Uma Seleção Diferente escrita por Emma Salvatore


Capítulo 12
Cárter Woodwork e Alice Tames - George


Notas iniciais do capítulo

O q vcs acham q acontecerá com Alice e Carter??
O mesmo q houve cm Marlee??
Espero q gostem



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Katherine saiu correndo para atender ao chamado da irmã. Fiquei pensando em tudo que acontecera esses últimos dias. Ver como Jason e Katherine se davam bem, não foi nada agradável pra mim. Mas teve coisas que me foram muito agradáveis.

Nunca pensei que conviver com uma família de Cinco fosse tão bom. Todos eles me acolheram tão bem, com exceção de Gerad. Ri, pensando nele.

Gerad era a primeira criança com que eu convivi. Nunca tinha passado mais de algumas horas com os meus primos maternos. Não suportava ficar do lado deles. Na verdade, nunca gostei de crianças.

Mas vi Gerad de um jeito diferente. Ele era irmão de Katherine, e eu sentia que deveria conquistá-lo.

Mas por quê? Me perguntava. Mandaria Katherine embora e nada adiantaria o meu esforço. Mas eu sentia que precisava e com certeza queria que manter contato com aquela família quando mandasse Katherine embora.

Exceto Jason.

Jamais tive tanta raiva de uma pessoa como tenho de Jason. Ele me irritava de um jeito... Queria só ver a valentia dele levando as chibatadas. Um sorriso perverso se formou em meus lábios e aí eu me lembrei de Katherine. A imagem dela chorando ao ver a cena veio a minha cabeça e uma inquietação passou por mim.

Eu odiava Jason. Mas não podia fazer isso com Katherine. Não queria vê-la sofrendo. Não queria que ela me visse como um monstro.

Caminhei calmamente até o quarto de May e escutei soluços ao me aproximar.

Entrei e vi May aninhada nos braços da irmã, soluçando.

Quando me viu, se desvencilhou de Katherine e se ajoelhou aos meus pés, agarrando a barra da minha calça.

– Alteza... Alteza, por favor... - ela não parava de chorar - Não deixa nada de mal acontecer a Katherine! Por favor!

Ela estava implorando. Suas mãos apertaram com mais força a minha roupa e ela me olhou de um jeito apreensivo. Sua situação estava humilhante.

Puxei seus braços, tirando-a do chão.

– May, acalme-se por favor - pedi.

Ela me segurou.

– Prometa! Por favor, prometa que nada acontecerá a Katherine!

Olhei para Katherine sem entender. Ela estava surpresa com a atitude da irmã. May não precisava nem implorar. Sempre cuidaria de Katherine.

– Mas é claro que prometo, May. Sempre cuidarei da sua irmã.

Ela pareceu mais aliviada. Jogou-se em meus braços, enchendo-me de agradecimentos.

– May, vem. Vamos deixar o príncipe em paz - Katherine chamou.

Ela obedeceu a irmã e me soltou. Sai do quarto sem entender. O que acontecera?

Passado cinco minutos, Katherine chegou a sala.

– Me desculpe. Mas ela teve um pesadelo e...

– Não precisa se desculpar. - cortei-a - Eu não me incomodei. Só queria entender.

Ela sentou-se no sofá junto a mim.

– May teve um pesadelo. Ela tem muito medo disso. Sabe, desde que ela tinha cinco anos e corria pra minha cama. Ela pensa que pode acontecer. E agora, May sonhou que eu fui sequestrada por rebeldes.

Então foi isso. Segurei sua mão.

– Katherine, o que prometi a May, realmente pretendo cumprir. Jamais deixarei nada te acontecer.

Ela soltou a mão.

– Não minta, George - pediu - Você vai torturar Jason. Você vai me mandar embora logo. Nós dois sabemos que você não se importa comigo. Então não minta para mim.

Engoli em seco. Ela já estava tão descrente de mim assim?

– Eu não vou mais torturar Jason - comuniquei e ela me olhou surpresa - Mas ele não precisa saber.

Katherine se jogou nos meus braços sorrindo.

– Obrigada! Muito obrigada!

– Nem tente avisá-lo - falei, tentando soar ameaçador.

Ela sorriu e me levou junto.

– Estou feliz demais para descumprir as suas ordens, Alteza.

Ela saiu saltitando e eu fiquei incomodado. O que ela quis dizer com isso? Feliz demais? Será que Katherine estava gostando de... Não! Ela gosta de mim! Ela tem que gostar de mim! Estou a ponto de revogar minha decisão, mas vou me controlar. Por Katherine.

Fui para o quarto e tentei dormir. Amanhã finalmente estaria no conforto do meu lar.

* * *

– Katherine! - Alice correu para abraçar a amiga - Que bom que você voltou! Já não aguentava mais ficar sozinha com aquelas idiotas!

Apesar de tentar fazer cara de tédio, ela não conseguia. Seu rosto demonstrava uma coisa completamente diferente.

