Reféns de um segredo escrita por magalud


Capítulo 13
A maldição




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Todos se ajeitaram nas cadeiras conjuradas por Dobby, o elfo doméstico. Minerva McGonagall manteve o ar profissional ao lançar suas ordens:

– Em virtude dos acontecimentos desta noite e da suspensão de Madame Tonks, alguns arranjos precisarão ser feitos, todos em caráter temporário, ao menos até que eu tenha uma palavra definitiva do Conselho de Diretores sobre a permanência dos envolvidos. Conto com a compreensão de todos para as mudanças. Durante este tempo, como o Prof. Snape é meu vice-diretor, nomeio Filius Flitwick para o posto. Do mesmo modo, gostaria de contar com você para ministrar as aulas de Defesas contra as Artes das Trevas enquanto o Prof. Lupin estiver substituindo a professora de Transfiguração. Sei como gosta de Feitiços, Filius, e eu lamento. É por pouco tempo, e você é muito qualificado.

– Sem problema, diretora – respondeu o diminuto professor. – Pode contar comigo.

– Do mesmo modo, Madame Byington, tendo em vista que a senhora estará impossibilitada de exercer suas funções na ala hospitalar para ajudar nosso paciente, gostaria de pedir-lhe o favor de cobrir as aulas do Prof. Snape durante este período. Eu me lembro de seus talentos nessa área em seu tempo de escola, e seu N.I.E.M. foi dos mais altos. Só perdia para Lily Evans. – Minerva deu um breve e doce sorriso para Harry Potter. – Sei que as duas estudaram juntas essa matéria muitas vezes, com o próprio Severus.

– Fico feliz em poder ajudar, diretora – respondeu Mia. – Mas eu me sentiria mais tranqüila com uma orientação sobre as aulas e turmas.

– Severus era extremamente organizado com o currículo e suas ementas de disciplina. Ele tem isso tudo no seu escritório. Posso ajudá-la pessoalmente com isso mais tarde. Felizmente, esse terrível incidente aconteceu numa noite de sábado, e como hoje é domingo, os alunos não precisarão perder aulas. No momento, porém, é preciso iniciar o processo de cura de Severus. Para isso, o jovem Sr. Weasley concordou graciosamente em vir o quanto antes ao nosso auxílio.

Uma exclamação de admiração partiu de Heitor, chamando a atenção de Mia e Tonks, sentada perto do rapaz. Minerva continuou, gesticulando para o ruivo cheio de cicatrizes:

– William Weasley, membro da Ordem da Fênix, é um desfazedor de maldições internacionalmente conhecido, com anos de experiência. Sua competência técnica é inquestionável. Gostaria que o Curador Spencer e a Enfermeira Luscínia trabalhassem com o Sr. Weasley na busca de uma cura para a maldição que incapacitou o Prof. Snape. O Curador Spencer lhe dará todos os detalhes médicos, Sr. Weasley, e o casal Lupin lhe ajudará em tudo que for necessário.

– Obrigado, diretora.

– Er, diretora, por obséquio – Heitor levantou a voz timidamente.

Mia franziu o cenho.

– Sim, meu jovem?

– Posso assistir o Sr. Weasley? Eu também estou estudando para ser um desfazedor de maldições, e conheço a fama do Sr. Weasley. Para mim, seria quase que um estágio! Ser aprendiz dele seria como limpar o piano de Mozart. Além disso, sei que posso ser útil.

A diretora sorriu:

– Claro que não me oponho. Mas isso depende do Sr. Weasley, claro.

– Com certeza também não me oponho – disse o jovem de cabelos ruivos. – Pode me chamar de Bill. Sr. Weasley é meu pai.

– Eu sou Heitor.

Apertaram-se as mãos e Minerva disse:

– Ótimo. Espero que todos comecem a trabalhar logo, embora no momento, todos nós estejamos um tanto quanto exaustos devido à tensa noite.

Foi nesse momento que Harry Potter disse:

– Er, Profª McGonagall eu adoraria ajudar, mas eu nem sei direito por que fui chamado.

– Ah, sim, Sr. Potter – disse ela. – Foi sugestão do Prof. Lupin pedir-lhe permissão para utilizar a biblioteca de Grimmauld Place a fim de pesquisar uma cura para o Prof. Snape. O próprio Severus dizia que o acervo da família Black em matéria de livros sobre maldições era um dos mais invejáveis da Grã-Bretanha. Como herdeiro do espólio da família, você é o dono da biblioteca.

– Claro que dou permissão – respondeu o rapaz. – Podem ir lá quando precisarem.

– Excelente. Agora eu sugiro um descanso até o almoço para os que passaram a noite em claro, ou reuniões entre os grupos. Enfermeira, como a senhora não pode entrar em seus aposentos, eu tomei a liberdade de mudar alguns pertences temporariamente para um quarto de convidados nas masmorras. O Sr. Stoklos ficará alojado no quarto ao lado.

Mia combinou com o Prof. Flitwick uma pequena reunião para ela começar a ministrar as aulas já no dia seguinte. Em seguida, ela se dirigiu ao pequeno grupo formado por Weasley, Heitor, o Curador Spencer, a Enfermeira Luscínia e Harry Potter, que conversava animadamente.

