Bring me to Life escrita por sthe


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, essa é a minha primeira fanfic postada no Nyah. Espero que vocês gostem.



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— Como se sente? — perguntava Dr. Harries pela milésima vez.

Os olhos da cor do oceano Atlântico de April Young observava cautelosamente o consultório do seu psicólogo, com a ajuda de alguma música de Beethoven que se espalhava pelo local. Há anos que estou aqui - pensou alto April. Ela já não sentia mais nada em sua vida, não queria se abrir ao seu psicólogo, porque já não bastava que todos em casa achassem que a garota fosse uma problemática. Então seu pai e madrasta estariam perdendo todo seu dinheiro com as sessões e April de vir todas as Quartas a tarde perder seu tempo.

Vagarosamente a moça analisava os moveis do consultório, todos extremamente brancos e bem limpos como todos os dias. Dr. Harries tinha problemas com a falta de limpeza, então arrumava sempre em suas horas vagas. O cheiro de limpeza fazia com que April tivesse ânsias em todas suas consultas, era praticamente psicológico todas as vezes que ela vinha para mais uma sessão. Por um minuto April pensou em seus dois melhores amigos, Lola e Adam. Lola provavelmente estaria passando um pouco da tarde fazendo alguns trabalhos extras da escola, Adam obviamente dormindo. Enquanto April está em mais uma de suas consultas com o seu "querido" Doutor.

April respirou profundamente e desviou seu olhar dos moveis brancos e direcionou seu olhar ao Dr. Harries.

— Em um tratamento Ludovico. — respondeu April áspera. Ela sempre tinha as características de uma adolescente tímida como muitas outras, mas com toda a timidez e muitas vezes caladas, April conseguia ser uma faca completamente afiada.

Dr. Harris riu pelo nariz e anotou algo em sua prancheta.

— Então gosta de Laranja Mecânica Srta. Young? — perguntou Will arqueando uma de suas sobrancelhas para sua paciente. - Pelo o que vejo, a senhorita tem um gosto muito peculiar não? Gosta de Beethoven April? - perguntou deixando sua prancheta de lado.

A moça não lhe respondeu, não olhava mais para seu Doutor, sua visão era tomada novamente pela sala branca.

Harries passava a mão rapidamente em sua barba mal feita, ele está completamente nervoso. Há anos tenta descobrir o mistério por trás da jovem menina, mas a garota prefere o silêncio do que sua ajuda. Ele tem suas dúvidas sobre a garota, mas não sabe se são todas concretas... A cada consulta a moça se recusava a se abrir, talvez não saiba mas, poderia confiar de olhos vendados em seu psicólogo.

April continuava deitada na espreguiçadeira com as mãos sobe o estômago, várias pulseiras imagináveis e imagináveis estavam todas postas em seu pulso direito, ela usava um vestido preto claro com alguns desenhos qualquer o vestido extremamente curto, se algum engraçadinho se atrevesse a olhar o que há de baixo deles, teria uma visão perfeita de sua calcinha de renda preta. Seus pés coberto por uma bota de um cano um pouco alto, ficava em cima do outro calçado. A pele da garota era como neve, seus cabelos pretos e o olhos azuis claros davam um grande destaque sobre a linda moça deitada no consultório, se houvéssemos uma flor vermelha, parecia uma linda defunta perdida em seus pensamentos.

— April, se você não se abrir para mim nunca conseguiremos resolver seu problema. O que acharia de uma vaga em um hospital psiquiátrico? — perguntou Dr. Harries seriamente para a garota.

O corpo de April se contraio contra a cadeira a qual a moça estava deitada. A garota engoliu seco.

— Esse é o nome mais sutil que podem usar para manicômios? — perguntou a moça de cabelos pretos sem medo da tal ameaça que o seu doutor lhe fez. — Não sou louca, por que todos pensam que sou? Eu não sou! Posso provar para vocês todos. — afirmava April com o mesmo tom calmo.

