Livro 1 - Um Espírito em Minha Vida escrita por P P Gonçalves


Capítulo 2
Capítulo 01 – Mudança


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorou, mas ai vai um capítulo fresquinho para vocês!!



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Mudança: alteração ou modificação do estado normal de algo.

~*~

Rose Eaton

O motivo da mudança? Meu pai foi promovido e transferido para outra filial da empresa onde ele trabalha. Ele seria o novo gerente do Super Godoy, um grande supermercado. Sua nova filial ira abrir em uma cidade chamada Alberthbeen.

Minha mãe, ­Helena Eaton, ficou feliz com a promoção dele. Ela é dona de casa, a popular "do lar" e sempre que pode trabalha como doceira, faz bolos e outras guloseimas sob encomenda. Ela apenas alertou papai que deveria ter calma e paciência comigo, pois eu poderia reagir mal á noticia.

Alberthbeen é uma cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul, e eu nunca, em hipótese alguma, ouvi falar nela, nem em minhas aulas de geografia. Então você deve ter imaginado o meu desespero quando descobri que nos mudaríamos!

Calma, não foi isso tudo, não entrei em desespero, não fiz greve de fome, nem ameacei me matar. Digeri a história e por fim a aceitei.

Não vou negar, nem mentir. Não fiquei 100% contente com a notícia. Não é fácil. Estou deixando para trás Sam e Dean. Meus dois melhores amigos. Sam, a modelo e Dean, o nerd.

Deixarei para trás minha casa, onde vivi meus 17 anos. Deixarei Dona Dorotéia, minha gata, enterrada no quintal. Deixarei as marcas no batente da porta com a minha altura ao longo desses 17 anos e deixarei meu amor platônico pelo Maicon morrer, sabe é meio difícil manter um amor platônico à distância.

Claro que depois de bem digerida, digerida mesmo, essa historia da mudança, sabe que eu até gostei? Pois é, passei a focar somente nas coisas boas, como: conhecer novos lugares; conhecer novas pessoas; viver novas experiências e ter mais oportunidades.

~*~

*Alguns dias depois

"Filha, traga as caixas do seu quarto aqui para a sala." Pediu mamãe.

Estou terminado elas, em uns minutos já as levo.” Respondi a ela enquanto encaixotava meus livros e últimos objetos pessoais na caixa que estava a minha frente.

Pois é. Oficialmente hoje estamos nos mudando. São exatas seis horas da manhã e Sam e Dean estão aqui me ajudando a encaixotar o que restou do meu quarto. Vamos deixar os móveis e até onde entendi, papai vai alugar nossa casa assim que possível para termos uma “renda extra”.

Com as últimas caixas nos braços, nós três descemos as escadas e as colocamos no meio da sala, onde depois mamãe pediria aos caras da mudança para as levarem ao caminhão. Nos olhamos e sabíamos que agora seria nossa despedida. E como sempre nós três nos abraçamos e começamos a chorar. Parecíamos uns bebês, mas nos conhecemos desde que nascemos e se a reação fosse diferente, não seriamos nós!

Bem, eu vou pular esta parte da despedida. Todos sabem como é. Chorei, saiu meleca do meu nariz, borrei a maquiagem, Dean e Sam ficaram abraçados do lado de fora do carro quando eu entrei. Não coloquei o cinto de segurança logo no inicio. Me ajoelhei no banco de trás do carro e virei para a janela do porta-malas, para olhá-los. Acenamos uns para os outros enquanto o carro se distanciava e enfim, quando não consegui mais vê-los eu me sentei corretamente, ainda chorando feito um bebê, coloquei o cinto, peguei meus fones de ouvido e os coloquei, liguei minha seleção de músicas depressivas para tocar e fiquei olhando a paisagem pela janela do carro.

~*~

*3 horas depois

“Já chegamos?” Perguntei pela milésima vez ao papai.

“Ainda não, Rose.” Respondeu ele, igualmente a todas as vezes que eu havia perguntado antes.

“Falta muito?” Eu estava impaciente. Faz três horas que estamos na estrada e não paramos nenhuma vez.

“Logo, logo chegaremos, meu amor!” Respondeu mamãe carinhosamente.

“Mas eu estou com fome!” Reclamei.

“Se você tivesse comido o lanche conosco antes de sairmos de casa, não estaria com fome agora!” Sarcasticamente papai me respondeu. “E ainda faltam duas horas de viagem e eu não vou parar!”

Bem, acho que estas serão às duas horas mais longas que eu já vi!

~*~

Mentira, nem vi essas duas horas passarem. Adormeci logo em seguida, mas estava toda torta no banco. Ah, e eu babei, babei muito! Coisa que não acontecia há muito tempo.

Mamãe me acordou, com carinho, como sempre fazia.

“Bebê. Acorda. Chegamos!” Disse ela ao balançar meu ombro para me acordar.

