A rosa negra escrita por Barba Ruiva, Ryuzaki


Capítulo 1
Tudo que eu sei


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente esse é um pequeno trabalho feito logicamente por mim então espero que gostem.Gostaria de deixar bem claro que qualquer critica será sempre bem vinda!



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Um barulho tranquilo e calmo vinha da janela semi-aberta de meu quarto, uma pequena poça de água se formou em sua frente. Eu tinha acabado de acordar de um sonho que se repetia todas às noites. Mesmo com a escuridão lá fora e a janela embaçada, um pequeno feixe de luz entrava em meu quarto, vindo da casa dos vizinhos Shiltrs.

Sua filha, Sara, estava em seu quarto onde só havia privacidade com as cortinas fechadas, graças às enormes janelas de seu quarto. Ela estava na janela central olhando para um carro em frente à minha casa, e em cima do capô estava uma garota que aparentava ter a idade de Sara, 18 anos, usando uma calça jeans e uma camisa escondida por um casaco.

Um barulho emanara do corredor vindo em direção ao meu quarto, uma risada familiar teve seu fim em minha porta enquanto ela se abria suavemente e Violet estava atrás dela.

– Ainda não está pronto, Mark? – Disse isso indo em direção ao meu guarda roupas tirando uma calça jeans, uma camisa polo branca e um tênis e os jogando em minha cama. – O que foi? – Disse ela com uma expressão de preocupação – Teve aquele sonho novamente?

– Tive, eles não param. Vejo o rapaz sendo assassinado na minha frente todas as noites, sempre as mesmas pessoas. – Disse olhando para cama com uma cara de quem não queria comemorar nada.

– Sei que não está a fim de ir. - Disse ela com um sorriso de pena. - Vamos, você tem que aproveitar a vida. - Disse ela parada na porta do meu quarto – Rápido, já é quase meia noite e precisamos ir.

Me vesti rapidamente para acompanhá-la e fui até a porta de seu quarto onde Brian estava com ela envolvida em seus braços. Ele não era do tipo de pessoa que tinha muitos amigos, uma das coisas que eu me identificava nele. Ao me olhar de cima para baixo, Violet disse alguma coisa parecida com “Agora sim você está pronto”.

Ela foi a primeira a sair pela janela do seu quarto em direção ao telhado, ficamos nós dois no quarto a sós e um simples olhar dele foi o suficiente para eu saber que estava me dando os parabéns, afinal não é todo dia que se fazem dezoito anos. Em seguida ele saiu pela janela e eu me encontrei sozinho no quarto dela.

Havia fotos espalhadas na parede lilás, em cima de sua escrivaninha estava seu e-mail aberto em seu computador. No quarto escuro, só conseguia ver algumas fotos turvamente, vendo apenas leves riscos que se encaixavam em minhas memórias e eu sentia cada sentimento vivido em cada momento retratado nas paredes.

–Vamos, Mark! Já disse só falta você. – Disse Violet, colocando a cabeça pela janela – Não faz barulho, viu?

Fiz um “Sim” com a cabeça e sai pela janela. No mesmo momento em que saí para o telhado meus olhos logo sentiram a luz violenta do poste e eu fui obrigado a colocar a mão no rosto.

Eles estavam na ponta do telhado onde havia uma escada para que nós pudéssemos descer sem que fôssemos pegos pelos nossos pais. Violet havia puxado nossa mãe com os cabelos vermelho cereja, olhos azuis e a altura de um metro e sessenta e cinco, já eu não parecia em nada como nossos pais, mas tinha vários traços que lembrava a minha irmã.

Brian foi o primeiro a descer para o quintal dos fundos, e em seguida, eu fui junto com ele. O quintal estava escuro como de costume, a lâmpada estava queimada e não havia sido trocada há messes. As folhas da árvore do vizinho, que tinham se soltado, estavam secas e jogadas no nosso jardim, dando um clima de um lugar abandonado.

Nos dirigimos até a passagem na lateral da casa para podermos ir até o carro preto que estava à frente. Sara já havia entrado no carro, todos que estavam ali já tinha entrado na faculdade menos eu, que cursava o último ano do ensino médio.

