Uma Seleção Diferente escrita por Emma Salvatore


Capítulo 8
Ilusão - George


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, Katherine vai sofrer. E George fará uma revelação!!!
Espero que estejam gostando!!!



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Deixei Katherine em seu quarto por volta das onze horas. Depois do nosso primeiro beijo, trocamos outros, mais calmos.

Senti muita diferença nos beijos de Katherine. Com ela havia uma mágica que eu não sabia explicar. Meu estômago revirava e me sentia como um principiante. Como se ela fosse a primeira garota que já beijara.

Mas eu não posso me apaixonar por ela. Não posso!

À porta do meu quarto, meu pai me chamou. Sua expressão não parecia muito feliz.

– Eu vi, George. Vi o seu longo encontro com a Cinco - ele comunicou.

– O nome dela é Katherine - falei.

– Ah, então já estão se dando bem, hein? GEORGE SCHREAVE O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?! - esbravejou - Você perdeu horas, horas de trabalho por causa dessa garota! Não me incomodaria se fosse Celeste ou qualquer outra Dois ou Três. Mas Cinco? Francamente George, você está me decepcionando. Não quero brigar com você, então trate de fazer alguma coisa a respeito dessa Cinco! E não me interessa se o nome dela é Katnip ou o escambal! Ela aqui é só um número, entendeu?

Fiz que sim com a cabeça e assim meu pai deu a conversa por encerrada. Eu sabia muito bem o que tinha que fazer. Não precisava que meu pai lembrasse disso. Eu tinha que cortar qualquer sentimento que eu possa ter ou possa vim a sentir por Katherine. Porque acima de tudo, temo por ela. Pelo o que o meu pai pode fazer.

Entrei no meu quarto e bolei um plano. Katherine Singer não seria mais um problema.

* * *

Ao sair da Sala de Jantar, após o café da manhã, notei Katherine me seguindo.

– Bom dia, Alteza - ela cumprimentou sorrindo.

Seu sorriso estava radiante mais do que o de costume. Tentei não prestar atenção nele.

– Bom dia - respondi seco.

Celeste apareceu no corredor criticando todas as transformações possíveis do seu cabelo. Aproveitei a oportunidade e cheguei perto dela.

Celeste parara perto de Katherine. Perto o suficiente para que ambas pudessem ouvir qualquer conversa.

– Bom dia, querida - disse em voz alta para Celeste.

– Bom dia, Alteza - ela retribuiu o cumprimento.

Katherine estava observando tudo e aproveitei isso. Tasquei um beijo de tirar o fôlego em Celeste.

Logo depois, falei com tom baixo, mas que ela pudesse facilmente escutar:

– Jantaremos hoje a noite no seu quarto.

Celeste sorriu animada para mim e eu me afastei. Antes de deixar o corredor não tive coragem de olhar para Katherine, mas senti passos atrás de mim e estava preparado para a resposta.

– Por que você fez isso, hein? - mas não era Katherine. Era Alice.

– Era você mesma quem eu queria encontrar - falei.

Ela me olhou confusa.

– O que você quer comigo?

– É importante - dizendo isso, puxei-a pelo braço.

– Onde você está me levando? - ela perguntou.

– Um lugar com privacidade - respondi.

Ela não falou mais nada, só deixou-se levar. Chegamos ao meu quarto e ela estranhou.

– Por que você me trouxe para cá? Pelo que eu saiba, nós, selecionadas, não temos permissão para virmos aqui.

– Não. De fato não têm. Mas eu sou o Príncipe e eu quero conversar com você aqui - disse com autoridade.

– Diz logo - ela falou com um fingido desdém.

Ia começar a falar, quando fui interrompido pela chegada repentina de Cárter.

– George, será que você...

Ele parou quando viu Alice.

– Ah, me desculpe. Não sabia que estava acompanhado.

– Tudo bem - falei - Depois eu te procuro, ok?

Ele acenou com a cabeça e fez como se saísse do quarto, mas voltou e disse:

– Bela garota. Sou Cárter Woodwork.

Ele estendeu a mão para Alice.

– Alice Tames - ela apertou sua mão.

Havia uma coisa diferente no jeito com que eles se apresentaram. Estavam a tempo demais com as mãos juntas e trocando sorrisos.

– Cárter, eu preciso conversar a sós com a senhorita Alice. Será que poderia nos dar licença? - apressei.

– Ah, claro - ele parecia ter acabado de sair do transe - Nós vemos depois George. Até qualquer dia senhorita Alice.

Ele saiu. Notei Alice distante. Como se algo tivesse a tirado da órbita por um momento. E eu estava quase suspeitando do que poderia ser.

– Escuta, Cárter é meu melhor amigo, tá? Então não faça nada que possa prejudicá-lo depois - mandei.

– Do que está falando? - ela pareceu confusa - Eu nunca faria nada para machucar seu amigo. Ao contrário de você. Que é capaz de machucar criancinhas.

– Alice não te trouxe aqui pra discutir o que sou ou não capaz de fazer. O assunto que quero conversar é sério - disse, encarando-a.

– Então o que é? - ela estava curiosa.

Sentei-me no sofá e fiz gesto para que ela me acompanhasse.

