Sempre com você escrita por Didilicia


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Esse é o FIM! Obrigada por terem acompanhado... me digam o que acharam. Um beijo às meninas do Twitter do FANDOM LIGEL. =*



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Lígia senta na cama devagar apoiando em seus cotovelos, e ele senta ao seu lado. Ela se ajeita para poder olhá-lo nos olhos.

– Quem tem que falar e pedir desculpas sou eu. - ela diz e abaixa a vista. - Cometi uma loucura montando naquele cavalo e tudo por causa de uma desconfiança boba...

– A culpa é minha, afinal... já te dei tantos motivos para não confiar em mim. - ele pega a mão dela e seus olhares se encontram outra vez - Mas eu mudei. Quando eu estava morando com aquela família, lembro que eu costumava dormir lá fora, gostava de me isolar... Certa noite, Nora apareceu muito abalada na casa da família do Alfonso. Ela costumava fazer entregas de mantimentos do mercado e nesse dia algo estava muito errado.

Lígia sorriu, lembrando que aquele isolamento ela conhecia muito bem.

Ele continuou.

– E ela entrou onde eu estava...provavelmente achando que não tinha ninguém. Ela estava se escondendo. Muito assustada.

– Oque aconteceu?

– Conversamos àquela noite... e ela me contou do abuso que havia sofrido... Um pescador de outra Vila...A história havia se repetido por algumas vezes, sem que ela tivesse coragem de contar pra alguém, até aquele momento. Ela contou como tinha acontecido e tinha certeza que o pai não a aceitaria em casa porque ela estava grávida e não sabia o que fazer.

– Miguel... desculpa...eu...eu fui tão injusta. – Lígia baixou a cabeça, arrependida.

Ele balançou a cabeça, e beijou as mãos dela.

– Quando a Nora me contou dos abusos, flashes do meu passado voltaram. Meu pai, a Luzia... Aquela história toda. Tudo aparecendo na minha mente de uma só vez, sem que eu pudesse entender o que era real e o que era fruto da minha imaginação. Tudo foi voltando muito depressa a partir daí... quem eu era...o que fazia...e o meu passado.... VOCÊ! Lembrei de você e foi quando eu percebi que tinha que voltar.

Lígia se inclinou para perto dele e o envolveu em um abraço apertado e silencioso.

– No final das contas sou eu que tenho meus defeitos do passado, minhas inseguranças... e você tão lindamente ainda me suporta. – ela disse.

Ele riu.

– Você é minha!

– Nós somos. - ela respondeu se afastando um pouco de seus braços e olhando em seus olhos. Suas mãos tocaram em sua barriga que ainda não evidenciava a gravidez e sorriu.

– Vamos voltar pra casa.

...

SETE MESES DEPOIS.

Lígia estava deitada de lado na cama tentando achar uma posição confortável para dormir. Não era fácil com uma barriga de quase 9 meses.

Com dificuldade, ela virou para o lado oposto e deu de cara com Miguel, ainda acordado, sorrindo enquanto olhava pra ela.

– Do que você tá rindo? – ela perguntou sorrindo de volta.

– Nada. Eu apenas acabei de perceber que é a primeira vez que acompanho a gravidez de um dos meus filhos.

– E você tá adorando isso né? – Ela riu.

– Muito. Você devia ficar grávida mais vezes.

Ela riu mais uma vez, acomodando-se ao lado dele embaixo das cobertas e finalmente achando uma posição confortável.

...

– Como ela tá? Ela tá bem? – Miguel perguntou para Irene assim que ela saiu do corredor da maternidade.

– A bolsa estourou. Ela já está sendo levada para cirurgia. Não vai demorar muito para nascer.

– Irene, que bom que você estava com ela. Eu achei que eu não fosse conseguir chegar a tempo!

Irene, Lauro, e Joaquim estavam na maternidade quando Miguel chegou apressado após ser avisado que Lígia entrara em trabalho de parto.

– O que você tá esperando Miguel??!! Vai lá com ela...

