Relatos de 11 de Setembro escrita por Kikonsam


Capítulo 3
Jones - 3


Notas iniciais do capítulo

Pequena "homenagem" ao dia das mães. Espero que gostem.



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– Jones!
Minha mãe e meu pai acabam de entrar em meu apartamento, e sinto os braços enrugados de minha mãe me abraçarem, e logo depois meu pai, frio, me dá um aperto de mão, e bate em minhas costas.
– Nunca sentimos tanta aflição - fala meu pai.
– Eu sei, desculpe não ter retornado. - digo.
Eles não esperam convite para entrar me meu apartamento, e sentam-se no mesmo sofá de couro que eu acordei ontem de manhã ao som de Good Morning America e dei um pulo para fechar a porta na cara da irmã de Ashley.
– Filho, você melhorou? - pergunta minha mãe. - Quer um chá, alguma coisa?
– Não precisa...
Mas minhas palavras não afetam minha mãe, ela simplesmente se levanta e vai até a parte de trás da cozinha americana.
– Mãe, você não sabe onde...
– Eu acho, não se preocupe, Jones. - fala ela, procurando e incrivelmente achando o lugar onde eu guardo os saquinhos de chá.
– Então, garotão? - fala meu pai, enquanto minha mãe esquenta a água no fogão. - Tá bonito, hein? Andou malhando?
– Sim, pai - falo - menos ontem e anteontem, por motivos óbvios.
Meu pai fica olhando para mim, parece que ele não acredita no meu nível de frieza. Mas eu não estou sendo frio, apenas realista. Se meu pai quiser puxar assunto, tente falar algo condizente com a situação atual.
– E o que você fez ontem? - pergunta ele.
Tento não parecer chato. Sei como deve ter sido agonizante para ele ligar várias vezes para seu filho e ele não atender, podendo ele estar morto.
– Eu fiquei em casa, pai. - digo. - De manhã a irmã da minha chefe me chamou para o enterro dela, que eu não vou, e depois tentei só dormir e ter um pouco de paz interior.
– E você vai para o enterro? - pergunta ele.
– Claro que vai! - fala minha mãe, chegando perto com uma xícara de chá de ervas na mão.
– Mãe, eu não...
– Jones Jonathan Whitmore! - quando minha mãe diz meu nome completo, já sei que estou sendo obrigado a algo. - Você vai! É o mínimo que você pode fazer!
– Mas não vai ter nem corpo, e...
– Você vai, sem discursão. - diz ela. - Eu vou separar um bom terno para você. Arnold, procure o nome da menina na lista telefônica.
Minha mãe coloca a lista telefônica na parte superior da mesinha de centro, e diz:
– Qual o nome dela? - pergunta ela para mim.
– Juliana McPhee, eu acho - digo.
– Procure, Arnold - fala ela. - Eu vou procurar um terno bom, e assim que Arnold achar seu telefone, você vai ligar para ela.
Minha mãe se levanta e vai até o meu quarto.
Não demora muito para que ele ache o número de Juliana McPhee.
– Ligue, Jones! - ouço a voz de minha mãe do quarto.
Disco o número da lista telefônica.
– Alô, Juliana McPhee? - falo.
– Sim, quem deseja?
– Jones Jonathan. Onde disse que seria o enterro de Ashely, mesmo?


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Notas finais do capítulo

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