– Mas não parece que você ficou realmente entediada, não é? - Katherine perguntou, sorrindo.

Alice imediatamente corou. Cárter saiu de dentro do palácio e veio em minha direção.

– George! Como foi a viagem?

– Bem, não tão ruim quanto pensei - respondi e Cárter riu.

Ele e Alice trocaram olhares significativos. Bem, acho que já sei o que está acontecendo.

– Alice, acho melhor você levar Katherine para o quarto, enquanto eu resolvo alguns problemas com Cárter - ordenei.

Alice assentiu, e ela Katherine saíram contando as novidades.

Fui com Cárter até o meu quarto. Precisava ter uma conversa particular com ele.

– Eu sei o que está acontecendo - falei.

– O quê? Não sei do que está falando. - ele tentou parecer confuso.

– Ah, por favor. É claro que sabe. Sei sobre você e a Alice.

Cárter forçou uma gargalhada.

– Eu e a Alice? George por favor. Para de brincadeira.

– Cárter, eu estou falando muito sério. E não espero que você admita. E também não vou fazer nada. Você é meu amigo. Meu melhor amigo. Eu só quero que tenha cuidado. Você conhece o meu pai.

Ele apenas assentiu.

– É só isso? - perguntou.

Assenti e ele saiu. Esperava realmente que ele me levasse a sério.

Quando enfim fiquei sozinho, desarrumei as malas. Normalmente, são as criadas que fazem isso, mas tem coisas que eu trouxe que não quero que todos vejam.

Comecei tirando as lembranças de May e Gerad. Desembrulhei um pedaço de torta que a sra. Singer carinhosamente fizera para mim.

Enquanto arrumava as coisas, meu pai entrou como um furacão no quarto.

– George, precisamos... - ele parou quando viu as a mala aberta na minha cama - Mas o que é isso?!

Ele apanhou o desenho de May e o pequeno chaveiro de Gerad.

– São lembranças, pai. Da família Singer.

– Ah, da Cinco. Por que você guarda essas porcarias, filho? - meu pai perguntou balançando o desenho de May - É um lixo!

Tomei o desenho da sua mão e menti:

– É claro pai. É isso que farei. Mas se o senhor me der licença, tenho coisas a terminar.

– Está bem! Me encontre no gabinete no máximo em 30 minutos tenho um assunto importante - dito isso, meu pai deixou meu quarto.

Um mês atrás, eu concordaria com ele. Jogaria essas coisas no lixo. Mas agora...

Liguei para meu contato do mundo dos esportes. Estava decidido a cumprir a promessa que fiz a Gerad.

Assim que terminei a ligação, chamei meu mordomo.

– Carregue o jatinho. Semana que vem tem outra viagem longa.

* * *

– Ai, Alteza! Esse filme é lindo, não é mesmo? - Elise falava pela décima vez.

– É, é mesmo - falei sem esconder o meu tom entediado.

Já não aguentava mais essa garota. Hoje ela seria mandada para a casa.
Deixei Elise no quarto e caminhei em direção ao terceiro andar.

Detive-me na porta do quarto de Katherine. Um outro encontro hoje não seria uma má ideia.

Bati na porta e uma das suas criadas me atendeu.

– Alteza - fez uma reverência.

Entrei no quarto e encontrei Katherine deitada em sua cama lendo uma carta. Ao me ver, dispensou as criadas e levantou.

– Isso é verdade, George? O que Gerad me escreveu. Você vai realmente levá-lo no jogo da Chudley Cannons? - perguntou.

– Promessa é dívida - falei sorrindo.

Ela sorriu também e eu me sentei na cama em sua frente.

– E por que você vai fazer isso? Você não precisa do carinho de Gerad - Katherine me perguntou, desconfiada.

– Não sei. Sinto que preciso - respondi, sincero.

Ela mirou o chão por alguns instantes sem saber o que falar.

– Bom. Acho que eu já vou - disse, levantando - Só vim aqui te dizer isso.

– Você não pode ficar mais um pouco? - pediu.

Sim. Eu queria ficar mais um pouco. Lutei contra essa vontade.

– Não. Já está quase na hora do jantar e tenho uma eliminação a fazer.

Me inclinei para beijar o seu rosto, mas pensei melhor e recuei.

Sai do quarto me preparando para o que eu iria enfrentar. Elise não seria fácil.

* * *

– Uau! Eu não acredito! - Gerad exclamava incrédulo. - É muito grande! É enorme! É bem maior que o da televisão!

Ri do seu entusiasmo.

– Você tem certeza de que não vamos nos perder? - Gerad me perguntou.

– Você tá vendo aqueles dois homens ali? - apontei para os dois guardas que estavam logo atrás. Gerad assentiu - Eles vão se certificar que não aconteça nada conosco.

– Tá bom, namorado da Katherine.

Eu ri. Namorado.

Fomos para a parte VIP do estádio.

– Gerad, você sabe como a Seleção funciona certo? - perguntei.