Miguel olhou para Lauro e seu sorriso contente e nervoso pedia “socorro” em silêncio ao amigo. Ele não sabia como agir. Era tudo novidade.

– Vai Miguel! O que tá esperando?! Vai ver seu filho nascer!

– Ou filha... – completou Irene. – Nós vamos esperar aqui, ansiosos para saber se vai ser um irmãozinho ou irmãzinha, né Joaquim? – ela perguntou enquanto abaixava-se para abraçar o garoto.

– Éeeee!!! – Joaquim comemorou.

Lígia e Miguel quiseram manter o mistério quanto ao sexo do bebê e portanto decidiram esperar até seu nascimento para descobrir se teriam outro menino ou uma menina.

Ele sorriu e apressou o passo em direção a sala de maternidade.

– Espera! – gritou Lauro estendendo uma câmera fotográfica para Miguel – não vai esquecer isso! Você não vai querer perder os primeiros registros né?

Miguel sorriu agradecido, pegou a máquina e entrou no quarto onde Lígia aguardava o tão esperado momento.

Os olhos de Lígia brilharam assim que viram ele entrando.

– Miguel!!!

Ele parou ao lado da cama e segurou a mão dela.

– Como você tá?

– AAAIII. – ela gritou de dor no momento em que ia responder.

– O QUE?! O QUE VOCÊ TEM!? – Ele olhou agoniado para Lígia e para a enfermeira que estava no quarto.

– Pelo nervosismo... você deve ser o pai. – falou a enfermeira sorrindo.

– É... ele é o pai sim. – disse Lígia com um meio sorriso, enquanto passava a mão por cima da mão de Miguel, tentando acalmá-lo com um carinho. A dor já estava passando e ela sabia que Miguel estava mais nervoso que ela.

– Fique tranquilo. Isso é normal. – disse a enfermeira. – para um pai de primeira viagem pode parecer que não.

Miguel e Lígia riram um para o outro, divertindo-se com o equivoco da moça, acreditando que aquele seria o primeiro filho de Miguel.

– É o meu oitavo.

A cara de espanto da mulher fez os dois rirem ainda mais.

– História difícil de resumir. – Lígia concluiu antes que outra onda de dor lhe atingisse.

E então o momento finalmente chegou.

...

Um sorriso apareceu no rosto exausto de Lígia. Abriu os olhos e virou a cabeça para o lado, sorrindo ao ver Miguel com a câmera pendurada no pescoço tirando muitas fotos do bebê.

– É menino ou menina? – ela quis saber.

O médico terminou os procedimentos iniciais na criança e perguntou para Miguel:

– Quer levar até ela?

Miguel assentiu e largou a câmera para poder segurar em seu colo.

– E então? – ela perguntou ainda mais curiosa.

Ele se aproximou sorrindo com o bebê nos braços.

– É a nossa menina... – ele disse e colocou a filha ao lado de Lígia que já chorava emocionada.

– Uma menina...! Catarina. Ela vai se chamar Catarina.

Eles ainda não haviam pensado em nomes. Cogitaram alguns, mas não chegaram em nenhum acordo. Quando Lígia comunicou que a filha deles se chamaria CATARINA, tal qual a mãe de Miguel, ele a olhou surpreso e lágrimas escorreram por seu rosto.

– Catarina... – ele repetiu. Sorriu e inclinou-se para beijar primeiro a cabeça da filha, depois a boca de Lígia. – Eu te amo tanto.

– Eu também te amo. – ela fez um carinho no rosto dele e continuou – Eu estava fazendo as contas... Catarina, Joaquim, Pedro, Felipe, Laila, Luís, Bernardo, Julia. Oito vidas. Acho que você vai ter que mudar o nome do barco outra vez. – riu.

– Nove. – ele a corrigiu. - Por que você é minha VIDA. E sempre estaremos juntos.

Lígia sorriu, olhou para a filha, para Miguel e finalmente percebeu que tinha tudo que sempre quis. Uma família.

FIM


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