Era frustrante. Klaus parecia ter prazer em controlar minha vida completamente. Ele já havia convivido comigo tempo suficiente para entender que não importava o quanto ele tentasse, isto, eu nunca iria permitir. Diante de algumas situações poderia até tentar entender e obedecer

da forma como ele pedia, entretanto, neste momento sinto-me frustrada e completamente irritada com o fato dele achar que sou incapaz de me defender sozinha.

Sempre fui uma mulher auto suficiente e não seria agora que as coisas mudariam. Suspirei frustrada. Minha mente era um turbilhão de emoções diferentes naquele momento. Minhas mãos suavam constantemente e o súbito enjoo que havia sentido pela manhã havia voltado com força total. O que o poder da mente não e capaz de fazer? Eu tinha que mentir que estava gravida e, havia trabalhado tanto no meu psicológica para tal, que meu corpo parecia acreditar naquilo produzindo sintomas falsos. Embora, fosse falso, o enjoo estava realmente forte. O amargo na minha boca incomodava muito e meu corpo estava relativamente fraco. Já estava arrependida de ter insistindo em vir dirigindo sozinha ao hospital. Fazia bastante tempo que não pegava em um carro para dirigir, entretanto, diante do caos que estava a Máfia, não havia nenhum carro com motorista disponível para mim no momento em que decidi vir de encontro a Klaus de uma vez por todas. Deveria ter esperado um pouco, Elaijah havia insistido para tal, no entanto, minha teimosia e a súbita vontade de ficar sozinha me fizeram ignorar completamente o homem e fazer o que sentia vontade.

Fora um erro. Soube disso no momento em que meu corpo mostrou claro sinais de fraqueza e um carro em alta velocidade surgiu subitamente em minha frente, chocando-se contra o meu. Antes de apagar completamente naquele redemoinho de acontecimentos sub-consequentes, senti o carro capotar três vezes e sacolejar intensamente na ultima enquanto o sangue se espalhava pelo meu rosto.

***

"Pro inferno com suas suposições Elaijah!" Gritei alterado, enquanto meu irmão desligava o telefone que tinha nas mãos. "Eu a quero aqui agora!" Vociferei irritado. "Encontre Caroline, agora!" Suspirei frustrado enquanto ele me fitava cautelosamente.

"Caroline estava no limite, Klaus." Ele começou calmo. "Vi como ela ficou inquieta todo o dia...Talvez ela só esteja querendo um tempo para alinhar seus pensamentos!" Palpitou. Neguei, Caroline poderia ser a pessoa mais teimosa que existia no mundo, entretanto, não era inconsequente. Era esperta demais para facilitar a vida de Bill mantendo-se distante de casa ou da Máfia sem nenhum tipo de segurança. Ela era mais esperta que isso.

"Ela não faria isso!" Suspirei cansadamente.

"Klaus..." Kol falou lentamente enquanto me fitava. "Você não esta nos seus melhores dias...Porque você não vai pra casa e tenta pensar em algo que possa nos indicar onde ela esta? Se existe alguém de todos que estão a procura dela que a conhece o suficiente, para tentar ao menos saber onde ela esta...É você!"

"Não vou sair daqui até que vocês a encontrem! E pode ter certeza que eu farei da vida de vocês um inferno se algo acontecer a ela..." Bufei cansado. Elaijah me analisava cautelosamente, enquanto Kol limitava-se a suspirar irritado.

Faziam exatamente seis horas desde que Caroline havia sumido completamente. Ninguém a encontrava. Seu celular caia na caixa de mensagem. Ela não estava nos hospitais. Em casa. Com Hayley, Rebekah ou minha mãe. Já havíamos vasculhado cada restaurante, pub ou galeria de Nova Orleans e nada. Simplesmente ela havia desaparecido.

Não havia pegado avião. Nem comprado nada nesse tempo todo. Simplesmente não havia nenhum único indicio que pudesse nos mostrar onde ela estava. Era frustrante e completamente assustador não saber o que estava acontecendo.

Eu sabia que Bill estava seguindo os passos dela diariamente, e talvez, ele tivesse visto a oportunidade perfeita para aborda-la, já que ela estava completamente livre de seguranças naquela tarde, entretanto, se isto tivesse acontecido eu saberia. Eu tinha homens de confiança dentro do circulo interno dele, já havíamos descoberto o ataque que aconteceria no Bayer e já estávamos prontos para tal, por isto sabia que se Caroline estivesse lá, eu saberia.

"Tem algo mais te incomodando Klaus..." Elaijah me fitava com atenção. Soltei um suspiro cansado. "O que esta escondendo?" Ele perguntou curiosamente.

