It's You escrita por Malina


Capítulo 20
Some news


Notas iniciais do capítulo

Preparados para descobrir quem é o homem misterioso com quem Maura conversa?
Preparados para a treta?
Preparados para uma Shondaland versão Caroland? - hue



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A volta inesperada de Jane surpreendeu a todos do precinto. No momento que a morena passou pela porta todos os policiais foram cumprimenta-la, sua mãe quando a viu enlouqueceu, correu na direção de Jane e a abraçou de um jeito que parecia que ela queria transformar as duas em um só corpo.

– Mãe... Eu to sem ar... – Ela disse com a voz sufocada

– Meu deus, você está bem? Me assustou! Nunca mais faça isso mocinha! Está me ouvindo?

– Ah claro, porque foi eu quem pedi pra ser sequestrada.

– Jane! – Korsak gritou indo para um abraço caloroso.

Esse era um dia em que a detetive não recusaria abraço algum. Logo Frost e Boucher chegaram e ficaram chocados ao ver Jane entre eles. Ambos foram abraça-la e checar se estava tudo bem, e logo depois os dois arrastaram Maura para uma conversa particular longe da multidão.

– Você tem algo a nos explicar Maura – Disse Frost com o celular da loira em mãos.

– Eu sei, me desculpe, mas eu tive que fazer isso sozinha.

– Ta tudo bem, mas você poderia ter se machucado – Boucher falou.

– Mas não me machuquei, ninguém se machucou.

– Mesmo assim. Mas agora, conte o que aconteceu.

– Er... eu... ele disse onde Jane estava e... e fugiu.

– Maura, você é uma ótima pessoa, mas uma péssima mentirosa.

– Okay! Pode ser que eu tenha mencionado Paddy Doyle.

– O que?! – disse Sam surpreso.

– Eu disse pra ele que... que se ele não soltasse a Jane eu apelaria para Paddy

– Wow... Você ta aprendendo – Frost disse rindo.

– Mas você poderia ter avisado, eu fiquei plantado lá te esperando, pensei que tinha acontecido algo. Tive que recorrer ao Frost.

– Ele me ligou quando viu que você estava demorando demais, então eu rastreei seu celular, mas todos sabemos onde isso nos levou.

– Me desculpem, eu só queria pôr um fim nisso tudo.

– Mas e Tyler? O que aconteceu?

– Fugiu

– Fugiu? Como?

– Fugindo.

– Maura.

– Olha rapazes, me desculpem, mas eu não estou dispostas pra mais nenhuma pergunta, pode devolver meu celular?

– Todo seu. – Frost entregou o aparelho para Maura.

– Obrigada. Se precisarem de mim estarei no meu escritório.

Cabisbaixa Maura se dirigiu ao elevador, observava o sorriso de Jane, toda a felicidade estampada em seu rosto, ela estava linda, as portas iam se fechando e ela simplesmente não conseguia tirar os olhos daquela mulher. Então ela tomou uma decisão, ela desistiria de tudo se fosse preciso, a legista só queria poder ficar com Jane, mas então lembrou da conversa com o homem, haveriam consequências se ela ficasse com Jane, e essas consequências não cairiam para ela, mas sim para Jane, e Maura não poderia deixar isso acontecer.

Quando as portas do elevador se abriram, ela correu para seu escritório, e quando estava lá ela fechou as cortinas, precisava de um tempo sozinha com seus pensamentos.

Já que não posso tê-la sem prejudica-la, eu vou tê-la e me prejudicar, afinal eu já tomei um tiro por ela e faria muito mais. Farei muito mais.

Ela pegou o celular e discou o número que há dias não usava.

Alô? – a voz soou calma e confidente.

– Mamãe?

*****

Jane estava na lanchonete se empanturrando de sanduiches e sucos, tudo parecia perfeito, ou quase. A única coisa que faltava era Maura ali com ela aproveitando o dia.

– Como você está mana? – Perguntou Frankie sentando junto a Jane.

– Melhor, e você? Como aguentou viver sem mim?

– Não foram nem três dias. E estou bem, obrigada.

– Frankie, posso te fazer um pergunta?

– Manda.

– Como Maura esteve?

– Quando você estava ? – Ela acenou que sim – Ela estava focada em te recuperar, muito focada. Maura não vive sem você Jane, ela te ama não conseguiria viver sem a melhor amiga dela.

