Mais um dia qualquer, era o que eu pensava. Caminhava tristemente em direção ao meu lar para almoçar, treinar esgrima e fazer os deveres. Essa era minha monótona rotina, mas um dia ela já fora melhor.

Chamo-me Yui Kusanagi, tenho 17 anos e estudo no colegial aqui no Japão. Sou meio baixinha, tenho cabelos roxos e olhos castanhos claros, uma pele meio morena e meio pálida.

- Yui, vai treinar? - Perguntou meu pai enquanto almoçava.

- Sim, depois faço meus deveres...

- Está tão triste desde que voltou às aulas, houve algo?

- Não senhor.

A realidade era essa: Eu estava muito triste e deprimida. O motivo? Vivi uma grande aventura conhecendo deuses e os ensinando sobre o coração humano. Foi nessa aventura onde tive uma "segunda escola" e fiz amizade com eles.

Eles eram: Baldr Hringhorni, Loki Laevatein, Hades Aidoneus, Takeru Totsuka, Tsukito Totsuka e Apollon Agana Belea. Ah Apollon, o homem por quem me apaixonei... O Deus do Sol na Grécia... Ele era tão doce, tão simpático, tão... Perfeito...

Nunca fui de me apaixonar, na verdade, nunca senti atração por alguém, mas por ele foi diferente. Apollon era um jovem loiro, cabelos meio desgrenhados e belíssimos olhos verdes. Ele era muito carinhoso comigo, sem dúvidas. Até me chamava de Fada.

O meu dia havia sido comum, sem mais nada de interessante. Tranquei meu quarto e deitei-me, cansada daquela vida monótona sem meus amigos deuses, sem as nossas confusões diárias... O mundo real era muito sem graça...

- Por que me deixou Apollon? - Murmurei, sentada com os braços cruzados na janela.

Lágrimas brotaram de meus olhos, não queria chorar, mas precisava um pouco tirar aquele peso de mim, precisava deixar aquelas lágrimas saírem de mim. Fechei os olhos, chorava baixinho sem ninguém ouvir.

- Não chore Fada, estou aqui. - Ouvi uma voz doce e familiar me dizer aquilo, logo em segui uma mão enxugando a água de minha bochecha.

Parei de chorar um pouco e olhei para o lado, vendo meu loiro sentado no parapeito, sorrindo docemente e usando o uniforme do jardim onde estudamos juntos. Me levantei incrédula e o abracei fortemente.

- Apollon! É você! É você mesmo!

- Hahahaha! Claro Fada, claro que sou eu!

Seu abraço me tranquilizava, me deixava feliz, calma e quente. Coloquei meu rosto na curva do pescoço dele, chorando mais um pouco, mal sabia ele o quanto queria abraçá-lo.

- Ei Fada, tudo bem? Faz tempo que não nos vemos!

- Verdade Apollon-sama... Eu estava com saudades, de você, do Baldr, do Tsuki, do Hades...

- Eles estão bem, sentem sua falta também.

Colocamos as conversas em dia, aproveitei que não havia ninguém em casa e fiz alguns daifukus de morango, logo lembrei de Hades, era o doce favorito dele. Pedi para que quando fosse embora levasse alguns para todos.

- Está me expulsando Fada? - Ele perguntou tristemente e com um biquinho.

- Não! Claro que não! Apenas pedi, entende?

- Ah, sim sim!

Olhei Apollon à luz da lua. Ele estava perfeito, como de costume. O vento balançava seus fios louros de cabelo, o que me dava uma visão perfeita de sua face. Seus olhos se direcionaram nos meus e o loiro se virou para mim.

- Fada... Naquele dia, não sei se ouviu, mas eu disse que...

- Me ama, eu me lembro. - Respondi, sorrindo.

- Não completei tudo, não havia tempo, mas agora dá.

Ele se aproximava de mim lentamente, deixando-me corada e sem graça. Seus lábios estavam a centímetros de mim e era possível sentir sua respiração calma.

- Fada, posso?

- A vontade...

Foi quando fechei meus olhos e senti seus lábios doces e quentes me envolverem. No começo, fora apenas um simples toque, mas que logo pedia para ser mais aprofundado. Ele me pediu passagem, cedi obviamente. alguns minutos passaram e então tivemos que precisar do ar.

- F-Fada, você beija muito bem!

- O-obrigada Apollon-sama... Só me prometa uma coisa?

- Claro, o que?

- Nunca mais me abandone, me visite sempre que puder, não me deixe só...

Meus olhos iam marejar novamente, foi quando recebi um simples selinho dele. Poderia ser simples, mas que me deixava contente e calma.

- Nunca mais te abandonarei, eu te amo...

- Também te amo...

Foi assim que me despedi dele, mas depois dessa visita, vieram outras e mais outras até o dia do nosso casamento, um dos dias mais felizes de nossas vidas.