O Melhor de Mim escrita por Neko


Capítulo 5
Deviamos viver


Notas iniciais do capítulo

Gente,estou sem internet em casa então vai ficar difícil pra postar a fic. Não quer dizer que abandonei , só vai demorar um pouco mais kk



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Todos já estavam na sua formação com dois lugares vagos que seriam para as duas atrasadas. Erwin lançou um olhar de reprovação quando elas chegaram.

Os novatos estavam se apresentando já, um deles Ian Ral, deu um aceno exagerado pra Petra, que retribuiu de leve sorrindo. Quando todos saíram da formação ele correu até ela pegando-a pela cintura e girando.

–Eu disse que viria não? – quando ele a pos no chão ela que teve de se segurar nos seus braços já que seu equilíbrio não estava bom.

–Tem certeza que foi a melhor coisa a fazer?

Petra, sabia que Ian era muito medroso quando criança. E ele nunca vira um titã, ela nem conseguia imaginar como ele reagiria.

–É claro que sim! Posso proteger você.

–Acho que vai ser ao contrário. – ela riu de leve

–Oe , não seja tão convencida.

Erwin surgiu atrás deles cumprimentando o rapaz. Levi e Gunter conversavam próximo dele.

–Você é o irmão da Petra soldado? – estendeu a mão.

–Primo. – ele coçou a cabeça e apertou a mão dele. Na mesma hora Petra disse “Irmão” cruzando os braços. – Primo, e de consideração, né?

–É meu irmão capitão. – Petra interviu

–Irmãos não se casam Petra.

Uma pontada de culpa a atingiu na espinha e duas de ciúme pegaram Erwin e Levi de leve. Gunter estava realmente sem entender nada. Os quatro estavam olhando pra ela, rugas se formavam na testa de Levi enquanto ela o encarava.

–De-de novo isso! – ela gaguejou se afastando

–Bem... – Erwin começou – Vamos...Vamos começar o treinamento dele. Petra será que pode arrumar mais um colchão no dormitório sim?

–Sim, senhor. – ela disse rude saindo, sem olhar pra Levi de novo.

Ela foi até o depósito e eles para as florestas. Os colchões estavam dentro de um saco plástico todo empoeirado, então ela amarrou uma pano no rosto cobrindo o nariz e desempacotou o colchão levando para o dormitório. Realmente, Petra agora sabia porque Levi brigara tanto por ter um quarto só seu. Havia roupas jogadas por cima das camas, algumas delas nem tinham sido arrumadas. Se Erwin passasse ali, daria uma bela bronca neles. Ela respirou fundo e voltou ao deposito pegando um balde,vassoura e rodo. Encheu o balde com água e desinfetante e foi limpar o quarto. Arrumou todas as camas, dobrando as roupas e deixando em cima delas; o colchão na cama vaga,e começou a limpar o chão. Uma mancha se recusava a sair, ela se agachou tirando a jaqueta da tropa e esfregando. Atrás dela alguns passos surgiram.

–Irmão... – era a voz de Levi.

Ele estava de braços cruzados em pé com uma expressão séria, mas mudou assim que viu o jeito dela agachada. Levantou uma das sobrancelhas, e deu um leve sorriso no canto da boca. Petra olhou a posição que estava e tratou de sair dela com vergonha, se virando para olhá-lo.

–Nossas mães são primas de segundo grau talvez, ou terceiro, e eram amigas de infância,cresceram juntas e moravam uma do lado da outra até hoje. Nós brincávamos juntos.

–Brincavam... – ele resmungou

–Sim, Cabo,você nunca brincou de nada? Corrida, esconde-esconde, casinha,papai e mamãe...

–Papai e mamãe... – ele interrompeu de novo, e ela não conseguiu não dar risada

–Nossas mães queriam que nos casássemos, ele apóia, eu não. Pra mim, ele é um irmão. Porque quer saber? – provocou

–Nada. – ele saiu do dormitório.

