It's You escrita por Malina


Capítulo 30
The worst is yeat to come.


Notas iniciais do capítulo

Pelo titulo vocês já podem ver que vou fazer uma leve treta não é? Mas é leve, é light, é de luz, é de boa. Espero que gostem, boa leitura :*



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                Jane não demorou pra acordar no dia seguinte, e acordara feliz na expectativa de ver Maura novamente, sua Maura. Suas bochechas doíam por causa do sorriso enorme que não saia de seus lábios. A detetive então, depois de se arrumar e fazer sua higiene matinal, foi direto para a BPD, apressou-se para a lanchonete e deu um beijo em sua mãe, perguntando:

— Maura já chegou?

— Vocês fizeram as pazes? – os olhos da mais velha brilharam com a ideia.

— Sim mãe, você saberia disso se voltasse para a sua casa.

— Eu estive... ocupada – corou.

— Não preciso saber com o que, ou com quem. Mas enfim, Maura já chegou?

— Sim, está no escritório dela, eu acho.

Sem responder, Jane deu as costas e correu para o elevador. Vendo que o mesmo demoraria para parar em seu andar, a detetive decidiu usar as escadas. Correndo ela subiu os degraus de dois em dois, até chegar ao quarto andar. O pensamento de ver Maura novamente a deixava com borboletas no estomago, limpou a garganta, e continuou andando pelo corredor, sentindo as borboletas voarem descontroladamente pelo seu estomago. Abriu a porta do escritório de Maura, e lá estava ela, atrás de sua mesa, algo no computador lhe roubava a atenção. Sem querer desviar a atenção da loira, Jane virou-se para sair, mas foi o suficiente para Maura notar sua presença.

— Jane! – Maura chamou sorrindo – Eu estava te esperando.

— Estava? Eu vim aqui pra saber se você já tomou café...

— Não tomei, queria tomar com você, então esperei.

— Então vamos – Jane dobrou o braço para que Maura entrelaçasse o seu ao dela.

Assim a legista fez, e caminharam juntas até a lanchonete. Ver as duas tão próximas não era novidade para ninguém do precinto, todos sabiam da amizade forte que as duas levavam, alguns ameaçavam pensar que havia algo a mais, mas nada que fora comprovado, apenas duas amigas que se amavam muito e tinham bastante carinho uma pela outra. Na época em que estavam afastadas os detetives arriscaram fazer uma aposta pra ver quem acertava o motivo da separação repentina das duas, mas como ninguém sabia o verdadeiro motivo ninguém ganhou.   

Ao chegarem na lanchonete, Jane e Maura sentaram na mesa habitual que sempre sentavam, e na posição de sempre, uma em frente a outra, como nos velhos tempos.

— O que vão querer queridas? – Perguntou Angela feliz em ver as duas juntas.

— Café. – Jane disse somente, mas ao ver o olhar reprovador de Maura, disse – ...E panquecas.

A legista sorriu vitoriosa, e pediu o que sempre pedia, seu café refinado, juntamente com as panquecas irresistíveis de Angela. Não demorou muito para que seus pedidos chegassem, comeram sem pressa, quase não conversavam, mas os olhares e sorrisos trocados eram constantes. Tudo parecia como um sonho tornando realidade, mas claro, um sonho que era compartilhado apenas entre as duas, ninguém sabia do novo passo que deram no relacionamento delas, mas não tinham muita pressa em contar para ninguém, afinal, fazia apenas um dia que decidiram tomar esse novo caminho.

Frost e Korsak entraram na lanchonete discutindo sobre o vício de Korsak por animais, quando pararam abruptamente vendo a doutora e a detetive juntas na mesma mesa, trocaram olhares confusos e andaram até as mulheres.

— Hey doc, resolveu ficar? – Korsak perguntou tocando o ombro de Maura.

Ela se assustou com a companhia súbita, mas logo tratou de responder, com um sorriso largo no rosto.

— Bom... eu não podia me afastar de vocês nem se eu quisesse.

— Fico muito feliz de te ter de volta Maura – Frost disse abrindo os braços para um abraço, que ela aceitou prontamente.

— Ficamos! – corrigiu o mais velho, também dando um abraço na doutora.

— Bom, eu tenho que conversar com Cavanaugh, vejo vocês depois – Maura disse acenando um tchau.