“Tá. Já acorde!” Disse me ajeitando e limpando a baba seca, que havia feito seu caminho da minha boca até meu queixo e escorrido para o banco. “Éca!” Exclamei.

Papai já estava em frente a uma casa, que mais parecia uma mansão, conversando com um senhor. Ele aparentava ter por volta dos trinta e poucos há quarenta anos. E se eu não estava enxergando mal, devia ter a mesma altura que papai.

Sai do carro limpando os borrados da maquiagem e o restante da baba que ainda existia e meu queixo e reparei que mamãe já estava ao lado de papai e do senhor careca. Dirigi-me até eles e peguei somente o final da conversa.

“... ele está no hospital em coma, por isso decidiram alugar a casa para vocês, mudaram-se para uma residência próxima ao hospital para que possam locomover-se com mais rapidez caso haja alguma mudança no quadro dele. Mas caso isso não aconteça é provável que vendam a casa para vocês!” Ele tinha o tom triste ao terminar a frase.

Olhei para mamãe e levantei as sobrancelhas, fazendo uma pergunta muda: fiquei curiosa, posso me meter? Ao que ela respondeu negativamente mexendo a cabeça.

Dei de ombros e segui, silenciosamente, pelo caminho de pedras que havia no jardim e que levava diretamente aporta de entrada da casa.

Enquanto caminhava é que reparei tanto no jardim quanto na casa. O jardim tinha a grama bem aparada e nos limites da propriedade canteiros com rosas e outras flores, a famosa “cerca viva”! Fiquei encantada, sempre quis uma dessas em nossa casa, mas mamãe sempre disse que era caro e trabalhoso demais termos uma. Bem, agora tínhamos uma!

Já a casa. Nossa parecia um castelo ou uma mansão. Deveria ter vários cômodos e me perguntei quanto papai deveria estar desembolsando por ela?

Deixei essa questão de lado e subi as escadas da varanda. A casa parecia uma dessas típicas casas americanas, as que normalmente vemos em filmes. Abri a porta de entrada e me admirei o interior.

A casa parece ser maior por dentro do que por fora. No hall de entrada tem uma mesa com vasos de flores e na parede um espelho. Há também quadros diversos na parede.

Acho que o antigo dono era bem de vida. Andei mais pela casa e descobri a sala, a cozinha e dependência para empregada. Sério, o dono devia mesmo ser cheio da grana. Dependência de empregada, nem em sonhos achei que poderíamos ter uma!

Já no segundo andar havia uma sala com TV, logo ao lado uma sala com uma mesa de sinuca e outra TV com aparelhos eletrônicos ligados a ela (prováveis vídeos-game), isso a direita do corredor, já a esquerda eram os quartos, um deles seria meu o outro de meus pais e pro fim dois, eu disse dois quartos de hóspedes.

Não sabia ainda qual dos quartos seria o meu, mas queria que fosse o que tinha varias prateleiras aéreas, como é o nome delas mesmo? Bem isso não importa, o quarto é todo decorado em branco e preto e isso já me encantou. Já imagino todos os meus livros naquelas prateleiras.

~*~

*Momentos depois

Tudo arrumado em seus devidos lugares!

Mentira! Nada estava em seus lugares. Tava tudo uma bagunça, mas os mais importantes que eram meus livros já estavam organizados. Eu consegui o quarto com as prateleiras em colméia - esse é o nome delas – e estava super feliz em descobrir que todos meus livros couberam direitinho nelas.

“Rose, desça pra comer!” gritou papai.

“Tá. To indo!” Gritei já saindo correndo do quarto. Eu tava morrendo de fome, mas ainda não tinha havido a possibilidade de eu comer, não tínhamos mantimentos aqui e mamãe tinha ido ao “concorrente” para fazer compras emergenciais!

Então da pra imaginar meu desespero ao descer a escada. Bem, devido esta minha pressa, não foi surpresa nenhuma eu ter caído os últimos degraus da escada. Mas eu já tava meio que acostumada com meus “momentos desastres”. Só que eles não aconteciam em frente a garotos super gostosos que eu tava de olho.

Claro que eu tinha que pagar esse mico. Mas pelo menos ele me ajudou a levantar e ficou super preocupado comigo. Coitadinho! Minha sorte é que eu não o veria mais.

Não fiquei muito contente com o almoço, se é que eu podia chamar um sanduíche de atum de almoço. Mas ao menos eu não passei fome! E no fim, nem percebi o dia passar. Arrumamos nossos quartos, o que era o principal a se fazer. E decidimos que o restante arrumaríamos no outro dia.

Mamãe disse que arrumaria a cozinha primeiro e que daí, iria ao supermercado e faria compras de verdade. E o papai avisou que iria a escola da cidade me matricular.

É oficialmente estávamos morando em Alberthbeen!


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Notas finais do capítulo

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