– Abby! Abby! Abby! – Gritava McGee enquanto entrava no laboratório da cientista. A mesma não ouviu pela altura do som. Então Tim se atreveu a desligar o aparelho.

– McGee você não tem medo não?!

– Desculpa Abbs, mas você não me ouvia.

– Tudo bem Timy, o que precisa?

– Eu preciso de sua ajuda. Esse caso está muito complicado. Esse cara some do nada e não deixa nenhum rastro. Fica impossível acha-lo. E o Gibbs fica cada vez mais bravo e exigente.

– Ai McGee não fica assim. – Abby deixou o computador de lado e abraçou Tim. – Vai ficar tudo bem, você consegue, eu acredito em você.

– Já encontrou Kvale McGee? – perguntou Gibbs em um tom de ironia.

– Não chefe. Vou subir.

Quando McGee saiu Abby pegou o Caf-Pow na mão de Gibbs e o advertiu:

– Não seja tão duro com o McGee. Ele está tentando.

– Me dê boas noticias Abby.

– Bom eu dei uma checada nas câmeras de seguranças dos pontos próximos onde Kvale usou o cartão de crédito. Eu não consigo ver direito, estou tentando melhorar a imagem, mas olha aqui Gibbs – Abby dizia enquanto colocava o vídeo na tela do computador. – parece Kvale. Ele entra nesse apartamento, mas como Tony e Kate estão lá e nem sinal dele não acredito que seja um esconderijo ou algo do tipo. – Gibbs olhou para Abby com uma cara praticamente suplicando por mais. – Gibbs eu acho que ele está brincando com a gente. Quero dizer que devemos estudar ele, sair por ai procurando no nada não ajuda. Devemos sentar e discutir sobre as condições psicológicas de Peter. Podemos achar alguma coisa que ajude, uma dica de onde ele esteja.

– Você tem razão Abbs. Você tem alguma amostra de sangue dele?

– Hum não sei, acho que sim. Espera eu tenho sim.

– Ótimo, faça para mim uma analise completa de doenças ou algo do tipo. – Gibbs deu um beijo em Abby e subiu.

Chegando na sala dos agentes viu o seu pessoal olhando para o computador sem saber o que fazer:

– DiNozzo cheque o celular de Peter, Kate tente se comunicar com a mãe dele na Rússia e McGee cheque os prontuários médicos, tantos os daqui da América quanto os da Rússia.

Gibbs sentou-se em sua mesa e começou a pesquisar sobre a família de Peter.

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Peter estava em um supermercado, precisava comprar comida. Já estava na fila para pagar quando sentiu-se tonto, olhou em seu relógio e viu que já era 20:00. Havia passado a hora de tomar o seu remédio. Peter deixou as coisas que iria comprar jogadas no chão mesmo e correu para seu carro, abriu o porta luvas e pegou três tubinhos, tomou dois comprimidos de cada caixinha (tubo) sentou no banco e esperou a tonteira passar e dirigiu para seu apartamento. Não podia nunca mais se esquecer de tomar o seus remédios, ele não tinha controle de seu corpo sem eles, não iria conseguir concluir seus planos se não se cuidasse. Entrou em seu apartamento, tomou um banho bem rápido, comeu uma fruta, deixou as compras para outro dia. Andou até seu quarto e se jogou na cama. Faltava pouco para colocar seu plano em ação e estava contente com isso.

– Agora eu só preciso dar um jeito nesse Anthony, e então as coisas vão começar a fluir como eu quero. Boa noite Ziva.

Peter fechou seus olhos e dormiu.

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Diferente de Peter que dormia, os agentes do NCIS faziam uma pesquisa incansável, Tony olhou em seu relógio e suspirou quando viu que já eram 21:00, queria ver Ziva, estava com saudades, agora que decidiram tentar uma relação, para ele cinco minutos sem ouvir a voz dela parecia uma hora, foi acordado de seus pensamentos por um grito de Kate:

– Gibbs, tentei falar com a mãe de Kvale. – Gibbs olhou para ela com uma cara que dizia “eu mandei você falar com ela e não tentar”. – Quer dizer eu falei com ela. A mulher se chama Dinah Kvale e está internada em um sanatório em Moscou. Ela disse que Peter sempre foi uma criança agitada, mas que as coisas pioraram com a morte de seu pai. Ela disse que apesar de Peter ter cinco anos na época ele já era bem esperto e entendia dessas coisas de guerras, política, trafico e tudo mais.

– Eu chequei as chamadas do último mês e nada anormal. A não ser pelo fato de ligações bastantes caras para o exterior, puxei o número para que Kvale ligava e é desse sanatório em Moscou. – disse Tony mostrando frustação em seu rosto por não ter conseguido achar alguma coisa a mais.

– Chefe! Você não vai acreditar. Esse Peter Kvale é muito mais maluco do que imaginávamos. – McGee disse atraindo os olhares de todos naquela sala. – Quando ele foi preso aqui em Washington passou por uma avaliação psicológica que constou que ele sofre de no mínimo três doenças mentais graves e pelo o que consta aqui no prontuário médico ele está vivendo a base de remédios. Se não tomar os remédios pode acabar dando algum surto grave.

– Surto grave? Como assim?

– Bom vou ler primeiro as doenças e depois as observações medicas. Primeiro esse maluco sofre de Transtorno de Personalidade Paranóide transtorno da personalidade que é caracterizado por uma sensibilidade excessiva á contrariedades, como a recusa de perdoar os insultos, o caráter desconfiado, tendência a distorcer os fatos interpretando as ações imparciais ou amigáveis dos outros como hostis ou de desprezo, suspeitas injustificadas a respeito da fidelidade do parceiro sexual e um sentimento combativo e obstinado a favor de seus próprios direitos. Depois disse vem Transtorno de Personalidade Borderline

Transtorno de personalidade caracterizado pela tendência nítida em agir de modo imprevisível, sem consideração pelas consequências, com humor imprevisível e caprichoso, tendência a acessos de cólera e uma incapacidade de controlar os comportamentos impulsivos, tendência a adotar um comportamento briguento e a entrar em conflito com os outros principalmente quando os atos impulsivos são contrariados ou censurados. – Todos estavam parados de boca aberta, ele era realmente maluco e perigoso, não havia um único motivo para mantê-lo solto. – E isso não é tudo, se não acreditaram nas outras doenças essa vai ser um choque, Transtorno Explosivo Intermitente

Esta doença é caracterizada pelo constante fracasso em resistir a impulsos agressivos, acarretando em ataques físicos ou destruição de propriedades, sendo que o grau de agressividade expressada durante um episódio é amplamente desproporcional a qualquer provocação ou estressor psicossocial desencadeante. O indivíduo pode descrever os episódios agressivos como "surtos" ou "ataques" nos quais o comportamento explosivo é precedido por um sentimento de tensão ou excitação, seguido imediatamente por uma sensação de alívio. Posteriormente, o indivíduo pode sentir remorso, arrependimento ou embaraço pelo comportamento agressivo. Bom os médicos disseram que mesmo com os remédios Kvale dá uns surtos de leve, mas se ficar sem eles, ele perde totalmente o controle.