Ela sorriu em resposta, mas por dentro ela caçoava de si mesma pelo “melhor amiga” que Frankie disse. No fundo elas eram apenas isso, ambas queriam mais que isso, mas um alguém as impedia, Jane apenas não sabia. Eles gastaram alguns minutos jogando conversa fora, mas aos poucos o assunto foi morrendo, a detetive estava entediada, queria sair de lá e ir à procura de Maura, e como se tivesse lido seus pensamentos Frankie disse:

– Porque você não vai conversar com Maura? Não as vi juntas desde que chegaram.

– Onde ela está?

– No necrotério, ou no escritório.

– Imaginei. Obrigada Francis.

– Não me chame assim – Ele disse em alto tom vendo Jane afastar-se da mesa onde estavam.

Ela entrou no elevador que parecia demorar demais, se ocupava puxando e soltando um cacho que estava caído em seu rosto, vendo-o subir e descer como uma pequena mola. Ela saiu do transe quando ouviu o barulho do elevador avisando que chegara ao andar desejado.

Correu pelos corredores a procura de Maura mas ela não estava ao redor. Entrou no necrotério, mas o mesmo estava vazio, tentou o escritório da médica, e a única pessoa que encontrou ali fora Susie.

– Detetive Rizzoli – Disse como um cumprimento.

– Susie, você viu Maura?

– A doutora Isles foi chamada pelo Tenente, acredito que ela esteja na sala dele.

– Okay, obrigada Susie.

– Por nada detetive.

Jane voltou ao corredor e se dirigiu para as escadas, pulando de dois em dois degraus ela subiu até a sala dos detetives, onde todos estavam reunidos. Cavanaugh chamava atenção de todos e Maura estava ao seu lado olhando para todos com um ar de seriedade, mas podia ser visto o nervosismo nos olhos da doutora.

– Detetive Rizzoli, por favor junte-se a nós, preciso fazer um comunicado.

A mulher apenas acenou com a cabeça e se juntou ao monte de policiais.

– Bom, como todos puderam perceber o caso do Mascarado vem desgastando muito todos nós, e como se não bastasse agora temos Tyler para encontrar, como todos devem saber Tyler é irmão das vítimas Payton e Gabe Branst, ele sequestrou uma de nossas melhores detetives Jane Rizzoli, mas graças a Deus a Dra. Isles conseguiu trazê-la de volta para nós – Ele se manteve em silencio quando todos ali batiam palmas pelo ato de Maura, que agradeceu com um sorriso e um manear de cabeça. – Eu não quero apressar vocês, mas serei obrigado, caso contrário o FBI vai aparecer e roubar nosso caso. Mas antes que voltem ao trabalho a Dra. Isles tem algo a falar.

– Obrigada Tenente – ela disse pisando mais a frente – Bem... Eu só gostaria de agradecer a todos por tudo o que fizeram, por todo o trabalho que tiveram em encontrar a mim e a Jane, não querendo falar por ela, mas já falando, nós agradecemos muito. E sinto dizer a vocês que em breve eu já não farei mais parte desse departamento.

Todos ali faziam muitas perguntas ao mesmo tempo, um som desagradável nos ouvidos de qualquer um, menos nos de Jane que já não ouvia mais nada, parecia que o mundo havia parado após ouvir a notícia de Maura.

– Por favor, silencio! – Gritou Cavanaugh – Voltem ao trabalho!

O tumulto de pessoas que ocupava o local agora haviam se separado cada um indo para seu canto, cochichando baixinho sobre suas opiniões sobre Maura. Jane estava paralisada, não conseguia fazer nada, um aperto no peito fez ela acordar de seu transe e perceber que estava trancando a respiração, tentou soltar mas não conseguia, era como se estivesse se afogando internamente. Maura percebeu que havia algo estranho, e viu a morena ficar vermelha, correu em sua direção com a intenção de ajudar.

– Jane! Jane, você está bem? Consegue falar?

Ela não respondeu com palavras, em vez disso chacoalhou a cabaça.

– Olhe pra mim Jane, eu estou aqui, consegue tossir? – De novo ela fez que não com a cabeça – Tente por favor, tente por mim.

Após algum esforço ela conseguiu, e no mesmo momento o ar voltou a lhe encher os pulmões, conseguiu voltar a respirar.

– Você... Você vai pra qual departamento?

– NYPD.

– Nova York? – exclamou chocada e assustada.

– Sim, minha mãe conseguiu um lugar pra mim, serei legista chefe de lá.

