Cannibal escrita por regressionttm


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Fanfic One Shot!

Trilha sonora: Cannibal-Ke$ha
Espero que vocês gostem,
—Unbrwoken



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Já era o terceiro assassinato seguido no colégio Sweet Amoris naquele ano. As vítimas se encontravam com mordidas profundas e orgãos expostos apenas faltando seus corações. Todas as vítimas eram garotos, garotos próximos de uma garota cujo conseguia domar o coração de qualquer menino.
O primeiro, foi o menino cujo deu uma hortência para a tal garota. No dia seguinte foi encontrado morto no clube de jardinagem do colégio com os cabelos já sem cor, sua roupa vitoriana totalmente avermelhada pelo sangue agora seco e seus orgãos expostos como em filmes de terror. Seu nome era Lysandre.
O segundo menino, foi aquele que chamou a tal garota para jogar vídeo-game em sua casa. O seu irmão gêmeo estava arrasado, não sorria de verdade havia meses. O menino foi encontrado morto na sala de informática do colégio, debruçado sobre o teclado com a barriga aberta e o sangue pingando, junto com seus orgãos digestórios que pulavam para fora. Seu nome era Armin.
O terceiro menino era um amigo de infância da garota. Ele a havia chamado para comer um lanche depois da aula, e ela, como esperado, aceitou. Horas depois, a polícia já cercava o colégio onde se encontrava o garoto morto no meio do pátio. Reza a história que ele fora jogado de cima do telhado. Seu nome era Kentin.
Em todos esses meninos, apenas faltava seus corações. Como se pode chamar? O Ladrão de Corações ou apenas uma criatura selvagem? O que a garota fez para merecer tanto sofrimento? A garota que se chama Lynn, agora não tem amigos pois todos tem medo de ficar perto dela. Não tem mais os paqueras que tinha antigamente e nem sua melhor amiga fala com ela.
A garota Lynn agora se dirigia à sala de aula, pálida como a neve e com olheiras profundas que podiam ser vistas à metros de distância. Ela entra na sala e atrái os olhares preocupados e medrosos dos estudantes, até mesmo dos professores. Mas ela está acostumada, há meses que isso lhe vem acontecendo. Há meses ela lancha no box do banheiro esperando que alguém convide-a para sair de lá e se enturmar novamente.
Ela se senta na última carteira, atrás da única pessoa que trocavam palavras com ela diariamente, tirando um outro garoto que esteve com ela desde o começo. O garoto de cabelos ruivos e jaqueta de couro que não tinha medo da morte. Era óbvio que ele não tinha medo da morte, ele conversava com Lynn Mitchell. A distração dela durante as aulas chatas de física era fazer tranças no cabelo do ruivo que no final sempre reclamava com ela por causa disso.
-Você não devia andar comigo, ou ao menos falar. -disse a garota pegando seus cadernos embaixo da carteira ao sinal do fim da aula.
-Você também não devia falar comigo, olha como o mundo dá voltas. -respondeu o ruivo desfazendo as pequenas tranças. Ela levantou o olhar e pode perceber melhor os traços de Castiel. Ele tinha costeletas bem visíveis e seus cabelos vermelhos artificiais pendiam no ombro, seus olhos eram cinzas como as nuvens de chuva e seus lábios eram rosados.
-Mas é diferente, não quero que você acabe morto também.
-Acredite, eu não vou. Não tenho medo da morte.
O garoto olhou no fundo dos olhos verdes de Lynn e acariciou seus cabelos macios, longos e castanhos. Seus sentimentos por ela eram indiscritíveis, assim comos os dela por ele. Suas faces foram se aproximando, suas respirações ofegantes se misturando até que se ouve uma batida na porta que interrompe o transe dos dois.
