We can't see the start

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if the sky is burning, when the clouds move in
we come so close, when we just miss
we can't see the start, we can't hide the end



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Jon queria encontrar mais um refúgio. Um lugar em que pudesse pensar, mas isso era quase impossível nos últimos dias. Em qualquer lugar que ia simplesmente era descoberto por ele

Seria possível poder pensar e refletir em paz sem ter aqueles olhos tão azuis a esperar alguma coisa dele?

Conseguira se embrenhar o máximo possível no Bosque Sagrado, aquele bosque denso, com milhares de anos, desde o tempo dos filhos da floresta e dos primeiros homens, que Winterfell tão bem conseguiu preservar. Encontrou um lago menor que os demais que se encontravam espalhado pelo terreno perto de um represeiro e se deixou ficar ali. Havia neve de verão caindo, dando um aspecto lindo à paisagem. Os flocos dançavam com as folhas vermelhas do represeiro, e o vapor das águas quentes que subiam pelo ar.

Vou sentir muita falta daqui.

Ficou ali, deitado entre as raízes da arvore e a margem do lago, encolhido observando o céu, quando ouviu o farfalhar de passos nas folhas mortas que cobriam o chão. Vento cinzento o encontrou primeiro, e depois partiu para buscar fantasma dentre a mata fechada, logo em seguidaele apareceu.

Jon suspirou. Realmente se algum dia ele quisesse realmente fugir de casa não duvidava que Robb o encontraria em dois segundos.

_Por que você fica fugindo de mim? – Robb perguntou e Jon deixou com que sua boca formasse o arco de riso ao encarar Robb com a ironia da coisa, já que a conclusão óbvia era que nunca conseguiria fugir do meio-irmão.

_Por que está rindo?

_Por nada, só acho engraçado você sempre me encontrar.

_Vento cinzento tem um bom faro, e ele sempre sabe quando eu estou te procurando. Porque está fugindo de mim? – Robb lhe perguntou naquele tom duro de voz que não permitiria que Jon se desviasse e tudo o que ele pôde fazer foi apenas suspirar novamente e observar o céu.

Robb caminhou até ele e deitou-se ao seu lado, esperando por uma resposta que talvez nunca viesse. Enquanto observava os movimentos do ruivo, Jon só conseguia pensar que agora tinha mais tons de vermelho, azul e cinza para apreciar fora o céu, a neve e as folhas vermelhas das árvores sagradas. Fechou os olhos e tentou respirar. Ele sempre se esquecia de respirar quando começava a observar Robb daquela forma.

_Se eu fechar os olhos, o vermelho das folhas dá a impressão que o céu está queimando.

_Você tem uma visão muito fatalista Robb, eu estava apreciando a dança das folhas com a neve e não imaginando tudo queimando.

_Não sou fatalista. – Robb voltou-se com um olhar indignado.

_É sim, sempre espera o pior.

_Não espero o pior, apenas antecipo possibilidades.

_Não estou fugindo de você Robb, só queria um lugar em que pensar sobre o caminho que tenho que seguir. – Jon respondeu afinal. Não que achasse que aquela resposta aplacaria o irmão.

_Você sabe o seu caminho. Ficar em Wnterfell, ser sagrado um cavaleiro, ganhar um pedaço de terra do Pai, construir uma família, me visitar todas as semanas. – Robb respondeu como se fosse obvio.

Jon gargalhou, deixou a risada fluir de sua alma. Como Robb podia pensar naquelas coisas?

_Desculpe, me enganei. Você não é um fatalista, é um sonhador Robb.

_E que mal há em sonhar com um futuro que seja bom?

_Nenhum mal há, quando ele destoa tanto da realidade que beira a ser utópico.

_Utópico? E todos esses anos eu achava que você apenas ludibriava Maestre Luwin, mas parece que você aprendeu alguma coisa. – deixou um tapa no ombro do meio-irmão pela ofensa à sua inteligência.

_Aprendi tanto quanto você aprendeu certamente. – Jon revidou enquanto deixaram o riso morrer e observaram um ao outro.

Os olhares de repente duros e sinceros, daquele tipo que entra na alma e pode te ferir.

_Quando tudo isso começou? Você sabe? – Robb perguntou em um sussurro a Jon.
_Achei que você tivesse essa resposta. – Jon sussurrou de volta. E Robb apenas fez um movimento de negação com a cabeça, como se estivesse tão preso naquilo quanto o próprio Jon estava.

O tempo de brincar e se provocarem sempre passava, e então vinha aquela tensão que eles não sabiam como havia começado, mas que era tudo o que eles tinham para se agarrar e permanecerem unidos.

Jon levantou o corpo e se apoiou sobre um dos braços, inclinando-se sobre o irmão. Podia ver o vapor se formando tênue através dos lábios do ruivo. Lábios cheios que tinham o melhor sabor do mundo. Jon inclinou-se sobre o corpo do ruivo e deixou que seus lábios acariciassem os de Robb.

_Não me faça perguntas difíceis Robb. – Jon deixou que as palavras fluíssem de encontro à boca do ruivo.

_Então não me peça para ver um final disso, porque eu não posso. – Robb respondeu puxando Jon para mais um beijo.

Um beijo que podia demonstrar toda a sua alma.



fim ...