A garota que estava no capô do carro se chamava Lucy, e todos eram amigos da minha irmã. Já que eu não era chegado em fazer amigos, eu e minha irmã fomos sempre unidos, então ela me encaixou no seu grupo de amigos, Sara, Brian, Lucy, ela e agora eu.

Sara era um mistério para mim, passei dois anos a observando do meu quarto e nunca a intendi, era um mistério indecifrável. De cabelos longos e cacheados nas pontas, olhos azuis céu e um sorriso conquistador, ela tinha todos os rapazes em sua mão.

– Vamos? - Apontou Brian. - Já é quase meia noite.

Não sabia onde estávamos indo, mas fazia ideia. Eles tinham um tipo de "ritual" de passagem ao completar dezoito anos, ir em uma festa. Admito que não estava a fim de ir e só olhar a fila da entrada confirmou isso mais ainda.

Havia cerca de cinquenta pessoas na fila tentando entrar na festa, com seguranças revistando cada uma das pessoas. Com o passar do tempo, era dez para as meia noite e ainda faltavam três pessoas para chegar a nossa vez. Lucy demonstrava uma animação e uma ansiedade muito grande para entrar na balada.

De cabelos azuis, olhos claros como mel um lindo sorriso tímido que fazia qualquer um devolver. E por trás da garota tímida de cabelos azuis havia uma garota que ama sair com os amigos, extremamente social. O carro era dela foi um presente do pai, que está sempre viajando.

– Isso, estamos quase, finalmente vamos entrar todos na Black House – Ela foi entrando na casa sem olhar para trás.

Eles haviam combinado que a Black seria a casa de passagem dos meus dezoito, hoje.

Perdemos a Lucy assim que entramos. O lugar era como um restaurante noturno, tirando a música. Havia dois andares, no primeiro andar ficava a pista de dança, o bar, o palco principal e os secundários, no total de três palcos. O segundo andar parecia mais um restaurante com tema de lugar abandonado. O carpete era vermelho vinho desbotado, o papel de parede estava descolado e rasgado em vários pontos e as mesas estavam todas organizadas com castiçais de velas vermelhas com talheres de prata e toalhas de mesa branca com detalhes dourados nas pontas.

– Vai, pode ir para o segundo andar, sei que você não queria ter vindo e também sei que você vai se esconder na mesa mais afastada. Não te culpo. - Violet disse com um sorriso de aprovação.

– Vem, vou com você, deixe os pombinhos as sós. - Sara foi em direção a escada para o segundo andar me puxando pelo braço.

Comecei a subir a escada e o barulho dos degraus de madeira soou baixo comparado ao som da pista, mas alto o suficiente para se ouvir mentalmente. Ao chegar no último degrau, avistei a mesa mais longe possível e fui em sua direção. Ao me aproximar cada vez mais, pude perceber que não estávamos sozinho como pensei, havia mais pessoas como eu que tentavam se esconder do som alto.

Sete mesas espalhadas pelo salão que ocupava apenas metade do edifício, deixando um espaço perto da parede de vidro que mostrava a pista e as mesas. No teto havia um enorme lustre e suas velas faziam sombras que se mexiam de acordo com elas. Não tinha nem um outro tipo de iluminação, apenas uma janela, onde a luz da vela não atingia a mesa mais distante. A parede de vidro não deixava a luz sair e nem o som entrar.

A sala parecia com uma casa de um filme de vampiros que estava em cartaz. Juro que se visse um morcego se transforma em um homem não ficaria surpreso. Na mesa mais próxima da que nós estávamos sentados havia uma garota que aparentava ter dezenove anos, mas se vestia como uma geek. Ela usava um gorro cinza, cabelos preto, lisos e compridos, uma blusa do Star Wars, uma calça laggy jeans. Ela estava lendo um livro em uma outra língua que eu não conseguia reconhecer.

– Sabe, Sara, você não gosta de festas, por que está aqui? - Ela estava brincando com as pétalas de uma rosa negra que estava em um dos copos sobre a mesa.

– Não sei... - Ela virou para a escada e disse, vendo Lucy subindo. - É novo, eu gosto.

