POV’s Lilían Evans

C.O.N.F.I.A.N.T.E.

Me sinto assim. Se Tiago quer guerra, ele terá guerra, mas ao meu estilo. A tal amiga da Dianne já tinha entregado as roupas para nós, e acho que combina muito com o momento. Treinar era nosso foco. Estava tudo perfeito. Mas, a perfeição não é o limite. Terminei de arrumar meu cabelo, e ouvi as meninas chegando, fazendo uma barulheira enorme.

— Meu deus, parece que a Terra está desmoronando lá fora. – disse Dianne, entrando no meu quarto. – Tudo pronto, Lil’s?

— É, acho que sim. – coloquei minha luva e Dorcas me entregou uma espécie de túnica preta com meu nome bordado em dourado.

— Para continuar sendo uma surpresa. – Dorc’s pisca para mim e sorrio.

— ALGUÉM VIU MINHAS BOTAS? — gritei.

— Ali, sua doida varrida. – Marlene apontou para minhas botas, à um canto do quarto.

— Ah, valeu Lenezinha.

Calço as mesmas e coloco a túnica.

— Vamos arrasar. – disse Dianne. – Vamos mostrar do que somos capaz.

[...]

Estávamos todas nos concentrando minutos antes da segunda fase começar, e estava indo tudo bem, até que, sem querer ou não, Thiago e Os Imbecis chegaram.

— Não sabia que ainda deixavam imbecis participar. – provocou Marlene.

— E eu não sabia que deixavam encrenqueiras participarem. – rebateu Sirius. Eles quase saíram no tapa ali mesmo, mas eu e Dorcas conseguimos segurá-la.

— Chega. – eu disse. – Não queremos mais confusão. Se nos derem licença, estamos tentando nos concentrar.

— Com certeza, Majestade das Ruivas Punks. – disse Tiago, e eles saíram. Juro que aquilo machucou de verdade. Não machucaria, mas vinda da pessoa que veio, machucou. E muito.

— Vamos mostrar quem manda aqui, Lil’s. – disse Dianne. – Vamos estar no Top 4.

— É. Nós vamos.

Esperamos pacientemente. Crazy People cantou uma música horrenda que devia falar sobre uma festa do pijama e cupcakes. Acho que o nome da música era Hello Kitty, era só o que Fleur repetia! E ela estava quase morrendo para nada. Depois, foi a vez de Tiago e Os Imbecis, que realizaram seu sonho de te ruma banda chamada Os Marotos. E depois de mais um ou dois grupos, foi a nossa vez. Tiramos nossas túnicas antes de entrarmos no palco, que estava muito, muito, escuro, então não tinha problema. Ficamos de costas para o público dessa vez, e eu não pretendia decepcionar as meninas. Eu sabia que iria ser criticada depois. Não pela música, performance ou pela roupa. Mas é o que as pessoas fazem. Nada nunca está bom para ninguém.

De canto de olho, vejo as meninas suspirarem, e mais além, Tiago e os garotos estavam quase caindo no palco. Respiro fundo. Se vamos vencer, é agora. Não pretendo cair no meio do caminho.

Algumas luzes coloridas se acendem sobre nós, mudando, piscando, girando. Ouço alguns comentários na plateia, e bato o salto da bota três vezes. E é aí que começamos.

Are you ready? Há

It's time for me to take it

I'm the boss right now

Not gonna fake it

Not when you go down

Cause this is my game

And you better come to play

I used to hold my freak back

Now I'm letting go I make my own choice

Bitch, I run this show

So leave the lights on

No, you can't make me behave

So you say I'm complicated

That I must be outta my mind

But you've had me underrated

Rated, rated

What's wrong with being, what's wrong with being

What's wrong with being confident?

What's wrong with being, what's wrong with being

What's wrong with being confident?

It's time to get the chains out

Is your tongue tied up?

Cause this is my ground

And I'm dangerous

And you can get off

But it's all about me tonight

Tonight

So you say I'm complicated

That I must be outta my mind

But you've had me underrated

Rated, rated

What's wrong with being, what's wrong with being

What's wrong with being confident?

What's wrong with being, what's wrong with being

What's wrong with being confident?

What's wrong with being, what's wrong with being

What's wrong with being confident?

What's wrong with being, what's wrong with being

What's wrong with being confident?

Hey! Ah ha, yeah

So you say I'm complicated

But you've had me underrated

Yeah yeah

What's wrong with being, what's wrong with being

What's wrong with being confident?

What's wrong with being, what's wrong with being

What's wrong with being confident?

What's wrong with being, what's wrong with being

What's wrong with being confident?

What's wrong with being, what's wrong with being

What's wrong with being confident?

Confident

Paramos, sem expressão nenhuma. Eu tinha jogado tudo que eu sentia nessa música e nesse momento. Assim que paramos fomos aplaudidas, e vi meus pais ali na frente, junto com Petúnia. Os Marotos estavam nos encarando, surpresos. Eu só me lembro de ser envolvida pelas meninas em uma festa sem igual, e elas me arrastaram para fora do palco, onde pegamos nossas túnicas e fomos esperar os resultados. Nos sentamos e não podíamos contar nossa animação. Ninguém veio falar conosco, e acho até bom. Nunca pedi para ser popular. Nunca.

Logo McGonnagal terminou seu longo discurso sobre como nós fomos bem e como os grupos haviam evoluído desde a última fase e como elas estava orgulhosa. Papo furado, com certeza. Os únicos que evolíram aqui fomos nós e o Crazy People, mas eles não contam por que evoluíram para pior, se é que é possível.

Eu já não estava mais aguentando de curiosidade e tirei as luvas. Aquele maldito espartilho estava esmagando minhas costelas, e acho que Dorcas estava igual porque estava totalmente vermelha. Dianne estava jogada na cadeira e Marlene estava andando de um lado para o outro, mexendo nervosamente no cabelo.

— Vai dar tudo certo. – eu disse. – Vamos conseguir.

— Se não conseguirmos eu paro de cantar. – disse Dianne.

— Ah não. Isso não. Eu não admito. – disse Marlene.

— Ok, ok, acalmem-se. – eu disse. – O discurso dela já acabou. Ela vai falar os resultados logo. Sente-se Marlene, e fica calma.

— Não. Dá. Lil’s.

— SENTA LOGO MARLENE!— Dorcas Gritou e Lene se sentou em segundos.

Uns cinco minutos depois McGonnagal voltou a falar.

— Vamos chamar ao palco os finalistas. – dei as mãos para as meninas. – Crazy People. – uma série de palmas. – Os Marotos. – outra salva de palmas, mais fracas. – The Four Elements...

E o mundo parou. Olhei para as meninas, inicialmente confusa. Mas depois... Me senti a pessoa mais feliz do mundo.

Nós seguimos o tão conhecido caminho para o palco. Passamos por grupos e grupos que agora choravam ou estavam se consolando. Estamos no Top 4!

Quando subimos ao palco, vejo minha mãe gritando:

— Essa é minha filha! Olhem! A minha filha! Minha querida! Lílian! – reprimo uma risada e aceno para ela, que só falta jogar confete para o alto.

E agora... Agora nós daremos o nosso melhor, porquê, já temos meio caminho andado.

Seguro a mão das meninas novamente. Elas parecem tão realizadas quanto eu. E não é para menos. Os aplausos cessam e McGonnagal nos dispensa.

C.O.N.F.I.A.N.T.E.

É assim que vou continuar. Até o fim de tudo isso.