Escuridão da Alma escrita por Zack


Capítulo 1
Capítulo 1 - Escolhido


Notas iniciais do capítulo

Nada neste mundo acontece por acontecer... Há sempre um motivo, seja no presente ou no futuro



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Ano 3.439 – Planeta Aria

Uma fria noite de chuva, um casal de camponeses andava por um vale a procura de uma de suas ovelhas, perto da capital, até que num momento ouvem um choro de criança vindo de longe.

Eles, curiosos, rapidamente se apressaram para saber de onde vinha e quem era o dono daquele choro. Ao chegar perto, sentem um cheiro forte de putrefação, um cheiro de carne em estado avançado de decomposição, eles tampam os narizes e se deparam com a cena de um casal morto ao lado do corpo de um cavalo, também morto, mas o choro de criança estava mais audível a cada passo dado.

- O que será isso tudo? – Se perguntava o homem. – Mulher, rápido, volte até nossa cabana e se certifique que as crianças estão bem... – O homem exclama para sua mulher enquanto se aproxima de um pedaço de pano que estava amarrada junto do corpo da mãe.

O homem pega o pano, desenrola e nele estava escrito algo com sangue, parecia ser um testamento escrito minutos antes daquela tragédia, mas a chuva já havia apagado a maior parte da escrita, o homem aproximou o rosto do pano para ler:

"Por favor... Leve-o daqui! Este garoto é especial demais para ser morto pelo Leão Dourado... Chegará o dia em que ele terá que decidir entre o caminho da vingança ou o caminho da tragédia... Apenas dor o espera...”

O homem estava assustado com tais palavras, e viu que ao lado do cavalo havia uma cesta, e que o choro vinha de algo dentro dela, ele pegou a cesta, e lentamente a abriu, vendo uma criança magra, talvez por estar a dias ali sem se alimentar, seus cabelos eram vermelhos, um de seus olhos era totalmente negro, sua aparência era a de um humano normal, mas seu olho negro repassava terror para o homem, ele fechou a cesta e começou a andar em direção a sua casa.

Chegando em sua casa, foi recebido com muito carinho e alegria pelas 13 crianças que cuidava em sua humilde cabana, abraçou cada uma, e levou sua mulher para o quarto para mostrar a criança encontrada.

- Sara... Eu não sei o que faremos com essa... – O homem abre a cesta e mostra a criança para a mulher.

- Uma criança... E bem desnutrida... – A mulher sorri e olha para o olho negro da criança, de repente as luzes apagam e tudo fica escuro, gritos de desespero começam a ser ouvidos por ela, ela olhava de um lado para o outro, mas não via ninguém. Algo toca seu ombro e lhe diz: “Fujam!” as luzes acendem e ela grita desesperada, o seu marido tenta lhe ajudar, mas ela continuava a gritar enquanto olhava a criança. – Ele é um monstro! – Exclamava, enquanto chorava. – Tire-o daqui... Agora!!

- Mas por quê? Pra onde levarei ele? – Ele pergunta.

- Não sei, apenas leve-o!

- Mas o que houve?

- Leve-o! – A mulher olha para a janela e viu que o corpo da mulher que eles haviam encontrado, estava observando-os, e estava usando vestes brancas com manchas de sangue, seu rosto estava totalmente deformado, ela grita novamente e se abaixa para se proteger.

- O que houve? – O homem pergunta, preocupado com aquilo, ele olhou para o lado de fora e não avistou ninguém

- Ele é perigoso demais para nossas crianças! Ele é um monstro... Eu vi... Ele vai nos matar... Todos nós! – A mulher fecha a cesta e sai do quarto.

- Essa não... – O homem abre a cesta e vê o bebê sorrindo para ele. – Não entendi... Você é tão indefeso! Seria capaz de nos matar? – O home retira ele da cesta e o leva para o estábulo dele que ficava próximo da cabana. – Garotão, não poderei te deixar lá em casa... Mas ficarei com você aqui tudo bem? – Ele deixa a criança entre o feno e pega um pouco de leite para alimentar a criança.

Ele se deita ao lado da criança, e dormiu ali, a mulher irritado com a decisão do marido esperou algumas horas, até tudo estar bastante escuro e todos dormindo, ela pegou uma faca e saiu da casa indo ao estábulo, chegando perto, viu que a criança estava de pé perto da floresta e olhando para ela.

- Maldito... Eu disse que você seria o fim da nossa família... – Sara, viu a criança virar e correr para dentro da floresta, e sem pensar correu atrás. – Volte aqui maldito! – Ela gritava, enquanto a floresta ficava mais densa a cada minuto corrido.

Ela corria atrás da criança que parecia um animal selvagem correndo entre os arbustos, suas risadas demoníacas ecoavam por toda a floresta, e cada vez mais alto. A mulher começava a se cansar, até que parou e perdeu a criança de vista, ela olhava para um lado e para o outro e não conseguia mais enxergar nada, a luz do luar não entrava àquela densa floresta, o som dos insetos e o do riacho eram as únicas coisas audíveis ali.

- Maldito escapou... – Ela se apoiou em uma árvore para descansar, mas a árvore se levantou e começou a andar. – Mas o que está acontecendo aqui?

- O que está havendo? Seu pesadelo...

Algo toca o ombro da mulher, quando ela se vira, vê a mulher morta, ela grita desesperada e começa a fugir daquele pesadelo real.

No estábulo o homem escuta o grito dela, e acorda assustado, olha para a criança que estava dormindo ao seu lado, e fica alguns minutos ali parado pensando que o que tinha acabado de ouvir era algo vindo de sua imaginação. De repente o garoto começa a chorar, e ele escuta o grito de sua esposa novamente vindo da floresta, ele pega o garoto nos seus braços e corre para ajudar sua esposa.

Ela corria desesperada, para todos os lugares que ela olhava via aquela mulher morta, era como se ela estivesse presa em sua própria sombra, as árvores também pareciam se levantar e fugir daquela morta, a mulher morta segura o pé de Sara e a joga no chão, e fica em cima dela, aproximando seu rosto deformado do rosto dela.

- Ele... Ele...Ele não... Culpado... Cuide! Leão... Dourado... Extermínio... Almas... – Diz a mulher enquanto desaparecia no ar.

- Mas o que você está falando? – Pergunta Sara entre os sussurros do seu choro.

- Escolhido... Dragão... Morte... Extermínio... Almas... – Quando a mulher desaparece, o marido chega e a levanta em seguida a abraça forte com o garoto nos braços.

- O que houve?

- Nada, vamos sair logo daqui... – Sara olhava ao seu redor, e tudo que acabara de ter visto parecia ter sido uma ilusão. – Eu apenas quero esquecer essa noite...

Eles então começam a ir seguir o caminho que os levava para fora da floresta, a criança olha para uma árvore e levanta sua pequena mão, e detrás da árvore aparece uma pessoa vestida de branco, essa pessoa sorri e desaparece no ar.

E assim os anos passaram...


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