It's You escrita por Malina


Capítulo 27
Goodbye


Notas iniciais do capítulo

Capitulo comprido? Com certeza.
Tem aquele "cade a merda do próximo capítulo?" no final? Absolutamente sim.
Vou demorar pra postar o outro só pra torturar vocês? Talvez... Mentira, não vou... eu acho.

Boa leitura :* hehe



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/614574/chapter/27

Depois do almoço de Maura e Angela, Maura passou o resto do dia empacotando algumas de suas coisas, mas foi um processo lento afinal, toda vez que a loira botava a mão em algo uma memória vinha, o que fez seu dia ser tomado por lembranças de Jane, dos Rizzoli, da BPD, de sua vida em Boston, e tudo isso a deixou ainda mais abalada com o fato de que iria para longe de todos que amava, e tentava por todo custo tentar se convencer de que estava fazendo o certo e que seria apenas umas férias, logo voltaria para sua vida que tanto ama.

No dia seguinte Maura acordou cedo, e alegre, pôs um vestido na altura dos joelhos e saiu para ajudar Angela com a limpeza da casa, a mais velha sempre protestando, mas Maura queria fazer algo, queria ser prestativa depois de tanto tempo fazendo nada. Elas passaram um tempo conversando e assistindo à filmes, pois não queria sair para compras, ela queria ficar sossegada com sua família, tendo um momento que com certeza guardaria na memória para sempre. Eram 14:00hr quando Angela entregou para Maura a bacia de pipoca que comiam enquanto assistiam à Friends – uma série que Angela indicara para a loira – e alegou ter que ir ao mercado comprar alguns produtos para a casa, perguntou se Maura gostaria de ir, mas a mesma disse que não, precisava passar na BPD para pegar suas coisas.

Assim que a mais velha saiu, Maura terminou de assistir ao filme sozinha enquanto comia a pipoca que havia feito minutos antes, assim que tudo havia acabado, Maura limpou a louça que sujou e arrumou as coisas que desarrumou, deu uma última analisada na casa antes de pegar as chaves do carro. O caminho tinha sido tranquilo, mas ao chegar no local que costumava trabalhar, seu coração apertou e seus lábios tremeram por um segundo quando lembrou-se de tudo que já passou ali junto com sua família de detetives e legistas.

Todos que passavam por Maura a abraçavam ou apenas cumprimentavam por não serem tão íntimos, ela não deixou de cumprimentar ninguém, passou em todas as salas possíveis antes de ir para o necrotério onde várias caixas a esperavam. Frost desceu junto com a doutora mesmo que ela tivesse dito que não era necessário, mas ele desceu e a ajudou a empacotar suas coisas, e o escritório de Maura era cheio de suas coisas, cada pedacinho daquele lugar continha uma esquisitice da legista, pelo menos era assim que Jane falava, mas falava como se fosse algo bom, nunca ofendendo a loira.

Maura e Frost empacotavam sem pressa enquanto relembravam das histórias cômicas que já passaram naquela sala e no necrotério, Maura podia notar que o moreno estava diferente, que ele parecia estar escondendo algo sempre que ela perguntava por Jane, a loira foi treinada para fazer leitura corporal, e com certeza Frost estava escondendo algo e mentindo quando dizia que não sabia onde a detetive se encontrava. Eram 16hrs quando eles conseguiram empacotar tudo, e levou mais 30 minutos para que alguns detetives levassem as caixas pesadas para o porta-malas do carro.

– Ei Maura, seis horas apareça lá no Dirty, o pessoal do departamento vai pra lá pra passar o tempo, você podia aparecer.

– Claro, eu vou adorar passar esse último dia com vocês. – ela disse abraçando Frost.

Entrou no carro e se pôs no caminho para casa. Será que Jane aparecerá no Dirty hoje? Eu poderia conversar com ela... Mas a Jane é orgulhosa, ela não vai querer conversar comigo, muito menos... Não sei, nem sei mais se vou ou se fico, tudo está tão confuso, e eu sei que se eu ficar posso trazer problemas para Jane e para os Rizzoli, e se eu for, bem, se eu for eu vou começar do zero, mas vou me distanciar das pessoas importantes. Eu simplesmente não sei.

*****

Jane estava no Dirty Robber arrumando a faixa de “Sentiremos sua falta Maura”, a faixa que todos assinaram seus nomes para que Maura levasse como uma “lembrança” dos amigos que tinha, da vida que tinha. A detetive se encontrava encima de uma escada levantando e abaixando a faixa, seguindo as orientações do irmão para que tudo ficasse reto. Seus braços estavam doloridos de ficar com eles levantados por muito tempo, suas pernas formigavam, e ela estava prestes a tacar a faixa em Frankie.

– Abaixa só mais um pouquinho! – ele disse, e observou quando a irmã fez – não, foi de mais, levanta.

– Frankie, quer saber? O que vale é a intenção – Jane disse nervosa, pendurando a faixa do jeito dela.

Ela desceu da escada e se pôs ao lado de Frankie para ter uma vista melhor de como ficou.

– É... talvez se você levantasse um pouco mais...

