POV Maxi

Fran: Alguma reclamação? - Naty levanta a mão... sabia. Já estava esperando um "por que eu tenho que ir com o Maxi?" - Sim?

Naty: Por que nós temos que limpar o porão? Por que justo o porão?

Vilu: O que você tem contra porões?

Maxi: Aranhas... Naty tem medo.

Naty: Pelo menos alguém daqui sabe, né? Eu MORRO de medo de aranhas!

Fran: O Maxi vai tá com você, ele te ajuda... AGORA, MÃOS À OBRA! VAMOS! NÃO QUERO VER NINGUÉM PARADO! LESMAS!

Naty: Ai credo, tenho pena dos seus filhos - Fran mostrou a língua que logo, Naty revidou.

Fran: Ah, aviso! NÃO deixem a porta do porão fechar. Só dá pra abrir por fora.

Naty: Ótimo, mais essa. É cada uma que me aparece... - disse me puxando em direção ao porão.

POV Naty

Puxei Maxi até o porão. Estranhei porque Fran me colocou justo com ele. Já sei que ela quer que nós voltemos, mas... acho difícil, agora que ele está namorando a loira russa. Chegamos à uma porta de madeira velha, repleta de teias de aranha, o que me fez arrepiar. Fiz o sinal da cruz, sei lá né e rodei a maçaneta. Botei minha cabeça lá dentro.

Maxi: BUUU!

Naty: AAAAHH! - ele começou a rir - Maxi! Não teve graça!

Maxi: É porque você não viu a sua cara! Ai meu Deus... quero replay!

Naty: Não vai ter tá! Vai logo!

Maxi: Vai pra onde?

Naty: Entra! Não vou entrar primeiro.

Maxi: Por que?

Naty: Porque se tiver um monstro aí, eu não vou ser a primeira a morrer. Imagina encontrar um James P. Sullivan aí?

Maxi: Aposto que se você encontrar um monstro azul com pintas rosa, você vai abraçá-lo do jeito que você é fofa - ooowwnt, fofa. Ele me chamou de fofa... espera, não cai de novo! Virei o rosto e entrei no porão.

Naty: Aqui tem luz? - disse já dentro.

Maxi: Serve essa? - ele diz e logo, uma lâmpada se acende.

Naty: Sim. Bom, vamos começar. Eu limpo a esquerda e você a direita.

Maxi: Tá bom.

POV Maxi

Me abaixei para pegar um espanador e vi um rostinho olhando pro mesmo... ela está mais linda do que antes. Seus olhos estão mais brilhantes e seu sorriso mais contagiante.

Naty: Maxi?!

Maxi: Ah, que?

Naty: Tem outro espanador?

Maxi: Tem sim - peguei outro espanador e dei-lhe - Aqui.

Foi aí, que nossas mãos se encostaram. Senti um choque... bom. Nos olhamos, creio que por alguns segundos, mas logo ela se levantou e foi pro seu lado. Levantei ainda bobo pelo que tinha acontecido e sem querer, esbarrei na porta que... fechou. PUTS, A NATY VAI ME MATAR!

Maxi: Aaaaannnhhh... Naty?

Naty: O que? - me olhou - Nossa, parece que viu um fantasma! Pera... fantasma? AAAHHHH

Maxi: Não! É...

Naty: Se borrou?

Maxi: Sou homem!

Naty: E? Olha se você se borrou, abre a porta e... espera. Por que a porta está fechada?

Maxi: Aaanh... eu esbarrei, sem querer.

Naty: Ai meu Jesusinho! E agora?

Maxi: Vamos limpar! E, bom alguém vai perceber que sumimos, tipo... seu namorado vai perceber... e vamos esperar, eles virem e abrirem - terminei com um sorriso confiante.

Naty: Se tiver uma aranha aqui, eu morro!

Maxi: O que é isso no seu cabelo?

Naty: AI MEU DEUS! EU NÃO SEI! TIRA! MAXII!

Maxi: Ah, é um cacho.

Naty: Idiota! - minha marrenta.

POV Naty

Estava limpando minha parte do porão e Maxi me chama.

Maxi: Hey, Naty!

Naty: O que?

Maxi: Olha, achei um diário!

Naty: NÃO LÊ!

Maxi: Oshe, por quê?

Naty: Nunca viu O Segredo da Cabana?

Maxi: Nãão... por quê?

Naty: Bom, eles estão num porão e acham um diário. E leem algumas frases em latim, se não me engano e, mortos vivos ressucitam!

Maxi: Isso é um filme! Eu vou ler.

Naty: NÃO! Maxi é sério.

Maxi: Relaxa, tá de dia e... aqui é a realidade. Vamos lá.

Naty: Ai...

Maxi: "Querido Diário, hoje eu aprendi que por mais que as pessoas sejam rudes, te machuquem e até matem os teus sentimentos, o ser humano nunca foge da sua natureza. É como na história do escorpião e da rã: ela o ajuda porque é da sua natureza e ele a mata pelo mesmo motivo. Então, eu não fugi da minha natureza. Eu perdoei e espero que não tenha ajudado um escorpião."

Naty: Huum... uau, tem mais alguma coisa escrita?

Maxi: A maioria é desenho... espera, tem... ná última folha.

Naty: O que?

Maxi: "Querido Diário, eu quero alguém que não tenha dúvidas. Alguém que se lembre das coisas que eu gosto e que faça surpresas para mim. Alguém que se preocupe, que queira estar comigo em todos os momentos... Só isso!"

Naty: Tem algum nome por aí? - disse chegando mais perto para ver o diário. Seu perfume... ah, um cheiro tão bom. Felipe não cheira assim. Caramba, que perfume bom.

Maxi: Tem... Márcia Reys. Quem é Marcia Reys?

Naty: A tia da Fran. O diário é dela. Nossa... adorei a última coisa que ela escreveu no diário. Lindo.

Maxi: Bom, vamos voltar à limpeza!

Voltei a limpar, quando chego perto de uma caixa gigante e pesada. Pego e abro a mesma e encontro vários livros.

Maxi: O que achou aí, pequena? - pequena... faz tempo que ninguém me chama de pequena, só ele me chama assim - Pequena?

Naty: Anh? Ah, livros.

Maxi: Hum, quais?

Naty: Tem Recordações da Casa dos Mortos, credo. Anna Karenina, O Retrato de Dorian Grey, A Cabana...

Maxi: A Cabana é bom!

Naty: Já leu?

Maxi: Sim.

Naty: Nossa, que culto. Fala sobre o que?

Maxi: Mack Allen Phillips, um homem que vive sob o peso da experiência de ter sua filha Missy, de seis anos, raptada durante um acampamento de fim de semana. A menina nunca foi encontrada, mas sinais de que ela teria sido violentada e assassinada são achados em uma cabana perdida nas montanhas. Vivendo desde então sob a tristeza, Mack, depois de 3 anos do episódio, recebe um misterioso bilhete supostamente escrito por Deus, convidando-o para uma visita a essa mesma cabana. Ali, Mack terá um encontro inusitado com Deus, de quem tentará obter resposta para a inevitável pergunta: "Se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar nosso sofrimento?".

Naty: Nossa, quantas vezes já leu esse livro?

Maxi: 3, ele é muito bom! Só não li mais, porque o livro não era meu. Mas recomendo. O que mais tem aí?

Naty: Germinal, A Tempestade do Shakespeare... só tem clássicos.

Maxi: Os clássicos são os melhores.

Naty: Bom, vamos voltar! - peguei a caixa e a devolvi onde estava. Vi uma coisa coberta por um pano branco e tirei o pano, quando... - AAAAHHH!

CONTINUA...