Não deixe a coroa cair escrita por SecretsUntold


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtaaaam.


Se possível, deixem um comentário para mim. Seja um elogio ou uma crítica ou os dois haha

SecretsUntold



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Três meses antes...

Noah era um pé no saco.

Toda certinha e bonitinha, como uma boneca de porcelana. Ela só não quebrava tão fácil quanto uma.

Sabe, eu geralmente não perco meu tempo escrevendo sobre pessoas como ela. Mesmo que sua vida seja cheia de mistérios. No fim do dia ela é só mais uma servente da cozinha real.

Ou era, pois hoje ela fez a prova para se tornar parte da guarda particular da Princesa Esmee Rose... e, surpreendentemente, passou. Uma mulher ocupando um trabalho tão braçal e perigoso era raridade em Meister e meus olhos logo estavam sobre a bonequinha.

Noah Genevieve Melchior, vinte anos, 1,63 de altura, olhos violeta, cachos loiros, pele bronzeada, corpo esguio, aparência frágil (mas só a aparência). Eu lembro até agora como todos riram quando ela entrou no galpão de treinamento, para lutar pela vaga. Todos riram dela... menos eu. Não devemos subestimar um rostinho bonito com olhos brilhantes, não importa o quão infeliz é a carreira que sua dona escolheu.

Mas logo as risadas se silenciaram. Noah derrubou guarda atrás de guarda. Ela era rápida, forte e habilidosa. Suas combinações de movimentos, apesar de feitas de última hora, eram extremamente bem boladas.

Lutar, para ela, era como respirar, para mim.

Se a família real não a quisesse para eles. Eu a pegaria.

Mas olhando para o alto, nos tronos, todos pareciam tão maravilhados quanto eu, principalmente... o príncipe herdeiro.

Então, bem, então Noah se tornou interessante.

***

– Eu estou profundamente chateada com a sua ausência, Dante! – Noah choramingou e cruzou os braços. Ela parara de fazer ceninhas há anos, menos para o jovem cavalariço. Com ele, elas ainda funcionavam. – Você sabia o quanto era importante para mim que estivesse lá...

Noah entendia, claro que ela entendia.

A lutadora que chocara toda Meister era a jovem mais compreensível e, ás vezes, até doce que o reino possuía. Seu coração, dourado como o próprio ouro e o sorriso, brilhante como as próprias estrelas. Lutava pela justiça com unhas e dentes e defendia seus princípios até a morte.

Ela entendia que Dante tinha responsabilidades nos estábulos.

– Eu te mandei uma mensagem de texto. – Ele reclamou enquanto arrumava a ferradura do cavalo dela. O forte, imponente e teimoso, Corr. – E você conseguiu, não? Não precisava de mim. – Ele queria ouvir que ela precisava.

Há séculos atrás (Ok, nem tanto tempo assim), a garota vivia agarrada a perna do cavalariço, pedindo aulas de montaria, de luta, etc. Agora era ele quem queria grudar em sua perna. Dante não sabia quando aquilo havia acontecido, mas ele era totalmente apaixonado por Noah...

Só que ela não era mais uma garotinha inexperiente.

– Eu sei que não. – Ela o desapontou, novamente. – Mas eu o queria lá mesmo assim.

Ele deu de ombros e colocou Corr em sua baia.

– Eu conheci um cara na prova de hoje. – O coração de Dante apertou. – Bem, eu não o conheci realmente, só recebi um bilhete dele, me pedindo para vê-lo essa noite. Não tenho o porquê ficar...

Noah não era uma romântica incorrigível, mas ela amava pequenas escapadas e mistérios. Aquele “cara” reunira os dois.

O jovem cavalariço poderia agarrá-la ali mesmo e dar um motivo para ela ficar. Mas ele não o faria. Não era cortês.

– Ele pode ser perigoso... – tentou.

– Você sabe que eu posso me cuidar. – Deu de ombros.

E ela podia. Noah sabia como se cuidar antes mesmo de poder andar. A garota crescera em um bairro pobre na capital de Meister, perto do castelo, onde sua mãe trabalhava, e sabia que lá o lema era matar, ou morrer (Isso foi um tanto exagerado...). Conseguia desparafusar maçanetas com as unhas, paralisar um homem com o dobro do seu peso usando uma mão, atirava como uma guarda de elite e manejava a espada como um guarda real.

Noah Genevieve Melchior era imbatível, e a única proteção que ela e sua mãe tinham. A servente da cozinha real nunca conhecera seu pai. A mãe dizia que ele havia sumido antes dela descobrir que estava grávida, portanto, nenhuma delas sabia o tipo de pai que ele teria sido...

– Acho que eu vou sim... – É. A mais nova guarda real amava um suspense.

***

A Rainha Edith não era delicada quando as luzes apagavam.

Ela gostava de tapas, mordidas e marcas. Sim, a querida rainha de toda Meister amava marcar seus amantes como se fossem parte de um gado particular. Um escândalo, totalmente! Mas ela fazia o possível, e o impossível, para que suas histórias nunca saíssem das quatro paredes do seu aposento...

E o pobre Rei nem imaginava... tsk tsk.

Mas, tudo bem, isso é passado. SecretsUntold chegou! E eu vou colocar um fim em todas as mentiras dessa família real venenosa e malcriada. Sabe, alguém precisava colocar ordem em Meister, os cidadãos não farão mais o papel de idiotas.

