Era tarde de um lindo dia, fim de verão... o céu não ameaçava chuva, mas a primeira coisa que Steven ficou sabendo foi o seguinte:

"Vai chover... eu sei que vai..."

No mínimo foi isso que Garnet falou quando Steven subiu as escadas ao ir para seu quartinho, ela não demorou e entrou dentro do templo resmungando algo estranho, Steven não ligou, apenas comeu seu café da tarde tranquilo, sentou-se na beira de sua cama e começou a ver TV, ele mudou de canal freneticamente, mas não parecia que nada bom estava passando, assim que ele desligou, percebeu que um barulho estranho ecoava pelo quarto, um som continuo, fraco, meio ameaçador, que ele já conhecia, a única reação que ele teve foi se encolher e se proteger do ataque iminente usando seu travesseiro, e repentinamente um gato pula em cima dele, atingindo em cheio com as garras na almofada fofa.

– Tiger! Seu ronronar te denunciou! Mas... não faça isso! eu tenho que ficar sempre atento - Diz Steven colocando o travesseiro com o gatinho em cima gentilmente sobre a cama

– Ok ok... só que é engraçado fazer isso! eu amo minhas transformações felinas! - O gatinho se estica bocejando fofamente sobre o travesseiro, então ele brilha e se expande, Tiger aparece então deitado sobre a cama, ainda bocejando, olha para Steven diz - Você tem que relaxar e brincar mais! venha aqui!

Tiger abraça Steven e o joga na cama, fazendo cócegas nele, em meio a risos e completamente em pânico, Steven tentava sair da cama, mas o aperto de Tiger era forte, demorou um tempo até que ele parasse, a barriga de Steven já doía bastante, ele respirava com força tentando compensar o folego, e separava as palavras entre as longas inspirações para falar.

– Eu... odeio... quando... você... faz isso!

– Desculpa! Eu não consigo resistir!

– Você consegue sim! eu sei que eu sou extremamente fofo, e todos tem vontade de fazer cocegas em mim mas por incrível que pareça EU NÃO GOSTO!

– Ok... DESCULPA tá... Senhor fofo, agora eu tenho que ir! acho que eu devia ajudar Amethyst agora com alguma coisa que ela me disse... ponwar... puwarb... não entendi direito o que ela falou, cheia de batatas na boca, era algo estranho... até mais Steven.

Tiger entre no quarto de Amethyst, Steven o observai ir embora, se deita na cama e reclama.

– Desde que ele chegou aqui tudo está muito agitado!

Olhando para cima Steven imaginava como todos de Beach City estavam... Fazia um tempo que ele não saia e se divertia, então "por que não fazer agora?" pensou ele se levantando, e correndo pela porta em direção a cidade.

Beach City nunca se comparou a nenhuma outra cidade para Steven, Empire City.... Golden Lake Town... essas outras cidades, sempre tinham algo que Beach City não tinha, o que a tornava ruim, ou não tinha um detalhe importante, Beach City era a cidade perfeita, muito diferente de Ocean Town, e em falar em perfeição em Beach City, a loja que carrega o nome da cidade, Beach Citywalk Fries, era também uma loja perfeita... Steven estava ansioso para receber as batatas de Peedee e ver se conseguia alguma diversão pela cidade, mas só após bater no balcão três vezes pedindo sobras, Steven percebeu que quem estava lá na área de serviço não era Peedee, mas sim o Sr. Fryman.

– Steven! Quanto tempo garoto! Você normalmente vem aqui mas só vê o Peedee certo? Eu tenho muito orgulho dele! E de você tambem garotão! Parece que você e aquelas amigas suas salvaram a cidade!

– Ah... obrigado! Afinal... onde está Peedee? Sempre que venho aqui ele me atende!

– Oh... o Peedee... Ronaldo está "usando ele" agora... quando ele fica de folga, Ronaldo sempre acaba pedindo para que ele faça coisas para seu blog, gravar... editar... coisas do tipo, vá até o farol conferir! Olha aqui estão as sobras! Pode comer, volte sempre e fale um oi para meus filhos!

Steven pega as batatas e sobe em direção ao topo da colina, onde o farol branco marcava o ponto mais alto de toda a cidade, uma vista linda, até para os moradores das mais lindas cidades, Steven bateu na porta, mas não foi atendido, ele roda a maçaneta e abre facilmente, a porta não estava trancada, lá dentro a humidade era terrível, Steven nunca ficou completamente a vontade lá dentro, ele subiu as escadas em silencio, e encontrou Ronaldo mexendo em varias coisas sobre uma mesa, estava de costas, Steven não viu o que era, então ele se anunciou:

–Ronaldo? Por que você não me atendeu? Ronaldo?

