Whole Lotta Love 2 - Especial Dia das Mães escrita por mlleariane


Capítulo 2
Ela é toda você


Notas iniciais do capítulo

Tão feliz que vocês vieram! Comentários lindos e chorosos. Sim, foi triste. Mas real, não?

“A princesinha está sofrendo. E acreditem, a mãe sofre muito mais” – E não é que a Cleo tem razão?

Mamãe Kate está de coração partido :’(

Mas calma, eu prometo que o próximo capítulo é muito, muito amor ♥

(e sim, Kate vai fazer por merecer)

Beijo, Ari ;)



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Martha: Querida, não fique assim.

Kate: Eu não queria Martha, eu juro...

Martha: Eu sei, querida, eu sei.

Kate: Ela vai me odiar, ela já me odeia!

Alexis: Não Kate, ela não te odeia e nem vai.

Martha: Você é a melhor mãe que nós já vimos!

Alexis: É verdade.

Kate: Vocês viram como ela me afastou? Ela ficou tão decepcionada...

Alexis: Vai passar. Ela não entende agora, mas vai entender.

Martha: Você não é a primeira nem a última mãe que perde algo dos filhos por trabalho.

Kate: Você alguma vez...?

Martha: Oh querida... eu era uma mãe solteira, criando um filho sozinha. Eu perdi muitas coisas.

Kate lançou um olhar para Castle, que vinha em sua direção. Johanna agora estava numa rodinha com outras amigas bailarinas.

Kate: E aí? – ela se apressou a encontrá-lo.

Castle: Eu acho que você deve dar um tempo.

Kate: Como assim dar um tempo? Ela é minha filha! Eu quero pegá-lo no colo, eu quero pedir desculpas, eu quero... – a voz de Kate fraquejou.

Castle: Eu sei, amor.

Os olhos de Kate se encheram de lágrimas de novo.

Castle: Vamos para casa, ok?

Kate fez que sim. Foi sozinha em seu carro, enquanto Castle pegou os filhos e foi em outro. Quando eles chegaram, Kate já esperava na sala. Johanna e Alexander entraram conversando sobre algo da escola, que Kate não conseguiu identificar. Alex parou e beijou a mãe, mas Jo passou reto, indo em direção a Tiger e pegando o gatinho.

Castle: Vamos direto escovar os dentes e dormir!

As crianças foram na frente, e Kate se levantou, mas Castle a parou.

Castle: Acho melhor eu colocá-los para dormir sozinho.

Kate: Rick, não faz isso comigo...

Castle: Meu amor, ela está chateada. Vamos deixar para amanhã, ok? – ele a beijou – Você está cansada, precisa de um banho quente.

Kate fez que sim. O que ela poderia argumentar, afinal? Era mesmo culpada naquilo tudo.

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Alex: Por que a mamãe não veio?

Castle: A mamãe está no banho, ela vem depois dar um beijo em vocês, ok?

Jo: Papai, deita aqui comigo um pouquinho...

Castle: Deito meu amor – Castle beijou o filho e foi até a cama da filha, deitando com ela.

Alex: A mamãe está triste.

Castle: Sim filho, ela está. Ela queria muito ter visto a apresentação de vocês.

Alex: Ela não precisa ficar triste, nós sabemos que ela nos ama.

Castle sorriu para o filho, que já quase fechava os olhinhos. Johanna, porém, não falou nada. Adormeceu agarrada ao pai.

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Quando Kate saiu do banho, Castle já estava no quarto.

Kate: Já dormiram?

Castle: Sim...

Ela soltou os cabelos, penteando-os sem vontade, e Castle fitou os olhos vermelhos refletidos no espelho. Levantou-se e foi até ela, parando e deixando um beijo em seu pescoço.

Castle: Não fique triste, está tudo bem.

Kate: Tudo bem? – ela virou e o encarou – Não Rick, não está tudo bem. Minha filha não me quer perto dela! – os olhos dela marejaram de novo, era algo inevitável – Minha filha! Minha menininha, minha bebezinha linda...

