Um Sherlock bastante efusivo escrita por Gabrinola


Capítulo 9
Frágil


Notas iniciais do capítulo

Oee pessoas, espero não ter demorado tanto, mas esse capítulo foi um pouco grande, então me deem um desconto, espero que gostem, nesse precisei misturar um pouco nosso romance com uma das partes mais críticas do caso, e é com pesar que digo que a fic ta chegando no final, então né. apreciem ♥



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Sherlock achou que seria melhor manter a rotina, disse que não poderia deixar escapar detalhe algum, ainda disse que o nosso assassino tinha uma conexão muito forte comigo e que ele queria saber o por que daquilo, por isso estou aqui, numa segunda-feira, na clinica.

E então desde que me levantei ontem a noite, tenho sentido uma enorme dor nas costas. – Dizia uma senhora, passara um bom tempo relatando o que lhe havia acontecido, mas eu diria que era no máximo seu músculo que estava atrofiado por conta da falta de exercícios, e ao exigir um pouco mais dele ao cair no chão do banheiro, ela sentiria essas dores.

Seu músculo estava atrofiado pela falta de movimento e quando a senhora caiu ele não estava preparado para o impacto, por isso a senhora está sentindo essas dores..- Respondia Sherlock com a maior cara de tédio do mundo.

Sherlock! – Repreendi. – Não roube meu trabalho, afinal é a única coisa que sei fazer bem.

–Tem certeza John? – Ele me lançou um olhar provocativo.

Eu não sabia do que ele falava, afinal nós nunca...Mas a expressão da senhora e os olhares que me cercavam me fizeram corar um pouco. Sim, Sherlock estava lá, ele dizia querer entender minha rotina e saber se em algum momento eu poderia entrar em contato com o assassino ou com alguém suspeito, mas ele havia dito que eu poderia fingir que ele não estava lá, pois ficaria quieto e não falaria nada, por isso concordei com isso tudo, mas ele estava realmente conseguindo me tirar do sério.

Do que você está falando? – Perguntei meio sem graça.

........

Ele me ignorou completamente.

Bem, a senhora pode escutar nosso amigo aqui – Indiquei Sherlock com a cabeça. – Ele está certo, uma pomada para dor e uns exercícios devem ajudá-la, mas nada exagerado, volte aqui semana que vem para darmos uma olhada de novo.

Certo – Me lançou um pequeno sorriso e logo outro para Sherlock, que para minha surpresa lhe devolveu um sorriso escancarado.

*Aventura mental de John*

Ele era muito lindo, eu poderia agarrá-lo aqui mesmo.

John...- Disse Sherlock enquanto se aproximava.

O que?..- Respondia um tanto nervoso.

Eu quero tanto te beijar... Desde que dormimos juntos, que senti seu cheiro, eu venho me segurando bastante..-Seus lábios quase encostavam nos meus, eu queria que aquilo acontecesse, não me importaria se fosse ali, ele mexia muito comigo.

Não podemos..eu preciso trabalhar, você sabe disso. – Relutante o afastei.

Então volte para o 221B comigo, eu já não consigo ficar sem você, quero que fique comigo, não me faça deduzir todos os seus sinais e lhe convencer de que você deseja isso tanto quanto eu. – Ele sorria enquanto roçava seus lábios nos meus levemente.

Você tem razão, eu já devia ter voltado. – Dizia sucumbindo a tentação que era o toque daqueles lábios gelados e macios.

*Fim da aventura mental de John*

John! – Chamava Sherlock.

Oi? – Respondi um tanto desconcertado.

A senhora esta ai a um bom tempo e você parecia estar viajando, até falando coisas estranhas você estava. – Ele sorria.

Será que ele percebeu? Só um idiota não perceberia. Acho que eu quem precisava estar do outro lado da mesinha, eu estava pirando.

Depois de um dia dez vezes mais cansativo de trabalho, eu e Sherlock seguíamos em direção a minha casa, ou melhor, eu ia em direção a minha casa e estava disposto a ver se ele faria o mesmo, não saberia dizer se ele estava realmente levando isso a serio ou se estava apenas me provocando ao ficar colado comigo 24 horas.

Onde nós vamos comer? – Perguntou.

Escolha um lugar, ou podemos simplesmente ir para casa e eu cozinho alguma coisa.

–Eu até arriscaria ir para sua casa e experimentar sua comida, mas percebo que está bem cansado e um tanto estressado, tenho certeza que isso afetaria no gosto da sua comida e depois de um dia tão entediante a ultima coisa que quero é uma comida ruim, então vamos para o restaurante de sempre.

