It's You escrita por Malina


Capítulo 49
Like it used to be.


Notas iniciais do capítulo

OLÁ MINHAS JÓIAS ♥



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   Um crime novo, vítima nova. Na cena do crime eu observava atentamente à todos os detalhes da vítima, Jane estava de pé em minha frente analisando o local. Eu prestava atenção em todos os mínimos detalhes, me distraindo de olhar para a morena em minha frente. Toda aquela sensação de frio na barriga voltou, eu e Jane não tivemos um fim apropriado, o relacionamento que tínhamos nunca teve realmente um fim, mas acabou mesmo assim, sem eu ter dado uma chance. Me culpo mesmo sabendo que era preciso fazer o que fiz, mas agora era a minha chance de ao menos recuperar sua amizade, porque agora ela pertencia a outra.

— Doutora Isles? - Jane me chama a atenção, não parece ter sido a primeira vez.
— Perdão, o que disse?
— A hora da morte. Pode indicar?
— Uh... - perco o raciocínio quando nossos olhares se encontram - Certo... Isso. Er, - limpo a garganta tentando encontrar as palavras - dado à rigidez do corpo, eu diria entre que esta pessoa está morta há mais ou menos... Sete à doze horas.
— Certo... Tem algo mais preciso?
— Não até que eu faça a autópsia.

Sorri abertamente ao dizer isso, era como nos "velhos tempos", como se nada tivesse mudado, mas tudo mudou. Só eu sei o quanto doeu ver Jane trocando olhares carinhosos com aquela outra mulher, só eu sei o quanto quis sair correndo ao ver elas trocando um beijo, um beijo rápido, mas aquele beijo era meu, ele me pertencia e o queria de volta.

   Ao dar meio dia eu desci para a lanchonete à procura de algo para cessar minha fome, encontrei Jane e Angela conversando em cochichos, a morena parecia estar estressada com algo, ambas gesticulavam bastante. Sentei-me no único lugar vazio que havia, e sem querer acabei ouvindo um pedaço da conversa delas.
— Ma esqueça! Eu não vou e ponto final!
— Você vai nem que eu tenha que te arrastar.
— Eu prometi pra Cassie que passaria hoje à noite com ela.
— Traga ela com você então.
— Ma... Pensa bem na situação.
— Maura não vai se importar, Janie.
— Você não pode falar por ela. Não vai ser fácil nem pra mim, nem pra Maur e nem pra Cassie. Muito menos justo.

Assim que me toquei que eu estava envolvida no assunto, tentei o máximo cessar minha curiosidade e focar em outra coisa, mas eu parecia não ter controle do meu cérebro no momento.
— eu vou gritar seu segundo nome aos sete ventos se você não for.
— Você não seria capaz.
— Me teste.

   A conversa acabou com Angela convencendo Jane a fazer seja lá o que for. Continuo sentada paciente, disfarçando o olhar de quem havia espionado a conversa. Angela se aproximou de mim com aquele seu gigante sorriso caloroso.
— O que vai querer querida?
— O de sempre - sorrio, mas logo ele morre.
Ela parecia se esforçar para lembrar o que "o de sempre" significava.
— Salada de couve? - ela me dá um sorriso amarelo esperançosa de que acertara.
— Isso mesmo.  
Agora meu dia estava completo, todos haviam se esquecido mesmo que só um pouco de mim.
Almocei com calma e quando me preparava para descer ao necrotério, Angela me chama.
— Querida, me desculpe por mais cedo, eu realmente...
— Não tem problemas Angela, eu entendo completamente. Não precisa se preocupar.
— Mesmo assim... Hoje à noite e eu lhe preparo aqueles cannolis que você ama.
— Não é necessário, sério, não tem que se preocupar, está tudo certo.
— Eu vou continuar insistindo até você aceitar. E nós moramos no mesmo terreno, farei a janta querendo ou não - ela disse teimosa e insistente.
— Tudo bem - sorrio alegre. Senti saudades da implicância da minha quase-mãe.

                Desci para o necrotério me preparando para fazer as notas sobre a autópsia e o que descobri.
Sentei em minha mesa completamente organizada e liguei o gravador. No mesmo momento eu o desliguei, alguém batia na porta.
— Entre.
— Hey... - Jane abriu a porta e colocou apenas a cabeça para dentro da sala - Posso entrar?
— Claro que pode - sinto meu coração acelerar por um instante.
— Obrigada - ela entrou, mas ficou parada em frente à porta - O que descobriu?
— A vítima...
— Amanda Colle - Jane me interrompeu corrigindo.
— A vítima Amanda Colle. Não houve estupro, encontrei sêmen, mas nenhum sinal de violência. O material debaixo das unhas está sendo examinado... Não encontrei nada no exame toxicológico...
— Estranho... O rosto dela apareceu no sistema, ela foi pega diversas vezes comprando e vendendo drogas.
— Então não usa há um bom tempo.
— A última vez que ela foi vista foi em uma casa de crack semana passada.
— Essa incógnita fica pra vocês desvendarem.
— Mais alguma coisa?
— Sim. Apesar de não ter encontrado rastros de violência sexual, encontrei vários machucados por todo o corpo. Encontrei também marcas em seu pescoço, marcas de dedos.
— Ela foi estrangulada?
— Sim.
— Okay, obrigada... - ela se virou e tocou na maçaneta, porém não abriu a porta - Por quanto tempo você vai ficar? - ela pergunta sem virar.
— Pra sempre. Eu não vou embora, só vou se for com você junto.
— Maur...
— Eu sei, você tem a Collins, eu entendo... Me desculpe, eu não deveria ter dito nada.
— Eu senti sua falta.
— Eu senti a sua.
Após alguns segundos em silêncio ela saiu da sala. E eu voltei à fazer meu trabalho.
*****

(POV Jane)

Após o trabalho eu volto para o meu apartamento, no caminho para casa penso na reviravolta que havia acontecido, me concentro no trânsito e então me lembro da festa de boas-vindas que Ma estava preparando para Maura, tudo que eu queria era voltar pra casa, tomar uma cerveja e dormir assistindo à algum filme ruim. E com isso me lembro que Cassie estava lá em casa, eu teria que levar ela para essa celebração que quero tanto ir, isso será difícil pra caramba. Minha ex-quase-namorada, minha atual namorada e eu no mesmo lugar, acredito que elas sejam civilizadas o suficiente. 

Estacionei o carro e subi as escadas do prédio. A casa estava escura, acendo as luzes da sala. Ela deve ter ficado atolada de serviços e não pôde vir. Penso e torço para que seja verdade, assim não terei que levá-la e causar constrangimento. 

Ai ai... Como eu estava errada, mas acho que gostei de estar errada.


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Notas finais do capítulo

Eta, o que será que aconteceu?



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