Eele não respondia, Steven começava a ficar com medo, ele se aproximou lentamente, e puxou a camisa de ronaldo um pouco para tentar acorda-lo, para a surpresa de Steven ele respondeu

–Calma Peedee calma, eu já estou terminando...

Steven puxou mais, fazendo com que Ronaldo olhasse para ele, quando o rapaz finalmente reparou que quem estava ali era Steven ele quase teve um enfarto, sentiu o coração parar, empurrou todas as ferramentas rapidamente como se quisesse esconde-las de Steven, jogando-as dentro de um grande cesto, ele retirou os fones de ouvido e se virou, perguntando com calma, bem, o mais de calma que ele conseguiu:

– Steven... oque... VOCÊ faz aqui?

– Estou procurando o que fazer, resolvi procurar por Peedee, ele está?

– Não... é claro que não! Essa é uma reunião do Keep Beach City Weard e só pessoas do Keep Beach City Weard podem entrar!

– E o que você está fazendo nessa reunião?

– Eu estou tentando usar essas peças da... nope! Não posso contar! É SECRETO lembra!

– Mas você disse que eu e você somos os únicos guardiões da verdade aqui na cidade!

– Estou começando a duvidar daquilo!

– Ótimo então eu vou...

Steven é interrompido por um barulho, algo parece descer as escadas, um som de passos cada vez mais longínquos na escada metálica, passos leves como que escondidos, um arrepio corta a coluna de Steven como uma espada, ele pergunta tremulo.

– Ronaldo... tinha mais alguém aqui... com você?

– Não?! - disse Ronaldo de forma que parecesse uma pergunta, Steven olhou desconfiado.

– Isso foi uma pergunta?

– Não?! - Ronaldo disse no mesmo tom de pergunta, olhando para os lados, Steven decide se despedir e ir conferir por si só, ele desde as escadas, confere cada lugar onde alguém podia se esconder, mas nada, parece que era um rato ou coisa assim, no mínimo Steven torcia de pés juntos para que fosse um rato e não um fantasma, ou outra gem no farol, ele saiu imediatamente quando esses pensamentos tomaram sua mente, respirou um pouco de ar puro e começou a descer a colina, quando reparou que algo pequeno também ia morro a baixo, um pouco mais a baixo de onde Steven estava, ele apertou a visão, focou suas vistas e exclamou.

– Um robonoide! Um robonoide de mármore da Peridot! Eu tenho que correr!

Steven desceu a colina às pressas, ele pensava se contava as gems ou não, conferiu se o apito de Tiger estava em seu bolso, e sim estava, ele poderia chama-lo se se metesse em encrencas, sem pensar ele acelerou, invocou seu escudo e pulou sobre ele, descendo o morro escorregando sobre a arma, em alta velocidade, bem alta, mas o robonoide esférico girava velozmente, a diferença de velocidade era muito pequena, quase as mesmas, mas Steven e seu escudo eram um pouco mais rápidos, ele alcançou o pé da colina, e desfez sua arma.

– Incrível! agora... onde está aquele robô... ali!

