O Próximo Passo - Charlie B. e Anne M. escrita por Anne Liack


Capítulo 1
Capítulo 1 - Lago Winnetka


Notas iniciais do capítulo

Iniciando...
Espero que gostem!
Xoxo :*



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Era interessante para Charlie se lembrar que quando os pais sugeriu passar as últimas ferias no lago Winnetka ele nem pensou duas vezes antes de aceitar a ideia, como tinha dito adorava o lago, ele só não imaginava o que aquele pedacinho de paraíso lhe reservara dessa vez.


Era noite, estava terminando de enfiar a ultima camisa dentro da mochila quando o celular tocou. Era Henry, seu irmão, contando da primeira aventura, ou poderia chamar de tragedia, da família Baker assim que chegaram no lago Winnetka. Segundo Henry a família foi convidada para uma mariscada que pela descrição nada parecia com o evento descontraído que Charlie lembrava-se da infância. Contou da presepada de Mark com uma mochila cheia de fogos de artificio, Charlie tentou não rir, mas como sempre não conseguiu, e sempre acreditava que ao lado dos irmãos nunca seria maduro o suficiente. Henry contou do reencontro do pai com Jimmy Murtaugh, do constrangimento que a família passou e do aborrecimento de seu pai com o novo vizinho.
Depois de a par das novidades e de algumas gargalhadas, Charlie se despediu do irmão dizendo que teria de acordar cedo no dia seguinte para pegar a estrada. Henry nem ousou pedir mais uns segundos de conversa com o irmão, queria que ele chegasse logo ao lago por isso desejou boa noite e boa viagem antes de desligar o telefone.


Charlie deitou-se em sua cama de solteiro do seu minusculo apartamento de dois cômodos, que ficava no centro da grande Chicago. Respirou fundo enquanto encarava o teto. O Lago Winnetka, era o lugar que ele mais gostava no mundo, se fosse de sua escolha agir conforme sua vontade tinha sua vida bem traçada dentro de sua cabeça, e apesar de ele não se permitir andar por esse sonho, de uma coisa ele tinha certeza, um lugarzinho no lago Winnetka fazia parte permanente dele. Sorriu ao lembrar da infância naquele lugar, das brincadeiras que o pai inventava, campeonatos com os irmãos, simplesmente nadar no lago, ou explorar a floresta. Lembrou com nostalgia da família unida na confecção da bandeira do Time Baker para o Campeonato do feriado do Dia do Trabalho. E inevitavelmente lembrou-se mesmo que vagamente da família Murtaugh. Seu pai deve mesmo ter ficado bastante chateado com a aventura de Mark na frente do senhor Murtaugh, pelo que Charlie lembrava era um homem bastante competitivo e isso irritava Tom Baker, que apenas tentava arrumar uma maneira de divertir os filhos enquanto o Murtaugh tentava fazer os seus sempre vencerem e serem melhor que os outros.


Charlie suspirou. Não podia se queixar do pai nesse quesito, Tom Baker queria o melhor pra ele e Charlie sabia disso. O problema é que o que seu pai achava que era o melhor, talvez não fosse o que ele achasse melhor. Bom, achou por bem não pensar mais nisso, tentaria dormir, logo estaria no lago.
*
A viagem com Lorraine foi até divertida, a irmã falava sem parar sobre as novidades de Nova Iorque. O apartamento, a faculdade, as amigas, o novo emprego, o fato é que a irmã mais nova era uma tagarela, Charlie sorriu com o pensamento. Lorraine estava feliz, estava realizando seus sonhos, e quanto mais ela falava mais ele pensava que ela se daria bem no lugar e na carreira que escolhera, ela era muito espontânea e isso a tornava de uma personalidade fascinante, porque aquela era a essência de Lorraine. E foi só quando a garota percebeu que o irmão não mais a ouvia, talvez preso num pensamento engraçado que o fazia sorrir para o nada que ela revirou os olhos, colocou os fones de ouvido e recostou-se no banco do carona. Dormiria até onde desse, estava bem cansada, depois de sua maratona por Nova Iorque.
Algumas horas adiante o cheiro familiar fez Charlie se sentir mais em casa do que jamais estivera. Uma certeza invadindo seu corpo, assim como uma alegria que ele não sabia explicar de onde vinha, tomando a estrada para a casa do lago, observava a paisagem, ele sentiu que seus olhos brilhavam e teve a certeza quando ouviu o comentário da irmã.
- Você parece que está entrando na DisneyLândia. - Lorraine acabara de despertar e olhava para o irmão confusa. Ele observava aquela paisagem como se fosse o maior presente que ganhara na vida, e ela não entendia o por quê, já que ela só via um breu, meio mundo de mato, um lago com cheiro de água turva e nenhum traço de civilização.


Charlie olhou para ela e sorriu.


- Adoro esse lugar - comentou simplesmente, ao que a irmã revirou os olhos.