— Como pode April? E os seus desenhos que você faz? Uma criança de quatro anos desde então fazer desenhos quando acorda? E ainda mais ensopada todas as manhãs? Você não pode nos provar nada April, a não ser que, queira de abrir para mim. — Dr. Harries colocou sua prancheta em sua coxa e alisou os cabelos castanhos para trás. — Enquanto isto, você é considera louca para todos, talvez até uma ameaça, não sabemos que o que a senhorita pode fazer... Hospital psiquiátrico talvez seja a melhor forma.

Os olhos de April eram consumidos pelo medo de ser internada com outros loucos. Ela tinha certeza que não era louca, sua saúde mental está completamente saudável. Por que as pessoas não enxergavam isso? Talvez elas não quisessem ver.... April levantou-se rapidamente da espreguiçadora pegou sua bolça preta e colocou em seu ombro e caminhou até a porta para sair daquele consultório. Isso só pode ser algum tipo de brincadeira — afirmava April para si mesma. Assim que a mão pálida da moça tocou a maçaneta da porta, a voz do Dr. Harries ecoava pela sala.

— Nós vemos na próxima sessão Sta. Young.

— Então, como foi a sessão com o Dr. Gostoso? — perguntava Lola animadamente em sua cama branca, com um edredom cor de rosa em seu corpo.

— Você tá brincando né? — April rolava os olhos como sempre para sua amiga. — Ele me chamou de louca, que minha única escolha seria o manicômio. Eu não sou louca, ou sou Lola? — perguntava a moça para sua amiga com o olhar de tristeza.

Lola abriu sua boca para lhe dar uma resposta, mas um de seus pais apareceu na porta com uma bandeja de chá para as duas moças.

— Olá querida. — dizia Ryan para April.

A garota lhe lançou um sorriso. Assim que o pai de Lola deixou a bandeja prateada em cima da cama de sua amiga, saiu rapidamente do quarto para que ambas tivessem mais privacidade.

Lola bebericou um pouco de seu chá hortelã e o pôs em cima da bandeja novamente.

— April, amiga. Você não é louca está bem? Mas o que realmente acontece com você? Até hoje não entendendo o porquê de sempre ir ao um psicólogo, para mim você está bem, saudável sabe? Você sabe muito bem que pode confiar em mim, por que não me conta? — questionava Lola para sua amiga.

April queria lhe dar uma boa resposta mas, não estava pronta para explicar-lhe os acontecimentos cotidianos de suas manhãs. Seu olhar estava sobe o cobertor de sua amiga. A boca de April continuava seca juntamente com todos os cortes feitos na mesma, a moça passava boa parte do tempo mordiscando sua boca.

— É pessoal Lola... Intimo... Não consigo explicar agora, na hora certa explicarei. — disse a garota olhando para todos os lados possíveis do quarto.

— Quando será essa hora certa? — Lola arqueava sua sobrancelha direita.

— Não sei, ainda não estou preparada. Tenho que ir. — dizia April pegando sua bolça e caminhando até a porta do quarto.

Nunca terá uma hora certa — pensava Lola. Assim que April fechava a porta sem sua amiga se despedir, deparou-se com um grande porte físico enorme no corrimão da escada.

Ryan Walker, irmão adotado de Lola, assim como o moço Lola é a única filha adota do casal homossexual. Ryan é um dos jogadores de futebol de sua escola, com seus um metro e oitenta e oito, com braços do tamanho de um armário, abdômen completamente definido, cabelos arrepiados com pequenas gotas de água e uma toalha presa sobre sua cintura. Faria que qualquer garota como April tivesse essa visão, ter um pequeno ataque de observação como April sempre tem.

Mas esse não era o tipo de cara com quem April sairia, nunca mesmo.

— Lola, a droga da água acabou! Isso é tudo culpa sua, não consegui... — o garoto moreno calou-se rapidamente quando viu que não era sua irmã com quem estava lhe dando sermões. Um pequeno sorriso se fez em seu rosto quando viu April. — Olá April Young.

— Até mais Ryan Walker. — disse April descendo o primeiro degrau da escada.

— April, espera. — advertia o garoto se encostando no corrimão. — O que você acha de sairmos? Eu tenho algumas coisas legais sabe? — dizia ele mordendo o lábio sorrindo para April.

A moça apenas observou o irmão de sua amiga e desceu mais um degrau rapidamente da escada.

