Entre o cavaleiro e o ladrão escrita por Eduardo Marais
Mary abre a porta e permite que Regina entre acompanhada por Vasco carregando a filha. Ele, sempre se mostrando possessivo em relação à menina.
Depois do jantar, todos vão acomodar-se nos sofás para conversas em família. Com muita insistência, Henry consegue convencer Vasco a permitir que ele levasse Yasemine para brincar com Neil, numa espaço destinado aos bebês.
– Como está se sentindo?
Vasco encara David e evoca memórias sobre aquele dali. Era fácil: o príncipe da cidade. Um bom homem, mas um tanto insosso. Útil como espuma de cerveja.
– Tenho melhorado a cada dia que acordo. Estarei muito bem em questão de um mês. – ele leva os olhos gulosos para aquela morena de lábios pintados, que declarava seu amor a cada instante em que se viam. – Serei um atleta em breve.
– Marian continuará trabalhando para você, depois do que ela fez? – pergunta Mary.
– E o que ela fez? – Vasco busca informações sobre a mulher de cabelos curtos. Era a enteada daquela mulher deliciosa, com quem ele dividia a casa.
– Ela envenenou você! Usou a poção do sono!
– Isso não me ofendeu. Por que eu a puniria?
– Em respeito à sua esposa! – Mary sente a mão de David pedindo para que parasse a fala.
– A história que ouvi, diz que a minha esposa estava dividida entre dois homens e que me abandonou para viver outro amor. Estou errado?
– Isso acabou, Vasco. Penso que esse assunto está desgastado e resolvido!
A voz de Regina enche a alma de Vasco com aquela sonoridade doce. Seu corpo vibrava mais uma vez somente ao sentir o perfume dela. Por quê?
– Resolvido? E quem resolveu esse assunto? – ele indaga sem alterar a voz.
– Vocês se amam, estão bem, têm uma linda filhe que precisa dos pais e tenho certeza de que logo virão mais filhos. – Mary alarga um sorriso amável. – Seremos uma família imensa!
Regina alarga um sorriso e segura a mão da enteada, concordando com o que havia dito.
– Em breve, Killian e eu iremos nos casar e desejamos ter filhos! – Emma fala timidamente e recebe os olhos atentos de Vasco sobre ela.
– Isso é muito romântico. Famílias grandes, filhos lindos, adultérios resolvidos... – ele para subitamente. – Meu coração diz que amo demais, porém onde está a mulher que amo?
David havia levado Vasco e a filha para casa, enquanto que Regina tinha ficado para trás. Queria conversar com Mary.
– Eu havia percebido reticências no comportamento dele, mas imaginar que havia me esquecido, isso não me ocorreu! Mostrou-se cavalheiro como sempre, entusiasmado nos beijos, mas não quis completar nossas relações!
Mary ergue as sobrancelhas como se pedisse para que Regina evitasse os detalhes sórdidos.
– Ele continuou olhando para mim com aqueles olhos apaixonados e isso não me despertou a atenção para o fato de que ele não me conhece mais!
– Vasco sabe que vocês são casados e que Yasemine é filha dele.
– Ele conhece a informação. Mas está pensando que ama uma mulher que não sou eu! Estamos casados e eu assumi a guarda de Yasemine! Está pensando que a esposa a quem ama verdadeiramente, está longe ou morta!
Mary tenta acalmar Regina. A faz sentar-se.
– É apenas uma amnésia temporária.
– Preciso descobrir quem fez a poção do sono para Marian. A pessoa que fez isso, quis provocar a amnésia em mim ou em Robin. Veja que plano safado! Robin beberia o uísque, cairia no sono e mesmo que fosse despertado pelo beijo de amor de Roland, ele não saberia quem eu era.
– Regina...
– Eu beberia o vinho, cairia no sono e caso Robin me beijasse, eu não saberia quem ele era. Isso é muito perverso!
– Seria mais perverso do que você iria fazer com Vasco e com sua filha? Em nossas conversas, você cogitou usar uma poção do esquecimento em Vasco e em você. Ambos seguiriam suas vidas e você viveria seu amor com Robin, ignorando o que ele deixou para trás.
Regina encara Mary e sorri.
– Você aponta o dedo em meu nariz, mas o seu David era prometido a Abigail antes de conhecer você. Desistiu do casamento para viver um amor.
– Abigail não amava David. Ela reencontrou o homem a quem amava e quis a separação. Mas você queria provocar o esquecimento para seguir livre e sem cobranças para os braços de Robin.
– Vou torcer o pescoço de Marian e descobrir quem a ajudou.
Mary acha graça nas palavras da madrasta, embora soubesse que poderiam ser literais. Desta vez, deixaria Regina agir por conta própria, seguindo seu coração e seus conceitos. Sabia que ela seria ponderada, para evitar desgostos em Henry e em sua nova família.
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