Petra riu de novo e voltou a tentar tirar a mancha. Agora estava praticamente apoiada nos cotovelos lutando contra mancha. “Não é possível que Cabo Levi esteja com ciúmes...” ela riu de novo. Depois passos passaram pelo corredor de novo, e algo a puxou pela parte da nuca do cabelo. Ela virou a cabeça pra cima com um leve arrepio, Levi a olhava os olhos semicerrados, ela sentiu o rosto se enrubescer. Ele deu um leve sorriso e saiu de novo.

–Erwin pediu pra quando acabar ir ver o treino do garoto.

Dessa vez ela não riu, ou voltou a tirar a mancha. Se levantou guardando o balde e a vassoura. Assim que fechou a porta do depósito foi andando pelo corredor até o pátio. O corredor parecia estar maior... Alguns estavam na porta, outros mais ao longe, Ian estava com Gunter fazendo algum reparo no DMT dele. Tudo ficou turvo por um tempo, e ela parou de andar. A cabeça começou a voltar a doer, e tudo ficou preto, depois turvo, subindo e descendo. A última coisa que ela viu foi Erwin vir correndo tomá-la nos braços.

Abriu os olhos.

Estava deitada nas pernas de alguém.

Outro individuo falava para deixá-la no lugar.

A voz de seu primo a chamava quando Levi o repreendeu.

–Chamar não vai fazê-la acordar mais rápido.

Voltou a consciência logo. Tudo ficou claro, e ela pode ver os rostos a sua volta. Levi estava com umas das mãos apoiadas no seu joelho, Ian em pé na sua frente, um cara que ela não tinha visto na a tropa parado do seu lado esquerdo. Só depois percebeu que estava deitada em Erwin. Se levantou se sentando,apoiando a testa na mão.

–Tudo bem? – ele perguntou

–Sabia que era melhor você ter ficado deitada. – a voz de Hanji vinha de detrás de Erwin.

–Estou bem... – ela começou a se levantar sozinha, então ele colocou os braços ao redor dela caso ela caísse de novo – Só não devia ter corrido...

–Nem limpado, nem levantado, nem ter saído da cama... – Hanji começou a repreender

–Estou bem. – ela falou de novo dessa vez olhando pra Levi. Ele assentiu e saiu para o pátio.

Todos foram saindo de volta para os treinos.

Petra olhou fundo para o cara que ela não conhecera, e outro veio andando atrás dele conversando com Auruo, ela também não o conhecia. O primeiro era loiro, o cabelo dividido no meio,e tinha bigode.

–Está bem garota?

–Sim...

–Ah claro! – Erwin disse como se esquecesse de algo – Petra este é Mike, ele já está faz tempo, é que estava de férias,se assim posso dizer. – o loiro estendeu a mão pra ela que o cumprimentou.

–Ouvi falarem de você. – ele piscou.

–Ah, e esse – Erwin puxou outro loiro pelo braço que sorriu – É o Eld. – ela também o cumprimentou.

–Seu primeiro dia – perguntou a Petra

–Não...

–Pena, queria vê-la em ação,Erwin falou de você pra nós.

Ela realmente estava vermelha e parecia que Erwin também.

–Eu... eu posso mostrar algo depois.

–Claro! Seria ótimo.

Petra sorriu sem graça e girou os calcanhares para direção do pátio.

Três dias depois todos saíram numa expedição, essa duraria quase um mês inteiro. Ocorrera tudo bem, até os primeiros quinze dias,depois ocorreram várias baixas entre os soldados. Eles ficaram o resto do mês sem comer, apenas com água até que Erwin resolvera voltar. Na volta todos foram ao cemitério,homenagear os soldados que morreram tanto nessa como nas outras expedições. Levi estava parado ao lado de dois túmulo,com flores em cada um deles. Petra não reconhecera os nomes,quando perguntou,ele apenas sorriu de leve pro lado e saiu de costas.