— Então isso é um não para as drogas? Desde quando virou uma boa garota, Young? — Ryan tentava provocar April, entanto não conseguiu o que queria, a moça saia normalmente pela casa como se não tivesse ouvido nada.

April sabia que Ryan Walker é um problema, mas um dia quis se envolver com esse tipo de problema. April sempre pensa nas coisas erradas que já fez em sua vida, talvez quando April ouviu a frase “Viva intensamente, morra jovem, torne-se imortal.” levou-a seriamente em sua cabeça. Depois de uma noitada qualquer com o garoto perigo, viu-se perto da morte aos quinze, depois de ter injetado algum produto farmacêutico roubado teve uma overdose.

Depois deste episódio, coisas estranhas aconteciam com April. Vozes em sua cabeça, lembranças as quais nunca viu em sua vida, noites sem dormir, desenhos todas as manhãs como se não tivesse controle do seu próprio corpo e agora suas sessões diárias com o Dr. Harries... Essa é a nova vida de April Young.

Enquanto April dava passos largos nas ruas frias de Bristol, o vento gelado cortava suas coxas e braços da garota. Ela não se importava com o frio, já estava mais do que acostumada com ele. Enquanto a moça andava calmamente pelas ruas, podia ver um carro seguindo a ela, o carro estava um pouco mais atrás da garota mas ela sentia que ele era dirigido devagar... Já eram seis e quarenta da tarde, não havia mais ninguém na rua além de April Young. A boca da menina ficou seca em segundos, seu corpo se contraia de medo como se estivesse em uma das sessões. Parecia estar em um dos sonhos de Tris Prior, April se via como a heroína da trilogia de Divergente, mas dessa vez não mais.

April foi acordada de sua mente pelo barulho que a buzina do carro fazia. — Estou completamente ferrada — pensava April. O carro e a garota andavam lado a lado, era uma Ranger Rover preta, o proprietário do automóvel abaixava lentamente o vidro do outro lado. April andava estranhamente, parecia se desse um vento violento a qualquer hora, April cairia perfeitamente no chão.

— April, mas que droga! Não ouviu esse celular tocando não? Além de louca é surda também? — sua voz era familiar para April. Elliot!

Elliot Jones, irmão postiço mais novo de April. Depois da morte de sua mãe, seu pai ficou apenas com April, suas vidas ficaram mais bagunçadas depois que Rebecca Young foi morta por motivos desconhecidos. Charlie ficará muito ocupado em todo esse tempo, não tinha mais tempo nenhum para sua filha órfã de mãe, ambos estavam sozinhos.

Em um pub de Bristol Charlie conheceu Camille Jones, a moça estava no pub pelo motivo de ter sido largada na sua cerimônia de casamento, Charlie a consolou e ambos ficaram amigos depois de um tempo andaram saindo juntos. Charlie e Camille finalmente contaram ao seus filhos a grande “surpresa” iriam se casar, desde então os dois continuam juntos.

April odeia a ideia de dividir sua casa com dois desconhecidos, ambos acham que ela seja uma louca, e isso fez com que Charlie pagasse as consultas diárias de April no consultório. Elliot é apenas um ano mais novo do que a garota, dezesseis anos de idade. O queridinho da família, os pais se orgulham muito do garoto bem criado. Elliot é um garoto alto, branco, cabelos macios e loiros como os da mãe e os olhos castanhos escuros herdados do pai.

April parou olhando para a rua vazia de Bristol, Elliot fez o mesmo, freou o carro e encarou a irmã postiça.

— Quem lhe deu a permissão de usar o carro? — perguntou April com os braços cruzados mantendo seu olhar na rua.

— Não tenho tempo para isso, entre logo no carro. Já são seis e cinquenta da tarde, esse horário você já deveria estar em casa April. O que aconteceu? Eu estava esperando por você no consultório! — o tom de voz do garoto ia aumentando cada vez mais. — Sabe o que o Dr. Harries me disse? Que você saiu no meio da sessão dele!

Não se estresse April, controle-se.

Autocontrole April, lembre-se, isso é mais importante.

Filho. De. Uma. Puta.