A garota abaixou o livro no mesmo instante e começou a olhar para a escada, focando num rapaz que surgiu atrás de Lucy e virou para olhar quando chegou ao segundo andar. Havia algo nesse rapaz que me chamava atenção, uma sensação familiar de já tê-lo conhecido antes.

Uma janela atrás da nossa mesa mostrava a chuva, que tinha acabado de começar. A Black House não era a casa noturna mais tradicional, mas estava entre as melhoras da cidade. A janela, que agora se encontrava embaçada, revelava que a fila do lado de fora parecia ter crescido desde que entramos.

A luz do luar que entrava pela janela atingia duas mesas, a nossa e a da jovem ao nosso lado. Sara estava olhando fixamente para ela, que claramente não se importava. A garota olhava para o rapaz conversando com Lucy em frente à escada, rapidamente olhei na mesma direção e reparei que havia um terceiro indivíduo subindo as escadas, puxando o rapaz em direção à mesa ao nosso lado.

– Ei, acho que conheço você. - Uma voz ecoou baixo pelo salão. – Sim, eu o conheço... - Rapidamente virei, procurando a dona da voz, era a jovem ao nosso lado.

– Desculpa, mas acho que não. - Disse fazendo um pequeno sorriso e voltando a olhar para Lucy.

– Desculpe, quase que me esqueci, sou Helena, entrei na sua sala nessa manhã. Sou nova na cidade e os meninos estão me levando para conhecer alguns lugares. - Ela olhava para mim desde o primeiro momento com um sorriso tranquilo em seu rosto.

– Sim, faz sentido o porquê de eu achar familiar. – Disse, apontando para o rapaz que estava conversando com Lucy e ignorando o colega. Ele usava uma roupa não muito chamativa de cor preta, ele tinha cabelos curtos e castanhos com uma altura semelhante a minha.

Ela tirou brevemente o sorriso do rosto e depois colocou de volta, olhando para onde eu apontava.

– Vocês são incríveis, devo admitir. - O sorriso se transformou em uma risada baixa. - Então temos um vidente? – Falou, perguntando a si mesma.

Sara ainda a encarava, mas agora era uma expressão de raiva, Helena não parecia surpresa, afinal, não tinha motivo para estar, Lucy estava na metade do caminho ainda falando com o rapaz, que estava com uma expressão de preocupação em seu rosto.

– Desculpa, Helena, mas como assim? Acho que não ouvi direito.

– Você ouviu, Vidente. - Nos olhos dela havia um olhar de animação sanguinária – Eu menti, ainda não entrei na sua sala. Isso vai acontecer na segunda, e com isso posso dizer que sua última visão vai se cumprir. - Um leve suspiro saiu de sua boca levando o olhar com ela - Basta confirma se ele será a vítima.

– Chega, já ele ouviu demais - Disse Sara ao meu lado, com a mão em meu ombro e me puxando ao encontro do acento. - Sempre fui a favor de contarem a ele, mas infelizmente falando, já é o bastante por hoje! - Disse ela com uma voz rigorosa para Helena.

– Desculpe, Sara, mas nosso tempo está acabando. - Ela olhou rapidamente para o rapaz de cabelos pretos. - Já sabemos quem é a vítima de acordo com as discriminações que nos deram. Será Clark, não é mesmo, garoto?

Junto a um breve silêncio que se criou quando Lucy e os dois rapazes se juntaram a mesa que estava eu, Sara e agora Helena, estava pensando quem era esse tal de Clark. Lucy sentou-se entre Sara e Helena.

– É muito bom reencontrá-los. - Disse o rapaz magro e alto que havia chegado por último.

– Não diria um reencontro, não gosto dessa palavra. Prefiro uma ação de negócios. - Disse Sara com um olhar de superioridade para o rapaz. - Não é mesmo, Clark? - Agora se diria ao rapaz ao seu lado.

– Pera. Clark? – Disse, olhando rapidamente para Sara - Esse é Clark...

– É - Disse Helena me interrompendo. - Mas não entremos em detalhes. Como sua amiga disse, estamos no início de uma ação de negócios.

