Entre o cavaleiro e o ladrão escrita por Eduardo Marais


Capítulo 15
Capítulo Quinze




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Mary abre a porta e permite que Regina entre acompanhada por Vasco carregando a filha. Ele, sempre se mostrando possessivo em relação à menina.

Depois do jantar, todos vão acomodar-se nos sofás para conversas em família. Com muita insistência, Henry consegue convencer Vasco a permitir que ele levasse Yasemine para brincar com Neil, numa espaço destinado aos bebês.

– Como está se sentindo?

Vasco encara David e evoca memórias sobre aquele dali. Era fácil: o príncipe da cidade. Um bom homem, mas um tanto insosso. Útil como espuma de cerveja.

– Tenho melhorado a cada dia que acordo. Estarei muito bem em questão de um mês. – ele leva os olhos gulosos para aquela morena de lábios pintados, que declarava seu amor a cada instante em que se viam. – Serei um atleta em breve.

– Marian continuará trabalhando para você, depois do que ela fez? – pergunta Mary.

– E o que ela fez? – Vasco busca informações sobre a mulher de cabelos curtos. Era a enteada daquela mulher deliciosa, com quem ele dividia a casa.

– Ela envenenou você! Usou a poção do sono!

– Isso não me ofendeu. Por que eu a puniria?

– Em respeito à sua esposa! – Mary sente a mão de David pedindo para que parasse a fala.

– A história que ouvi, diz que a minha esposa estava dividida entre dois homens e que me abandonou para viver outro amor. Estou errado?

– Isso acabou, Vasco. Penso que esse assunto está desgastado e resolvido!

A voz de Regina enche a alma de Vasco com aquela sonoridade doce. Seu corpo vibrava mais uma vez somente ao sentir o perfume dela. Por quê?

– Resolvido? E quem resolveu esse assunto? – ele indaga sem alterar a voz.

– Vocês se amam, estão bem, têm uma linda filhe que precisa dos pais e tenho certeza de que logo virão mais filhos. – Mary alarga um sorriso amável. – Seremos uma família imensa!

Regina alarga um sorriso e segura a mão da enteada, concordando com o que havia dito.

– Em breve, Killian e eu iremos nos casar e desejamos ter filhos! – Emma fala timidamente e recebe os olhos atentos de Vasco sobre ela.

– Isso é muito romântico. Famílias grandes, filhos lindos, adultérios resolvidos... – ele para subitamente. – Meu coração diz que amo demais, porém onde está a mulher que amo?

David havia levado Vasco e a filha para casa, enquanto que Regina tinha ficado para trás. Queria conversar com Mary.

– Eu havia percebido reticências no comportamento dele, mas imaginar que havia me esquecido, isso não me ocorreu! Mostrou-se cavalheiro como sempre, entusiasmado nos beijos, mas não quis completar nossas relações!

Mary ergue as sobrancelhas como se pedisse para que Regina evitasse os detalhes sórdidos.

– Ele continuou olhando para mim com aqueles olhos apaixonados e isso não me despertou a atenção para o fato de que ele não me conhece mais!

– Vasco sabe que vocês são casados e que Yasemine é filha dele.

– Ele conhece a informação. Mas está pensando que ama uma mulher que não sou eu! Estamos casados e eu assumi a guarda de Yasemine! Está pensando que a esposa a quem ama verdadeiramente, está longe ou morta!

Mary tenta acalmar Regina. A faz sentar-se.

– É apenas uma amnésia temporária.

– Preciso descobrir quem fez a poção do sono para Marian. A pessoa que fez isso, quis provocar a amnésia em mim ou em Robin. Veja que plano safado! Robin beberia o uísque, cairia no sono e mesmo que fosse despertado pelo beijo de amor de Roland, ele não saberia quem eu era.

– Regina...

– Eu beberia o vinho, cairia no sono e caso Robin me beijasse, eu não saberia quem ele era. Isso é muito perverso!

– Seria mais perverso do que você iria fazer com Vasco e com sua filha? Em nossas conversas, você cogitou usar uma poção do esquecimento em Vasco e em você. Ambos seguiriam suas vidas e você viveria seu amor com Robin, ignorando o que ele deixou para trás.

Regina encara Mary e sorri.

– Você aponta o dedo em meu nariz, mas o seu David era prometido a Abigail antes de conhecer você. Desistiu do casamento para viver um amor.

– Abigail não amava David. Ela reencontrou o homem a quem amava e quis a separação. Mas você queria provocar o esquecimento para seguir livre e sem cobranças para os braços de Robin.

– Vou torcer o pescoço de Marian e descobrir quem a ajudou.

Mary acha graça nas palavras da madrasta, embora soubesse que poderiam ser literais. Desta vez, deixaria Regina agir por conta própria, seguindo seu coração e seus conceitos. Sabia que ela seria ponderada, para evitar desgostos em Henry e em sua nova família.


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