Ele fez que sim com a cabeça.

– 35 garotas disputam sua atenção e no final você escolheu a Katherine.

– Gerad, a Seleção ainda não acabou. Então ainda tem várias garotas tão legais quanto a sua irmã.

Gerad balançou a cabeça.

– Você seria muito idiota se não escolhesse a minha irmã.

– E por quê?

– Porque ela é louca por você! Aguento ela falando de você desde que eu tinha 1 ano! Katherine era a felicidade em pessoa quando foi selecionada. Duvido que alguma garota seja desse jeito.

Engoli em seco. O jogo começou e Gerad voltou a atenção para ele. Não devia ter perguntado absolutamente nada. Eles me odiariam quando Katherine fosse mandada embora.

Olhei para Gerad e sorri com a sua empolgação. Pelo menos estava valendo a pena.

Quando o jogo terminou, Gerad pulou no meu pescoço gritando:

– Você é demais! Não é o idiota que eu pensava! Te adoro! Katherine escolheu bem.

Isso só me deixou mais culpado. Dei um meio sorriso. Gerad estava tão feliz que não descobriu meu desconforto. Ainda bem.

* * *

– George! - meu pai gritou assim que eu cheguei no Palácio - Onde você estava nos últimos dias? Aconteceu coisas importantes aqui e você não estava!

– Calma pai. O que houve?

Ele mandou que eu o acompanhasse até o seu escritório.

– Olhe isso! - ele atirou uma foto na mesa e tive que me controlar para não cair para trás.

Alice e Cárter se beijando! Eu os tinha avisado tanto...

– Eles estão nas masmorras agora, esperando por julgamento - meu pai comunicou. - É você que vai fazê-lo. Morte ou cem chibatadas. Decida!

Eu apenas assenti com a cabeça, chocado.

– Preciso pensar pai. Cárter é meu amigo - falei e meu pai explodiu.

Amigo?! Amigo não faz o que ele fez! Ele poderia ter muito bem ter esperado você eliminá-la. Mas não! Eu não quero piedade entendeu, George? Eles têm que pagar!

Concordei com a cabeça. Sai do escritório chocado. Como eles puderam ser tão descuidados? Eu avisei tanto!

No caminho para o meu quarto, bolei um plano. Poderia dar certo, mas precisava de ajuda.

* * *

Entrei como um raio no quarto de Katherine.

– Saiam! - ordenei para as criadas.

Assustadas, elas logo obedeceram.

– O que foi agora? - Katherine perguntou - Por que falou com elas desse jeito?

– Preciso da sua ajuda - falei, direto.

Ela deu uma risada sarcástica.

– Sério? E por que Vossa Alteza Real precisaria da ajuda de uma Cinco?

– Katherine é sério. Alice e Cárter estão prestes a entrar em uma enrascada.

Ela botou as mãos nos lábios pensativas.

– Espera... Então... - seus olhos se arregalaram de choque quando percebeu.

Confirmei com a cabeça.

– E meu pai descobriu tudo.

– Oh! Não! - exclamou.

– Katherine, tenho um plano. Mas preciso da sua ajuda.

Ela balançou a cabeça e ouviu atentamente o que eu tinha a dizer.

– Preciso que você pegue roupas de criados. Planejo que Alice e Cárter fujam como criados. Se eu pedir, vão desconfiar.

– Como exatamente você quer eu consiga isso?

Dei de ombros.

– Não sei. Isso é com você. Então vai me ajudar?

Katherine acenou com a cabeça.

– Ótimo! Volto mais tarde para ver se conseguiu.

Horas mais tarde eu voltei. Katherine já estava com as roupas que eu pedira.

– Como você conseguiu? - perguntei.

Ela deu de ombros.

– Dei meu jeito.

Sorri e apanhei as roupas.

– Torça para que dê certo.

Ela cruzou os dedos. Sai do quarto.

Era agora.

* * *

– Abram a cela! Quero ver os traidores. - ordenei para os guardas.

Eles abriram e lá estavam Alice e Cárter abraçados e assustados. Dispensei os guardas.

– George, por favor... - Cárter começou, mas eu o calei.

– Falei para vocês terem cuidado! Você não me ouviram não é?

Eles apenas me olharam.

– Tudo bem. Não vou deixar que nada aconteça a vocês.

Entreguei as roupas.

– Sejam espertos dessa vez. Vou deixar a cela aberta, enquanto distraio os guardas. Boa sorte.

Alice levantou-se e me abraçou.

– Obrigada! Pensei sempre o pior de você, mas... Estava enganada. E espero que você veja que também está. Deixe Katherine entrar na sua vida, assim como todo o amor que ela tem.

Assenti com a cabeça, sabendo que seria impossível.

– Obrigado, cara. Vou sentir sua falta! - Cárter falou me abraçando.

– Vocês precisam correr! - apressei-os.

Eles saíram agradecidos, enquanto distraia os guardas.

Dera certo.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram??



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