Castle: Kate, não... amor, ela só está magoada porque você não foi.

Kate: Eu a decepcionei. Isso era importante para ela e agora parece que eu não me importo. E eu queria tanto vê-la, Rick...

Castle: Eu sei, e ela sabe também.

Kate balançou a cabeça negativamente e voltou os olhos para o espelho.

Castle: Você vai ver como amanhã ela vai acordar melhor – Castle viu algo refletido pelo espelho e esticou os braços para pegar – O que é isso?

Kate não respondeu e se afastou. Castle olhou para a pequena placa de metal e leu.

Castle: “À capitã Beckett, por sua garra, competência e obstinação. A cidade de NY se orgulha e agradece aos serviços prestados” – Castle voltou os olhos para ela – Uma menção honrosa?

Kate: Aparentemente meus serviços foram reconhecidos – ela fez pouco caso.

Castle: Foi por isso que você ficou presa na delegacia... – ele se aproximou.

Kate: O Secretário de Segurança Pública fez questão de entregar pessoalmente quando soube que eu havia desafiado o FBI e descoberto a verdade junto com minha equipe.

Castle: Amor, isso é... isso é incrível!

Kate deu os ombros indiferente.

Castle: Kate... – ele a virou – você não gostou?

Kate: Tanto faz.

Castle: Não, não tanto faz. Nem Montgomery nem Gates tinham um desses. Você não tem nem um ano no cargo, é possivelmente a mais jovem a ganhar isso aqui. – ele mostrou a placa – Você sabe que isso vai repercutir, não sabe?

Kate: Sim, eu sou a mais jovem, e sim, já está repercutindo. Foi por isso que eu tirei os telefones da tomada.

Castle lançou um olhar para o telefone que ficava no quarto.

Kate: Eu não quero falar com ninguém – ela tomou a placa das mãos dele.

Castle: Amor, eu sei que você está chateada com o que aconteceu com a Jo, mas isso não diminui o fato de você ter feito algo muito importante hoje, e principalmente por ser reconhecida por isso – ele apontou para a placa – Isso te coloca entre as melhores capitãs que essa cidade já viu!

Kate: Isso também me coloca entre as piores mães do mundo, se não a pior!

Castle parou e ficou olhando-a fixamente.

Castle: Ela não vai te perdoar se você não se perdoar.

Kate: Como é que eu posso me perdoar? Eu errei e errei feio. Eu mereço o que ela está fazendo.

Castle fez que não, mas desistiu de argumentar. Mãe e filha estavam magoadas, e ele sabia o quanto seria difícil resolver esse impasse. Kate e Jo era iguais, exatamente iguais.

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Kate entrou silenciosamente no quarto. Se aproximou primeiro da cama de Alex, acariciando levemente o filho e sussurrando um “Eu te amo”. Depois foi até Jo, que dormia abraçada ao ursinho Fluffy, como sempre. Kate foi cuidadosa ao deslizar o dedo contornando o rostinho da pequena. Sussurrou também palavras, tentando conter o choro. “Me desculpa minha princesa, a mamãe não queria te decepcionar. Eu te amo....”.

Da porta, Kate deu mais olhada. Seus dois tesouros estavam ali, dormindo tranquilamente, enquanto uma tempestade agitava seu coração de mãe. Culpa, ressentimento, sensação de impotência e fraqueza. Kate saiu a passos leves, e não conseguiu dormir aquela noite.

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Jim: Sabe o que é engraçado? Que assim brava, ela fica mais ainda parecida com você.

Kate encarou o pai, que falava sério, olhando fixamente para as crianças remexendo os brinquedos na sala.

Kate: Isso não é engraçado.

Jim: É sim – ele voltou os olhos para a feição triste da filha – Katie, você tomou uma decisão. E sabe que foi a decisão correta. Não se martirize tanto, minha querida. Jo não entende agora, mas um dia ela entenderá.

Kate: Eu a decepcionei, não consigo me perdoar por isso.