"Não basta minha mulher esta desaparecida, Elaijah?" Resmunguei, estreitando os olhos. Antes que ele insistisse com a ideia de que eu estava escondendo algo, Marcel entrou na sala.

"Roger desapareceu!" Ele disse rapidamente. "Sei que talvez seja apenas uma suposição...Mais no atual momento que estamos vivendo não acho que seja uma simples coincidência duas pessoas desapareçam no mesmo dia, um seguido do outro."

"A quanto tempo?" Perguntei aflito, enquanto minha mente fervilhava em suposições.

"Desde ontem. A ultima vez que tiveram contanto direto com ele...Foi quando Caroline pediu para ele ativar o Esquadrão Anti Bombas. Desde então ninguém o viu pessoalmente. Ele entrou em contanto com Stefan Salvatore pouco tempo depois para pedir que ele tomasse a frente da situação porque precisava resolver algo!" Ele pausou, enquanto suspirava. "Acontece que assim como Caroline, desde então e como se ele estivesse desaparecido. Não usou cartão de credito, telefone, passagem aérea, nada. Ele simplesmente não fez nenhuma atividade desde a noite anterior." Antes que eu pudesse processar completamente a situação Jonathan entrou na sala.

"Encontramos o carro que ela usou para sair mais cedo, Klaus!" Ele começou cautelosamente. Um silêncio caiu dentro da sala enquanto minha cabeça girava e o ar ficava preso em minha garganta. "Capotou na saída de Nova Orleans." Ele me olhou seriamente.

"Onde ela esta?" Gritei alterado enquanto pegava o celular na mesa e me preparava para ir de encontro a Caroline.

"Não encontramos ela, Klaus. Vasculhamos cada milímetro da estrada e não temos nem sinal dela. Simplesmente desapareceu!"

***

Minha visão estava completamente embaçada e estava cada vez mais difícil para continuar respirando. Meu peito inteiro latejava e minha cabeça parecia prestes a explodir. Minha roupa estava completamente manchada de sangue e de areia. Uma confusão de informações estavam amontoadas em minha memoria.

Klaus. Carro. Enjoo. Dor. Carro. Acidente. Bill.

O choro rompeu em minha garganta enquanto o medo aflorava lentamente. Antes que eu tivesse tempo para raciocinar perfeitamente bem, Bill irrompeu pela porta com um sorriso assustador e medonho estampado em seus lábios.

"Olha só quem acordou..." Ele caminhava em minha direção calmamente. Um arrepio percorreu meu corpo me fazendo estremecer. "Minha garotinha esta de volta!" Ele sussurrou quando chegou perto o suficiente e soltou um sorriso. "Você era tão graciosa quando pequena que por um tempo eu até cogitei a possibilidade de torna-la uma boa herdeira...Pena que Lizz não me deu a chance! Maldita! Você seria uma aliada perfeita, Caroline! Uma pena você ter escolhido o lado errado." Ele bufou raivoso. "Você achou mesmo que conseguiria me enganar?"

"Bill." Resmunguei baixo, tentando controlar o asco que sentia toda vez que era obrigada a olha-lo. "Por favor...Eu...eu..."

"Você...Você...VADIA" Ele gritou alterado. "Uma verdadeira VADIA assim como sua mãe... Você vai sofrer Caroline, por ter estragado todos os meus planos...No fim você vai pedir desesperadamente pela morte filhinha..." Ele gargalhou alto e macabramente enquanto um frio envolveu-me rapidamente. Um soluço escapou da minha garganta quando a mão de Bill atingiu meu rosto com força.

No primeiro instante a ardência incomodou e segundos depois o enjoo e a súbita vontade de vomitar me envolveu novamente. E antes que eu pudesse me recuperar completamente do impacto da mão pesada dele, outro tapa alcançou meu rosto. Senti as lagrimas fluírem rapidamente pelo meu rosto enquanto Bill se preparava para desferir outro tapa.

"Você vai morrer...Klaus quando te encontrar vai fazer coisas inimagináveis com você Bill e acredite, eu vou rir disso nem que seja no inferno!" Vociferei calmamente controlando o rompante de lagrimas enquanto um sorriso malicioso espalhou-se pelo rosto dele.

"Isso querida...Sorria enquanto você ainda pode, acredite em algumas horas nem mesmo isso você será capaz de fazer."