A garota Lynn olha para a porta e Nathaniel está parado lá fitando os dois. Quando Lynn chegou ao colégio, percebeu que os olhos de Nathaniel tinham um tom amarelado muito bonito, mas ao longo do tempo adotaram uma cor escura inexplicável.
-O-Olá Nath, como vai? -a garota indagou com tamanha timidez, pondo uma mecha solta atrás da orelha. Castiel bufa como um touro e saí pela porta da sala, dando uma batida forte no ombro de Nathaniel.
-Bem, e você? -Nathaniel perguntou enquanto se aproximava em largos passos da morena. Lynn agora conseguia enxergar melhor sua aparência. Ele tinha olheiras profundas e seu rosto estava mais fino com os ossos quase à amostra se não fosse pela camada de pele clara. Seus lábios estavam um pouco roxos e quando ele sorria, mostrava seus dentes perfeitos agora pontiagudos.
-Bem também... -Lynn abaixou a cabeça e Nathaniel segurou seu queixo angelical e olhou no fundo dos seus olhos.
-Você não parece bem. -ele disse acariciando sua bochecha macia e pálida com seu polegar aspero. -É o Castiel?
-Sim. Eu tenho medo. O Castiel é o menino de quem eu venho gostado ultimamente e eu não quero que ele se machuque, ou morra. -disse a garota, suspirando e se sentando lentamente na carteira da frente. Nathaniel se sentou na mesa do professor e se apoiou nas provas de física que não foram entregues.
-Quem sabe ele não morra?
-Parece que ele não tem medo de ficar perto de mim, ou seja, ele não tem medo de chegar tão perto assim da morte. Ele não tem medo de acabar como o Kentin, ou o Armin ou o Lysandre.
-É por isso que você gosta dele?
-Não, quer dizer, também mas ele tem algo diferente. Eu sempre gostei dos outros meninos, mas eu meio que amo o Castiel. -o rosto do loiro se contraiu de raiva e ele apertou a borda da mesa para descontar a força.
-Você devia amá-lo e se declarar em quanto tem tempo, porque se ele morrer você não poderá fazer isso.
-Nath por que você tem que ser gay? Eu definitivamente gostaria de você se fosse hétero.
-Pois é, e eu tenho que ir agora mesmo. Tenho uma reunião com a diretora, xau Lynn. -ele se levantou e tascou um beijo na bochecha de Lynn e saiu.
A garota Lynn foi para casa pensativa, com a cabeça no céu e os pés nas nuvens. Nem percebeu quando recebeu de despertador, um puxão forte no braço. Logo olhou para trás e viu o ruivo que estava mais bonito do que da última vez. Ele já não usava sua jaqueta de couro, agora usava uma blusa gola V e uma calça jeans. Seus cabelos recebiam um tom de loiro por causa da luz do sol, o que o deixava muito mais atraente.
-Lynn, em que estava pensando? Quase era atropelada! -Castiel pergunta pela terceira vez, interrompendo Lynn de pensamentos novamente.
-Ah... Eu estava pensando em... Deixa para lá. Aonde está indo? -ela perguntou dando seu melhor sorriso no momento.
-Para a escola, esqueci umas músicas lá.
-Tudo bem, eu estou indo para casa. Xau, até amanhã. -ela se vira e atravessa a rua, quando Castiel agarra seu braço novamente.
-Quer que eu te acompanhe? -a garota Lynn sorri alegremente.
-Ia ser... -ela fala em um tom alegre mas logo esse tom vai embora quando vem ao seu pensamento a temida morte de Castiel. -V-Você não pode.
-Porque não?
-É-é que... É-é complicado.
-Lynn, pare com essas besteiras. Você tem medo que eu morra? Como o Lysandre? o Kentin? ou o Armin?
-Mas é que, você significa mais para mim do que eles. Por favor, entenda. Você tem que me deixar ir... -impacientemente, Castiel interrompe a voz gentil de Lynn por um beijo suave e doce que consegue calar completamente a boca da menina. Quando estão sem fôlego, se separam e encostam a testa. As mãos de Castiel estão sobre as bochechas macias de Lynn, onde as mãos da menina se posionam, logo sob as mãos do menino.
