Relatos de 11 de Setembro escrita por Kikonsam


Capítulo 16
Emily - 2


Notas iniciais do capítulo

Capítulo meio que de transição para o de amanhã, espero que gostem.



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– David! David! Acorda! - grito tentando acordar meu irmão adormecido em seu apartamento em New Jersey.
Meu irmão tem um distúrbio horrível, não consegue dormir bem por conta de insônia e toma vários remédios para hibernar até de tarde, a hora de seu trabalho pegando seu turno como motoboy do Pizza Hut. Isso se reflete no apartamento horrível na periferia de New Jersey.
Vejo os olhos do meu irmão se abrirem, enquanto meu cabelo loiro imenso que deixei crescer por um ano bate em seu rosto, e ele afasta com as mãos.
– Emily? - fala ele, se sentando na cama. - O que houve?
As lágrimas que caem do meu rosto desde que vi ao vivo a sombra do avião atingindo a Torre Sul começam a aumentar, pelo simples fato de ter que falar em voz alta o que aconteceu.
– David, teve um atentado terrorista. - falo, e não consigo olhar nos olhos azuis do meu irmão - Contra o World Trade Center e O Pentágono.
Vejo meu irmão fazer um rosto de dúvida.
– Emily, o que houve? - ele me pergunta.
– David... - começo a soluçar e sentir as lágrimas escorrerem de meu rosto em uma velocidade imensa, enquanto começo a berrar. - Aviões... A mamãe...
Me jogo nos ombros do meu irmão, e sinto que sua camisa está molhada com minhas lágrimas.
– Emily... A mamãe o que?
– David, a mamãe... Ela morreu.
Me solto dos braços do meu irmão e olho para seu rosto, e vejo-o branco, enquanto seus olhos se enchem de lágrimas que escorrem lentamente pelo seu rosto. Meu irmão é lindo, loiro dos olhos azuis, assim como eu.
– A mamãe morreu? Como assim? Me explica, Emily! - eu percebo que ele está gritando.
Dou uma pausa para poder parar de soluçar, e contar para meu irmão o que aconteceu. Ele tem direito de saber.
– Sequestraram quatro aviões... Dois bateram nas Torres Gêmeas, um No Pentágono e o outro perdeu controle e caiu. Mamãe ainda estava na Torre Sul quando a atingiram.
Vejo meu irmão ficar sem reação e chorar descontroladamente. Não posso culpa-lo, também estou assim.
O vazio no meu coração só pode ser preenchido por ela, pelo seu rosto doce e palavras que sempre colocam as pessoas para cima, uma pessoa que via a beleza e acreditava até no seu filho que não tinha emprego certo. Amava a todos ao seu redor, e deixava todos a amarem. Morreu tentando achar nossas fotos juntas, por que as coisas que mais importavam para ela eram seus filhos e seu falecido marido que só a morte os separou. Minha mãe, Ruth Sylvermore, mulher forte, morre forte como sempre foi.
– Emily... - vejo meu irmão falar - o que será de nós?
Não sei como responder isso para David, afinal, eu não sabia o que seria de mim bem antes de tudo, ainda mais agora eu não sei o que será de mim e ele.
– Você vem morar comigo - digo. Deixo meu coração me levar - Não vou te deixar aqui.
Meu irmão não fala nada, apenas começa a chorar e a berrar. Começo também, enquanto isso, deitamos no seu lençol mau-lavado, enquanto nossas lágrimas pingam nele.


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Notas finais do capítulo

Leitores fantasmas, apareçam! Eu sei que pelo menos 3 pessoas leem, pelas estatísticas. Por favor,comentem. Nem que seja um "oi, tô aqui! Gostei! " é muito gratificante. E se der, por favor favoritem! Adoro vcs, beijo até amanhã



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