O Rei de Nova Midgard: Sangue escrita por Xampz


Capítulo 2
I


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo, postarei os próximos capítulos. Espero que gostem.

Os eventos ocorrem na Cidade do Rei, no canto leste de Nova Midgard.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615241/chapter/2

Aegir

— Ajoelhe-se, guerreiro. – Aegir ajoelhou-se, como mandou o Rei. Sua voz era alta e forte, apesar da idade ser pouca. – Eu, Rei Siegfried Berthold, segundo de meu nome e protetor de Midgard, nomeei-o agora, Cavaleiro Real. – A espada vermelha do Rei tocou um ombro, depois o outro. – Levante-se agora, Sir Aegir Volkman.

Era difícil para Aegir não abraçá-lo no momento. Ele e Siegfried eram amigos desde crianças, brincando e treinando juntos. Mas agora Siegfried era um Rei. Ele já deveria se acostumar, o Rei Tyr havia morrido há seis anos, quando Aegir tinha 13 e Siegfried, 11. Desde então ele foi preparado e ensinado a governar.  Mas aquele era um momento muito esperado para Aegir. Finalmente se tornara um Cavaleiro Real, alguém para lutar pelo reino. Havia muito tempo em que os Cavaleiros do Reino eram considerados os melhores entre todos. O Jovem Rei usava uma manta dourada por cima de suas vestes reais e tinha prendido a espada na bainha. Em seus cabelos castanho-escuros, estava a coroa, dourada com várias jóias incrustadas. Aegir Volkman usava uma cota de malha por baixo de sua vestimenta de honra. Tinha cabelos vermelhos e uma barba aparada.

Todos esvaziaram o jardim do castelo e foram em direção ao salão, onde haveria uma grande comemoração pelo recrutamento do mais novo Cavaleiro Real. No caminho, Siegfried pôs seu braço sobre o ombro de Aegir, em um abraço amigável.

— Aegir Volkman, velho amigo, quem diria que seria eu que lhe nomearia um Cavaleiro Real. – Disse Siegfried com a voz suave e confortável.

— Quem diria, não? – Aegir mal não podia acreditar que seu sonho tinha se realizado. – Não posso esperar para servir ao Reino e a você.

— Tenho certeza de que você não me trará decepção, confio em você como amigo e como Rei. Enfim, vamos para o salão, estou com fome e não quero perder nem um minuto deste banquete. – Disse o Rei, sorrindo.

Os dois, assim como os demais, entraram no salão e sentaram-se para o banquete. O salão era grande com várias mesas longas feitas de madeira, bandeiras estavam em quase todas as paredes do cômodo. O trono do rei era de ouro e estava posicionado na parede de frente para o portão principal do castelo. Ao lado do trono estavam outras cadeiras para os Cavaleiros do Jovem Rei, todos sentados de frente para o resto do salão. Música tocava, pessoas comiam a carne de carneiro que lhes era servida, bêbados bebiam seu vinho enquanto riam e cantavam em alta voz. Todos se divertem, é uma festa tranquila, eles merecem descanso, pensou Aegir, enquanto observava atentamente o salão. O jovem percebeu o mensageiro do reino adentrando o salão, ansioso, caminhando em direção à mesa do Rei. O que ele faz aqui? Parece muito apressado. O que será que aconteceu? Várias perguntas rodeavam os pensamentos de Aegir naquele momento. O mensageiro chamara Siegfried para dar a notícia. O Rei olhou para Aegir e agitou a cabeça, chamando-o para ouvir a notícia também. Ele se levantou e foi em direção ao mensageiro e ao Rei, desconfiado. Eles entraram em um cômodo silencioso ao lado do salão, o mensageiro observava atentamente Aegir.

— Acalme-se – Disse Siegfried. – Eu o chamei para ouvir a mensagem, é um dos Cavaleiros Reais que mais confio, apesar de ser o mais novo, ele deverá ouvir.

O mensageiro suspirou, como se tivesse relaxado. – Recebemos a notícia de que o Capitão das Guardas da cidade desertou e levou cerca de30 homens com ele, marchando para o Oeste. Ele sumiu sem dizer nada a ninguém, Vossa Graça. Siegfried levou sua mão ao seu rosto, alisando o queixo.

— Meu Rei, o que faremos sobre isso? – Perguntou Sir Aegir Volkman com voz forte.

O Jovem Rei o ignorou por um momento, caminhou de um lado da sala até o outro, com expressão raivosa e ainda alisando seu queixo.

— Mensageiro, procure por Hovnir, fale que seu Rei o chama. – Ordenou Siegfried ao mensageiro, que se foi apressado.