–Um dia, eu falo.

Era por volta das oito da noite quando finalmente todos já haviam acabado sua parte. Os únicos ainda acordados iam dar seus relatórios e dormir. Infelizmente, para Petra hoje acabara o castigo de limpar o quarto de Levi. Ela até que estava gostando de ter um motivo pra vê-lo todo dia. E para Levi, infelizmente ele não ia mais cuidar dos cavalos, ficava feliz de estar se dando bem com eles...mesmo depois do ocorrido. Ambos já partiam para os seus quartos quando Erwin perguntou se eles já haviam cumprido as tarefas do castigo.

–Ainda não é meia noite sabia?

–Eu...esqueci... – Levi falou pra si mesmo

–Olha...pra quem nunca esquece de limpar nada... Vai. – Erwin zombou e outros soldados riram também.

Petra fez uma careta e prometera limpar depois que tomasse banho, estava com sangue em cada fio de cabelo. Levi foi direto para o estábulo acompanhado de Gunter que se voluntariou ajudar.

Sozinhos, os dois tiraram a camisa, as botas e dobraram a barra das calças enquanto limpavam o estábulo. Gunter e Levi, haviam virados amigos desde que há alguns anos atrás tiveram uma briga feia por causa da sujeira do dormitório. Mas depois de Levi salvar sua vida, eles decidiram se “aturar” e não brigar mais, o que acabou resultando numa amizade.

Levi sempre fora quieto. E Gunter havia se acostumado com isso, mas hoje ele estava estranho. Vez ou outra, ele escuta Levi derrubando os baldes e chutando-os com raiva. E...bem,esquecer de limpar algo,não.Esse não era o Cabo Levi.

–Tudo bem?

–Sim. – Levi disse seco enquanto outras duas vassouras caíam. Gunter sabia que tinha algo errado.

–Tudo bem se não quiser contar mas...

–Eu não tenho nada pra contar.

–Tá. Corrigindo, tudo bem que não tiver nada pra contar mas você está estranho. Mulher? – Gunter brincou, mas acabou descobrindo a verdade quando Levi deixou cair os fenos – Jura mesmo?! E você não ia me contar!

–Não tem mu-

–Teeeeem! Anda, qual é Levi! Você nunca foi de esconder isso, principalmente porque eu tirava uma com a sua cara em relação a mulheres...

–Você ainda tira, Gunter.

–Ela da onde? – Levi começou a coçar a cabeça – Shiganshina?Trost!Aposto que é Trost...

–Me deixa Gunter.

–Trost,eu sabia, é de lá que vem as loiras... Ela é um soldado? – Levi rosnou olhando feio pra Gunter – Ah pra você não querer contar ela. – então ele parou de falar. O seu silêncio fez Levi fechar as sobrancelhas – Não...Não! Tá de brincadeira, ela é daqui!

–Para se supor as coisas não é nada disso.

–Para você de esconder de mim as coisas. Só vai sair desse estábulo quando conversarmos.

–Não tenho nada...

Gunter começou a molhar toda a parte que Levi limpara. Seu sangue ferveu enquanto ele esfregava a vassoura suja no limpo.

–Vai limpar o triplo,se não- Levi acertou a vassoura na sua cabeça

–Para já! – respirou fundo – Você é chato.

–Vamos Levi, de homem pra homem,esqueça soldados,titãs,regras, anda.

Talvez ele pudesse falar. Ele sinceramente estava esquecendo a Petra se não fosse pelo ocorrido dessa manhã...

“Ele acordara cedo perdera totalmente o sono. Na cozinha vinha um cheiro de café delicioso. Com certeza não era Auruo que preparara. Ele entrou de fininho e viu Petra debruçada sobre o balcão tomando café enquanto outro fervia no fogão.

–Já tão cedo. – ele afirmou

–Não suporto café do Auruo. – ela sorriu pegando uma caneca e enchendo pra ele.