Um simples “vamos no de sempre” serviria, mas ele tinha razão, eu estava estressado, mas não era com sua companhia ou com as coisas absurdas que dizia, o caso ainda me preocupava muito, eu tinha medo de andar na rua, assim, tão exposto, meu ombro e mão esquerdos ainda machucados eram a prova de que eu realmente deveria temer, esse homem muitas vezes me provara que não tinha pena e não pensava duas vezes na hora de acabar com a vida de alguém, mais que minha morte, eu temia ver Holmes no chão, sangrando...Morrendo na minha frente, como a Mary, com certeza não queria perder mais ninguém, lembro-me do alívio que fora quando Sherlock dissera que Molly estava bem pois não estava no laboratório na hora em que tudo ocorrera, mas esse tal joguinho, charada como ele chamava, me preocupava e muito, afinal tudo que tínhamos até agora eram apenas 3 palavras e vagas lembranças do que pareciam ser os olhos de Holmes.

Algo estranhamente gelado pegou minha mão, era ele, continuávamos andando e ele olhava para o lado oposto ao meu.

Não fique tão tenso, ele não nos pegaria assim de repente, ele quer brincar conosco, você mesmo disse, ele não acabaria logo com as peças principais. Eu sei o que estamos fazendo. – Ele disse num tom baixo.

Você sempre sabe..- Sussurrei, um pequeno sorriso se fez em meu rosto e um suspiro escapou.

Eu não queria que essa rua acabasse, queria que minha casa estivesse a quilômetros de distancia, seu toque me passava a mesma segurança de sempre, eu gostava disso.

No final passamos direto de todos os restaurantes que conhecíamos, não trocamos palavras pois não era necessário, tudo parecia tão bem. Chegamos em minha casa e ao destrancar a porta lá estava ele.

Achei que iam parar para comer alguma coisa, afinal passaram o dia todo naquela clinica. – Sua voz alta e grossa dizia, mas uma vez apenas víamos uma silhueta toda vestida de preto. – Achei justo deixar um recado antes de fazer o que vocês chamam de “a próxima vitima” – Disse num tom irônico. Era como se divertisse com cada coisa que acontecia ali.

Ele terminava de pintar algo na parede principal da sala, parecia tão despreocupado, eu tinha certeza de que ele planejara tudo, ele não apareceria para nós se não quisesse, eu sabia que esse homem escondia muita coisa, todos sabíamos, mas ele mesmo dissera que não planejava aparecer tão rápido, então por que? O que o fizera mudar de ideia?

Vamos Sherlock Holmes, tente me deduzir, o que você vê? O que essa mente brilhante diz sobre mim? – Ele ria. –Você parece tão perdido, tão...Fraco. – Ele cuspia as palavras como um animal feroz. Hora ria, hora estava com raiva, que tipo de coisa pode ter acontecido entre eles? Do modo que falava eu diria que já conhecia Sherlock. – Vamos! Não seja chato, me divirta um pouco... Eu vou até te ajudar.

Sacou da cintura uma arma, ao levantar levemente o braço para retirar a arma, notei uma tatuagem perto de seu pulso, era pequena, diria que era uma gota negra, sabia que isso era importante, mas meu cérebro só focava naquela arma apontada para Sherlock.

O que você tem a dizer sobre o modo como pego a arma? E essa tatuagem? Você a reconhece? Vamos Holmes... Não me diga que realmente esqueceu de mim, nos conhecemos desde que você era uma criança.

Vi o corpo de Sherlock enrijecer, seus olhos estavam suficientemente arregalados, ele parecia realmente surpreso, estava em choque.

Sherlock! – Sussurrei.

Ele permanecia aturdido.

Sherlock! – Falei mais alto.

O homem mantinha seus olhos colados em Holmes, em sua boca que agora estava a mostra estava estampado um sorriso perverso.

Vamos Holmes ainda estou esperando sua tão famosa dedução impecável, não se deixa um cliente esperando.

–CALE SUA...- Eu começava a gritar.

Ele tem razão John, nós não deixamos um cliente esperando, não um cliente com um caso tão interessante.

Seus olhos demonstravam o brilho de sempre, da excitação, embora sua voz ainda demonstrasse hesitação, sabia que Sherlock nunca fugia de um desafio, mas eu realmente temia essa dedução, o que quer que seja que ele poderia vir a descobrir.

Sua postura e o modo que você está segurando esta arma indicam total confiança na habilidade que tem usando esta ferramenta e ainda baseado nos disparos precisos que você deu no John, eu diria que você já esteve no exercito, e por muito tempo, pois ainda mantém velhos hábitos que nem você mesmo deve perceber, como posicionar os pés e ficar em um local onde seja possível ter uma visão completa do local sem manter as costas vulneráveis, um simples assassino comete esse erro muitas vezes, até os mais experientes, e quanto a tatuagem... – Sua voz fraquejou mas ele logo se recuperou. – Não é uma tatuagem.

O homem agora voltava a guardar a arma na cintura.

Fantástico, previsível eu diria, mas ainda assim, fantástico... Chame seus amiguinhos policiais e diga que mandei um abraço... e John, diga a Mary que ela precisa melhorar na hora de fazer um café.