***

"Esta claro que ela sofreu um acidente...Um acidente provocado, Klaus. As marcas de pneus mostram que o carro veio diretamente na frente dela." Elaijah resmungava enquanto caminhávamos percorrendo as marcas de pneus na estrada. Meu coração batia em um compasso enlouquecedor dentro do peito. Algo dentro de mim sabia que eu tinha que descobrir o que aconteceu com ela rapidamente.

"Elaijah..." Chamei-o urgentemente. "Temos que encontra-la!" Suspirei cansado. "Caroline esta realmente gravida e se Bill descobrir isto, talvez eu nunca mais a veja e nem mesmo chegue a conhecer meu filho!" Elaijah parou subitamente de andar. Ele me olhou seriamente.

"Não entendo...Não era apenas um..."

"Era." Interrompi rapidamente. "Sim era. Mais descobrir hoje que ela esta realmente gravida e ela nem ao menos desconfia, Elaijah." Choraminguei rendido. Estava cansado de tanta confusão. Cansado de me mostrar inabalável, forte, invencível. Durante tanto tempo as pessoas em Nova Orleans me temiam de verdade. Eles sabiam que eu realmente não me importava verdadeiramente com ninguém. Nada era capaz de me abater até Caroline chegar na minha vida e bagunçar tudo. Caroline era meu ponto fraco. Era minha humanidade. Antes dela, eu nem sabia se ainda era capaz de ter compaixão ou sentir algo tão forte e sublime como andava sentindo. Ela trouxe vida de volta pra mim e perde-la significava me perder também.

"Vamos encontra-la, Klaus. Somos uma família. Temos poder...Comandamos Nova Orleans. A cidade inteira nos pertence e a traremos de volta pra casa!" Ele garantiu confiantemente.

***

Suspirei cansada. Meu corpo inteiro estava doendo. A dor estava tão latente e forte que em determinado momento meu corpo simplesmente amorteceu e eu só conseguia sentir meus membros formigarem incomodamente. Bill havia saído a alguns minutos da sala com a promessa que a sessão de tortura recomeçariam em breve.

Fechei os olhos enquanto tentava focar minha mente a manter-se alerta. Era difícil. O cansaço e a dor estava me deixando exausta. Meus olhos ardiam fortemente e o sono me conduzia para um estado confuso entre a consciência e a inconsciência. Antes que eu pudesse ser jogada de uma vez em um mar tranquilo e sombrio da minha mente, o estrondo da porta batendo assustou-me, deixando-me completamente alerta.

Antes que eu pudesse me preparar psicologicamente Bill surgiu em minha frente, balançando um telefone nas mãos.

"Hora de fazer uma ligação...Querida!" Ele riu diabolicamente. "Agora preste atenção que vou falar somente uma vez...Seu amiguinho Roger esta na sala ao lado e se você não falar tudo da forma como eu mandar ele sofrerá as consequências...Podemos começar arrancando os dentes, unhas, dedos e por ultimo o órgão gentil...Você esta no comando, Caroline. Agora me diga você quer começar com a diversão ou prefere se submeter?

Assenti lentamente enquanto ele soltava um sorriso satisfeito. Ele discou o numero e segurou o telefone em minha frente. Duas chamadas foram o suficiente para segundos depois a voz forte e completamente segura de Klaus soar.

"Caroline." Ele gritou nervosamente, enquanto todo meu corpo regozijava-se com a oportunidade de ouvi-lo mais uma vez.

"Como se sente Klaus? Sabendo que sua invencibilidade ruiu?" Bill vociferou lentamente, enquanto me olhava fixamente. "Eu estava louco para ter o domínio da Mafia e te ver cair...Mais acabei percebendo que minha vingança seria muito mais eficiente se te tirasse aquilo que você mais amava...Assim como sua família um dia fez comigo!" Ele sorriu, enquanto estendeu o celular em minha direção.

"Diga, Caroline! Exatamente como eu lhe mandei!" Ele ordenou. Olhei-o fixamente por alguns instantes antes de suspirar.

"Klaus..." Sussurei.

"Caroline...Amo...Você esta bem? Por favor me diga como você esta?" Sua voz soara rouca e suplicante. Estremeci.

"Eu te amo, Klaus. Somente o mate depois tudo bem? O faça pagar por tudo." Resmunguei rapidamente me negando a fazer como Bill havia dito.

"Caroline..." Ele gritou. "Por favor, querida...Por favor não me deixe, aguente firme eu vou te achar...Eu preciso de você...Eu te am..." E antes que eu pudesse ouvir completamente a frase que desejei por tanto tempo ouvir dele, Bill lançou o telefone na parede irado.

"Agora você vai sofrer vadia." Ele gritou alterado, enquanto o medo me abraçou, sufocando-me.