— O que o senhor pretende fazer, Vossa Graça? – Perguntou Aegir, ainda inquieto.

O Rei não disse nada além de um sinal com a mão, como se dissesse “Acalme-se, já responderei”.

— O senhor me chamou? – Um homem alto, forte, com uma barba branca, que se estendia até o seu cinto, entrou na sala, estava segurando uma grande garrafa de vinho quase vazia. Aquele era Sir Hovnir, um dos melhores guerreiros do Reino, já com mais de meio século de vida.

— Sim, Hovnir. Quero que você comande uma pequena tropa de 10 cavaleiros para o Oeste, para buscar o Capitão das Guardas da cidade que desertou com mais 30 homens. Quero que partam ao raiar da aurora. Aegir vai com você... – O Jovem Rei colocou seu braço sobre o ombro de Aegir Volkman e sorriu. – Ele acabou de ser nomeado Cavaleiro Real, ele fica sobre seus cuidados nessa missão. Ensine-o aquilo que for necessário. Leve Sir Menglod Erkert também, ele é o melhor rastreador entre os Cavaleiros Reais.

— Sim, meu Rei. Bem-vindo à Guarda Real novamente, Volkman. – Sir Hovnir riu em alta voz, dando um abraço em Aegir. – Agora vamos para fora desta sala, a festa esta lá! – Ele está bêbado, pensou Aegir, divertido.

A festa correu tranquila, mas Aegir não sossegou, mal tocava na comida e em seu vinho, ele estava mais interessado em saber onde Siegfried estava, pois não fora visto durante todo o banquete. Sir Hovnir bebia despreocupado e festejava com os outros convidados, além de gracejar com as servas que serviam o banquete. Aegir tinha ouvido a história de Hovnir. Ele havia nascido em uma aldeia distante no Sul, fora criado desde pequeno para lutar, e era muito bom nisso. Quando tinha por volta da idade de Aegir, sua vila foi atacada por um bando de salteadores. Sua família foi morta e sua vila, queimada. Hovnir escapou, e se recuperou. Depois disso, foi atrás de cada um dos salteadores e os matou com as próprias mãos. Sem família e sem nada, ele adquiriu um humor negro próprio e vagueou até a Cidade do Rei, onde foi recrutado como Cavaleiro Real. É o mais velho dos Cavaleiros, e está no cargo desde antes da morte do rei Sigurd Olaf, o rei anterior ao pai de Siegfried.

Após o banquete terminar, Aegir foi até seus aposentos se preparar para partir. Seu irmão, Sir Sultur Volkman, apareceu na porta. Ele era outro Cavaleiro Real. Sultur era arrogante demais e se achava melhor que todos, sempre batia em seu irmão menor, quando eram crianças.

— Parece que é o preferido do Rei, irmãozinho. – Disse ele, com arrogância na voz. – Virou Cavaleiro tão cedo, e já tem uma grande missão. Mas não deve nem saber quem é o homem que desertou.

— Olha como fala irmão, posso muito bem derrotá-lo. – Sultur riu. Aegir não sabia quem era o Capitão, e não sabia se poderia derrotar seu irmão em combate, mas estava cansado de ser subestimado.

— Ele é Wotan Gerhadt, amigo do falecido Sigurd Olaf. Nosso Jovem Rei é fraco. Wotan desertou pois descobriu a verdade. Descobriu que dragões estão se escondendo para dominar o reino, e se uniu a Fafnir, seu irmão. Jurei defender o Rei, sim, mas tenho planos diferentes agora.

— Por que você está me contando isso? Sabe que contarei ao Rei tudo o que está dizendo! – A raiva tinha tomado conta de Aegir. Meu próprio irmão, um traidor!

— Não irá, irmãozinho. Siegfried foi até o palácio dos magos, para treinar as artes antigas.

— Então contarei quando eu voltar!

Sultur riu calmamente. – Mas você não irá voltar...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi escrito pelo meu amigo Vitor.

Trecho do próximo: Os dragões eram criaturas antigas, desde Nidhogg, o maldito “devorador de cadáveres”. Diz a lenda que Nidhogg ficava no submundo, roendo as raízes da árvore Yggdrasil. "Assim como o dragão que matou minha Yggdrasil." Ele esperava o Ragnarok, fim do mundo, onde poderia ascender até Midgard e lutar com seu exército de mortos. Haviam alguns tolos, como o Príncipe Siegfried, que acreditam que Nidhogg era o equilíbrio entre o bem e o mal, mas Fafnir sabia que o dragão era puro mal.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Rei de Nova Midgard: Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.