POV Percy

Eu tinha conseguido convercer o Nico de me ajudar. Foi fácil. Contando que eu o tinha chantageado. Mas eu não precisaria ter feito o que fiz se ele não tivesse aceitado me ajudar, sem ficar pestanegando.

Terminei de falar com ele e voltei pro meu chalé. Annabeth ainda estava dormindo. Abri a porta bem devagar, e a observei. Seus cachos loiros estvam espalhados pelo meu travesseiro, seu peito subia e descia conforme a sua respiração.

Andei até ela, sem tentar fazer barulho algum, e me aconcheguei ao seu lado. Inspirei o cheiro do seu cabelo, e dei um leve beijo no seu pescoço. Automaticamente fiz um trilha de beijos até o seu ombro. Annabeth estremeceu sob o meu toque e abriu os olhos.

- Onde você esteve? - ela perguntou.

- Fui falar com o Nico. - eu disse. Mas acabei me arrependendo. Ela ia querer saber o que nós tínhamos conversado, e era bem ai que eu me ferrava.

- Por quê? - ela perguntou de novo.

- Ora, pre.. precisa ter uma razão pra falar com ele? - eu perguntei, e tinha certeza de que estava corado. Annabeth me olhou desconfiada e eu suspirei. - Ele pareceu abatido. Eu só fui ver como ele estava.

- A essa hora?

- Você quer realmente falar do Nico? - eu perguntei.

- Não. Tenho coisa melhor pra fazer. - o seu sorriso maicioso me disse tudo.

Enquanto ela me beijava, eu lutava contra a minha camisa que teimava em não sair. Peguei-a no colo e entrelacei as suas pernas na minha cintura. Sua boca procurava a minha, suas mãos passeavam pelo meu corpo, enquanto a colocava contra a parede.

Mas, de repente, tudo parou.

O barulho de uma porta sendo escancarada, me fez largar a Annabeth e olhar espantado para a porta.

Allan estava parado na porta com a cabeça abaixada. Ótimo, então o Nico já tinha entregado o bilhete. Melhor assim. Allan levantou a sua cabeça e olhou nos meus olhos.

Annabeth ainda estava parada olhando para o Allan, assutada. Ela não sabia que isso era um plano meu, e nunca saberia. Eu teria que esconder isso com a minha vida.

- Então é verdade? - ele perguntou. Eu notei vagamente que a sua voz tinha vários sentimentos. Entre eles, raiva e dor.

- O quê? Que a Annabeth voltou pra mim? - eu perguntei. Ele não deixou, nem por um minuto, os meus olhos. Eu sabia que ele estava sofrendo. Eu sabia que aquilo doía. Mas ele teria que saber controlar, por que foi o que fiz. - Doi, não é? Saber que a sua garota está com outro?

Ele não respondeu, mas eu pude ver em seus olhos que ali havia mais do que raiva. Ele sabia que aquilo era um dor extremamente agonizante. Uma coisa que te consumia por dentro. Eu não sabia se ria, ou se chorava por ele. Não, chorar não. Ele não merecia nenhuma lágrima minha. Embora, a Annabeth pensasse o contrário.

- Sua vagabunda!- ele gritou para a Annabeth.

Aquilo foi a gota d'água. Avancei contra ele. O meu punho já estava preparado pra acabar com ele. Eu sabia que ele revidaria, se pudesse, mil vezes mais. Mas o que ele não sabia, era que eu tinha mergulhado no Rio Styx.

Levei a minha mão de encontro ao seu rosto, mas ele foi mais rápido. Me agarrou pela camisa e me jogou lá fora. Vi Annabeth passar por ele e se ajoelhar ao meu lado. Allan estava logo atrás dela. Eu não tive tempo de me levantar. Allan já tinha me levantado.

Ele me deu mais dois socos. Deposi foi a minhavez de revidar.

Agarrei-o pelo pescoço e o tirei do chão. Eu não sabia o que estava fazendo. A nossa briga já tinha conseguido uma platéia. Annabeth gritava socorro, mas ninguém a escutava. Eu pensei que Nico já estaria longe daqui, caso contrário, sobraria pra ele.

- Você sabe o que eu já fiz por ela? - eu perguntei. Minha mão apertava cada vez mais o seu pescoço. Eu já o podia ver com a marca dos meus dedos, seu rosto já estava ficando vermelho. - Sabe o que eu já passei por ela? Não, você não sabe! Eu já segurei o céu por ela!

Deixei ele cair no chão, ofegando e procurando por ar. Meus olhos já estavam vermelhos pela raiva. Meu corpo todo tremia. Eu estava mais do que próximo de acabar com ele.

- Sabe o que eu fiz por ela? - ele perguntou. Eu o olhei. Como ele tinha a ousadia de perguntar isso? Ele se conheciam a menos de um mês! Eu a conhecia há cinco anos. - Eu dei a ela a liberdade. A liberdade que você não deu!

Não aguentei mais. Meu punho se fechou e foi até o rosto dele, automaticamente, e ouvi um barulho de alguma coisa sendo quebrada. Opa, eu nariz já foi!

Meus pés foram até o seu estômago e lá o chutaram. Ele arfava de dor; ele estava merecendo. Ele se levantou e sacou a sua espada.

- Deuses, depois disso tudo, você ainda quer lutar? - eu perguntei.

- Eu não desisto nunca. - ele respondeu. Você vai é pegir arrego, pensei.

Saquei Contracorrente e o esperei atacar. Ele avançou até mim, levando a sua espada até o meu braço. Ele percebeu que não deixou ferida alguma, e se espantou. Eu ri dele e sua cara de raiva estava lá de novo. Ele devia adorar apanhar.

A luta estava equilibrada. Eu atacava e ele se defendia. Mas tinha um porém: ele estava machucado. Não só com o nariz quebrado, mas sim, com tudo o corpo cortado. Eu levantei a minha espada até o seu rosto, deixando um corte ali. Ele urrou de dor, enquanto me atacava. Estava começando a ficar com tédio. Tratei logo de acabar com aquilo.

Larguei a minha espada e fechei a minha mão, ele riu e chegou mais perto. Levantei o meu pulso e o joguei com toda força, no seu rosto.

Annabeth já tinha ido chamar o Quíron, ele ainda não tinha aparecido.Peguei-o pelo pescoço novamente, e olhei em seus olhos.

- Você e Annabeth não tem mais nada. - eu disse friamente.

- Deixe ela dizer isso. - ele disse sem ar.

- Ela já me disse isso quando aceitou se casar comigo. - eu disse.

Eu riu e me olhou: - Ela não fez isso.

- Quer ver? - eu perguntei, e ele assentiu. Chamei Annabeth com o dedo, para vir ao meu lado. Ela veio relutante e me olhou.

Eu estava em encrecas. Quíron me mataria por estar fazendo isso com o Allan, mas eu não queria nem saber. Ora, ele tinha ferida a Annabeth.

- Quer se casar comigo? - eu perguntei a Annabeth.

Ela olhou nos meus olhos e eu vi tanta coisa ali. Eu vi que ela queria, mas estava relutante com isso. Eu dei o meu melhor sorriso e ela sorriu comigo. Ela se virou para o Allan e disse com frieza:

- Sim, Percy. Eu aceito me casar com você.