Falando Com Um Anjo. escrita por JC Forbes


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem?
Espero que vocês gostem ♥



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Eu estava deitada em minha cama, já havia acordado faz tempo, mas a chuva e o frio não deixaram me levantar, então fiquei pensando em minha vida.

Tenho uma madrasta insuportável.

Meu pai morreu há dois anos.

Uma meia irmã mimada.

Sem amigos.

Estudos no fim e, eu nem sei o que quero ser.

Talvez uma médica ou advogada.

Não sei.

Meu cérebro é uma confusão.

Resumindo: 50% de "quero fugir de casa", uns  40% de sonhos  e 10% de bobagens.

Fora isso até que sou normal.

—Diana— ouço a voz aguda e "delicada" da minha "amada" madrasta gritando— Cadê o café da manhã!?

—Na cozinha— respondi no mesmo dom de voz, mas acrescentei alguns risos no fim.

—Você vai ver menina, quando você completar 18 anos vou te mandar para fora de casa!

E assim termina nossa conversa duraram uns 10 segundos, conseguimos bater nosso recorde.

Levantei e fui até a lanchonete do Jilliens, tinha o costume de tomar café da manhã lá aos fins de semana.

—Olha só que encontramos se não é a Didi— Ana disse rindo com algumas amiguinhas, ela era a menina mais popular do colégio e por isso acha que pode infernizar a vida dos outros.

Simplesmente a ignorei e entrei na pequena lanchonete, para não me estressar logo pela matina.

—Oi Jill, o de sempre— falei pegando uma mini placa com o número 2, caminhei até uma mesa no fundo e me sentei.

 Colocando os fones, eu sai desse "universo" entrando em meu "mundinho" pessoal. Porém logo fui interrompida por uma idosa que carregava um cesto coberto.

—Olá linda moça, quer comprar uma maça?— perguntou ela revelando as frutas vermelhas como sangue.

—Não obrigada— respondi sorrindo sorrindo, por um instante questionei se eu era a pessoas mais bela que existe.

—Tome pegue uma— insistiu entregando uma maça, quando fui devolver a idosa tinha sumido.

Guardei a maçã e tomei o meu café da manhã de sempre, um simples sanduíche de ovo, um chocolate frio e um pequeno bolinho de chocolate.

Como era sábado não precisava voltar para casa, então fui até ao centro fazer alguma coisa legal. Passei em uma biblioteca e comprei alguns livros, fui ao cinema e agora estou a caminho de um parque de diversões, resolvi que hoje iria perder meu medo de altura.

Cheguei ao parque e fui direto ao Kamikaze, fiquei sentada do lado de um menino gordinho que aparentava ter uns 11 anos.

—Oi meu nome é Jorge, tenho 12 anos é sua primeira vez aqui?— o garoto virou para mim e perguntou.

—Oi, Diana, sim é minha primeira vez— disse sorrindo para Jorge.

—Você tem medo de altura?

—Não— menti.

—Então porque essa é sua primeira vez aqui?— ele perguntou sem humor.

—Eu acho que você já passou da fase de ficar fazendo perguntas— respondi para que assim o garoto parasse de falar.

O brinquedo começou a girar, algumas pessoas gritavam, mas até o momento eu estava bem, porém o brinquedo resolveu ficar de ponta cabeça, e o que aconteceu? Na verdade não sei, senti meu sinto soltar e depois tudo se apagar.

Depois de um tempo eu acordei, estava no meu quarto, acho que desmaiei na verdade não sei direito, mas isso não importa.

Sai do quarto e comecei a andar a casa estava diferente, andei em um corredor escuro, mas pelo jeito não tinha nenhum objeto no caminho, comecei a ver duas asas de 2 metros tão brancas que meus olhos começaram a arder, também vi um borrão alaranjado fui me aproximando até que vi um menino.

—Olá Diana, prazer sou Rick sou seu...— ele mordeu o lábio pensando em como continuar falando — anjo da guarda— disse sorrindo.

—Oi? Anjo? Da guarda?— comecei a rir isso era muito estranho.

—Não entendi o motivo dos risos— respondeu confuso— Bom não interessa acontece que eu preciso de ajuda... — não deixei que ele terminasse de falar.