Passou por nós com um sorriso e saiu pela porta, com a maior calma do mundo, bateu a porta atrás de si. Eu ainda estava surpreso e assustado com aquilo tudo, ficamos calados por um tempo, até que o silencio foi quebrado quando Sherlock caiu de joelhos no chão, seus olhos voltaram a perder a cor e seu rosto só demonstrava uma coisa. Medo.

Sherlock! – Me agachei ao seu lado.

John...Ligue para Lestrade e diga que ele vai fazer mais uma vitima, e dessa vez nós sabemos o lugar, ele nos entregou o endereço.

–O que? Como? Onde será?

Com a mão tremula apontou a parede.

221B

Mande Lestrade ir pra lá agora – Disse por fim. – Conhecendo ele, deve ter cometido o crime antes de vir pra cá e fazer esse show todo, por isso alerte-o de um possível corpo.

Fiz como ele disse e esperava que Lestrade respondesse assim que chegasse lá.

Eu o abraçava, seu corpo todo tremia, eu nunca o vira neste estado, nunca tinha visto Holmes tremer de medo, seus braços me cercavam aos poucos, sentia seu aperto aumentar a cada segundo.

Você precisa aguentar firme, eu não sei de onde você o conhece, nem quem é ele, mas precisamos pegá-lo, se quiser chorar a hora é agora, mas logo teremos que sair de novo, nós precisamos de você Sherlock Holmes, e você também precisa de você, detesto sempre quando jogam todo o caso em suas costas mas agora é inevitável, eu sei que nunca pedi isso, mas agora preciso mais que tudo que você seja forte, preciso que concluamos este caso, preciso que você me coloque de frente a esse homem para que eu possa socá-lo até que seu rosto fique irreconhecível, eu preciso de você Sherlock. – Afastando-o do abraço, levei meus lábios aos seus, devagar e suavemente, não esperava que ele retribuísse ou reagisse no estado em que estava e ele não o fez, por isso apenas o beijei levemente e o apertando contra mim mais um vez, acariciei seus cabelos.

Meu celular tocava, era provavelmente o Lestrade.

John! Preciso que você venha para cá agora. – Dizia num misto de surpresa e pressa.

O que tem ai? Identificaram a vitima? – Perguntei. Já estava de pé e Sherlock parecia melhor, estava com a mesma expressão de sempre.

Não há vitima John... É a Mary, e ela está...Viva. – Disse por fim.

Meu coração acelerou, não sabia como reagir aquilo, eu a vi morrendo, como podia ser? Vi quando o disparo atingiu sua cabeça, vi seu corpo caindo no chão, vi tudo aquilo, eu tinha certeza. Corri para o lado de fora e chamei um táxi, em pouco tempo estávamos no 221B, e lá estava ela, na minha frente, usando as roupas e o sapato que usava no dia que saíra para correr, as mesmas roupas que a vi usando no dia em que foi morta, e lá estava ela, simplesmente viva na minha frente, sorrindo de alivio enquanto me abraçava, mas havia alguma coisa de diferente... não saberia dizer o que, mas simplesmente senti que algo não estava certo.

Olhei para Sherlock que nos encarava, tentando extrair o máximo de informações daquilo todo. “dela”. Mas eu não confiaria, afinal ela já enganou a dedução de Sherlock uma vez, quando conseguiu esconder todos os sinais de seu passado, e Sherlock sabia disso.

Lestrade começou com as perguntas sobre como sabíamos que tinha alguma coisa aqui, e contamos tudo, claro que ocultamos alguns detalhes, algumas partes do diálogo e das provocações, só falamos o necessário.

E essa tatuagem de uma gota negra? Como sábia que não era uma tatuagem? – Perguntou Lestrade.

Isso era algo que mesmo eu queria saber, nos meus olhos aquilo parecia muito uma tatuagem, tão escura em sua pele clara.

Sherlock com um puxado na manga da camisa, revelou parte de seu pulso, e lá estava uma marca igual á do nosso assassino.

Não é uma tatuagem por que eu tenho uma exatamente igual... E eu sei quem é nosso assassino... – Ele me lançou um olhar que só eu saberia identifica, sabia que ele estava assustado, muito assustado. – Nosso assassino é meu pai, que eu pensava até hoje, que estava morto.

Todos o olhavam, uma tensão tomou conta da sala. Sabia que ele iria desabar a qualquer momento, sabia que era importante a presença dele ali, sabia que deveria ficar com a Mary, mas não podia deixá-lo lá, não naquele estado, ninguém poderia saber do lado frágil de Holmes.

O Pai dele?”


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao fim de mais um capítulo, comentem o que acharam por que isso ajuda pakas e obrigada ais favoritos esse tempo todo e as pessoas maravilhosas que comentam ♥ uis que meloso, enfim, obrigada a vocês que me dão inspiração. (mentira a inspiração é minha) obregado pelo apoio.



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