Levi sentou-se de frente pra ela no balcão e bebeu de leve um pouco. Era divino. Forte na medida certa, não tão doce, de leve amargo e tinha um cheiro delicioso.

–Realmente... – ele sorriu, então ela tomou como um elogio.

–Também gosta de café?

–Aprendi a gostar... preciso deles pra ler os relatórios de madrugada.

Eles ficaram um pouco em silêncio, frente a frente tomando o café. Petra o olhou por cima da caneca, mas foi pega porque ele a olhava com umas das sobrancelhas levantadas também bebendo café. Ela se inclinou pra frente e quando a xícara saiu dos lábios dele, ela lhe deu um beijo. Mas ele não retribuiu. Quando ela se sentou de novo, a porta da cozinha se abriu num salto, Hanji entrava feliz da vida se espreguiçando e dando ‘bom dia’

–Você não devia ter feito isso... – ele sussurrou e se levantou saindo.

–É,bem. – ele afastou as memórias - Ela é daqui sim, mas não é nada. Antes que você me dê um sermão.

–Não é nada, e deixa você assim. Imagine se fosse...

–É a Petra... – os olhos de Gunter se arregalaram. Levi contou o mais resumido o que havia acontecido com eles desde que ela chegara. Gunter se impressionava cada vez que Levi terminava uma frase. – Fala alguma coisa. – Levi pediu

–Não acredito que vivi o bastante pra ver você apaixonado...

–Não é...

–Não negue! – ele interrompeu – Está na sua cara! Como eu não percebi antes... – então Gunter encheu um balde de água gelada e jogou em si mesmo. Levi não entendeu o porque mas deu de ombros – É só pra acordar,fiquei meio surpreso. – Minutos depois o estábulo estava totalmente limpo, e os cavalos alimentados. Então Gunter perguntou o que Levi não tinha coragem pra se perguntar – O que você vai fazer?

–Nada...

–Como nada? Ela deve sentir algo por você Levi.

–Não depois do que eu fiz hoje... – ele se lembrou da hora do café - É por isso que eu não vou fazer nada...

–Mas-

–Como você imagina que eu vou ficar?- Levi o cortou - Namorando ela escondido?Acha que eu não pensei nisso?Acha que eu tenho...cabeça pra isso!Acha que nós vamos simplesmente comprar uma casa em Sina, casar, ter filhos e ninguém vai saber que ela é da mesma tropa que eu?

–Acho que você deve viver Levi. - então ele se calou – Qual é! Olhe pra nós. Olhe pra droga desse mundo que a gente ta vivendo! Vai passar o resto dos seus dias caçando titãs, acompanhado por relatórios de madrugada? Você devia se divertir enquanto pode. Esqueça os outros, ou qualquer regra idiota.

–Não é assim simples...

–Eu não estou pedindo pra você casar com ela, ou algo do tipo. Eu só não quero que um dia, um de vocês volte de uma expedição arrependido porque o outro morreu e você não pode dizer o que sentia...

–Isso não vai...

–Vai acontecer Levi!Vai sim! E você vai se arrepender e sofrer porque vai colocar na sua cabeça que não conseguiu protegê-la o suficiente ,igual você pensou que não tinha protegido a Iza-

–Não fala dela! – Levi exaltou a voz. Gunter então parou de falar e se sentou no chão.

–Eu falei demais...

–Sabia que você não segue seus próprios conselhos Gunter? Eu devia viver? Você também devia. - agora a voz de Levi saia alta e com raiva - Você por acaso falou com a Hanji alguma vez na vida?!

–Deixa ela fora...

–Não!Você começou isso! Desde o dia que você pisou aqui, você gosta da Hanji, e você pensa o que? Que isso foi ontem?Faz anos Gunter! Anos de mais de cinqüenta expedições que a louca da Hanji coloca a vida em risco tentando pegar aqueles malditos e você chora de noite porque acho que daquela vez ela ia morrer porque chegou perto demais. Quem é que deve se divertir primeiro aqui?

