As Cold as a Black Widow escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 4
Perfect enemies


Notas iniciais do capítulo

Heey queridos leitores. Gente, estou meio decepcionada com o número de comentários... Comentem galera! Isso inspira os escritores. Mas chega desse papo né, aproveitem a leitura!



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O salão de jantar se tornou um caos após a explosão. Todos estavam se preparando para lutar, mas antes precisávamos encontrar os agressores.

— Consegue senti-los? — perguntei a Wanda, que negou com a cabeça.

— Vamos nos separar. — Tony sugeriu.

Seguimos em times por cada canto da mansão, esperando surpreender nossos atacantes. Eu estava atrás de Steve, ainda junto de James Rhodes. Aquela sensação de se esgueirar pelas paredes, o silêncio sólido que pairava, o nervosismo comum de missões, de caça, a espera pela luta... Tudo aquilo sempre me empolgava, mas naquele dia, um pressentimento ruim tomava conta de mim.

Tentei ignorá-lo e focar no meu trabalho, mas a distração foi suficiente para ser atingida no rosto por um pesado punho. A força desequilibrou meus pés, e cambaleei antes de tomar nota da situação: eram seis contra três. Quem me atacou foi uma mulher, que usava aquela capa preta do que parecia lona, exatamente como o homem que matei no primeiro atentado. Investi contra ela com um belo chute, o mais alto que pude, lamentando estar usando um vestido tão justo.

Os trajes não ajudavam, e outro homem estava prestes a me atacar, então imobilizei a mulher derrubando o lustre em cheio em cima dela. Ouvi Steve grunhir, mas não parei para olhá-lo, e nocauteei o homem com um soco. Ele mal saiu do lugar, e devolveu o golpe me jogando contra a parede. Aquilo me deixou nervosa. Eu raramente caía nas batalhas. Me levantei depressa, a raiva me consumindo. Eu o golpeava de todas as formas que podia, mas ele sempre conseguia desviar, ou pior, me acertar. Aquela dança estava me aborrecendo. Seu sorriso sádico só piorava. Notei que meus amigos estavam em situações parecidas. Nossos inimigos eram fortes. Foi então que desvendei o enigma: força sobrenatural, não conseguiam ser rastreados por Wanda, e eu podia jurar que o que cuidava de Steve ocasionalmente atirava bolas de fogo. Eram “aprimorados”.

O homem me acertou com um chute no estômago que me fez dobrar de dor. Foi o estopim da minha fúria. Desisti dos golpes com o corpo e parti para o objeto mais próximo de mim, um candelabro. Sem pensar, bati com ele na cabeça do aprimorado, deixando-o desnorteado, me aproveitei disso para quebrar o candelabro na parede, de modo que ele se parecesse com uma estaca desnivelada, e a cravei no peito dele. Por garantia, repeti o movimento pelo menos três vezes, movida por uma fúria insana, até Steve me segurar pelos braços.

Sua expressão estava horrorizada. Eu havia acabado com o inimigo e ele me olhava feio?! Me soltei de seus braços e olhei ao redor, encontrando os corpos dos inimigos, mas não todos.

— Que houve?

— Eles fugiram. Dois deles. — James me respondeu.

Eu queria ir atrás deles, mas sabia que não valeria a pena. A esse ponto, já sabíamos que não se tratavam de humanos comuns, e essa informação era valiosa. Voltamos com atenção dobrada para o caso de um novo ataque, mas aparentemente todo o grupo se retirara. Eu não entendia por que, afinal, estávamos em desvantagem, mas preferi que fosse assim.

Estavam todos machucados, ou pelo menos abalados. Wanda e Tony se encontravam em estado catatônico. Eu me sentei ao lado dela e tentei fazê-la reagir, mas de nada adiantou.

— Uma garota cantarolou uma música perto deles que os deixou assim. — esclareceu Sam. — Ela parecia bem... maligna. — eu estremeci.

— São todos geneticamente melhorados. Isso não é bom. — acrescentei.

— Não são imortais. — Steve ponderou. — Vamos derrota-los.

Mas até ele parecia ter atingido sua cota de lutas por hoje. Ajudei Wanda a mancar até seu quarto. Ao deitá-la em sua cama, ela segurou meu braço com força, me forçando a ficar ali com ela.

— Pietro? — ela sussurrou, os olhos varrendo o cômodo, confusos.

— Tudo bem... — eu murmurei. — Ele está bem. Você precisa descansa agora.

Uma lágrima escorreu pelo canto de seu olho, e aquela raiva que me consumia de repente se esvaiu, dando lugar a uma compaixão. O aperto em meu braço afrouxou, mas eu não saí imediatamente, fiquei para me certificar de que ela cairia no sono sem tormentos.