Clark olhava para mim com uma expressão de tristeza, como se ele soubesse o seu futuro, seu fim. O olhar dele era morto, sentindo pena e raiva ao mesmo tempo. Sara brincava novamente com a rosa no copo em quanto os dois sentavam perto de Helena, que voltará a ler o seu livro.

Violet e Brain chegaram em silêncio e se sentaram à mesa que agora estava completa, e um silêncio se expandiu pelo salão. O som do andar de baixo havia parado a algum tempo e eu só tinha percebido nesse momento. Todos começaram a se olhar e fixaram em Violet, que quebrou o silêncio.

– Todos aqui, certo? – Disse, não se contendo com a pressão do silêncio.

Um riso saiu da boca de Brain e eu esperava que os outros rissem, mas em vez disso, eles ficaram mais tensos. Ele nunca foi de demonstrar emoções e foi aí que eu comecei a ficar tenso junto a eles. Não durou muito, Violet bateu com a costa da mão na barriga dele fazendo com que todos se surpreendessem.

– Para! - Violet soltou para ele. - Já disse, Não fiquem assim! Dá pra relaxar, revistamos a área, não tem ninguém.

– Pode me explicar o que está acontecendo aqui, não íamos comemorar meu aniversário? - Disse confuso e diminuindo a voz no momento que tinha a atenção de todos da mesa.

– Sou Clark, prazer. - Disse o rapaz que estava sentado entre mim e Helena, estendendo a mão. - Qual é, eu sei do seus sonhos, não tenho muito tempo.

Estiquei minha mão até próximo da dele, e após uma breve hesitação, recuei. Todos, com uma expressão de surpresa no rosto, olharam para mim, que repousando minha costa no assento de puff e deitando em uma posição mais confortável olhando para a lua cheia pela janela. Deveria ser meia noite e meia e a fila já estava quase vazia.

– Por onde vão começar a me explicar? O pouco que eu sei descobri nos meus sonhos, ou devo dizer, nas minhas visões?

Um silêncio se espalhou pelo salão novamente. A música entrara suavemente no salão novamente, e se encaixava perfeitamente com a situação. Todos estavam tensos na mesa. Clark sorria como se fosse seu último sorriso. Estava mais que na cara que minha visão anterior a essa estava correta. Tinha visto minha irmã comentando exatamente a essas pessoas meu sonho, então preferi testar e ver no que dava. Pelo visto eu estava certo novamente.

“Estava escuro em um beco perto da área industrial da cidade, algumas lojas de esquina já estavam com os letreiros apagados, uma pequena luz sai das placas de fechado e do semáforo vermelho, chovia e a escuridão silenciosa reinava na rua.”

“Na frente de uma casa noturna chamativa estavam um rapaz com uma afeição de morte, seu olhar revelava profunda tristeza e desespero, parecia que aquele era seu fim, seus últimos segundos. Um carro preto parou do outro lado da rua, três homens e um casal de jovens saíram do carro, eu os conhecia, eles estudavam em minha turma desde que me lembro, eles me lembram bastante no sentido de personalidade ficando sempre na sua. ”

“Os cinco foram em direção ao rapaz, que começara a recuar até o limite da calçada com a parede da casa, a última coisa que lembro era os dois jovens mortos aos pés do rapaz ensanguentado. ”

Na hora, não fazia ideia de quem era o rapaz, não o conhecia, até o momento. Era Clark e disso eu tinha certeza, minha irmã havia contado a história que eu queria que eles soubessem, mas agora não sabia se devia contar. As expressões no rosto de Clark faziam com que cada vez mais eu me sentisse desconfortável naquele local.

– Certo, acho que está na hora de você saber a verdade. - Disse Violet, com uma hesitação na fala. - Somos semideuses!

– Jura? - Falei franzindo as sobrancelhas. - E eu sou filho de quem? Hades, talvez?

– Não! Somos filhos de Khaos, o deus do sol e da lua. - Violet disse com raiva no olhar.

Percebi que era sério o que ela dizia, afinal, explicava muita coisa sobre as pessoas da mesa, e principalmente, os meus sonhos.


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Notas finais do capítulo

O brigado pelo seu tempo dedicado a minha historia...E lembrando toda critica é bem vinda!



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