Jim: Por que você acha que os pais estão imunes a erros? Todos nós erramos, Katie. E muitas vezes, mesmo sem querer, acabamos decepcionando os que amamos – ele segurou o braço da filha onde estava seu relógio, e Kate olhou para o pai. Palavras não precisavam ser ditas, os olhares diziam por si.

Kate: Eu só queria... eu queria abraçá-la... Ela nem me deu um beijo de “Bom dia”!

Jim: E por que você não a beijou?

Kate: Porque Castle acha que eu tenho que lhe dar um espaço – ela revirou os olhos – Dar espaço? Ela é minha filha! – Kate mudou o tom bravo para deprimido – Minha menininha delicada que agora me afasta...

Jim: Eu me lembro de você ter esses momentos.

Kate olhou para o pai.

Jim: Você lembra aquela vez que se trancou no quarto e eu e sua mãe quase tivemos que quebrar a porta para te fazer sair?

Kate: Pai, eu tinha 13 anos! Ela tem 7!

Jim: Ouvi dizer que essa geração é precoce mesmo – ele riu.

Kate: Você está se divertindo com minha dor?

Jim: Não Katie, eu só estou tentando te fazer enxergar. Está vendo aquela garotinha ali? – ele apontou – aquela garotinha linda e emburrada ali é você, Katie. Johanna é toda você! Não só fisicamente, mas psicologicamente. Um pouco mais delicada, é certo – Jim ganhou uma encarada da filha, mas continuou – Katie, todas as vezes que eu e sua mãe forçamos algo com você sabe o que nós ganhamos?

Kate: Rebeldia e portas batidas – ela concluiu.

Jim: Você tem que encontrar um meio de acessá-la. Haverá um momento, acredite em mim. E é nesse momento que você tem que mostrar o quanto a ama. Castle disse aquilo de você dar um espaço...

Kate: Porque ele me conhece – ela o interrompeu e bufou – Deus, Castle conhece meus filhos melhor do que eu!

Jim: Os filhos são dele também, Katie...

Kate: Por que você sempre o defende?

Jim: Bem, ele conseguiu te acessar, coisa que eu levei a vida inteira tentando. Ele merece ao menos minha consideração.

Kate se virou para o pai, olhando-o nos olhos.

Kate: Você foi o melhor pai que eu poderia ter.

Jim: E você é a melhor mãe que eles podem ter. Um tropeço não pode atrapalhar a caminhada, Katie.

Kate: Obrigada – ela deu um sorriso fraco.

Os dois se abraçaram, se soltando quando as crianças chamaram o avô para ajudar com o lego.

Kate: Só mais uma coisa, pai. Como é que você conseguiu lidar comigo?

Jim: Bem, eu fiz o melhor que pude. A bomba agora está em suas mãos – ele olhou para Johanna e riu – ouvi dizer que os 13 anos são os piores.

Kate revirou os olhos e sorriu. Ficou parada ali, observando o pai brincar com seus filhos. Nem percebeu quando Castle saiu do escritório e veio em sua direção.

Castle: Hey... – ele parou ao lado dela.

Kate: Nós ainda temos tanto pela frente, Rick. – ela não tirou os olhos das crianças, e Castle olhou na mesma direção.

Castle: É, nós temos... – ele segurou a mão dela, dando-lhe um beijo no rosto – Isso é bom, não é?

Kate: Sim – ela sorriu sincera – isso é muito bom!

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Alex: Boa noite, mamãe.

Kate: Boa noite, meu amor – Kate beijou o filho. Ela estava sentada no sofá, e quando as crianças já quase dormiam em meio a brinquedos, Castle disse que era hora de ir para a cama.

Castle: Dá boa noite pra mamãe, Jo – ele se agachou e sussurrou para a menina.

Jo: Boa noite, mamãe – ela falou da onde estava, no meio do tapete, segurando na mão do pai.

Kate: Boa noite, minha princesa – Kate olhou para a filha, e num impulso saiu do sofá, ajoelhando-se e alcançando-a com um beijo. Jo olhou para a mãe mas não disse nada, apenas puxou o pai pela mão.

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Alex: Papai, você conta uma história?