–Vá se ferrar...

Levi parou de falar. Encheu um balde com água e jogou em si mesmo,depois outro jogou em Gunter.

–Eu vou...vou dormir.

Depois de fechar o estábulo eles voltaram em silêncio cada um pro seu quarto sem trocar mais nenhuma palavra.

Levi tomou um banho quente e foi pro quarto. Estava todo arrumado... Petra havia trocado os lençóis e dobrado as roupas que tinham chegado da lavanderia. Ele bufou se lembrando de tudo que conversara com Gunter. Apagou uma das velas do quarto deixando apenas uma acesa próximo da cama. Sentou-se com as pernas pro lado de fora da janela de moletom com apenas o manto limpo das tropas pra não esfriar as costas.

Do outro lado do quartel. Petra saia do dormitório enrolado no manto da tropa de regata e shorts. Esperava que ninguém a visse. Foi até a cozinha e fez um pouco de café o mais quente e amargo que pudesse.

“Você não devia ter feito isso...”

Com certeza... Ela era uma tonta. Hanji tinha razão, eu devia esquecer. Devia ser como Erwin. E como Levi deve estar fazendo também.

Ela abriu a porta do quartel e começou a andar perdida nos pensamentos. Uma lágrima tímida caiu na borda de fora da xícara, ela já dera a volta no quartel. Estava perto do estábulo os cavalos encostados na cerca dormiam profundamente, ela arriscou acariciar um deles que bufou em resposta. Deixou todas as lágrimas que guardava saírem.

Depois de quase acabar a volta no quartel, ela viu Levi sentado na cerca os braços apoiados no joelho, olhando a lua. Ela estava próxima demais pra voltar todo o quartel. E mesmo que tentasse agora ele já tinha visto ela.

–O que faz aqui? – perguntou

–Sem sono. –

Os dois voltaram no silêncio. Então ela bebeu um pouco da xícara, e estendeu pra ele.

–Está...meio amargo... mas – Levi tomou um grande gole, realmente estava amargo

–Não importa... Achei que você preferia suave.

–Não quando estou – ela ia responder automaticamente, mas parou, Levi parecia esperar a resposta,mas ela não veio. Alguns pingos grossos de chuva começaram a cair – Vou entrar. Boa noi –

–Petra... – ele pulou da cerca a segurando percebeu que ela tremia de frio - Hoje de manhã...

–Não... eu fui imprudente. Não vai se repetir. –

Ele queria explicar que ficara surpreso. Levi tinha essa mania de responder sem pensar de vez em quando. Ele refletira sobre o que Gunter falara, ele queria se desculpar,dizer que ficara surpreso... Dizer o quanto queria ficar com ela, mesmo que não devesse.

Ela tentou passar por ele, mas ele a segurou de novo uma mão na caneca e outra na nuca puxando e beijando-a. Os pingos começaram a ficar mais fortes. Ela o empurrou de leve se separando sem querer retribuir o beijo

–Não devia ter feito isso... - a voz dela era de choro, os olhos deles se arregalaram. “Não deve ser o certo. Eu estou a fazendo sofrer” pensou

– Nós estamos perto demais do dormitório... – ele colocou o polegar numa das lagrimas dela. – Você... – ela soluçou contra a própria vontade- Você me confunde...

–Vem cá.

Ele a arrastou pela mão até a janela, e a pegou como se fosse colocar no colo e a sentou no beiral da janela, empurrando as pernas pra dentro,escutando o barulho do corpo dela cair na cama.

– O que – ela perguntou quando ele entrou fechando a janela e sentando-se nos travesseiros. Ela estava deitada então se sentou na frente dele abraçando mais o manto. o quarto de Levi era pequeno, extremamente bem arrumado e organizado. -Eu não devia estar aqui. –

–Porque eu te confundo? – ele ignorou

–Eu não sei o que você quer... – ela estava de cabeça baixa – Não sei o que quer de mim... – seus dentes bateram de frio. Ele se levantou da cama e pegou um coberto na gaveta jogando por cima dela gentilmente. Tinha o cheiro dele, ela fungou discretamente.

