Milagres Acontecem escrita por Bia Flor Escritora


Capítulo 1
Capítulo 1 - Único


Notas iniciais do capítulo

Fic inspirada no episódio 20. Meu ponto de vista de como poderia ter terminado.PS: É a primeira fic que escrevo de outra categoria (sou acostumada a escrever sobre CSI), espero que gostem!



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Paris! Ela ia para Paris com o novo namorado! O certo era ele se sentir feliz pela felicidade de sua parceira, mas por que não ao invés disso se sentia triste? Já fazia um ano que a detetive enviuvara e era natural que ela seguisse adiante. Nos últimos dias ele experimentara algo que julgara estar morto há muito tempo.

Para Henry Morgan, o sentimento que experimentava em relação a Jo Martinez era algo inédito. Tinha vontade de protegê-la, de envolvê-la em seus braços, de fazer de tudo para que ela não sofresse mais. Se fosse possível daria sua própria vida pela dela. Ele, um homem atento a cada detalhe, conhecedor de mais informações que qualquer outro ser humano que já existiu na face da Terra, só agora havia se dado conta de que estava total e perdidamente apaixonado por sua parceira de trabalho. Não sabia ao certo em que momento se apaixonara, mas o que sabia e que agora admitia, era que esse sentimento era novo e sincero. Talvez tenha se apaixonado por ela a primeira vista e tenha sido tolo o bastante para não perceber que ela o completava.

Se ele estava sofrendo agora, a culpa era toda sua. Fora ele que insistira com ela para que desse uma chance para Isaac. E agora ela viajaria para Paris. A cidade mais apaixonante, mais romântica do mundo.

Agora ele estava ali, guardando a arma que o matara duzentos anos antes e desejando algo impossível, que por algum milagre Jo aparecesse em sua porta e lhe dissesse que era ele que ela queria. Se ela o quisesse, estava disposto a partilhar seu segredo com ela, mesmo sabendo dos riscos que corria. Ainda sofria com as lembrança do que sua primeira mulher lhe fizera ao saber de sua imortalidade.

O toque na porta tirou-o do devaneio. Quem seria? Não esperava ninguém. Não queria receber ninguém. A única pessoa que queria que estivesse ali não chegaria. Saiu andando cuidadosamente para não tropeçar em nenhuma das delicadas peças do antiquário. Ao deparar-se diante da porta de vidro, surpreendeu-se. Ali estava ela! A linda morena que passara a perturbar o seu sono e seus pensamentos. Abriu a porta para que ela entrasse.

— Oi! – ela disse entrando com uma mala ainda em suas mãos.

— Você não deveria estar em um avião? – Henry perguntou temendo a resposta e enquanto fechava a porta atrás de si.

— Percebi que... – ela titubeou, mas em fim completou – percebi que eu não queria ir...

— O quê? Para Paris? – indagou curioso e ainda receoso pelo que poderia vir.

— Com Isaac – ela respondeu.

Henry Morgan perdeu a fala. Estaria sonhando? Jo Martinez estava realmente frente a ele lhe dizendo que não pudera ir para Paris com Isaac?

— Eu não podia ir com o Isaac – ela repetiu como se respondesse a indagação silenciosa de Morgan.

— Por quê? – ele prendeu a respiração esperando a resposta.

— Eu não sei... Eu achei que...

Ela não chegou a terminar a frase porque Abe chegou naquele exato momento.

— Que bom que está aqui – disse Abe para Henry.

— Oi Jo! – Abe saudou-a

— Oi Abrahan! – ela saudou-o em resposta.

Abe parecia nervoso, puxou Henry para o lado e começou a conversar com ele. Aquela não era hora para ela dizer o que sentia pelo charmoso legista.

— Quer saber, não é nada – ela por fim se manifestou – Te vejo amanhã na delegacia.

Saiu deixando os dois amigos conversando a vontade. Dirigiu-se para casa. Precisava de uma bebida bem forte para poder processar aquele turbilhão de sentimentos confusos que a invadia. Pensava estar interessada em Isaac, mas no momento em que estivera a ponto de viajar com ele, era em Morgan em quem ela pensava. Imaginava como seria passear por Paris com ele. Fazendo exatamente da forma como ele sugerira: andando sem um roteiro certo. Tinha a nítida sensação de que seria maravilhoso, não só pela cidade, mas pela companhia também. Henry tinha razão. Paris devia ser mesmo maravilhosa quando se tem alguém especial ao lado.