Quando a legista se afastou, Korsak saiu também, mas esse para pegar algo para comer, Frost aproveitou o momento e sentou-se junto a Jane. O moreno ficou encarando-a até ela falar algo, mas nada saía de sua boca, a não ser um sorriso bobo, que logo tratou de desfazer quando viu o olhar malicioso de Frost,

— O que foi? – Ela perguntou.

— Só estou esperando você me contar o que fez a doutora Isles mudar de ideia.

— Não comece.

— Uopa, não estou começando nada, vocês sumiram da festa, não atenderam nenhum telefonema, e depois de tempos sem falar uma com a outra, vocês aparecem juntas com um sorriso bobo... Só acho que aí tem coisa, e que se você quiser conversar sobre isso, eu estou aqui.

— Eu sei que estás, e eu agradeço muito, mas agora não é o momento. E mais – tomou um gole de seu café – Nós não nos odiávamos, apenas estávamos distantes devido alguns erros que cometemos, mas agora estamos bem.

— E aquela moça? – ele cruzou os braços.

— Que moça? – Jane perguntou confusa.

— A moça que você passou a noite. Lembra? – eles agora sussurravam

— Ah sim... Cloe, o que tem ela?

— Vocês ainda tem contato? Porque se ela for boa, você podia me passar o número dela né? – riram.

— Não, foi uma coisa de uma noite, não tinha nada, e mesmo que tivesse não importaria.

— Porque você está apaixonada pela Maura e estão juntas.

— Sim. Quer dizer, não.

Ela apoiou o rosto nas mãos, frustrada, Frost ria com o quão fácil foi tirar informações da amiga. Ele passou a mão no ombro dela, uma forma de dizer que estava tudo bem, mas logo ele tirou o braço, se assustando pelo grito estridente de Angela, que viera furiosa em direção a Jane.

— Jane Clementine Rizzoli! – Angela esbravejou, pegando a morena pelo braço, e a arrastando para a cozinha vazia – Precisamos ter uma conversa bem séria!

— Ma, esse lugar tem cheiro de fritura!

— Você, fique quieta! Que história absurda é essa de você prender o seu pai?!

Jane a olhou sem reação, tentava pensar em algo, mas nada vinha em sua cabeça, suspirou tentando se acalmar, e fazendo o possível pra tentar acalmar a mais velha.

— Okay ma, senta por favor

A mais velha sentou na cadeira simples que havia atrás de si, e observou Jane passar as mãos no cabelo e andar de um lado pro outro, nervosamente.

— Primeiro, eu não o prendi, ele só vai passar umas noites atrás das grades, provavelmente ele estará solto amanhã.

— Mas por que raios você fez isso?

Jane suspirou tentando arranjar um jeito de explicar a sua mãe, sem contar sobre o relacionamento que estava começando com Maura.

— Eu não sei se a senhora está preparada pra ouvir, ou se eu estou preparada pra contar, mas vamos só dizer que ele fez uma coisa horrível, inadmissível.

Já calma, Angela se aproximou da sua filha, vendo as lágrimas formarem em seus olhos, o peito estufado contendo-se para não deixar uma única lágrima escorrer, sem pressa, a mais velha caminhou até sua filha juntando suas mãos, Angela tentou abraça-la, mas a mesma recuou, sabendo que e fosse abraçada não conseguiria segurar o choro.

— Você pode me contar quando conseguir, filha, mas não pode esconder de mim, sabes disso não é?

— Eu sei ma, mas agora realmente não é a hora, nem o lugar.

— Tudo bem...

Angela ia continuar, mas o celular de Jane interrompeu a conversa.

— Rizzoli – atendeu forçando sua voz grave. – estou a caminho – desligou – Ma, eu preciso ir, conversamos depois.

Depositou um beijo na testa da mais velha, e saiu da cozinha, passando pela lanchonete recebendo alguns olhares curiosos, sua mãe chamara muita atenção das pessoas dali quando lhe arrastou para longe. Entrou em seu carro, e dirigiu até o lugar, não havia transito, então chegou lá mais rápido que imaginou, na viagem sempre lembrando do encontro que teve com Maura, da noite que tiveram, mas que optaram por esquecer, do primeiro beijo, da sorte que tinha por estar com uma mulher tão incrível quanto Maura, Jane sentia-se tão sortuda que não poderia jamais colocar em palavras, o sentimento que tinha quando estava perto da legista, ela não trocaria por nada, as borboletas no estomago, o coração acelerado, as mãos suadas e a o desejo incessável que tinha pelos lábios carnudos de Maura, poder beijá-los era como um privilégio, e jamais se cansaria disso, jamais abriria mão. Na cena do crime, Jane andou diretamente até Frost por mais informações. O local do crime era em um beco atrás de um bar LGBT.