Levi ainda continuava em silêncio. Olhando fixamente pras mãos dela agarradas ao cobertor.

–Eu sei o que eu quero... – disse por fim. Ela apertou mais o cobertor – Eu sei que eu não quero ter medo de tentar alguma coisa com você. – ela sentiu ele se aproximar - Eu sei o que eu quero agora... – ela o olhou surpresa, ele estava próximo demais para o joelho dele tocar no dela – O que você quer?

Ela ainda estava surpresa e tinha dúvidas do que ele estava falando. Ela mal sabia o que responder quando as mãos dele puxaram sua nuca mais pra perto beijando calmamente nos lábios e depois soltou, os rostos ainda próximos. E quando ele falou as bocas se tocavam de tão próximo.

– O que você quer agora Petra?

–Ficar com você.

Ela jura ter o visto sorrir quando eles voltaram a se beijar. Dessa vez ambos retribuíram os beijos apaixonados um do outro. Ele a puxou para o seu colo desamarrando os cordões do manto dela, e depois ela desamarrou os dele afagando o tórax e passando os lábios nos seus ombros sentindo a mão dele subir e tirar devagar a blusa dela. A boca dele desceu pelo queixo, até a curva do pescoço e a clavícula. Voltando tudo de novo... ele a virou deitando-a de costas na cama. Os lábios dela suspiraram quentes na sua orelha, e ele sorriu descendo as mãos tirando o shorts dela até os pés. Depois beijando da barriga até o meio dos seios e de novo na boca. Já não precisavam do cobertor pra se esquentar.

Petra estava deitada no peito de Levi, os olhos meio fechados enquanto ele fazia carinho nos cabelos dela. O manto das tropas de explorações cobria o corpo dela sob o dele. Chegava ser engraçado. O peito dele subia e descia respirando ritmado, mas ofegante assim como o coração batia rápido. Ela virou a cabeça para olhá-lo. Ele estava de olhos fechados, com um meio sorriso no rosto. Parecia estar dormindo. Ela se esticou e deu um beijo leve no canto da sua boca. Ele abriu os olhos enrolando as mãos em volta dela num abraço apertado.

–Achei que estivesse dormindo.

–Não vou dormir tão cedo hoje... – ele foi ansioso beijar os lábios dela enquanto ela ria de leve se arrumando no colo dele.

Petra acordou com um barulho de algo caindo. Estava deitada de bruços coberta com dois tipos de coisas diferentes, mas não conseguia identificar. Ela estava tão quente ali que não queria sair dali pra nada. Mas sabia que precisava saber que horas eram. Ela tateou a cama,estava vazia. Se apoio nos cotovelos vendo mechas do cabelo dela caírem na frente do rosto, devia estar um caos. Alguém sentou nas suas coxas tirando o lençol dela que resmungou. Levi começou dando beijos na sua lombar subindo até a nuca, puxando de leve os cabelos dela. Depois se deitou do seu lado. Ele sorria de um jeito que Petra fez questão de gravar todos os tracinhos do seu rosto. Nunca se sabe quando ele iria sorrir daquele jeito de novo. Ele estava sem camisa, de calça e de botas já. Afinal que horas eram? Ela não se importou se arrastou até ele passando as pernas por cima dele.

–Ei ... – ele riu dela beijando seu tórax ate o pescoço – Petra...

–Hm...?

–Não está cansada?

–Nem um pouco...

Ele riu um tanto alto pegando seu rosto nas mãos.

–Acho que temos que começar a pensar num jeito de você sair... infelizmente.

–Que horas são? Posso sair sem que ninguém tenha acordado ainda.

