O Guarda-Chuva Superficial escrita por LiaAzeiDeTona


Capítulo 1
Capítulo I




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O Guarda-Chuva Superficial

Capítulo I

Sabe, eu simplesmente não sei o por quê de tudo isso, só sei que existe.

Eu corro os olhos sobre minhas folhas de jornal amaçado, abandonada em uma praça de jardim, aprecio meu guarda-chuva velho, você...belo companheiro...Me desculpa se nada disso funcionou, mas...veja pelo lado bom!

Nós estamos juntos...


Na mesa da cozinha, vemos na mesa uma garotinha, ela está suja de lama, rindo, vendo toda a beleza de sorrir enquanto a mãe dava leves broncas por sujar o carpete...mas o que podia ter feito? Atravessado as poças de lama com cautela? Isso é simplesmente impossível!

Quando a mãe lhe obrigou a tomar seguidos banhos por não estar suficientemente limpa, já era possível ver as belas feições da garota, olhos verdes e redondos, e como todos dizem, janelas para a alma, bochechas gorduchas e vivas de cor e saúde, madeixas desgrenhadas que eram seus cabelos castanhos, davam um certo destaque para suas sardas que cobriam todo o seu rosto, tão rosa que poderia ser associada a um porquinho. Era uma bela tarde, a garota em seus plenos quatro anos, estava sorridente, e parecia que nada no mundo inteiro acabaria com aquele sorriso arqueado e acompanhado por várias gostosas gargalhadas devido as frutas, que para ela, pareciam os rostos dos avós só que coloridos, e com sementes dentro...

A família da garota só era composta pela sua mãe Lúcia, e seus avós, David e Cara Franks, seu pai infelizmente havia a largado com sua mãe, mas isso não incomodava ninguém, já que tinha sumido no meio de um namoro e a garotinha não lembrava mas do pai...às vezes sua mãe deixava uma lágrima rolar.

Os Franks viviam num campo cheio de trigo, flores bem aplumadas, cachorros recém molhados devido a um rápido mergulho em um lago próximo, era sempre possível avistar o estrondoso pôr-do-sol, e as estrelas que davam sabor à noite, logo em seguida.

Os olhos da garotinha, Nina, brilhavam sob esse maravilhoso clima...era como uma vida perfeita, mas como todos sabem, a perfeição é bem passageira.

Conforme o tempo passa, a família tem imprevistos, o trabalho da senhora Frank estava ficando mais cheio, então todos se mudaram para cidade, um buraco de caixas de leite pintadas de prateado, como sempre Nina lembrava parecer. Nina foi começando a ser deixada em segundo plano, seus avós acabaram se mudando sozinhos para um apartamento afastado, onde tinham uma vida um pouquinho mais sossegada, mas Nina não pode ir, agora ela tinha escola, e sua mãe não queria que ela fosse.

Bom, os anos foram passando, os sonhos de Nina foram cada vez mais sendo deixados de lado, para agradar uma mãe à beira de um colapso nervoso no único lugar em que encontrara para trabalhar, mas...tudo estava bem, não estava? Não é assim que tudo funciona?

Nina agora, se encontrava em seu ensino médio, e sinceramente, parecesse que quanto mais você cresce, você se afasta mais do que é "maturidade", e são raríssimos os casos no mundo, na qual esse assunto não se aplica.

Ensino Médio

Assunto da conversa atual: O baile de outono.

Neste exato segundo, se via várias adolescentes atravessando o corredor, a maioria do ensino médio, caminhando absortos em conversas e se preparando mais do que psicologicamente para a aula tediosa de Geografia, que teriam a seguir. Mas, o que destacava a garota mais bela do corredor? Era seus grandes olhos verdes, e seus cabelos castanhos, mas não um castanho normal! Isso claro que não...Era um especial, na qual todos amavam, ela tinha uma voz leve e suave, ria de um jeito doce e sempre parecia feliz, era fácil encantar as pessoas quando se tratava de Kant Franks.

Kant...A garota deu um breve sorriso interno, é claro que não ficaria com aquele ridículo nome de "garotinha".

" Então Kant, você aceita ir com a gente no sábado, para comprar a sua roupa para o baile?"

"Ah...Pode ser, Circe...?" Era sempre um desafio decorar os nomes de suas amigas, eram muitas...

" Não, me chamo Betha..." Respondeu a garota com uma expressão um tanto chateada, mas logo recuperou o sorriso de líder de torcida "Acho melhor visitarmos aquela loja no fim da rua, vi vestidos incríveis com o tema do baile de outono, "fadas e gnomos"! "

" Não sei, Lindsey disse, na semana passada, que viu uma barata na loja! " Argumentou a a verdadeira Circe, agitando sua madeixas ruivas, presas num rabo "O que você acha Kant?"

" Me parece muito bacana mas... Não sei o que vestir..."

" Que tal uma coisa com babados laranja, e uma tiara de flores?! " Gritou Betha.

O rosto de Kant se iluminou... Só de imagina-la dançando valsa ou qualquer coisa que dê para se mover, com um garoto bonito, e ela com vestidos cheios de babados e uma coroa de rosas na cabeça...a ideia a fez flutuar por um segundo, antes de ser trazida rapidamente de volta a terra, por uma voz zangada.

" Mas... Não entendo! Por quê um baile no meio do ano? "

Era Alex e sua amiga, Agnes, duas garotas, primeiras da classe, sempre tão presunçosas!

" Escute aqui... Ah...Qual é o seu nome mesmo? " Fingiu não saber, Kant " Não me importa o quanto quadrada e frigida você é, mas pare de tentar estragar a felicidade dos outros, com esse seu mau-humor desgraçado! "

A garota Alex, que tinha olhos cor-de-mel, e cabelos encaracolados nada sedosos e coloridos por um tonalizante azul bem barato, ficou pálida ao ver a garota, e puxou a amiga o mais rápido possível, as duas sumiram por entre as pessoas que riam delas.

" He...Covarde elas, não? Você tem toda razão, Kant, só por que são duas mal amadas querem estragar a felicidade dos outros e ainda se acham superiores só por que sabem responder perguntinhas mais rápido do que nós! " Concordou Circe, ao seu lado.

" Apoiado! " Gritou Betha, erguendo os braços para o alto.

"Nossa, essas duas..." Começou o garoto, Josh " Você está bem Kant? Essas duas deveriam levar uma lição de moral, mas é assim, gente que não sabe se divertir... Enfim, eu estava pensando...Quer ir ao baile comigo?"

Kant, com um largo sorriso, analisando o belo físico atleta do rapaz, seus cabelos castanhos e olhos profundamente verdes como os seus...

" É claro, bobinho! " E deu uma risada angelical,

o que estavam por perto simplesmente queriam ser o garoto, só para ver aquele sorriso mais de perto, e se sentir mais feliz do que tudo no mundo tocando os lábios da garota, como Josh o fez.

Ninguém notou, apreciando esse belo momento, que algo foi enfiado no armário de Kant... E nem a própria Kant viu aquilo, no resto do dia, estava absorta demais em seu mais novo relacionamento, e os pensamentos voltando ao vestido e sua valsa com um rapaz, que agora tinha rosto.


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Notas finais do capítulo

Comentem, seus lindos e lindas!
=)



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