No caminho de volta para o meu quarto, esbarrei com Steve. Eu estava prestes a atacá-lo, mas relaxei quando o reconheci.

— Sem sono? — ele indagou. Me dei conta de que ele usava um moletom, e ao mesmo tempo reparei que eu ainda vestia o vestido turquesa, agora rasgado nos joelhos e manchado de sangue.

— Coisas demais para pensar. — falei, evasiva.

— Tem razão. Isso está me incomodando também. Venha, você devia colocar algo mais quente.

Ele me levou para o seu quarto, e eu lancei um olhar malicioso para ele, só para provoca-lo, fazendo-o corar e começar a explicar que não eram suas intenções, mas eu o calei.

— Eu sei. Só estou me divertindo com sua cara. — eu ri, e ele se permitiu um sorriso torto.

O quarto era um pouco maior que o meu, extremamente organizado e sem nenhuma decoração especial, exceto por três porta-retratos na escrivaninha. Um era de Peggy Carter, que reconheci de artigos da SHIELD. Outro, de um casal loiro segurando um bebê e sorrindo, e deduzi que fossem os pais de Steve. O terceiro fez um calafrio percorrer minha espinha. James Bucky, o Soldado Invernal, sorria junto de um Steve magricelo. Os dois pareciam muito felizes. Há um tempo atrás, eu, Steve e Sam enfrentamos a ira do Soldado, e percebi o quanto aquilo havia marcado Steve, mas o pior de tudo... Eu nunca contei a Steve como realmente conheci o Soldado Invernal, e desconfiava que se ele soubesse, nunca me perdoaria. Eu não poderia perde-lo também, ele importava demais para mim. Por isso, fingi que não percebi a foto.

— Você é bem... Conservador. — comentei sobre a falta de personalidade do quarto.

— Só não tive tempo de decorar ainda. — ele deu de ombros.

— Ah, sim. Aposto que quando tiver, vai encher isso daqui de quadros do Picasso e pôsteres do Guns. — ele riu, e fiquei aliviada por ele entender a referência à banda.

— Aqui. — Steve me entregou uma toalha e uma camisa que devia ficar larga até nele.

— Sabe que meu quarto fica a menos de 200 metros daqui, né? Está só tentando me fazer ficar nua no seu quarto? — aquilo o fez enrubescer e arregalar os olhos, voltando a tropeçar nas palavras.

Eu o deixei ali e entrei no banheiro, notando a mesma falta de decoração do quarto. Quer dizer, ninguém realmente decora o banheiro, eu não esperava encontrar adesivos de golfinhos colados no espelho ou uma cortina de flores no chuveiro, mas... Tudo ali parecia vazio, como se ele não gostasse da ideia de se acomodar. Como se não pertencesse ali, e aquele fosse seu quarto de hotel por um ou dois dias.

Tomei uma ducha rápida, tirando toda a maquiagem, e concluí que aquele vestido deveria ir para o lixo. Steve me esperava sentado na cama, lendo um livro que reconheci na hora: Macbeth.

— Você não devia estar lendo algo mais atual? Sabe, para se situar?

Ele ergueu os olhos, sorrindo.

— Apesar de apreciar a literatura atual, ainda encontro conforto nas palavras sábias de Shakespeare.

— Conforto em Macbeth? — o conto era uma tragédia, por isso estranhei a escolha das palavras de Steve.

— É mais como uma identificação. — ele deu de ombros. Eu me sentei ao seu lado, e percebi o quanto o deixei nervoso por estar usando apenas sua camisa, que apesar de cobrir tudo que precisava, ainda era bem curta.

— Estou cansada. — bocejei.

— Você pode dormir aqui, se quiser. — ele convidou educadamente. Vi aí mais uma brecha para atormentá-lo, mas decidi não fazer isso dessa vez.

— Eu adoraria. Obrigada.

Me enrolei em suas cobertas, e fiquei contente quando seu cheiro emanou delas, impregnando minhas narinas. Agora sim eu podia sentir sua presença, e isso me encantava. Steve se deitou o mais distante de mim possível, quase como se eu fosse contaminá-lo.

Não demorei muito a pegar no sono, e desta vez, nenhum sonho ruim me atormentou. Fui acordada pelo toque do meu celular, e quando rolei na cama para pegá-lo, descobri que Steve não estava mais lá.

— Alô?

— Nat, estou precisando da sua ajuda. — era a voz de Clint, que eu não via há quase um mês, e ele parecia desesperado.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acham que a Nat está escondendo do Steve? Se alguns de vocês souber pelos quadrinhos, saibam que não vou seguir a risca a história, ok? Gostaram do momento (foi bem curto, mas ok) entre a Natasha e a Wanda? E o dela e do Steve?



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