Steven vê o robô correndo com suas perninhas, não parecia com os robôs que ele conhecia, era pequeno como os Flasc Robonoid, que concertam os teleportadores, e também eram do mesmo tamanho do robonoide que ativou o painel de controle no Jardim de Infância, mas tinha pernas diferentes, Steven viu o robô correndo para dentro da agua, e o seguiu, amas mal foi muito fundo e viu a esfera saindo do mar, parecia estar despistando Steven, brincando, como se só quisesse fazer hora com a cara dela, o garoto ficou vermelho de raiva, nadou de volta, suas roupas estavam molhadas, o sol iria seca-las rapidamente e elas iriam salgar, ele ficou preocupado, mas decidiu seguir a bola, ele mal percebeu que o céu fechou completamente em menos de cinco minutos, e em dez, começou a chover, o sal de sua roupa foi lavado, mas ele não podia ficar feliz por isso, estava percorrendo a bolinha por um bom tempo, um BOM tempo mesmo, o pior é que parecia que o robonoide estava mesmo brincando com isso, não parecia ter um objetivo a não ser fugir de Steven, se perguntava constantemente se chamava as gems, mas seria uma conquista pegar o robô sozinho, ele continuou a correr, depois de um tempo pensando em um possível objetivo para o robonoide, começou, mesmo que improvavelmente ser verdade, a questionar a participação de Peridot nisso, a gem já teria ido para onde queria e como queria, ela parecia agir assim, não ficar ziguezagueando pelas redondezas da cidade aonde Steven pudesse correr, mas sem ninguém o ver, puxou o telefone, pensou em talvez ligar para Connie, ela saberia o que fazer, mas lembrou que ela estava treinando com Pearl e Tiger, colocou o aparelho novamente no bolso, o robô então mudou a forma das pernas para pequenos espetos, e começou a subir na arvore fincando os pés na madeira, Steven bufou de raiva, e começou a subir, era muito difícil, a madeira escorregava, ele desistiu depois de cair na metade do tronco pela terceira vez, o robonoide avançou escalando até uma outra arvore e depois desceu novamente, Steven apenas pensava "tomara que isso valha a pena!", afinal, já estava atrás do robô a mais de uma hora e meia, e sem conseguir tocar nele, sim ele devia estar brincado, isso era o que Steven deduzia, o robô ficava entrando na cidade, percorrendo metade da praia, voltando e saindo da areia o tempo todo, foi ai que Steven percebeu, ele não foi no outro lado da praia, pensando bem, o robô não levou Steven até lá em hora alguma, sempre que eles se aproximavas o robô mudava de direção, Steven descobriu, ele deu meia volta e disparou em direção a trilha de volta, correu pela praia, passou por cima do cais, mas nada, ele achou que havia conseguido, pegou uma pedra e lançou na madeira que fazia parte do píer, ela rolou e caiu por um pequeno buraco, lembrando Steven do que havia uma parte de praia debaixo do cais, ele então contornou, e foi entrando, era assustador, a tarde já estava se tornando noite, e as nuvens de chuva não ajudavam, mesmo já se dissipando mostrando pedaços do seu noturno, Steven entrou silenciosamente, passando pelos corredores escuros da parte debaixo do cais, de lá a vista do mar era fácil, mas ser visto era um problema, se ele fosse atacado as gems não o achariam de imediato, Steven percorreu um bom pedaço até o final da praia, eram pedras, só pedras, e do outro lado ficava um morro e a caixa d’agua, também um lugar difícil de se encontrar pessoas, Steven teria que se virar, uma energia rosa percorreu seu braço, ele já estava invocando seu escudo quando escuta

– Steven.

Um calafrio cortante atravessou a coluna de Steven, aquela voz, muito bem conhecida, estava ali perto, Steven se virou lentamente, e viu a figura sentada sobre um robonoide, e outros dois próximos, um outro deles chegou, provavelmente o mesmo que Steven perseguiu, mas isso não era importante perto do fato de que, pessoa controlando os robonoides não era Peridot, pelo que parecia, era um humano, um amigo, era Peedee.

– Pee... dee? o...o que você... Está fazendo? Onde você conseguiu isso?

– Bem legal né! Ronaldo montou usando peças da nave que caiu, ele achou um dedo da nave-mão inteiro, e dentro achou montes desses robôs de mármore! só que a interface cerebral que ele fez não cabia na cabeça grande dele, então ele deu pra mim! - Peedee cutuca com o dedo o visor verde que circundava sua cabeça por completo - agora eu consigo controla-los.

– Mas... mas... Peedee isso é... perigoso, esses robonoides são da Peridot!

–Robonoides? Peridot? Olha Steven pra mim são só nomes! mas não é perigoso... olhe só! - um holograma verde se materializa de pixels flutuantes na frente de Peedee, ele posiciona as mãos de uma maneira muito parecida de quando ele tocava teremim, e se perceber, o próprio holograma parecia um teremim, uma haste com um circulo na horizontal e uma caixinha os ligando, e com um movimento de mãos, um dos robonoides levanta, e circunda Peedee uma vez , depois ele desfaz o holograma - viu é simples.

Steven apertava suas mãos com força, não podia acreditar nisso, ele já se preocupava mais que o suficiente com Connie tentando usar espadas para poder ir em missões, ele deixou sua melhor amiga se meter em perigo, não bastava isso, Peedee estava mexendo com o que não devia, Steven não podia deixar isso acontecer.

– Peedee, eu sei que você deve estar achando isso muito legal... mas eu não acho que deva continuar com isso! Você não precisa disso não é?