– ... e eu lhe digo que nunca vi uma maldição destas – garantiu o Curador Spencer, cujos olhos verdes estavam inchados devido à noite insone. – Existe uma resistência incomum a qualquer tipo de contrafeitiço que eu tenha tentado.

Bill Weasley ouvia tudo com atenção, e atenção redobrada era dispensada por Heitor. Mia sorriu de orgulho diante de seu filhinho. Embora o rapaz já fosse adulto, ele sempre seria seu filhinho. Coisa de mãe.

Bill Weasley pediu mais dados sobre os sintomas médicos apresentados por Severus, e depois se dirigiu a ela:

– Eu também gostaria de saber mais detalhes sobre a maldição com a senhora, se possível.

– Pode me chamar de você. Mas não sei direito como posso ajudar. Eu nem sabia sobre essa maldição.

– Só preciso saber de alguns detalhes com a senhora – quer dizer, com você e Remus. São as testemunhas da época.

Remus e Tonks se aproximaram, e mais uma vez Remus explicou o que acontecera há tantos anos. Cada vez que ouvi a história, Mia sentia uma dor no coração, como se uma adaga estivesse perfurando o órgão e retalhando todo o seu peito.

– Mas então vocês dois eram namorados?

– Sim – confirmou Mia. – Sirius e os outros não sabiam, mas nós éramos.

– E vocês se gostavam?

– Claro, ora. Se nós estávamos namorando, era sinal de que tínhamos sentimentos um pelo outro. Mas éramos dois adolescentes, duas crianças.

– Ele também tinha esses sentimentos?

– Bom, eu gostaria de pensar que sim. Foi o que ele me disse. Isso pelo menos explicaria por que ele me tratou de forma cruel na época.

– É, eu acho que tem razão – concordou Bill. – Remus, a tal maldição foi feita por Peter com base em alguma outra?

– Acho que sim, mas não sei qual poderia ser. Sirius é quem estava todo animado, querendo separar os dois.

– O que eu preciso saber é qual foi a intenção da maldição: separar os dois? Fazer com que se odiassem? Repelir os dois?

– É, acho que foi isso mesmo.

– Mas qual destas é a correta? Sabem, para cada uma destas, ele pode ter lançado mão de dezenas de maldições, filtros de amor e desamor, feitiços repulsivos, quebrantos e similares. Por isso é importante determinar exatamente a intenção por trás da magia.

– Bom – disse Remus – Sirius reclamava muito que Severus vivia querendo chegar perto da gente, tentando se aproximar de Mia. Ele achava que era uma audácia de Severus, como se ele fosse um de nós. Isso irritava Sirius. Não sei se é isso que você quer saber.

– Hum... Talvez – admitiu o jovem Weasley. – Mia, você falou com ele, não foi? O que ele disse?

– Bom, eu lembro que ele falou que a dor era constante. Ele vinha sentindo isso há anos. É provável que nunca tenha parado de doer. – Mia estava mortificada. – Ele disse que tentou retirar a maldição, que tentou de tudo, e nada deu certo. Aparentemente, quando saí da Inglaterra, ele experimentou algum alívio, mas não o fim do feitiço. Quando eu voltei, ele voltou a sofrer muito.

– A ferida parece bem ruim.

– Eu estarei monitorando a condição médica dele. – A Enfermeira Luscinia sorriu para Mia. – Com sua permissão, é claro.

– Fico agradecida. Mas acabo de me lembrar de um detalhe: Severus entregou-me atestados médicos de St. Mungo’s há poucas semanas. Alguém no hospital o examinou. Mas vocês devem ter encontrado a ficha médica dele mencionando a ferida, ainda na época que ele era estudante.

– Está bem, eu vou verificar isso – garantiu Bill. – Até lá, por que não descansam um pouco?

Mia estava mais do que disposta a aceitar a sugestão, mas antes perguntou:

– Bill, eu sei que nunca nos vimos, mas você me parece conhecido. Será que estudei com alguém de sua família?

– Minha mãe é Molly Weasley. Era Molly Prewett quando solteira.

– Espere aí: Molly Prewett, irmã dos gêmeos Prewett? Fabian e Gideon Prewett?

– Essa mesmo. – Bill sorriu, e era um sorriso tão bonito que ela até abstraiu as cicatrizes horrendas do rosto do jovem. – Conhece minha mãe?

– Só de nome. Na verdade, seus tios também. Eles já tinham se formado quando entrei em Hogwarts, mas a fama ficou. Isso mesmo! Remus tinha me falado sobre você! Desculpe, com tudo isso, eu me esqueci que você era sobrinho de Fabian e Gideon. – O sorriso dela virou triste. – Lamento por eles.

Bill deu de ombros:

– Eu nem cheguei a conhecê-los. Mas sei que foi por causa deles que mamãe se uniu à Ordem da Fênix.

– Oh, bem. Quem sabe mais tarde eu possa lhe contar mais sobre os terríveis gêmeos.

– Pensei que meus irmãos é que tinham ficado com essa fama.

– Seus irmãos?

– Fred e George Weasley.

– Oh, esses gêmeos! – Ela se riu. – Não se preocupe. Eles também carregam um recorde e tanto na escola... Eu vi nas fichas médicas.

– Então podemos falar sobre isso mais tarde. Duas gerações de gêmeos encrenqueiros.

Mia sorriu, pela primeira vez em quase dois dias.


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