—Ajuda? Porque um “anjo” precisaria de ajuda?— ironizei a palavra anjo.

—Será que tá para você parar de ironia isso é chato, e sim eu preciso de ajuda e você vai me ajudar, então me acompanhe— Rick se virou e eu vi perfeitamente as asas, como ele tinha asas? Ele não é um anjo.

—Porque você acha que eu vou te ajudar?— Cruzei os braços.

—Acredite, você precisa mais de mim do que eu de você. Então para de birra e vem logo— continuou andando e toda vez que ele pisava no chão era um balanço nas asas, e ás vezes caia uma pena ou outra no caminho.

Não falei mais nada apenas o segui chegamos a um quarto e ele entrou e vez um sinal para que eu esperasse, depois de três minutos ele abriu a porta e pediu que eu entrasse.

—Bem - vinda ao meu quarto— ele falou cheio de orgulho

—Ta bom, anjo o que a gente está fazendo aqui?— perguntei me sentando na cama, que por sinal era bem macia.

—Vamos conversar— eu assenti e ele continuou — Como eu disse sou um anjo da guarda que entrou em uma fria e agora preciso da sua ajuda para eu conseguir sair dessa fria, entendeu?

—Sim, mas porque EU tenho que te ajudar?

—Porque você também precisa da minha ajuda, vai ser tipo uma troca de favores— falava calmo com um jeito estranho.

—Porque você acha que eu preciso da sua ajuda?— eu estava bem não precisava de nada.

—Mas tarde você vai saber— ele disse desviando o olhar.

—Você tá escondendo algo de mim?— o encarei, mas ele desviou o olhar novamente.

—Eu!? Não.

—Tem certeza Rick?— insisti.

—Tenho— disse firme — e você para de mudar de assunto.

Conversamos, me explicou que não havia feito o trabalho dele e estava brigando com os anjos menores, então o anjo superior o colocou ele de castigo, ou seja, ele só pode voltar para o céu depois que ele ajudar uma pessoa que realmente precisa e, eu sou a sorteada.

—Então agora você é o gênio da lâmpada que tem que realizar três desejos meus?— perguntei maliciosa.

—Bom se você desejar isso será menos um pedido.

—Engraçadinho— sorri sem graça— antes de tudo quero perder o medo de altura.

—Tá bom.

E foi isso para eu estar voando com um anjo, a gente estava tão alto que os prédios pareciam formiguinhas e nem dava para ver as pessoas, eu estava feliz até ele me soltar.

Comecei a gritar, única coisa que vinha em minha mente era que o meu próprio anjo da guarda queria me matar.

—Calma— ele me pegou novamente— eu não ia te deixar cair— terminou descendo até no alto de um prédio.

—Escuta aqui ruivo, essa não foi uma brincadeira legal— falei entre suspiros andei até a escada, ele me seguiu até que virei para traz e disse: — Você fica aqui eu vou sozinha e não preciso mais da sua ajuda pode falar para o Anjo Chefe que é pra deixar você entrar no céu e nunca, NUNCA mais sair— fui até a minha casa.

Chegando lá deitei na cama e pensei “Eu só posso estar ficando louca”.

—Você não está louca Diana— Rick estava sentado na beira da cama me observando.

—Legal agora você invadiu minha mente— o empurrei.

—Isso não foi nada agradável— ele falou se levantando do chão— você não tem bons modos— disse bravo.

—Já sei, por que você não me deixa sozinha e para de falar, respirar por uma hora— falei bufando.

Quando fui ver novamente ele estava deitado no chão, olhava para mim sem piscar ele estava ficando pálido, então me ajoelhei do lado dele coloquei minha mão no peito de Rick e ele não respirava, comecei a me desesperar.

—Rick respira— o chocalhava— RICK!— comecei a gritar o nome dele. “Eu o matei!” e esse foi meu primeiro pensamento.

Sai correndo do quarto atrás de ajuda, até que percebi que não tinha ninguém, não tinha ninguém nas casas, nas lojas, mercados e nem mesmo na rua, a gente estava completamente sozinhos em uma cidade enorme.

Voltei para ver se ele estava bem, e ao chegar ele estava sentado na cama jogando uma bolinha para cima.

—Olá Diana— ele falou sorrindo sem parar de olhar a bolinha.