Nota: para uma leitura mais emocionante, coloque uma Soundtrack: Peedee's Blues

– Steven eu... olha eu sei que essa cidade não é normal... Beach City é estranha, meu irmão está certo quanto a isso, e não é uma coisa boa, tem algo nessa cidade Steven, e eu quero ser capaz de proteger minha família também!

– Você não precisa disso! - Steven invoca seu escudo instantaneamente - Eu tenho meu escudo! Eu vou proteger a todos! Você não precisa tentar se proteger por que eu não vou deixar você se machucar, nem sua família!

– EU NÃO QUERO! - um silencio se instala por toda parte, as nuvens já estavam dispersas e mostravam a lua cheia no horizonte, Peedee retira os óculos e se aproxima um passo de Steven - eu não quero... aqui é minha casa! Aqui é minha família! Aqui é meu trabalho! Minha vida está aqui, e desde que aquela nave caiu, eu não me sinto mais seguro, nem perto de você eu me sinto seguro! Eu quero proteger meus amigos também!

– EU VOU TE PROTEGER E TODOS DA CIDADE TAMBEM! E é isso que eu estou fazendo aqui! TENTANDO TE PROTEGER!

– Não você não está! Olha Steven eu quero poder fazer isso! Você tem essa coisa de destino magico, você nasceu com seus poderes, e eu sei que batalhou para poder controla-los melhor, mas achar que só você pode ajudar... Você está sendo egoísta! Por favor não faça isso! Eu quero ajudar!

Steven começa a lacrimejar, ele fica calado, não sabia o que falar naquele momento, ele apenas olhava para Peedee limpando os olhos e colocando o visor novamente.

–eu quero... poder ajudar... eu quero poder ser alguém - Peedee começa a chorar enquanto desabafava - o máximo que eu já fiz foi balançar um pedaço de madeira na frente do Frybo aquela vez, eu nunca fui capaz, eu sou um covarde! Diferente de você Steven, você é corajoso e gentil e um ótimo parceiro! Eu sempre te admirei por isso! - Peedee apertava sua regata entre as mãos como de costume, com muita força, mas depois soltou ela repentinamente - não... não vou mas fazer isso... não vou mais pedir... Steven, essa é minha escolha! MINHA DESISÃO! e se você não vai falar nada, nem me apoiar... eu... eu... acho melhor... melhor...

As palavras se engasgavam em Peedee, Steven sabia o que ele iria falar, as lagrimas corriam pelo rosto dos dois garotos, a luz frívola da lua iluminava as gotas de sofrimento que caiam até o chão, e finalmente Peedee soltou:

– Melhor não sermos mais amigos!...

A frase atingiu Steven como uma faca, ele não queria aquilo, não queria aquilo para Peedee, não queria aquilo para ninguém, mas Peedee não iria voltar com sua decisão, ele movimentou suas mãos no teremim de forma que os robonoides se unissem em uma capsula entorno dele, enquanto Steven assistia tudo paralisado, ele só pensava na ultima frase que Peedee falou, antes da capsula criar pernas e andar em direção ao oceano, mergulhando no infinito, mergulhando na sua decisão, onde Peedee não estaria mais seguro, na mente de Steven pensamentos corriam e pareciam destruir sua cabeça, "por que?", "sou eu que estou fazendo isso?", "por que não consigo proteger meus amigos?", "minha mãe sempre protegia a todos, por que eu não posso", "por que as pessoas estão se arriscando tanto assim?", "qual é o meu problema?", esses pensamentos atormentaram sua mente, ele apenas caiu de joelhos já sozinho na praia, e chorou.

Garnet, Pearl, Amethyst e Tiger estavam todos na casa, já era noite e Steven não havia voltado.

– Eu acho que deveríamos procurar por ele! - Pearl diz

– Gente, eu tô com a Pearl nessa - Amethyst declara - A Peridot está solta por ai, não podemos deixar Steven nesse perigo!

– Gente, ele tá perto, eu sinto o cheiro dele! - Tiger fala tentando captar qualquer aroma no ar

– Tiger a casa toda tem cheiro do Steven! Garnet o que você vê?

– Ele chegando, agora.

Todos se aproximam da janela, e lá estava Steven regressando a passos lentos para casa.

– Sua visão do futuro é bem útil Garnet! - Tiger fala animado tentando se aproximam mais da recém-parceira, mas Garnet retruca.

– Eu não vi o futuro, só vi ele pela janela agora.

