão bom, por que não estava na guarda?

– Eu fazia parte da guarda, Kori-sama. Mas... Estava com minha família quando começaram a atacar a aldeia. Não sabia do ataque. Ajudei as pessoas a se refugiarem aqui com os outros.

– Bom trabalho. Você é o capitão a partir de agora.

– Sim, Kori-sama. – Ele fez uma revência.

Kori o pegou pela camisa bruscamente.

– Sabe o que eu fiz com quem matou minha esposa?

– Não,... Senhor. – Shikatore disse com medo.

– Arranquei a jugular dele com os dentes.

Shikatore se espantou.

– Se me trair como meu irmão e a guarda... Eu mato você da pior maneira possível.

Ele o olhou com medo. Kori sempre foi amável, mas naquele momento queria matar todos que estavam envolvidos no ataque. Kori o mandou cuidar de todos e manter Shyia a par da situação, qualquer que fosse. Ele iria se ausentar por um tempo. Shikatore se reuniu com os outros shinobis para analisarem qual seria o melhor plano para a mudança de local dos Ookami ningen. Logo a Guarda de Izukare iria achá-los.

Kori pegava uma mochila e colocava o necessário dentro.

– Kori... – Shyia o chamou.

– Hai. – Ele disse sem se virar.

– Vai deixar todos aqui?

– Eles são bons shinobis, eu os conheço. Cuidarão bem de todos. Logo estarão em um local seguro. – Ele disse levantando e pondo a mochila nas costas.

– Aonde você vai?

– Encontrar meus filhos.


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Notas finais do capítulo

Mesmo me xingando, podem deixar comentários 'rs Aceitarei todos. Se quiserem dar opiniões sobre a história ou algo que gostariam que eu colocasse, podem pôr.

Beijos, beijos. Até amanhã ;*



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