“_Shishou, quero retomar os meus treinos de taijutsu e ninjutsu – disse a rosada ao entrar na sala da Godaime.

_Para quê, Sakura? És uma médica-nin, não precisas desses treinos. – respondeu a loira, olhando para as folhas que tinha em cima da mesa.

_Quero ser útil para algo mais do que só a cura.

_Mas não precisas. Tu és ninja de cura, não de lutar.

Sakura saiu da sala da Godaime mais chateada do que quando entrara.

Então ela não servia para lutar, só servia para a cura. Tsunade ia ver.”

_Posso ter treinado convosco e ter ficado mais forte, mas não posso lutar. Sou uma medica-nin, sou a que é defendida não a que ataca – confessou a rosada, visivelmente triste.

_Mas vais ser a que ataca. Tu e o Deidara estão responsaveis pela captura do jinchuuriki. – disse Pain. – Partimos todos para Suna amanhã ao amanhecer. Hana, vem a minha sala daqui a pouco. Tenho umas coisas para te dar. – e saiu sem que Sakura pudesse responder.

Sobre a mesa de Pain estava uma capa da Akatsuki e uma caixa preta com um anel azul no seu interior.

Sakura podia dúvidar do seu potêncial, mas ele e os restantes Akatsukis conseguiam perceber a força que ela detinha. Chamava-lhe Hana, por ela ter pedido um novo nome para si, porque queria ser conhecida pela sua força, não por ter sido aluna da Godaime Hokage.

Escutou duas batidas na porta e a mesma ser aberta.

_Já aqui estou Pain – disse a rosada, fechando a porta atrás de si.

_Esta capa é para ti e dentro desta caixa tens o teu novo acessório, o anel – disse ele apontando para os objetos.

_Pain, acho que estás enganado sobre mim – disse ela, olhando para os objetos.

_Sakura, eu não entendo porque tu própria não confias em ti. Mas eu confio e sei que és capaz de nos ajudar. Tu és mais forte do que julgas.

_Pain, enganaste tanto sobre mim.

_Chega – disse ele, chateado. – Sakura, se tu não fosses forte, não estarias aqui à minha frente. Tu és mais forte do que pensas, já to disse. E não vou voltar a repetir-me. Amanhã de manhã partímos para Suna. Podes sair.

Com o luz da lua a iluminar-lhe o rosto, Sakura deixou uma lágrima correr-lhe o rosto. Ir a Suna...iria encontrar-se com Gaara, o atual Kazekage de Suna? Óbvio que sim, afinal é ele o Jinchuuriki.

_Em que tanto pensas, Saky? – perguntou o homem ao entrar no quarto e percebendo que a rosada estava demasiado calada.

_No futuro – respondeu ela. – No futuro próximo. No dia de amanhã.

_Tens medo? – o homem abraçou-a e deixou-lhe um beijo no rosto.

_Sempre tive. Por muito que treine, por muito que me esforce, vou continuar a ser a mesma Sakura Haruno de Konoha que era protegida por todos. Sou uma medica-nin que não pode lutar, por muita força que tenha. Tenho medo.

_Tu já não és a Sakura Haruno de Konoha, és a Hana, a Akatsuki no Hana. Foste treinada pelos mais perigosos e mais fortes assassinos que o mundo shinobi já conheceu. Medo não deveria constar no teu dicionário, pequena.

_Mas tenho medo. Medo de falhar as expectativas de todos. Medo de congelar e não conseguir agir...ter de voltar a ser defendida.

_Saky, olha para mim – o homem virou-a para si e limpou-lhe as lágrimas que escorriam pelos seus lindos olhos verdes. – Deixa o passado para trás. O teu presente é aqui, comigo, na Akatsuki, e o teu futuro também o será. Esquece os tempos em que te subestimavam. Mostra ao mundo shinobi, e a mim também, a força que tens dentro de ti. Mostra-nos o teu lado forte. Mostra a todos que tu não precisas de defesa.