Steven abre a porta lentamente ignorando os cumprimentos de todos, ele se sentou no sofá abraçando seus joelhos e disse finalmente.

– Tiger... chame a Connie, por favor.

Todos olharam estranhando, preocupados, Tiger consente, e fecha os olhos, sua gem brilha em amarelo e depois de alguns segundos Lion chega, carregando a menina nas costas.

– Pessoal? Vocês me chamaram? Sabe eu iria fazer dever agora e... - Connie é interrompida pelo olhar preocupado de todos a Steven, que continuava sem palavras abraçando os joelhos no sofá - Steven? Você... está bem? O que houve?

– Peedee - o silencio se reforma depois dessa palavra, ninguém entendia só com aquilo, então Steven explicou - ele arrumou um dispositivo de controle com o irmão dele, parece que ele teve acesso aos robonoides da Peridot, ele está treinando o controle deles, ele falou que vai usar os robonoides para proteger a família dele e a cidade... mas... eu não quero que ele se arrisque... eu não queria nem que você se arriscasse Connie! eu... eu devia protege-lo, eu devia...

Steven volta a chorar, Connie se aproxima e senta do seu lado, apoiando sua cabeça na dele

–Steven, Peedee é meu amigo também... é claro que nós ficamos preocupados com ele... mas as vezes as pessoas tem que fazer coisas por conta própria e...

–PEEDEE? - Pearl grita - mas... como? quando? QUEM? como ele teve acesso as robonoides? como ele construí esse tal dispositivo?

– Foi o Ronaldo, ele iria fazer uma interface para ele mas não coube... eu... gente eu estou preocupado! eu não quero que ele se machuque pela gente! muito menos por mim! eu quero poder...

Steven abraça Connie com força, que retribui calorosamente, um conforto em meio a aquilo tudo foi bom para Steven.

– Olha Steven, eu não conhecia Peedee - Tiger falou - mas ele era seu amigo, quando amigos se arriscam um pelo outro, é a coisa mais linda que se pode fazer por alguém, se ele se machucar, cabe a você cura-lo, mas se você se machucar, e você estiver sozinho, ninguém vai poder te amparar, deixe que ele possa fazer também! afinal, você é a pessoa mais amigável que eu conheci! Você e também Rose é claro! Eu me arriscaria por você - Tiger se junta no abraço, Amethyst o segue falando.

–Olha Steven... eu não sou boa em confortar pessoas, mas eu acho que você devia deixar rolar e estar pronto pro que vier e ohops!... - Tiger empurra a cabeça dela para perto do grupinho de abraço, e ela envolve seus bracinhos em Steven também.

–Steven... - Pearl começa, hesita por um segundo, mas continua - eu sei como você se sente, eu não deixaria você se arriscar também, mas as vezes algumas pessoas dão tudo uma pela outra, isso é uma conecção importante, tanto pra Gems tanto pra humanos, espero que entenda - Pearl se junta no abraço, logo em seguida, Garnet se une a eles

– Steven, Peedee é forte, eu sei que ele é... Você precisa confiar nele, assim como eu confiei naquela nave que você iria salvar a Amethyst e a Pearl, você é um ótimo amigo, e é isso que fortalece esse sentimento de proteção, Steven, ele vai ficar bem.

Todos se abraçam em torno de Steven, formando um pequeno circulo, Steven no centro ainda chorava, ainda mais com os depoimentos de seus amigos, afinal, Steven não queria perder ninguém, muito menos eles, e naquele dia feliz, que acabou mergulhando em tristeza, Steven, Connie, Tiger e as Crystal Gems desabafaram seus sentimentos, na espera que Peedee fica-se bem.

Enquanto isso algum ponto da praia, uma capsula de robonoide saia do mar, parou sobre a areia e emitiu um campo elétrico repelindo toda a agua, o compartimento semitransparente se abre, e de dentro sai Peedee, ele retira o visor e coloca a mochila tecnológica de lado, e se senta numa pedra na mesma pose que Steven havia feito em sua casa , abraçando seus joelhos.

–Eu vou fazer isso... mesmo sem a ajuda dele... mesmo sem a ajuda de ninguém... Eu vou fazer isso e proteger minha cidade, e minha família, como você mamãe! Você vai se orgulhar...

E sozinho na noite, Peedee chora, tentando trazer as ultimas lembranças de sua mãe, confiante no que iria fazer sozinho, e determinado a morrer pelo que fosse preciso proteger.

~ Em memoria de Estelle Fryman ~