-Pode me pedir qualquer coisa, menos isso. Não posso deixar você.
-Mas...
-Mas nada, eu vou ficar com você sempre.
-Castiel, não faz assim por favor. Tem muitas outras garotas melhores que eu, como a Debrah ou a Ambre. Você não precisa se preocupar em ficar vivo quando está com elas. Vou falar a coisa mais clichê do mundo mas há outros peixes no mar, Castiel.
-Que se danem, você é o meu mar. -eles se separam e cada um seguiu seu caminho. Pelo menos agora Lynn já sabia que ele sentia a mesma coisa por ela.
Horas mais tarde, Lynn procura seu caderno de física desesperadamente. Chegando a conclusão que o havia esquecido na sala de aula, ligou para Castiel com esperança que ele ainda estivesse na escola. Como respondiam 50% das chances, deu caixa postal. Só o que lhe restava era ir procurar o bendito caderno no colégio.
Minutos depois, entrou na escola já um pouco escura e pegou seu caderno de física que se encontrava embaixo da carteira onde estava sentada mais cedo. Escutou um barulho vindo do porão e foi imediatamente ver o que era.
Caminhou pelos corredores assombrosos e desceu as escadas velhas do porão. Quando ela virou de costas, não podia acreditar no acabara de ver. Ela tinha razão, era o motivo do seu medo, ela sabia que ia acontecer.
O corpo de Castiel se espatifava pelo chão, suas barriga estava totalmente aberta. Pedaços de seu intestino delgado pulavam para fora e deixavam um cenário de terror. As paredes eram totalmente cobertas de sangue, Lynn olhou bem e percebeu a frase escrita.
"Ela estava apaixonada por você."
Dizia a frase feita com sangue. Lynn chorou mas não muito pois isso já lhe acontecera antes. Nathaniel a observava de trás, sua gravata azul estava coberta de sangue assim como suas roupas e sua boca. Seus olhos dourados agora estavam negros como os olhos de um demônio e sua boca ensanguentada estampava um sorriso maldoso. Era uma questão de tempo até Lynn olhar para trás e dar um grito estrondoso e correr para o canto do porão.
-Não pode ser você. -foi a única coisa que ela conseguiu falar.
-Lynn você é muito ingênua. Eu sou o cara que você procura, sua imunda! Sou eu quem está apaixonado por você, não era ele!
-Eu pensei que você fosse gay.
-VOCÊ É RETARDADA? Óbvio que aquilo era uma desculpa! Sua tapada! Eu amo você Lynn, e quando a polícia chegar, nós fugimos juntos e seremos um lindo casal. -eles ficaram calados por alguns minutos até que Lynn abre a boca.
-Porque os corações? Porque você levava os corações?
-Para ver se você conseguia me amar pelo menos assim. Com os corações deles, eu poderia ser igual a eles, e fazer com que você gostasse de mim-disse o loiro se aproximando de Lynn. Em cheio, Lynn acertou a adaga de Castiel(que ela sempre soube que ele carregavam em caso de emergência) em seu peito. Ela conseguiu pegá-la na bota de Castiel quando Nathaniel não estava vendo. O loiro se contorceu.
-Eu nunca poderia amar você.
E então tudo aquilo era uma vaga memória. 20 anos após o acontecimento, Lynn já havia dois filhos que adoravam histórias de terror, você já deve imaginar. Seu marido, Todd, era alguém com quem ela podia sempre contar e lembrar. Ele era alto e bonito, tinha heterocromia, adorava cookies, jogava video-games todos os dias com os filhos e gostava de rock.
No fundo, eles tinham que ficar juntos. Porque havia um pedaço do coração de Todd que Lynn completava e havia quatro pedaços do coração de Lynn que Todd completava. Todas as noites antes de dormir, ela se lembrava. Sempre lembrou e sempre vai lembrar.
"Você é o meu mar também, Castiel."


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!
Um beijo da Unbrwoken



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