Levi se levantou indo abrir a porta. O relógio ficava no corredor... e ele marcava quatro horas. Gunter e alguns dos meninos já estavam sentados no banquinho esperando a água dos chuveiros esquentarem pra entrar no banheiro coletivo. Levi fechou a porta rápido assim que viu Erwin aparecer no corredor. Como assim já eram 4 horas!

–Você tem que sair daqui... – ele falou baixinho – São 4 horas...

Petra se sentou os olhos arregalados.

–Como...como eu vou ...

Levi começou a correr pelo quarto procurando as roupas dela, foi pegando o que achava e jogando pra ela enquanto ela vestia o mais rápido que podia debaixo do lençol. Alguém bateu na porta.

–Levi? Está acordado já não é? – Mike chamava

–É... Oi. – ele disse fazendo sinal pra Petra não falar. – Só um minuto.

Ele entrou debaixo do lençol enquanto ela vestia a regata.

–Saia pela janela.

–Como! Já devem estar lá fora

–Não, não eles acabaram de acordar. Hanji ajuda você aposto. – ele a beijou na testa de despedida

Então ela saiu do cobertor, amarrando o manto de qualquer jeito no pescoço.

–Erwin pediu pra você ir até a porta do pátio.

–Claro. – Levi dizia enquanto Petra saia pela janela.

Ela bateu as costas na grama, tratando de ficar longo em pé. Ninguém estava do lado fora , mas ela escutava a porta do pátio abrir. Logo ele iria encher.

Correu o máximo que podia agachada pra ninguém do dormitório a ver. Assim que deu a volta, viu a janela do quarto feminino.

Hanji acabara de acordar depois de uma longa noite no laboratório.

As outras garotas já estavam prontas e de saída.

Algum barulho na janela a fez levantar. Quando abriu Petra estava desesperada tentando subir.

– O que você –

–Me ajuda Hanji!!! Erwin está vindo. – ela pulava tentando alcançar o parapeito da janela.

Hanji a puxou pra dentro do quarto as duas caindo no chão, uma por cima da outra. Petra percebeu que deixara o manto cair em algum lugar, sentia que nada cobria suas costas.

–Cade? Cade – se perguntava enquanto Hanji se levantava do chão soltando alguns sermões. Ela olhou pra fora e o manto estava jogado próximo a janela. Ela se curvou para fora tentando alcançar, mas estava longe demais. Hanji a tirou da janela e se esticou para fora.

–Segura os meus pés qualquer coisa.

Então ela se curvou pra fora e pegou manto. Petra começou a puxá-la até que ela sozinha entrasse usando as mãos.

Erwin virara bem na hora que ela pegara o manto e entrava de novo.

– ONDE VOCÊ ESTAVA! – Hanji berrou jogando o manto pra ela – Por favor , me diz que você não estava onde eu acho que você estava?

Petra ria da adrenalina que tomara seu corpo,mas parou quando Hanji gritou com ela.

– Levi não é nem um pouco assexuado como você pensava.

– Não acredito... - Hanji não sabia se ria ou brigava. As duas tiveram um acesso de riso enquanto, Petra vestia as calças com dificuldade de parar em pé. – Não acredito... O que você fez foi muito arriscado!Porque não voltou antes da hora de levantar?

– Eu estava ocupada oras ... – ela sussurrou corando.

–Petra,você saiu daqui 10:00...

– Fiquei muito ocupada... – ela sentia o rosto se avermelhar mais enquanto Hanji lhe fazia coceguinhas e ria sem parar

–Isso que eu acho de recuperar o tempo perdido. – e riu de novo e Petra escondeu o rosto no travesseiro. Depois de um tempo, Hanji voltou a perguntar. Afinal, ela precisava matar sua curiosidade - Foi bom então?

–Hanji...