– Fico... Fico muito feliz por você.

– Você está chorando?

– Chorando? Não. – disse virando o rosto.

– Me perdoe, mas do jeito que estamos...

– Poderíamos dar um jeito, tentar concertar.

– Mas não iria dar certo. Você sabe.

– Pelo menos estaríamos juntas.

– Jane...

– Você um dia me disse “Como viverei sem minha melhor amiga?” Eu desisti de ir por você, por mim, por nós duas.

– Mas nós chegamos em um ponto em que viver sem é possível.

A detetive não se deu o trabalho de responder, deu as costas e saiu, Maura correu atrás de Jane e parou a mesma segurando no pulso. Elas não disseram nada uma apenas olhou nos olhos da outra, ambas vendo o tamanho da dor que existia em seus olhares.

– Eu não queria ir.

– Mas você vai.

– Não tenho outra escolha Jane, não posso viver assim

– Assim como?

– Com você ao meu lado disposta ficar comigo, e todos os dias morrendo um pouco por não poder te beijar.

– Foi você quem pediu por isso Maura! Você quem me rejeitou! Você quem escolheu não ser feliz!

Lágrimas saiam descontroladamente dos olhos de ambas as mulheres.

– Eu sinto muito por tudo isso. Eu só queria fazer a coisa certa.

– Você sempre quer só fazer a coisa certa. As vezes temos que parar de fazer as coisas certas pra parar de nos privar da felicidade.

~filosofei~

– Jane, por favor entenda... – Se fosse minha decisão eu e você já estaríamos praticamente casadas, pensou – É o melhor a se fazer

– Melhor pra quem?

– Pra nós.

– Não Maura, é o melhor pra você.

– Você não sabe o que é melhor Jane.

– Eu sei.

– Então me deixe ir.

Com lágrimas nos olhos Maura deu as costas já se arrependendo do que dissera. Jane estava e mantendo forte, não estava mais chorando, mas em suas bochechas estavam as provas de que derramara lágrimas. Passou a mão no rosto tirando o molhado, e se jogou em sua cadeira com as mãos no rosto.

– Quer conversar?

Rapidamente ela retirou as mãos do rosto e olhou para o moreno que a observava.

– Quanto você ouviu? – Perguntou com medo da resposta

– Tudo, e se quiser conversar, se precisar de alguém pra te ouvir eu estou aqui.

*****

Enquanto Jane conversava com Frost, Maura estava no Dirty Robber bebendo sua segunda cerveja e pensando no que iria fazer em relação a sua amizade com Jane.

– Posso me sentar aqui? – Perguntou o homem já se sentando

Maura olhou para o homem que sentara em sua frente e assustou-se.

– O que faz aqui?

– Precisava conversar com você.

– Já conversamos.

– Calminha, só vim te parabenizar.

– Parabenizar?

– Pela oferta. Nova York, certo?

– Como soube disso?

O homem nada disse, apenas bebeu sua cerveja com um sorriso no rosto.

– Foi... foi você? – Ela olhou espantada – Você quem conseguiu o emprego pra mim?

– Você é boa, Nova York tem sorte.

– Isso tudo pra me ver longe de Jane?

– Digamos que sim. Ela não sabe de nada né?

– Não, ela não sabe.

– Ótimo.

– Mas porque está falando comigo agora? Sempre que nos encontramos é em um beco, um lugar vazio e escuro.

– Fiquei com cede – disse levantando a cerveja – E bom trabalho com a conversa que teve com ela hoje.

– Como soube disso? Não faz nem uma hora.

– Tenho informantes.

– Quem?

– Acho que minha cede passou. Foi bom reencontrar.

O homem se levantou e sorriu para Maura deixando uma nota na mesa. Pelo menos ele pagou pela cerveja, ela pensou observando o homem sair do bar. Continuou bebendo sua cerveja quando foi surpreendida mais uma vez, mas dessa vez fora Tommy quem sentara na mesa.

– Hey Maura.

– Oi Tommy, tudo bem?

– Tudo ótimo sim, e você? Como ta?

– Bem. Não tinha te visto.

– Eu tava lá na última mesa.

– Ah sim – Maura ficou girando sua garrafa na mesa pela falta de assunto.

Depois de alguns minutos de silencio.

– Sem querer me intrometer nem nada, mas posso te fazer uma pergunta?

– Claro.

– Por que estava conversando com meu pai?


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?