Respirei fundo. Ela era a pessoa certa para me ajudar. Falei:

– Preciso que você faça Katherine me esquecer.

– O quê?!

– Isso mesmo que você ouviu. Sei que você é amiga dela e me odeia o suficiente para isso.

– Você realmente não faz ideia do quanto que ela te ama, não é? - ela perguntou - Não posso fazer isso. Não consigo. E não quero perder minha amiga.

– Não é por mim que estará fazendo isso, é por ela. Somente por ela - argumentei.

– Ela te ama, George! - ela exclamou e não percebeu quando me tratou pelo nome.

– Eu sei. E isso me assusta. Eu não posso me apaixonar por ela. Então ela não tem a menor chance. Você precisa me ajudar. Você precisa ajudá-la. - pedi como uma súplica.

– Por que você simplesmente não a manda embora? - ela perguntou.

– Porque... - pensei em uma resposta, mas não tinha um porquê. Eu simplesmente não conseguia fazer isso - Não sei. Gosto da presença dela aqui.

– Você está sendo egoísta - ela acusou - Você gosta de ter alguém que se atire aos seus pés. Alguém para elevar o seu ego. Alguém como Katherine. Tipo, o seu brinquedinho, não é?

Ela fora longe demais. Como ela ousa acusar que estou tratando Katherine como um brinquedo? Será que ela não vê? Eu estou confuso com os meus sentimentos e estou tentando não demonstrar isso para o meu pai. Eu estou tentando não me apaixonar por Katherine e não sei se estou tendo sucesso.

Então, Alice Tames não pode me acusar de tratá-la como um brinquedo.

– Celeste também fica aos meus pés. Kriss não sabe falar outra coisa senão elogios a mim. Então não. Não preciso de Katherine para isso. Estou me abrindo com você. Estou sendo totalmente sincero. Então não fique me acusando ou me julgando. Não consigo tirar Katherine assim de repente da minha vida - falei, sincero.

Ela me olhou com desconfiança.

– Lamento te dizer, mas não adianta tentar. Você já está apaixonado pela Katherine! - Alice falou com segurança.

– Não! Eu não estou! Eu não posso estar! - exclamei.

– Pois eu digo que está - ela insistiu - E estou vendo que está falando a verdade. Mas não pense que será fácil e nem que eu gosto mais de você por isso. Farei isso pela Katherine. Já posso sair?

Assenti.

Ela levantou-se e caminhou até a porta.

– Alice - chamei antes dela sair.

Ela virou-se para mim.

– Sim?

– Obrigado.

Ela sorriu e finalmente deixou o quarto. E eu fiquei pensando no que ela me dissera.

Isso não é possível. Eu não estou apaixonado por Katherine. Não é?

* * *

Sai do quarto de Celeste por volta das 22:00. Era incrível como o tempo se arrastava quando estava com Celeste e com Katherine passava bem rápido.

– Alteza - ouvi uma voz doce e delicada atrás de mim. Era ela.

Forcei minha expressão mais dura.

– O que você quer? - perguntei, seco.

– Eu só queria dizer que o dia de ontem foi mágico. Eu me senti... Especial. - ela falou, sorrindo.

Forcei uma risada sarcástica. Foi difícil vendo seu sorriso sincero.

– Você realmente achou que foi real? Achou que com você foi especial? Fiz isso com todas as garotas. A diferença é que elas valem a pena, você não.

– Mas... Mas você disse... Eu pedi... Pedi pra você... Não me iludir - seus olhos marejavam. Ela não acreditava no que estava ouvindo.

– E quem é você para decidir o que eu faço? Foi bom te iludir ontem, não foi? Fez você se sentir especial. Pelo menos por um momento.

Ela já não segurava mais as lágrimas, chorava copiosamente a cada palavra. Por que ela não saia de perto e acabava com meu tormento?

Mas ao invés disso ela me encarou e disse soluçando:

– Você disse que queria sair comigo. Você... Foi o meu primeiro beijo. Você disse... Disse que foi especial. Por quê? Por que fez isso comigo?

– Eu queria te dar alguma alegria. Afinal senti pena de você - praticamente cuspi essas palavras.

Meu coração apertou quando ela voltou a me encarar. Sua mágoa era visível.

– Já disse... Que não quero sua piedade! - ela exclamou baixinho.

– Pois não a tem! Foi só um momento que eu quis fazer caridade. Porque tudo o que eu sinto por você - me aproximei dela e tentei não prestar atenção nos seus olhos chorosos - É nojo.

Senti minha face queimar. Katherine me batera. Logo depois do ato saíra correndo, ainda chocada com o que fizera.

Aquilo doeu. Não o tapa em si. Mas a atitude dela. Para Katherine ter me batido eu só posso ter realmente a magoado.

Sentia uma angústia no meu coração. E novamente pensei nas palavras de Alice. E pensei nas minhas atitudes com Katherine.

Então, enfim me dei conta.

O que não era pra acontecer já tinha acontecido.

Eu estava apaixonado por Katherine Singer.


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Notas finais do capítulo

Então, o q vcs acham q vai acontecer com Katherine e George agr??



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