Nunca mais.

– Seu desempenho hoje foi abaixo do esperado, Charles. – A Rainha Edith pegou um cigarro e o passou ao amante, esperando que ele o ascendesse.

– Sinto muito, vossa alteza. – Ele beijou seu pescoço por várias vezes antes de tragar o cigarro e devolver a ela.- Talvez eu possa recompensa-la essa noite... – tentou, mas Edith se separou dele.

– Essa noite o Rei voltará de sua viagem... – Uma rainha repentinamente infeliz prendeu o cabelo e saiu desfilando pelo quarto, em busca de alguma peça de roupa. – Eu preciso voltar a atuar o papel de esposa... – Seu suspiro foi tão tocante que até mesmo essa blogueira que vos fala ficou balançada.

Mas não o suficiente para esconder a verdade.

A Rainha Edith nasceu em uma família muito rica, mas não real. Seu pai era dono de uma grande multinacional em Meister, entretanto, perdeu quase tudo depois de uma crise durante o governo do Rei Heitor, o pai de seu esposo. Para devolver a vida que seus pais tinham, ela foi capaz de negar o amor do único homem que realmente quis em toda a sua vida e se submeteu a uma vida luxuosa, mas sem sentido.

Mesmo assim, entre as paredes de seu quarto, Edith fazia o possível para continuar sendo a moça que era antes de seu casamento. Haviam roupas jogadas pelo quarto em uma explosão de cores – roupas que ela não deixava suas criadas recolherem – “Assim é mais fácil de escolher...” dizia ela, sempre com um sorriso radiante no rosto.

Ainda que eu não queira admitir, conseguia entender o porquê dela ser conhecida como a rainha do povo. Com seu sorriso e seus trejeitos delicados, Edith Grace lembrava uma fadinha e parecia sempre ter palavras doces na ponta da língua para seus súditos, mesmo que entre sua família ela fosse amarga e sem vida. Seus cachos negros e longos estavam sempre soltos, ao contrário das outras rainhas, e os olhos verde-oliva escondiam um brilho profundo quando em contato com o sol das manhãs. Era alta e esguia, talvez fosse magra demais, mas nunca se importou muito com isso, mesmo quando sua mãe disse que ela não teria condições de ter filhos direito se não se alimentasse bem.

Ela tivera quatro. E todos nasceram em seu juízo perfeito.

Bem, não. Mas isso fica para mais tarde.

Além de encantadora, havia outra manobra que Edith tirava de letra, literalmente. Ela machucava, com palavras. Pode não parecer muito, mas acredite, você não quer ter a rainha dirigindo palavras frias e maldosas em sua direção. Implacável e inabalável como um iceberg, a mulher não parava, nem mesmo se seu alvo já estivesse aos prantos.

O próprio Rei era a prova disso.

– Não fique assim, meu bem. Podemos dar uma escapada... – Charles tentou tirar a roupa que a Rainha acabara de colocar.

– Charles, querido. – Ele se deteve no primeiro botão e esperou ela prosseguir. – Eu te quero na minha vida, mas não preciso de você nela. Se eu estalar os dedos, você vai abrir a porta e se retirar e só voltará quando eu estalar de volta. Entendido? Não me ofereça escapadas, eu mesma sei quando preciso delas. – Se havia algo que detestava, com certeza era seus amantes tendo pena dela.

A Virtuosa Rainha de Meister, Edith Grace di Treverè, era implacável e inabalável.

– Sim, senhora. – Ele abaixou a cabeça.

Seu coração pesou, mas ela não deixaria os outros saberem.

Então, sorriu.

***

A Princesa Esmee Rose não tinha salvação, assim como seus outros irmãos.

Bem, não sejamos tão dramáticos, pode ser que algum deles ainda se arrependa das decisões que tomam em suas vidas... Mas eu acho pouco provável. A Realeza de Meister foi feita para fingir pensar com maestria, mas não pensar realmente.

A própria caçula percebera que não havia como consertar seus próprios erros e foi afundando no buraco que cavou para si mesma. Se você a visse em público, ela estaria bêbada, ou totalmente drogada, ou os dois. E ela ainda estaria causando confusão.

Esmee Rose di Treverè era a mais sem graça de toda a família. Sua vida era um livro aberto e aquilo significava que eu não tinha muito o que explorar. Certo?

Errado.

As pessoas mais duronas e complicadas são sempre as que escondem um lado frágil e medroso. Eu ia descobrir esse lado na Princesa, nem que eu tivesse que investir todo o meu tempo nela.

Tudo ficou muito mais interessante quando uma presença masculina bateu em sua porta. Algum namorado secreto? Minhas fontes haviam me falado que a linda e maluca princesa estava noiva do Duque da Cornualha.

Isso. Seria. Um. Escândalo!

E eu cobriria absolutamente tudo.

– Charles... Você está atrasado. – Esmee detesta a mãe e não escondia, provavelmente era por um simples motivo: ambas eram idênticas.

Até no gosto pelos seus homens...

Ops.

***

“Dona Edith e seus dois maridos? Ops.

SecretsUntold”

“Colocando cornos no Duque da Cornualha...

...Princesa Esmee?

SecretsUntold”


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Notas finais do capítulo

E ai, curtiram?




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