Castle: Claro filhote.

Castle fez sinal para que Jo viesse até a cama do irmão. Era assim quando apenas um dos pais colocava os dois para dormir. História contada, quando adormeciam, Johanna era colocada de volta em sua cama. Era um ritual dos Castles, que gostavam mesmo de se amontoar e ficarem todos juntos, viajando em histórias de heróis e de contos de fadas. Só que dessa vez, a história escolhida por Castle era um pouco diferente.

Castle: Era uma vez, num tempo distante, uma garotinha muito linda e esperta. Seu papai e sua mamãe se orgulhavam muito de sua inteligência, e sabiam que ela teria um mundo de possibilidades. E assim ela cresceu, cercada de esperança e amor.

Alex: Ela tinha amigos?

Castle: Sim, ela tinha muitos amigos.

Jo: Ela tinha namorado?

Castle: Vamos deixar essa questão de namorado fora da história, ok? Continuando... ela era uma garota linda e feliz, muito feliz. Só que um dia seu coração ficou triste.

Alex: Por que?

Castle: Porque alguém que ela amava muito foi tirada dela.

Jo: Roubaram essa pessoa?

Castle: Não meu amor... foi a mamãe dela. A mamãe dela morreu.

Alex: Igual a mamãe da mamãe?

Castle: Sim... – Castle olhava fixamente para os filhos – Foram pessoas más que fizeram isso, e ela sofreu muito, muito mesmo. Seu coração nunca mais foi o mesmo, era como se tivesse um buraco nele.

Jo: Um buraco de saudade?

Castle: Sim, um buraco de saudade, mas também de muita, muita tristeza. Ela não podia ter sua mamãe de volta, nunca mais poderia, mas ela podia fazer com que as pessoas más pagassem pelo que fizeram. Foi quando ela decidiu que queria ser policial.

Johanna e Alexander se olharam suspeitos. Castle continuou.

Castle: Quando ela se tornou policial, ela percebeu que poderia ajudar outras pessoas, pessoas que sofriam a mesma dor que ela tinha sofrido. E isso a fazia sofrer menos. Aliviar a dor dos outros, de certa forma aliviava a dor dela. E assim, ela se tornou a melhor de todas.

Alex: Essa policial é a mamãe, não é?

Castle fez que sim, olhando para as duas crianças.

Castle: Eu sei que a mamãe trabalha bastante, e que as vezes nós queríamos que ela estivesse com a gente e ela não está. Mas enquanto nós brincamos, ela ajuda pessoas. Pessoas que sofrem porque perderam alguém, assim com ela perdeu.

Jo: Ajudar as pessoas é bom, não é papai?

Castle: É sim meu amor, é muito bom!

Alex: É o que os super heróis fazem. Mamãe é uma super heroína! – os olhos do garoto brilharam. Castle sorriu para o filho.

Jo: Mamãe é uma super heroína, papai?

Castle: Acho que nós podemos colocar dessa forma – ele sorriu.

Alex: Mas papai... o coração dela ainda tem o buraco?

Castle: Não, não tem. Sabe por que? Porque nós o preenchemos. Ela nos ama tanto, que esse amor encheu todo o coração dela!

Alex: Eu também amo a mamãe, ela é uma super heroína!

Castle: Uma super heroína que precisou ajudar outras pessoas. Foi por isso que ela não conseguiu chegar a tempo de ver a apresentação de vocês. E ela queria muito, muito mesmo.

Alex: E ela ficou triste.

Castle: Muito triste. Ela não queria decepcionar vocês – Castle olhou no fundo dos olhinhos da filha. Depois segurou nas mãos dos dois filhos – Mamãe ama muito vocês, nunca se esqueçam disso.

Alex: Nós também amamos a mamãe.

Jo fez que sim, concordando. Castle sorriu para os dois.

Castle: Amanhã o dia dela. Nós vamos fazer com que seja especial, não vamos?

Johanna e Alexander fizeram que sim. Castle sorriu satisfeito. Não havia presente no mundo para Kate que substituiria um abraço sincero de suas crianças.


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