April falava consigo mesma, repetia as mesmas palavras em sua cabeça. Como sempre, isso nunca ajudaria a April se acalmar.

A garota abriu violentamente o carro e o fechou do mesmo modo. — Como Charlie pode deixar Elliot dirigir seu carro e não eu? — April perguntava a si mesma, é ela quem é a filha dele, é ela que é uma Young. Não suporta ouvir Florence dizer que é uma, não suporta ouvir Elliot o chamando de “pai” ou “papai”.

— Papai ficará orgulhoso de saber que, sua adorável filha fugiu no meio de mais uma sessão do Dr. Harries. — riu. — Seria uma coisa ruim que eu contasse a ele April? O que ele faria com você? Hã? — Elliot se aproximava cada vez mais de sua irmã, ele poderia escutar os batimentos cardíacos dela. — Mas como sou um bom garoto, não irei contar. — um sorriso falso brotou em seus lábios vermelhos de orelha a orelha.

A linda garota de cabelos pretos, lábios rosados, pele macia e branca. Agora se encontrava totalmente soada como uma porca, seus cabelos grudados na testa e pescoço, lábios de uma cor roxa enquanto sua pele lembrava a cor de uma defunta, agora sim April Young estava mais apresentável para seu enterro. Ou não.

Vozes entravam e saiam da mente de April.

Não se esqueça de mim

Me prometa isso

Por favor.”

A garota poderia muito bem respirar com ajuda de aparelhos, parecia que a mesma estava com falta de ar. Os olhos azuis claros de April estavam inundados de terror, ela olhava para todos os cantos do quarto completamente escuro. April nunca teve tantos problemas com sua respiração. Seu peito subia e descia rapidamente, parecia que a garota havia corrido uma maratona seu coração agora mesmo poderia sair pulando para fora do seu corpo. April aos poucos foi recuperando seu fôlego, ela fechou seus olhos lentamente.

Assim que a garota fechou seus olhos, imagens passavam como borrões rapidamente, a cada um segundo elas trocavam. A única coisa que ela poderia ver claramente, era uma árvore gigante, folhas caindo em seu corpo e o raio do sol se espalhando pelo local. April abriu seus olhos bruscamente, seu corpo se levantou facilmente da cama, como se alguém a puxasse para fora da cama e foi o que aconteceu.

April caminhou até uma porta ao lado do seu computador, e a abriu tirando-a de lá uma quadro branco gigante. Pôs o quatro no meio do seu quarto e pegou algumas tintas coloridas e um pincel para tingir o quadro branco. As mãos de April desenhavam levemente sobre o painel, ela não fazia a mínima ideia do que estava fazendo, apenas fazendo tal ato. Ela trocava as cores em um piscar de olhos, colocava o pincel sobre a paleta de cores e borrava algumas coisas com seus delicados dedos brancos. April havia terminado de pintar a tela.

A menina colocou os objetos que usou para pintar o quadro em cima da mesa de seu computador, e ficou observando por um tempo a tela feita por ela. Havia um céu completamente azul como seus olhos, uma árvore cheia de folhas verdes vivas, também haviam pequenos matos verdes limão, e duas crianças deitadas sobre a árvore. Um lindo garoto apontado para o alto, seus cabelos eram da cor de areia, April lembrou-se da cor dos cabelos de Elliot, mas desta vez, o cabelo do menino do quadro era encaracolado. Ao lado do menino, havia uma menina, cabelos pretos com uma tiara de flores sobe sua cabeça, pele extremamente clara, ela usava um vestido branco com alguns detalhes azuis escuros.

— Não. — April falava para si mesma alto. — Isso não pode estar acontecendo... C-como? É possível isso? Não... Não... — ela repetia as mesmas palavras para si mesma.

April batia fortemente em sua cabeça, lágrimas quentes desciam rapidamente de suas bochechas, ela não acreditava no que acabará de fazer. Ela se agachava lentamente em direção ao chão, suas mãos ainda estavam postas em sua cabeça, as pernas lado a lado. April se tremia como se seu quarto estivessem em zero grau.

— Eu sou louca! — admitiu April pela última vez.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?