– Frankie? Vai se ferrar – ela deu as costas, o irmão riu.

– Jane, não fale assim com seu irmão – Angela repreendeu. Jane fez uma careta.

– Ma, você deveria estar em casa, ou Maura vai suspeitar – Frankie disse levantando as mãos.

– Eu só quero ter certeza de que está tudo pronto.

– A festa começa daqui a alguns minutos, Korsak está afinando os instrumentos, Boucher finalmente apareceu com as bebidas, Frost estava com a Maura arrumando as coisas, e Jane... Jane está dando apoio moral.

– E as comidas?

– Já está preparada.

– Okay, então eu vou checar Maura.

Angela deixou os mais novos cuidarem dos preparativos, o lugar estava repleto de balões, faixas, e vários tipos de enfeites comprados por Frankie.

Ao chegar em casa Angela se deparou com uma Maura cabisbaixa no sofá, correu seus olhos pela casa, e então correu em direção à loira, se ajoelhou de frente a mulher.

– Maura? O que houve querida?

Depois de inspirar e expirar profundamente, a legista respondeu.

– Eu limpei meu escritório hoje, e tudo se tornou verdade, eu estou indo embora Angela – uma lágrima solitária escorreu pelas suas bochechas.

– Ta tudo bem Maura, você indo não vai nos perder, nós vamos continuar aqui por você, e eu sei que você vai voltar.

– Mas e se quando eu voltar vocês não me quiserem mais? E se eu perder minha família?

– Você não vai. Não tem como não querer você, querida, você é única e nós te amamos.

– Okay – ela limpou as lágrimas – eu tenho que me arrumar, Frost me convidou para ir no Dirty.

– Muito bem, se divirta Maura – Angela sorriu, feliz pela mulher.

– Você não vem?

– Não fui convidada.

– Acabou de ser, você vem comigo.

– Mas... – ela ia tentar ir contra, mas viu o olhar insistente de Maura – Okay.

Porém, mesmo se Maura não a tivesse convidado ela iria, mas a loira não podia suspeitar de nada, e Angela quando queria poderia ser uma ótima atriz. Maura subiu as escadas rapidamente e tomou um banho rápido, colocou um vestido vermelho justo que ia até seu joelho, calçou um de seus saltos preferidos, maquiou-se, e quando se viu satisfeita com o resultado desceu as escadas. Sentou no sofá à espera de Angela que ainda se arrumava.

Correu os olhos na sala e viu um quadro perto da TV, a moldura segurava uma foto de família, nela estava Maura, Jane, Angela, Frankie e Tommy, ela lembrava de quando tirou a foto, era uma noite de natal, ela não ia participar da foto, estaria atrás da câmera para tirar a foto e não estranhou, mas os Rizzoli acharam isso ridículo e a puxaram para a foto junto com eles. Maura sorriu com a lembrança, e olhou para trás quando ouviu a porta da cozinha sendo aberta, Angela apareceu em um vestido preto casual, saltos combinando.

– Vamos? – a mais velha disse.

– Sim.

Elas entraram no carro e Maura foi dirigindo até o Dirty Robber, as duas conversavam sobre como Maura planejava seu dia de amanhã enquanto Queen tocava no rádio. O transito estava tranquilo, não havia muito movimento nas ruas. Ao estacionar o carro, Maura estranhou o lugar parecer escuro demais.

– Acho que está fechado, Angela.

– O que? Não, não pode ser, eles só fecham cedo no domingo.

– Mas está tudo escuro.

– Pode ser iluminação nova. Vamos lá ver.

Maura não estranhou somente as luzes apagadas, mas também o silencio que tinha lá dentro, ela viu Angela abrir a porta e as duas entraram juntas. Quando a legista entrou, as luzes se acenderam de repente e vários conhecidos da BPD pularam de esconderijos gritando “surpresa”, Maura se assustou com a surpresa, mas não podia parar de sorrir pelo gesto carinhoso deles. Todos foram até ela para lhe dar um abraço apertado e então a música começou a tocar. Maura se virou para Angela que sorria.

– Você sabia disso? – a loira perguntou.

– Talvez – ela fez uma expressão inocente.

– Obrigada.

Elas se abraçaram. Angela olhou ao redor estranhando não ter visto sua filha no monte de abraços que acontecera alguns minutos antes. Ela foi até seu filho, Frankie que estava pegando uma cerveja para si.

– Onde está Jane?

– Jane? Ela estava aqui, deve ter ido no banheiro ou se enturmar. Por que?

– Eu não a achei, mas vou dar mais uma procurada.

Frankie assentiu, e Angela saiu para procurar a filha. Boucher estava conversando com Frost sobre o porquê de ele ter sumido, os dois conversavam alegremente, mas Frost de repente parou de falar, ele olhava para trás de Boucher, algo chamou sua atenção, Sam se virou para ver o que prendia o olhar do amigo, mas não viu nada. Frost começou a andar para fora do bar, curioso Sam o seguiu, assim que a porta fechou atrás dele ele viu que Frost tinha ido atrás de Jane, ela estava sentada no meio fio, Frost sentou ao seu lado, mas Boucher observava de longe.