— O que temos? – ela perguntou.

— Vítima mulher, deixaram a bolsa com os documentos e dinheiro então o motivo não foi roubo, na identidade... – ele pega o documento mostrando para a detetive – seu nome é Grace Brooks, 25 anos.

— Okay, obrigada Frost. Já foi dar uma olhada na vítima?

— Yup, esfaqueada... muitas, muitas vezes. – Frost diz simulando golpes, enquanto Jane colocava a proteção especial.

— Certo – Jane riu com a encenação – Eu vou dar uma olhada no corpo, boa sorte aqui.

Ela deu um tapa de motivação no ombro do amigo e se dirigiu para a parte de trás do bar, um beco escuro e frio, a vítima jazia deitada no chão com dezenas de marcas de facas por todo o corpo. Maura estava ajoelhada ao lado do corpo examinando as feridas, enquanto alguns peritos tiravam fotos, e colhiam amostras de sangue. Detetives rondavam o local, anotando o que podiam, e observando meticulosamente o local, a procura de algo fora do normal.

— Esfaqueada? – Jane perguntou para Maura, que levou um leve susto.

— Eu examinei precisamente os ferimentos, e posso confirmar que sim, ela foi esfaqueada.

— Maur, não precisa ser um gênio pra confirmar isso.

— Sou meticulosa.

— O que mais descobriu até agora?

— Pela temperatura do fígado, ela está morta entre 4 e 6 horas atrás.

Jane olhou seu relógio de pulso, eram exatamente 8:45 da manhã. Observou o trabalho delicado da loira, a mesma mandando os peritos de levarem o corpo para o necrotério. A loira deu um sorriso para a detetive, que correspondeu, e então Maura saiu da cena do crime, indo junto com a vítima, para o necrotério. Ainda na cena, Jane olhava o local tentando estudar o que acontecera ali, entrou no bar, e sentou-se no banco do balcão, tentando imaginar uma cena completa do local, música alta, muita aglomeração, pessoas dançando, cantando, gritando, flertando, conversando em voz alta, e uma jovem sendo assassinada nos fundos. Deu a volta no balcão, ficando no lugar do bartender, abriu todos os armários e gavetas que ali tinha, encontrou apenas uma gaveta que continha alguns talheres. Viu uma garçonete passar por ali, e perguntou.

— Onde estão as facas?

A mulher parou abruptamente, olhou para Jane, os olhos inchados.

— O-os detetives le-levaram pra descobrir qual foi usada n-na... Gr-Grace – a mulher gaguejava com a voz embargada.

— Okay, obrigada. Você era amiga da vítima?

— Ela é... era minha melhor amiga – a garçonete de cabelos negros, tentava não chorar, mas não conseguia segurar – me desculpe, com licença – ela correu para o outro lado do bar, provavelmente o banheiro.

Jane chamou o dono do bar para conversar, nenhum dos outros detetives conseguira falar com ele, que se recusava a falar algo, parecia incrivelmente raivoso.

— A vítima, Grace Brooks, ela trabalhava nesse estabelecimento?

— Não, mas era uma cliente regular, toda noite sentava naquele banco reclamando do dia – ele apontou para o banco no balcão.

— Senhor... – Jane procurou na blusa do moço algum crachá, mas não achou.

— Tatcher.

— Senhor Tatcher, o senhor parece um tanto quanto irritado.

— Claro que estou irritado, essa menina é morta no meu bar! Nunca mais haverão fregueses como antes!

Jane não perguntou mais nada, mas alertou que talvez o chamassem para um interrogatório, saiu do local, e quando estava na porta do carro, retirou toda a proteção especial, e entrou no veículo, indo direto para a BPD. O dia estava apenas começando, e Jane não tinha um bom pressentimento.


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Notas finais do capítulo

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