Um litro de lágrimas escrita por Rainha de Mirkwood


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic é inspirada um litro de lágrimas ( Ichi Rittoru no namida ) um dorama japonês.

Quem não assistiu o dorama pode acompanhar perfeitamente a fanfic.

Espero que gostem da história.
^.^



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O céu estava escuro, a lua quase não podia ser notada, não mais que um risco que insinuava um sorriso pouco alegre. Mas para Videl, que vendo através da enorme janela a seu lado a lua parecia brincalhona a lhe brindar com um sorriso satisfeito. Num movimento brusco jogou as cobertas para o lado, foram horas tentando pegar no sono, por vezes espiava as anotações, que agora repousavam sobre a cômoda. Naquele dia faria a prova para entrar no Orange Star, como sempre desejou desde o jardim de infância. Foi tão rápida em arrumar a cama que nem notou quando já estava no banheiro.

A água que corria pelo seu corpo parecia inexistir. O que fazer nas próximas horas? Talvez treinar um pouco na academia particular, sem exageros, não podia ficar cansada e prejudicar seu desempenho. Terminou o banho e se arrumou. Desceu as escadas com pressa, parecia ter tanta energia que poderia dar um choque em quem a tocasse naquele momento. Dirigiu-se aos fundos da mansão onde ficavam os equipamentos, em geral treinava na academia Satan, pois poderia competir com quem estivesse por lá e tivesse coragem.

- Por onde devo começar? – suspirou a garota.

O campeão levantou com cuidado, ainda era cedo, cedo demais para que estivesse de pé, agora que o sol começava a pintar o céu com tons alaranjados dispersando aos poucos as mais persistentes estrelas. Sua esposa tinha o sono leve e logo o chamava.

- Já de pé? – estranhou, sempre acordava antes do marido. – Ansioso?

- Um pouco, é importante para nossa menina. – apesar de nem todos saberem, Mr. Satan eram um pai atencioso, que ficara preocupado com falta de apetite de sua filha durante o jantar.

- Nossa filha é aplicada. – disse a mulher confiante, abraçando-o por trás. – Vamos descer logo!

A mesa estava sendo posta quando ambos desceram, os empregados pareceram estranhar, tinham total certeza que não estavam atrasados. Apressaram-se em terminar, sabiam que os patrões eram compreensivos, mesmo assim era bom mostrar eficiência.

Videl continuou a socar o saco de areia, não sabia há quanto tempo estava fazendo aquilo, mas podia notar que tinha desgastado e que ele poderia se romper nos próximos golpes. Talvez estivesse exagerando, só queria extravasar toda a ansiedade que sentia naquele momento, parecia uma tarefa impossível.

- Devia estar dormindo... – a voz preocupada do pai da menina se fez ouvir. – Ou estudando mais um pouco.

- Passei a noite em claro, então decidi que melhor seria treinar.

- Tem certeza que certeza que está bem? – tocou na testa da menina que logo assentiu. Mr. Satan estava pouco convicto no que aquela criança dizia, não importava o quanto dissessem que agora era uma adolescente, só conseguia enxergar uma garotinha inocente e indefesa.

- Videl querida, vamos tomar café? Seus irmãos já desceram. – Sazami falou de modo doce, apesar de não ser a verdadeira mãe de Videl a amava como amava a seus outros filhos, furtos de seu casamento anterior.

- Já estou indo mamãe. – desistiu de socar aquele pobre saco de pancadas. Precisava de outro banho, precisava mesmo.

Na mesa quando ia pegar a jarra que seu irmão, Misaki, lhe passava a deixou cair, tinha certeza que estava firme em sua mão.

- A Videl derrubou! – disse a caçula Rika.

- Não diga isso, hoje não pode falar em derrubar cair... – epa estou falando, tapou a própria boca de modo teatral, o campeão parecia ainda mais expansivo naquele dia que de costume.

Videl terminou sua refeição e subiu apresada, tomou o banho mais rápido de que se recordava. E saiu apressada pela porta. Mas logo ouviu Sazami chamar.

- Está esquecendo o cartão. – disse mostrando o cartão de identificação que permitia o ingresso no exame.

- Ah, obrigada. – disse a menina tomando o cartão consigo e o guardando.

- Olha o que eu tenho, quase esqueci de entregar... – disse agitando os braços, com medo de não alcançar a filha que não tinha saído da calçada. Entregou um talismã a menina.

- Prosperidade?! – disse a jovem sorrindo.

- Mas o que... – o homem tomou da mão da filha. – Pensei ter comprado o da sorte. É tudo a mesma coisa, não é? – entregou novamente a menina, que saiu dali correndo.

Apesar de ter condições de ir de outra forma, preferia ir de ônibus, pois incutia ainda mais a ideia de disciplina e horário fixo. Sentou-se num banco perto da janela, olhando a paisagem de modo preguiçoso. Uma freada brusca do veículo fez a garota acordar, em momento algum tinha notado que caiu no sono. Era a última passageira e estava num lugar desconhecido. Olhou o relógio desesperada e desceu.

- Não vai dar tempo. – murmurou, mas logo saiu correndo na direção que sabia ficar seu destino. O céu não estava limpo como há algumas horas. Chuva naquele momento era a última coisa que desejava.

Gohan estava cansado, não fisicamente, mas mentalmente, lembrava das palavras de sua mãe, aquela era uma instituição respeitável e altamente recomendada. Ainda assim, estava relutante, sem pensar muito olhou seu cartão de identificação, lembrou de seu irmão.