Chegou em sua casam deixou a bolsa no sofá e dirigiu-se para o pequeno bar que tinha na sala de estar. Serviu-se de uma generosa dose de Wisky. Aquilo era reconfortante. O líquido de fogo queimando sua garganta lhe dava uma gostosa sensação. Serviu-se de mais uma dose. Tragou-a em um único gole. Sentou-se no sofá, pensando no que estivera a ponto de fazer. Por pouco não se declarara para Henry! Por muito pouco. Se não fosse a chegada de Abe, não sabia o que teria acontecido. Por outro lado, parecia que ele queria que ela lhe dissesse algo. Maldição! Estava insegura. Estar apaixonada por Henry não era nada fácil. Ela tinha a estranha sensação de que ele lhe escondia algo, mas o que? Recostou-se um pouco mais no sofá. Não conseguia tirar aqueles olhos castanhos e o sorriso encantador de sua mente.

Levantou-se e foi novamente ao bar. Uma dosesinha a mais não lhe faria mal. Novamente sorveu-a em um só gole. Sentia a cabeça mais leve, o pensamento mais claro. Precisava falar com Henry. Pensou em ligar, no entanto desistiu. Uma ligação era informal demais para o que precisava falar. Pegou as chaves de seu carro e dirigiu-se para o endereço do qual acabara de voltar.

Diante da conhecida porta de vidro do Antiquário do Abe, pôs-se a bater freneticamente. Tinha que aproveitar o surto de coragem que lhe surgira. Mal pôde conter sua satisfação ao notar a surpresa no rosto do legista quando a viu. Ele abriu a porta para que ela pudesse entrar.

— O que você faz aqui Jo? Não me disse que nos veríamos amanhã? – Ele perguntou preocupado – Algum problema?

— Sim. Eu tenho um problema – ela respondeu.

— Qual é o seu problema Jo? Em que eu posso ajudá-la? – sua preocupação crescia cada vez mais.

Jo Martinez aproximou-se de Henry. Seu coração batia aceleradamente.

— Eu amo você, Henry! – ela disse de uma vez – esse é o problema.

Henry Morgan assustou-se com a revelação. Temia enganar-se, ou pior, que ela estivesse enganada a cerca de seus sentimentos. Não queria sofrer...

— Você não pode estar falando sério. É normal confundirmos nossos sentimentos quando passamos muito tempo trabalhando com uma pessoa – ele tentou argumentar. A quem ele queria enganar? Aquilo era o que mais desejava. Mas não queria correr o risco de ser apenas uma ilusão.

— Que droga Henry! Eu sei muito bem o que estou sentindo. Não estou confundindo nada. Eu sei que amo você! – ela arrematou, aproximando-se ainda mais dele.

Com a proximidade, Henry pode notar os olhos baços e sentir o aroma forte de bebida que emanava da boca dela.

— Você não sabe o que está dizendo. Você está embriagada! – exclamou o legista.

Ela suspirou e enlaçou com as mãos o pescoço dele. Não tentaria negar, pois sabia que ele não se deixaria enganar. Ele era muito observador.

— Sim, talvez eu esteja um pouco embriagada, mas não bêbada o bastante a ponto de não saber o que estou dizendo ou fazendo. E sem nenhum aviso, Jo beijou-o. Henry tentou resistir, mas foi vencido pelo próprio desejo. Aprofundou o beijo, explorando cada centímetro daquela boca suculenta.

Ela afastou sua boca da dele somente para dizer:

— Quero você Henry. Quero fazer amor com você...

Ele podia ver o desejo nos olhos dela. Ardia de desejo por realizar aquele anseio que ela expressava. Era tudo o que mais queria ouvir, entretanto não era correto atender aos seus anelos com Jo naquela situação.

Uma ideia surgiu em sua mente. Não era bem o que queria fazer, mas sua consciência lhe mandava fazer o correto: não abusar de uma mulher que não está com suas faculdades mentais em perfeitas condições.

Pegou-a no colo. Ela protestou.

— Para onde você está me levando?

— Para o meu quarto – ele respondeu tranquilamente.

Levou-a para o quarto e colocou-a suavemente em sua cama. Voltou a beijá-la, dessa vez na testa. Deitou ao seu lado, fazendo suaves carícias em seu braço alvo e delicado. Não demorou muito ela dormia. Henry sabia que a bebida tinha esse efeito, por isso aguardou que ela dormisse. Relaxou e dormiu ao seu lado, como se fossem um casal. Porém antes de adormecer teve tempo de constatar que milagres realmente acontecem.

THE END


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Por favor me digam sua opinião!!Comentários, favoritos, críticas (construtivas) são sempre bem vindas!!



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