–Desembucha! Qual é, eu achava que ele era gay ou qualquer coisa parecida! E do nada vocês dois...!Você precisa me dar detalhes porque estou até agora inconformada! – Petra continuava em silêncio – Petraaaa, por favor ... Só diga sim ou não vai!! Ele disse que gosta de você? – ela fez que mais ou menos – Foi bom?Muito bom? Muito ruim?

–Muito bom... mesmo, muito. – ela falou com a cara no travesseiro. Alguns flashback da madrugada vindo na sua mente aleatoriamente. Ela balançou a cabeça pros lados. Hanji gargalhava.

–Então ele não é gay hmm...

–Nem um pouco...

–Aaaa! – ela jogou a cabeça pra trás rindo – Será que alguém escutou vocês?

–Qual é Hanji!

–É sério!

–HANJI!

–Sério, acha que ninguém escutou, viu, sei lá

–Espero que não... Bem, tirando Erwin agora pouco.

–Enfim, - Hanji se levantou – se arrume,vamos limpar o quartel hoje.

Era o dia de limpeza, Hanji e Petra foram as últimas a sair do banheiro depois de tomar banho. Foram direto para o deposito atrás de qualquer utensílio que sobrara pra elas limparem.

Do outro lado, Levi acabara de limpar o seu quarto. Certificara de que nada de Petra ficara por ali. Ele pegou o cesto de roupa suja pra levar pra lavanderia.

No caminho Erwin e ele se encontraram os dois carregando seus cestos.

– Suas olheiras aumentaram Levi. – comentou

Ele quase se engasgou com a própria saliva ouvindo aquilo. Começou a colocar suas roupas numa máquina vazia.

– Ficou de novo lendo relatórios?

–Só estava sem sono mesmo.

–Nós precisamos conversar.

A tampa da maquina baixou fechando os dedos de Levi. Ele balançou a mão de dor,apertando com a outra mão. Erwin olhava pra ele sério.

– Sobre?

– Acha que Petra vai casar com aquele cara?

Ele quase soltara um suspiro de alívio. Só não o fez porque sabia que Erwin chegaria a algum lugar com aquelas perguntas.

–Não faço idéia.

–É que esqueci de falar com ela sobre aquela nossa regra. Sinceramente, não sei se vai se aplicar a alguém que já está noivo.

Noivo? Ele franziu as sobrancelhas. É claro que não, ele confiara no que ela disse dias atrás.

–Não sabia que estavam noivos.

–Foi o que ele disse... Como você fica nessa situação?

–Eu? Mas...

–Você gosta dela não? – ele gaguejou de leve, mas Erwin o interrompeu antes que pudesse falar – Não precisa de segredos,na verdade acho bem normal. Percebi isso o dia que conversei com você... Então? Como você fica?

Ele não sabia o que responder. Erwin devia estar o testando. Precisava rápido de uma resposta antes que qualquer coisa ficasse mais evidente do que praticamente tudo já estava.

Do lado de fora,Petra ainda estava paralisada segurando a vassoura. Ela varia o corredor da lavanderia quando escutou seu nome na conversa deles.

–Eu... eu não fico nada. – foi a única coisa que ele pensou em falar. Erwin entortou as sobrancelhas – Eu... É uma coisa carnal sabe? – ele começou a mentir – Petra é bem bonita, é só desejo. Tanto que concordei com você no dia que fui dar o relatório.

Erwin arregalou os olhos e ficou mudo. Agora ele começara a colocar suas roupas em uma outra máquina.

– Eu não me importaria se ela se casasse com ele. Ou qualquer outro.

Pronto. Finalmente Levi se aliviara. Com certeza era aquilo que Erwin queria ouvir. Ele podia passar o resto da manhã inventando histórias pra ele, se não tivesse olhado por entre a porta da lavanderia, Petra derrubar a vassoura e sair correndo.


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Notas finais do capítulo

Continuem comentando. Queria saber o que estão achando da personalidade do Levi, e de como está se desenrolando em sim a fic... É isso u.u Até mais.



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