Estacionou o carro em frente a antiga casa e no segundo seguinte aquele batalhão que era a família Baker corria em sua direção. Seu pai era o mais animado trazia nas mãos um enorme prato de panquecas, enquanto os irmãos se esticava para cumprimenta-los, atrelou a mochila nas costas enquanto ouvia Lorraine e seus comentários sobre o lago, sorriu. Não que ela não já tivesse feito aqueles mesmo comentários algumas muitas vezes durante as horas de viagem. Ouviu Sara interpelar os comentários da irmã e se deu por satisfeito, Lorraine achara sua companheira perfeita e por alguns momentos ele estaria livre. Deixou as duas se implicando e foi com a família em direção a casa.


Durante o café da manhã, ele tomou conhecimento da situação. Os irmãos estavam fascinados com o lugar, mas não por causa do lago como ele e sim com os Murtaugh. Tinha observado a grande casa cheia de atrativo do outro lado do lago assim que chegou, era na verdade impossível não observar, sentiu o desapontamento do pai nele mesmo. Por outro lado se os irmãos se distraíssem com outras atividades lhe dariam maior tempo pra pensar mais no que fazer de sua vida.


Enquanto Tom pediu para que ele ajudasse a tirar as coisas da garagem para montar os campeonatos, ele assistiu os irmãos pegarem o bote e atravessarem o lago em direção a grande casa, e seu pai revirar os olhos. Charlie seguiu em direção ao cais admirando a outra casa se perguntando o que tanto atraíra seus irmãos, mas não era difícil advinha. Sabia que o pai ficaria cada vez mais chateado, com a mudança nos planos que tinha feito para a família, mas Charlie também sabia que nem sempre os filhos atendia as expectativas dos pais. As coisas não podiam ser sempre do mesmo jeito, o tempo passa e tudo muda, por algum motivo sabia que a estadia dos Baker no lago Winnetka seria diferente dessa vez.


Foi então que algo o arrancou bruscamente de seus pensamentos. Alguém nadava em perfeita sincronia, bem perto de seu cais. E uau, esse alguém também tinha o corpo perfeito que se movimentava provocantemente durante as braçadas na água, Charlie sentiu-se como provavelmente se sentia um marinheiro preso pelo canto de uma sereia, sorriu. A loira de buquine azul e pele clarinha tinha uma tatuagem de borboleta no final da coluna que parecia querer brincar com imaginação dele. Estava tão enfeitiçado com a bela imagem que não percebeu que chegara ao limite do cais e continuava se espichando pressionando a varanda de madeira para acompanhar o trajeto da mulher, ate que a madeira gasta e fraca devido ao tempo não suportou o peso de seu corpo que sem nenhum esforço prensava com toda força da excitação e partiu-se fazendo-o dar um mergulho ridículo, caindo de barriga nas águas do lago.


Voltou a tona a tempo de ver que a nadadora havia parado seu percurso e olhava em sua direção, mesmo que a distancia deu pra perceber que ela sorria, algo inquietou-se dentro dele, ela virou-se e tornou o seu trajeto. E a frustração o irritou, subiu de volta para casa atiçando os cabelos molhados, fazendo a água espirrar para todos os lados.


- Conserta o cais. - falou irritado para o pai que segurava algumas boias e tentava uma conversa com Lorraine, demonstrando assim como os outros irmãos o seu desapontamento com as condições do local. Porém no fundo Charlie sabia que não foi bem isso que o tinha desapontado.

*


Anne Murtaugh se encontrava agora no seu quarto, depois de um bom banho só precisava de um pouco de sossego. Queria terminar de ler um romance ou talvez desenhar um pouco, mas não conseguia se concentrar, a imagem de Charlie Baker a olhando a distancia parecendo desconsertado não lhe saia da cabeça. Reconheceu-o no exato instante que olhou para ele.


Ouvira os irmãos comentar que os Bakers tinha alugado o casebre do lado oposto do lago. Tentara resistir, mas não conseguiu, por isso durante o nado passou de proposito pela frente da casa, ela queria revê-lo, não sabia bem por quê, mas queria revê-lo. Charlie Baker tinha povoado seus sonhos durante sua meninice. Como ele estaria agora? Tinha onze anos quando o vira pela ultima vez, ele era bem quieto na verdade, sempre ao lado do pai, protegendo os irmãos, mas seu coraçãozinho sempre falhava um batida quando o via.


Agora ela podia rir do quanto era boba. Ela podia dizer que Charlie foi seu primeiro amor, mas nunca trocara com ele mais que alguns 'ois' enquanto brincavam com as outras crianças quando se encontravam com as famílias no club, então podia-se chamar de amor platônico. Boba, pensou novamente. Ele mal olhava pra ela naquela época, mas também não tinha muito o que olhar. Era bastante pálida e esguia, o que contribuía ainda mais para deixar amostra sua maldita alergia que deixava sua pele empolada e avermelhada.


Porém ao sentir o ricochetear da água do lago em seu corpo enquanto nadava essa manhã, e parar para virar para o que tinha o causado, o viu olhando para ela e então pôde sorriu da ironia. Os pedaços de madeira flutuando ao redor dele sugeria que ele caíra. Charlie Baker a encarava de uma maneira que ela não soube descrever.


Ela se permitiu sorrir novamente. Não sabia explicar o que estava sentido. Mas sabia que estava feliz.


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Notas finais do capítulo

É esse... Por favoor, COMETEM e me incentivem a postar mais.
Xoxo :*



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