- Pelo visto esse é o fim. – ia rasgar o cartão quando ouviu o barulho alto. As bicicletas todas enfileirada caíram. Uma garota absurdamente estabanada parecia ser a responsável.

- Dói... – reclamou Videl, seu joelho estava machucado. Notou a bagunça que tinha feito seus materiais jogados para todo lado e as bicicletas.

- Seja mais cuidadosa. – disse um tanto irritado por ser interrompido e começou a levantar as bicicletas caídas.

- Desculpe. – levantou, a dor realmente a deixava desconfortável, mancou alguns passos e ergueu algumas bicicletas, o mais rápido que conseguia, ao mesmo tempo que o garoto a ajudava.

Depois de finalmente conseguir arrumar a bagunça, firmando a última bicicleta recolheu suas coisas e começou a caminhas, mas seu ritmo estava severamente comprometido. Gohan notando aquilo respirou fundo e passou a mão nos cabelos.

“Que seja... “ Pensou se rendendo a ideia de que teria de ir ao lugar do exame.

- Ei, aceita carona? – disse subindo na própria bicicleta. A chuva começava a cair um tanto forte e a menina logo subiu na garupa da mesma, talvez chegasse a tempo.

Logo estavam na enfermaria e o machucado de Videl devidamente cuidado. A aflição no olhar da garota era nítida, tinha perdido o horário, mas não podia ficar sem tratar o ferimento.

- Ah, aqui estão vocês. – disse um homem de óculos que entrou sorridente pela porta. – Você garoto é uma bela atitude se atrasar para o exame para ajudar quem necessita. Vocês poderão fazer o exame aqui mesmo, mas terão de terminar no mesmo horário que os outros, para que sejamos justos.

Ambos entregaram o cartão de identificação, mas Son Gohan parecia contrariado com aquilo. Videl notou o nome do mesmo, guardaria o nome de quem tanto lhe ajudou. Tinha que agradecê-lo de forma adequada.

O dia de conferir o resultado tinha chegado e Videl e Erasa conferiam no mural se tinham conseguido. A jovem loira vibrou ao encontrar seu nome, assim como Videl, poderiam continuar no mesmo colégio e isso fazia ambas ainda mais alegres pela conquista.

Na casa de Gohan o telefone tocou e ChiChi recebeu a feliz notícia de que seu filho tinha pegado a primeiro colocação no exame, mas não tinha ido conferir o resultado. Levou um lanche reforçado ao quarto do garoto.

- Estou tão orgulhosa, você se esforçou e conseguiu. – deixou o lanche ali.

- Sim... – disse em tom pouco empolgado, jamais contrariaria sua mãe dizendo sua verdadeira vontade.

Videl e sua família celebraram aquela vitória, sim todos estavam felizes pela conquista da garota. Mesmo a academia Satan tinha fechado, não que fosse necessário, mas grudar uma aviso em letras garrafais que estavam comemorando uma vitória era metade do sucesso.

O primeiro dia de aula finalmente tinha chegado, mesmo sem ter grande vontade Son Gohan se dirigiu ao colégio. Estava atrasado, sabia disso. Na sala Videl estava sentada ao lado de Erasa e ouviu o nome do garoto que a tinha ajudado antes, sorriu, teria chance de agradecê-lo antes do que imaginava.

- Son Gohan! – chamou o professor uma terceira vez, mas ninguém respondeu. – Faltou no primeiro dia? – o homem parecia desapontado.

A porta se abriu e por ela se pode ver o garoto.

- Desculpe, é que tive que ajudar uma colegial ferida no caminho. – contou a mentira, ele não estava mentindo de todo, ele ajudara uma colegial ferida, mas não nesse dia.

- Tudo bem. – disse o professor dando presença ao garoto.

- Gohan, é verdade? – perguntou Misaki, sentado atrás dele.

- Mentira. – disse baixinho.

Os olhos da menina estavam fixos nele, ele tinha vindo, sentia-se aliviada. Dado o fim da aula na saída, se desprendeu de Erasa e foi falar com Gohan.

- Obrigada por aquele dia. – fez uma reverência profunda.

- Do que está falando? – olhou para ela como se não entendesse.

- Conhece ela? – Misaki perguntou.

- Não.

Sem entender Videl se distanciou, se ele queria ignorá-la por ela tudo bem.

No dia seguinte, o café foi agitado, sua irmã menor contava animada sobre o recital que teria no fim do bimestre que já estava ensaiando. Terminou a refeição e quando ia sair sua mãe lhe entregou o almoço a vendo se afastar e cair daí alguns poucos passos.

- Ai... – choramingou, aquilo tinha machucado muito, seu queixo sangrava bastante.

- Videl? – a madrasta apressou correndo até a menina. – Céus. Tenho que te levar ao hospital.

- Eu estou bem. – disse a menina, mas sabia que não estava tão bem quanto gostaria, provavelmente precisaria levar alguns pontos.

- Vou levá-la. – notou que o pai da menina agora a via machucada e parecia desesperado. – Vou levá-la, você fica. – apesar de amoroso Satan apenas atrapalharia e coloria a filha nervosa.

Não tardou e chegaram no hospital, o ferimento foi cuidado e Videl soube que não haveria cicatrizes.

- Vamos fazer alguns exames. – disse a mãe da menina. – Só para ter certeza.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui. Se der comente.



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