—Que? Como? Você estava morto?— eu estava confusa.

—“ Por que você não me deixa sozinha e para de falar, respirar por uma hora”— ele falou com uma voz fina com a intenção de me imitar— As palavras tem poder. Eu acho que seria bem melhor se você pedisse algo mais lucrativo— disse ele erguendo as sobrancelhas.

Fiquei boquiaberta até ele falar “Fecha a boca não entra mosca” ele tem o dom de me deixar irritada, o que nem mesmo a Ana conseguia.

—Bom se eu fosse você pediria para colocar um amor no seu coração, porque nesse caso o seu está tão vazio, tem até teia de aranha— disse ele rindo, mas que eu esteja brava tenho que admitir que ele é bem bonitinho ainda mais rindo. Ataquei um travesseiro no rosto dele, assim ambos começamos a rir.

—Do jeito que você fala parece que o amor acabou pra mim— olhei com dó de mim mesma.

—O amor não morreu pra você ele só chegou— o quarto ficou em silêncio por um momento.

—Não preciso mais sonhar então— falei sorrindo para não deixar tão sem graça.

—O sonho não tem fim— ele retrucou com a mesma intensidade— Alias vem cá tenho que te mostrar uma coisa— respondeu sério.

—O que?— perguntei com a esperança que ele me respondesse.

—Bom vou te mostrar algo, mas não se assuste— comecei a ficar preocupada.

Ele me pegou pela mão e pulou a janela, começamos a voar pela primeira vez senti completa como se nada pudesse me atingir, e afinal não tinha mais medo de altura, uma felicidade invadiu meu coração fazendo sorrir havia algo diferente em mim, não sei o que é só sei que não quero que acabe.

Paramos em um hospital, tinha algumas pessoas, mas ninguém nós via.

—Porque eles não podem nos ver?— perguntei, ele segurava minha mão e caminhava rápido pelo corredor.

—Simplesmente porque não estamos aqui— ele disse parando em frente de um quarto.

—Como assim?

—Veja você mesma— ele abriu a porta do quarto.

No quarto tinha minha avó, a minha meia irmã e até minha madrasta, elas estavam me olhando, eu estava em coma dormindo, uma enfermeira chegou e disse:

—Ela pode acordar á qualquer momento— Cíntia, a enfermeira, disse olhando para alguns relatórios que segurava em mãos.

—O que é isso Rick— me afastei, estava com medo— o que está acontecendo?

—Diana— ele olhou para baixo— esse tempo que você esteve comigo, você esteve inconsciente aqui.

—Mas passou um dia, nem isso— falei senti meu coração acelerar.

—Na verdade já faz um mês em que você está em coma— a voz dele saia baixa quase sussurros.

—Desde quando?— o encarei não deixando que ele desviasse meu olhar.

—Desde que você decidiu perder seu medo de altura e foi naquele brinquedo, Kamikaze— ele falou olhando para mim.

Meus olhos começaram a lagrimejar, não consegui me segurar quando fui ver estava ajoelhada no chão chorando desesperadamente, Rick se abaixou e me abraçou, me deu um abraço forte, agora eu estava desmoronando.

—Calma você ainda tem um pedido— ele ergueu minha cabeça com uma das mãos e com a outra passou em minha bochecha secando as lágrimas que caiam rapidamente.

—Não sei como escolher, não tenho certeza que quero ir...

—Como não quer ir? Você tem que ir.

—E deixar você!?— já não chorava mais.

—Não importa quanto tempo vai passar, vou te espera ele falou.

—Você é o meu sonho Rick, nunca vou te esquecer— nossos olhos se encontraram, e os lábios se encostaram, um clarão apareceu e levou o Meu Anjo.

Abri meus olhos eu estava deitada na cama, minha madrasta olhou para mim com uma cara de raiva e disse:

—Nunca mais me assuste desse jeito— e me abraçou.

—Diana— minha meia irmã gritou e correu para me abraçar.

—Minha neta— e minha avó que dormia no sofá acordou.

Passaram alguns dias muita coisa havia mudado, eu acho que Rick colocou um amor no meu coração, eu estava bem.

Quando as noites chegavam olhava pela janela e tinha a certeza que ele estava lá.

Rick- E estava.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler :)
♥ Até ♥