Poeticamente Incorreto escrita por Sially


Capítulo 7
Alice das Borboletas


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.
Não deixem de comentar ainda mais se tiver uma viagem melhor que a minha :)



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Qualquer cálice cheio de vinho pode ser confundido com a magia que preenche cada vida em cada plano espacial.

Creio na criação de um alicerce que suporte as finalidades e consequências. Algo como uma promessa secreta, algo como Deus em sua própria terra prometida. 

Fizeste tanta volta para sonhar com a realidade, cheia de fuligem e fumaça. Não confunda minha fumaça, a fumaça a que me refiro é das cabeças e pensamentos; as ideias mais cabulosas e brilhantes. As ideias que deixamos de lado sem perceber, nascem e tão rápido nascem, morrem. 

Caio no abismo da escuridão, com um impasse: ver através dos olhos do povo ou do mundo. O cadeado pode ser aberto com a escolha certa. Sim, estou acorrentado. 

Cada músculo atrofia com a força que faço para manter as correntes fortes e presas. Ao abrir os olhos, o vermelho é a cor principal. É a cor mais fria. A cor que me cobre e me beija, me consome como fogo. 

Cada passo que dou em direção a escolha mais fácil, encolho; e ao contrário, cresço como uma garota forte, uma verdadeira mulher. Afinal toda mulher é forte o suficiente para sair das correntes. Ou melhor, escolher sair das correntes. 

Eu vejo minha corrente em todo café - jornal - trabalho - mulher - filhos - escola - faculdade - trabalho - mulher - filhos. 

A luz nasce de dentro para fora, basta uma luz parecida se aproximar para que um complete o outro. 

Conheço as consequências, escolhi minha pílula. Não existe tal certo e errado, existe os que morrem e os que vivem. Carregar fardos pesados são difíceis, mas o que é melhor? Morrer acorrentado ou levantando peso? Ao meu ver, carregar peso te deixa mais forte, morrer acorrentado é definhar e ver tudo passar a um breve olhar. Sem ver, sem perceber, só permanecer. 

Me mostre sua visão, para compartilharmos essa saciedade melancólica, essa droga que consome e mata. A droga que ninguém pode fugir, a droga da escolha. Quanto mais caminhos ruins, mais escolhas queremos para voltar e quanto mais conseguimos bons caminhos, acabamos por querer mais escolhas boas. Simples cassino da humanidade. 

Enxergue através de meus olhos. Não vê? Quem está cego? Quem é quem? Já não sei mais. São todos chinchilas rosas. 

Ao meu olhar, posso ver a travessia a minha frente. Aos seus olhos, vemos a ponte até o outro lado. Aos olhos dele, vemos nada. A passagem não existe para os que escolhem precocemente. Sem dúvidas e sem vício. Que forma maravilhosa de ver e existir. Ou melhor, não existir. 

A decisão foi tomada, as correntes caíram e as borboletas surgiram. Em um amontoado, carregam a alma cansada e renovada aos céus. Pobres borboletas, não aguentam a viagem até os céus e morrem no meio do caminho. Vida tão curta, entretanto elas já nascem com suas asas e suas escolhas feitas. Quando a última borboleta que carregava a alma morre, caio até que a velocidade e a luz quebrem minha forma crisálida e sou capaz de usar minhas próprias asas. 

Quem sou eu para quebrar as regras? O caminho já fora traçado e me ergo aos céus.

Pois é, a decisão de quebrar as correntes demorou demais e definho até a morte à liberdade. Parece que a pílula demorou a fazer seu efeito.

Borboletas voam, mas morrem rápido e todas acabam em seu leito no chão. Tanta beleza para um chão tão sujo. Sinto muito, borboletas. 

Então além do vício, não seja indeciso.


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Notas finais do capítulo

Caso tenham se perdido no meio, espero não ter causado muito estrago.
Até mais, pequena crisálida
Xx



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