– O que aconteceu? – Frost perguntou pondo a mão nas costas da amiga.

– Maura aconteceu.

– Vocês ainda não estão de bem?

– Não sei... é que eu já tinha entendido que ela não me queria, eu dormi com outra mulher pra tentar esquece-la e funcionou por um tempo, mas daí eu a vi entrando no bar hoje e, e tudo voltou como um trem pra cima de mim – ela viro o rosto para o amigo, seus olhos marejados de lagrimas – Eu não consegui esquecer, e acho que nunca vou conseguir.

Frost passou o braço pelas costas de Jane, e ela deixou sua cabeça apoiar em seu ombro.

– Vai ficar tudo bem, eu sei que vai.

– Eu não vou conseguir fazer meu discurso.

– Não faz mal, eu faço.

– Faria isso por mim?

– Pra isso que servem os melhores amigos.

– Obrigada Frost.

Boucher apareceu por trás dos dois sentindo uma forte dor no peito, e ele sabia o que era.

– Frost? – Sam chamou.

O moreno se assustou com a presença do amigo, ele não sabia que Sam estava ali.

– Sim? – ele disse olhando pra cima, Jane desencostou de seu ombro e olhou para Sam também.

– Eu precisava falar com a Jane... Em particular. Se importa?

Frost olhou para a amiga esperando seu consentimento, ela acenou com a cabeça, então ele se levantou e voltou para o bar.

– Jane, eu preciso te confessar algo.

*****

Todos prestavam atenção nas palavras de Frost, Maura estava no fim da multidão sentada em um banco de bar, ela ria e se emocionava com o que o amigo dizia, como todos ali. Jane estava sentada em uma mesa, conseguia observar Maura dali, e não conseguia tirar seus olhos da legista. E a mesma sentia o olhar da morena sobre ela.

Frost desceu do palco dando lugar para Korsak e sua banda. Frost foi até a mesa onde Jane estava e deu um gole na cerveja que lhe esperava ali.

– E ai? O que achou do meu discurso? – ele perguntou, mas Jane pareceu não escutar. – Jane?

– Oi? – ela disse como se acordasse de um transe.

– O que deu em você?

– Nada, apenas... nada.

– O que Boucher te disse?

Ela o olhou pensando no que falar.

– Ele disse que era apaixonado por mim.

Frost quase cuspiu a bebida que tinha acabado de pôr na boca. Ele tossiu e perguntou com a voz falhada, rindo levemente:

– O que?

– Estranho né? – ela bebeu sua cerveja.

– Mais que estranho... Ei, eu vou pegar mais uma cerveja ali, quer alguma coisa?

– Não, to de boa. Mas não vou reclamar se você trouxer amendoim.

Ele sorriu e saiu da mesa indo em direção ao bar. Jane novamente olhou para Maura, e não pode evitar suspirar, e dessa vez a loira olhou de volta, elas se encaravam e pareciam não conseguir desviar o olhar por nada. Jane não ouvia nada, não via nada além de Maura, era como se tudo estivesse escuro e um holofote focasse na legista que estava perfeitamente linda, e a música que Korsak cantava começou a surgir, dando ao momento quase que uma cena de filme.

The other night dear, as I lay sleeping

I dreamed I held you in my arms

But when I awoke, dear, I was mistaken

So I bowed my head and I cried

Na outra noite, querida, enquanto dormia

Sonhei que te segurava nos braços

Mas quando acordei, querida, eu estava errado

Então abaixei minha cabeça e chorei

Jane então pareceu acordar e Maura observou Jane correr para fora do bar.

*****

Eram quase nove horas quando Maura decidiu ir para casa, dizendo que tinha que descansar para pegar seu voo cedo no outro dia. Se despediu de todos com lágrimas nos olhos, ficaria um bom tempo sem vê-los novamente, toda a despedida final durou no mínimo uns vinte minutos. Ela saiu do bar, entrando no seu carro e indo para sua casa, mas o transito agora estava caótico, havia muita fila e demorou quase uma hora pra chegar em casa. Ao chegar lá, ela tirou os saltos, dessa vez com delicadeza, estava voltando a ser ela mesma aos poucos. Subiu as escadas e pôs os saltos em sua caixa, ela ia ir tomar um banho, mas decidiu descer e tomar um pouco de água antes. Maura estava triste por não ter conversado com Jane na festa, a morena nem ao menos se despediu, e isso a deixava cabisbaixa. Sentou na poltrona da sala, se deliciando da pura água que adorava. Colocou o copo na pia, ia seguir para seu quarto, mas parou no primeiro degrau quando ouviu a campainha tocar, suspirou imaginando que fosse Angela, talvez ela tivesse esquecido as chaves. Caminhou sem pressa para a porta, e a abriu.

– É você – Maura disse perdendo o ar – O que faz aqui?

– Me despedindo – Jane disse dando um passo à frente.

Ela agarrou a nuca da loira e lhe roubou um beijo demorado e fogoso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Opa kirida, quem deixou "suspense"? Eu! yaay hehe
O que acharam?